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História Welcome To The Sh*t Of My F*cking Life - Capítulo 61 - Waiting


Escrita por: lveedsh

Notas do Autor


Oi amorecosss!

Esse capítulo está um pouco confuso, a narrativa apresenta acontecimentos na Califórnia e em Nova Iorque simultaneamente, por isso vocês precisam ter bastante atenção.

É um capítulo muito delicado, por isso não me matem ❤️

Capítulo 61 - Capítulo 61 - Waiting


Fanfic / Fanfiction Welcome To The Sh*t Of My F*cking Life - Capítulo 61 - Waiting

Manhattan, Nova Iorque, 15:31

— E aí, como foi tudo? — perguntei ao Zacky, enquanto minha mãe dobrava minhas coisas na mala. Eu finalmente iria ganhar minha alta, estava só aguardando a papelada do hospital ser assinada. Enquanto isso, estava tagarelando com Zacky por telefone, querendo mais informações sobre sua conversa com Meaghan sobre a gravidez. Os meninos retornaram no dia 26 para a Califórnia, já que tinham um show especial de natal no dia 27. Brian reclamou até não dar mais, porém quando soube da minha alta ficou mais tranquilo. Hoje eu ganho alta e amanhã eu volto para a Califórnia, se tudo der certo.

Zacky nos deu todos os detalhes sobre a gravidez no natal: ele e Meaghan estavam sérios, quase engatando num namoro, quando a modelo ficou com medo da fama do guitarrista e decidiu terminar. Gena já estava voltando para a vida dele e isso só deixou Meaghan mais insegura … o Zacky surtou e num ato de desespero quis voltar com a Gena. Até que a Meaghan descobriu que estava grávida dele. Foi aí, na véspera de natal, que ela enviou uma mensagem pra ele, Gena viu e decidiu terminar (novamente) com ele. Era isso o que ficamos sabendo no Natal, mas eu esperava arrancar mais coisas dele por telefone, agora que eles já haviam conversado. 

— Foi bem. Ela está bem no comecinho … ela está com 7 semanas. Ela não queria contar a ninguém ainda, por medo de perder ou algo do tipo. Mas eu estava tão transtornado que contei a vocês — ele disse e eu ri.

— Eu vi. Você ficou uns cinco minutos parado encarando minha barriga. Parecia que viu um fantasma —  afirmei e ele riu.

— É uma notícia grande demais pra assimilar bem. Ainda mais quando tem uma grávida na sua frente. 

— Ra ra, engraçadinho! 

— Agora eu entendo porque você e Brian demoraram tanto pra ficar juntos … com um bebê no meio tudo muda — ele disse pensativo.

— Muda mesmo. Espera só quando a barriga dela estiver grande como vai mudar a dinâmica do sexo — afirmei e ele gargalhou — Ri mesmo. Você vai lembrar de mim.

— Sabe, eu não queria lembrar de você e do Brian nessas horas não. É nojento — ele fez uma voz enjoada e eu revirei os olhos.

— Para de palhaçada, Vengeance. Nem começa — resmunguei e ele riu.

— Ansiosa pra vir pra casa? — ele mudou de assunto e eu respirei fundo.

— Muito. Queria ir hoje, mas minha mãe disse que seria muito cansativo, então só vou amanhã. Nem acredito que vou passar a virada do ano em casa! — comemorei. 

— Estamos muito animados com sua vinda! Jimmy e Brian não param de falar disso, sua irmã chega está com ciúmes — ele afirmou e eu gargalhei. 

— Bom saber que eu sou amada — disse convencida, arrancando risadas dele. De longe vi meu pai vir até nós, balançando a papelada do hospital — Uh, eu preciso ir Zee. Preciso assinar minha alta! 

— Boa, Garota! Vai lá e volta pra gente! — ele comemorou e desligou, no exato momento que meu pai entrou no quarto. 

— Vamos assinar essa alta?

— Só Se for agora! — concordei com pressa, pegando o papel da mão dele, que riu. 

— Nunca te vi tão animada com alguma coisa — Minha mãe comentou rindo. 

— Eu já. Homem — meu pai implicou e eu lhe olhei de cara feia, enquanto assinava. 

— Muito engraçadinho você, pai — disse irônica e ele riu.

— Que foi? Eu só digo a verdade! — ele ergueu as mãos em sinal de defesa e eu somente neguei com a cabeça.

— Vocês dois não tem jeito mesmo. — minha mãe constatou rindo de nós. 

