O cérebro é o órgão mais misterioso do corpo humano. Ele aprende. Muda. Adapta-se. Ele nos diz o que vemos. O que escutamos. E nos deixa sentir o amor… Acho que abriga nossa alma. Mas não importa quanta pesquisa façamos… Ninguém pode dizer como a delicada massa cinzenta na nossa cabeça trabalha. E quando é machucado…Quando o cérebro humano está traumatizado… Bem… É aí que ele fica ainda mais misterioso.
Pov Bea
Jo: Você quer ouvir algo incrivelmente triste? - perguntou se sentando na mesa que eu estava na lanchonete.
Bea: Quem diz sim pra isso? - dei uma garfada no meu almoço e a Edwards chegou correndo, se apoiou na mesa e olhou pra mim, ofegante.
Edwards: Você tem que vir comigo, agora!
Bea: Por que? Não pode ser depois? Tava sonhando com esse almoço desde... - me interrompeu.
Edwards: A Bruna acordou.
...
Parei na porta do quarto 21 e respirei fundo antes de bater na mesma e abri-la. Bruna estava deitada na cama e parecia, de certa forma, cansada. Dr Charles, o psiquiatra do hospital estava sentado na poltrona ao lado dela e o Harry estava de pé na ponta da cama. Ele me olhou por cima do ombro e depois voltou a olhar pra ela.
Bea: Desculpe, não queria atrapalhar, eu volto depois - sorri sem mostrar os dentes e olhei pra B - você está bem? - ela assentiu e sorriu fraco.
Bru: Doida pra levantar daqui e com fome, mas tô bem sim.
Bea: Já vieram avaliar você?
Bru: Vieram. Amelia Shepherd e Meredith Grey. Agora o dr Charles - olhei pro mesmo.
Bea: Disse que não queria atrapalhar mas estou atrapalhando né? Eu vou embora agora, juro - olhei pra B outra vez - posso passar aqui mais tarde?
Bru: Claro, vou ficar esperando - sorriu.
Harry: Preciso falar com a Bea, rapidinho, sobre um trabalho da faculdade. Eu já volto, ok? - ela concordou e nós saimos - A Bruna não pode saber.
Bea: Ela não vai.
...
E então ela acordou. Depois de quase um ano. Acordou tendo um filho. Alguém tem que contar pra ela que ele ainda não tem nome. Harry se recusou a batizar o menino. Ele insistia que tinha que esperar a Bruna acordar, que a decisão tinha que ser dos dois, juntos. Alguém tem que contar que a Taina agora mora em NY e que a gente não se fala há pelo menos 8 meses. Tem que contar pra ela que a Larissa começou a fazer faculdade de direito e que é uma pessoa super responsável agora. Ou pelo menos era a última vez que nos falamos alguns meses atrás. O que será que ela vai achar desse nosso distanciamento? Não falo com os meninos há algum tempo também. Tem sido difícil, a vida de interno é mais complicada do que eu jamais achei. Tem tanta coisa que ela precisa saber, sobre os pais dela, sobre a gravidez da mulher do Dylan, sobre como a Emy e o Ed estão felizes com o bebê que vem por ai. Ela só não pode saber sobre...
Alex: Ei! - me tirou do transe - ta tudo bem? - assenti e forcei um sorriso - então vem, tenho consulta no PS agora e você está sob a minha supervisão hoje.
Pov Bru
Dr C: Era vívido?
Bru: tão vívido que fiquei chocada quando o Harry precisou falar com a Bea sobre trabalho de faculdade. No que eu vivi, nós já eramos todos médicos atendentes. Eu acho que a ficha ainda não caiu totalmente de que tudo depois do atropelamento não aconteceu. Eu e o Harry não terminamos, o Grayson não morreu, A Bea e o Dylan não ficaram juntos e eu não perdi o meu bebê... É muita coisa pra absorver.
Dr C: Eu imagino que seja. O cérebro é um mistério e nós não temos a resposta de porque você criou essa realidade durante o coma. O que eu posso te garantir é que sempre que precisar conversar eu vou estar aqui. E você não precisa se apressar. Você vai se readaptar, ou não. Seria aceitável também. Mas você vai sobreviver - ele sorriu amigável e alguém bateu na porta. Olhei na duração da mesma e vi Harry com o bebê mais lindo que eu já vi na vida. Meus olhos encheram de lágrimas.
Harry: Ta na hora de conhecer o nosso filho - ele sorriu e eu não segurei o choro.
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