— Eu to quieta, ele é quem está me acusando! — me defendi.

— Nem comecem! — — minha mãe ordenou rindo quando meu pai começou a querer responder — Temos uma gestante temperamental pra levar pra casa.

— Temperamental, mãe? Sério? — disse eles dois riram. Revirei os olhos e entreguei a papelada a enfermeira que me aguardava. Apesar de já estar com a papelada assinada, o procedimento de organizar minha saída durou cerca de uma hora entao quando vi o maqueiro vir te o meu quarto, deu um grito animado. Sorri ao sentar na cadeira de rodas, extremamente animada por sair daquele hospital oficialmente. Eu não aguentava mais aquele quarto!

— Vocês crescem mas continuam iguais. Você está sorrindo do mesmo jeito que sorriu quando te demos sua primeira guitarra — minha mãe admirou — Aí, mal posso esperar pra ver meus netos com esse sorrisão.

— Em breve eles vem — sorri e acariciei a barriga — semana que vem esses dois vêm ao mundo. 

— A contragosto, né — meu pai fez uma careta e eu ri. 

— Pois é. Ninguém mandou eles nascerem de uma mãe nervosa e ansiosa. Minha pressão não aguenta — fiz um bico.

— Já vão chegar sofrendo — ele completou.

— Já vão chegar lutando, isso sim — minha mãe corrigiu, dando um tapa no meu pai.

— Vai ser horrível voltar pra casa sem eles — refleti.

— Vai passar rápido. Em pouco tempo você vai querer devolver eles pro hospital — minha mãe tentou me consolar e eu olhei assustada pra ela — Que é? Você e sua irmã não paravam de chorar quando você nasceu. Você por motivos óbvios e sua irmã porque achava que você era uma boneca!

— Nossa, você me comove assim! Que mãe carinhosa! — disse irônica e os dois gargalharam. 

— Você vai entender do que eu tô falando, baixinha. 

— Ainda me ofende! — dramatizei e ela riu, negando com a cabeça. Assim que chegamos no hall do hospital vi alguns paparazzi preparados por minha chegada. Já havia me preparado para isso, vestindo algo mais digno para sair do hospital do que leggings é uma camiseta qualquer. Usava um vestido de lã com mangas verde esmeralda, com botas confortáveis e uma meia calça grossa preta, além do fiel óculos escuro gigante, pra esconder minha cara de cansaço. O carro já estava preparado para mim, estacionado na frente do hospital, somente aguardando minha saída. Acendi e sorri para os fotógrafos, feliz por terem respeitado minha privacidade, não sendo muito hostis. Entrei no carro e mandei beijos para eles da janela, enquanto o carro se movimentava. 

— Como é bom estar sem aquele monte de cabos em mim! — afirmei e ouvi as risadas como resposta. 

— Com saudades da sua cama? — meu pai perguntou. Estávamos nós três no banco de trás. 

— Com saudades até do sofá, pai. Aquele colchão é bom, mas a posição era péssima — fiz uma careta e massageei os punhos — Só de estar sem nada enfiado no meu braço já melhora. 

— Você vai ter um dia inteiro pra aproveitar a liberdade do hospital — minha mãe afirmou — Em casa, descansando e seguindo as recomendações da médica pra voar bem amanhã. 

— Nossa, que reconfortante ouvir isso — brinquei e ela riu. Mal podia esperar pra chegar em casa. Califórnia, aí vou eu!




Huntington Beach, Califórnia, 15:05.

Hoje finalmente a Ash voltava pra casa e eu estava extremamente ansioso para tê-la aqui novamente. Era estranha a rotina sem ela aqui implicando comigo ou xingando pela casa. Depois de um mês na estrada com ela, era muito bizarro não ter ela aqui roubando minhas roupas.

— Tudo pronto pra ela? — perguntei a Jess com um sorriso, entrando no quarto das crianças, admirando a decoração. Durante o tempo no hospital conseguimos fazer o projeto do quarto dos bebês e do nosso quarto, para nossa felicidade, já que o parto seria adiantado. O que a Ash não sabia é que conseguimos iniciar e finalizar a obra do quarto dos gêmeos em tempo suficiente para os bebês nascerem. Nosso quarto ainda faltava receber alguns detalhes, mas já estava bem adiantado e antes da chegada deles estaria tudo pronto. 

— Tudo pronto pra eles, né — corrigi e ela revirou os olhos.

— Menos, pai babão — ela pediu e eu ri — Faltam ainda algumas coisas que estão lá na casa do Jimmy. Ele ficou de trazer, mas não consigo falar com ele. 

— Deve estar dormindo ou de ressaca. Ele chegou bem mal de uma festa que fomos … ele realmente estava trocando as pernas — ri lembrando dele gritando comigo a noite “Porra Gates, seus filhos vão nasceeeeeer! Eu preciso ver esses dois filhotes perfeitos de vocês. Céus, um mini Brian e uma mini Ash. Que Deus abençoe! Eu serei o padrinho, né? Eu tenho que ser!”

— Normal. Vocês vivem de ressaca — ela revirou os olhos.

— Olha quem fala — disse no mesmo tom e ela riu 

— Falei com a mamãe e eles estão quase saindo do hospital. Ela ganhou alta mesmo! 

— Isso é ótimo! Nossa, finalmente ela vai estar aqui! — disse aliviado — E aí, o que fazemos? Esperamos o Jimmy dar sinal de vida ou vamos lá? 

— Vamos lá … não tem nada pra gente fazer hoje mesmo. E já garante que vai estar tudo certo pra ela amanha — Jess deu de ombros.

— Matt está de ressaca também? — chutei e ela assentiu. Dei uma gargalhada — E a Sarah também. Sabe, Brian, não fazem mais bêbados como a gente. 

— Eu não bebi mais por preocupação mesmo. Vai que acontece alguma coisa com sua irmã e os gêmeos e eu não fico sabendo porque apaguei no vômito? As cogitei e ela riu — Não posso me dar esse luxo.

— É, você está certo. Vamos — ela disse rindo e pegou sua bolsa para sairmos. Peguei as chaves do carro e descemos juntos para ir até a casa do Jimmy. 


Manhattan, Nova Iorque, 16:50

— Argh, pensei que ao chegar em casa esse mal estar ia melhorar — minha mãe afirmou com uma careta, assim que chegamos em casa. Com o lindo congestionamento de Manhattan e a distância do hospital a nossa casa, demoramos cerca de 26 minutos para chegar. Meu pai e Clancy foram deixar minhas coisas no meu quarto, enquanto eu seguia calmamente para tomar um banho. Precisava me lavar daquele cheiro de hospital. 

— Mal estar? — perguntei curiosa, enquanto ela me ajudava a subir. Escadas e eu não estávamos nos dando muito bem ultimamente. 

— É. Uma sensação ruim … estou com o coração apertado. Como se alguma coisa fosse acontecer — ela afirmou massageando o peito.

— Ih, sai pra lá! Não começa não — exclamei e ela riu — Pode ser só nervoso por eu ter voltado. Medo por ótima coisa acontecer com a gente.

— É … pode ser — ela deu de ombros, pouco convicta. 

— Relaxa, mãe. Sua sensitividade ativou com atraso, eu ganhei alta, os gêmeos estão bem … tá tudo certo. Não se desespera que é pior — afirmei e ela fez o sinal da cruz. 

— Aí, Senhor, guarde minha menina! — ela segurou seu crucifixo no pescoço, beijando-o em seguida.

— Mãe, calma! Eu tô bem, viu? — ri nervosa com a reação da minha mãe. Ela era muito sensitiva, mas às vezes interpretava erroneamente o que sentia. Era difícil, mas acontecia. Ela é uma mulher muito devota ao cristianismo, mas tinha um pé no misticismo. — Tô de boas, só preciso de um banho. 

— Não vai cair naquele banheiro não, hein Ashley! — minha mãe brigou.

A

— Iiiiih, Donatella! Menos! — esbravejei e ela riu — Não vem com essa não, por favor!

— Ah, como é bom ter você gritando de novo em casa! — meu pai brincou entrando no quarto com minha bolsa.

— É por pouco tempo, eu vou embora amanhã — resmunguei de mal humor e eles riram.

— Acho que meu pressentimento ruim era que logo logo você voltaria a ser mal humorada e ranzinza — minha mãe disse irônica e eu lhe olhei com deboche. 

— Brian precisa voltar logo. Você precisa de sexo, credo! — meu pai alfinetou.

— Okay, chega vocês dois! Eu preciso de um banho e vocês estão me irritando. Vai vai! — exclamei e espanei os dois rindo de mim pra fora do quarto. Eu hein … 

Fui para o banheiro e enquanto a banheira enchia, tirei algumas fotos no espelho. Eu estava magra, mas apesar de ter passado uma boa quantidade de dias no hospital eu continuava linda. Minha barriga se destacava e meus seios e quadril estavam ainda maiores. Meu nariz incomodava um pouco, mas era somente um detalhe. Sentia falta do meu corpo magro e definido, mas estava gostando e muito da minha versão redonda. Quem diria que eu gostaria tanto de ficar grávida, não é mesmo? 

Acendi umas velas de lavanda e após colocar meus sais de banho na banheira, prendi os cabelos num coque e entrei na água quente. Suspirei de prazer, como era bom estar em casa. Só faltava Brian ali para tudo ficar ainda mais incrível! Lembrei da foto que tirei no início da gravidez, com a barriga minúscula na banheira e repeti a pode para postar. Os fãs adorariam ver que eu estava em casa e era muito nostálgico ver o quanto eu mudei e o quanto minha barriguinha virou um barrigão! Abri o Instagram e postei a foto animadíssima. As respostas dos fãs foram rápidas e logo eu comecei a ler os comentários. É uma pena a minha animação ter acabado tão rápido.


Huntington Beach, Califórnia, 15:45

— Ele não atende, Jess? — Brian perguntou enquanto estacionava o carro na frente da casa do Jimmy.

— Não. Será que ele está em casa mesmo? — respondi discando o número dele novamente. 

— As vezes ele pode estar lá na Leanna — Brian respondeu, puxando o freio de mão.

— E agora? Como pegamos as coisas sem ele aqui? 

— Relaxa, Ruiva — ele deu um sorriso de lado — A gente toca a campainha, se ninguém vier, a gente usa a chave reserva.

— E você sabe onde fica isso? 

— Claro! Todo mundo sabe, fica embaixo do tapete da porta dos fundos.

— Vocês precisam de um lugar melhor pra guardar essas coisas — resmunguei e ele riu. Saímos do carro e eu segui meu cunhado até a porta principal, atenta a casa. Estava tudo escuro, então, ou ele estava dormindo, ou estava na casa da nova namorada — E aí? 

— Nada. Vamos entrar — Gates deu de ombros após tocar mais uma vez a campainha.

— Eu to tão ansiosa pra Ash chegar logo e ver o quarto dos gêmeos! — dei pulinhos e Brian riu. 

— Eu to ansioso e não estou ao mesmo tempo. Se ela chegar, logo faremos o parto. E eu Acho que eu não tô pronto pra ser pai — ele confessou num suspiro. 

— Claro que tá! Você já toma conta de todo mundo — brinquei — Vide ontem, que estava todo mundo louco e você tava todo cuidadoso. O Jimmy só chegou vivo ontem em casa porque você trouxe ele, com certeza com tanto álcool ele teria se afogado no próprio vômito.

— Só ele?! Você viu seu noivo?! Fazia tempo que eu não via o Matt tão alto — Brian gargalhou, já abrindo a porta dos fundos. Entramos pela cozinha.

— Respeite meu homem, Haner! Se você tivesse bebido teria ficado pior que todo mundo — revirei os olhos — E isso é mais um sinal de que você é um homem de família.

— Aham. Sei. — ele disse irônico e eu ri — Enfim, sabe onde estão as coisas?

— Não faço a mínima ideia — ri e ele negou com a cabeça — Vamos fazer o seguinte, olha lá em cima que eu procuro aqui embaixo. 

— Tá, beleza — ele concordou — O que estamos procurando? 

— São duas caixas grandes e uma sacola com ursos — expliquei seguindo para a garagem. Brian assentiu e foi para o segundo andar. Olhei o local rapidamente, dando uma analisada rápida num quartinho de bagunças não encontrando nada além de engradados de cerveja e uma calcinha fio dental vermelha aparentemente usada, com um bilhete ao lado. Ri ao pensar de quem poderia ser e o que poderia estar escrito. Esses meninos precisam urgentemente sossegar, na boa! Segui para a despensa, seguido da sala, quando escutei o barulho de algo caindo. 

— Tudo bem aí, Brian? Brian? — perguntei curiosa, não obtendo resposta, insistindo em seguida. Uni as sobrancelhas e corri preocupada pro segundo andar, correndo para o quarto do Jimmy, já que estava com a porta aberta. Entrei e logo vi a sombra do Brian de costas pra mim na cama — Gates, o Que houve? Você me assustou! 

— Liga pros bombeiros. Agora — sua voz cortou o ar com dor, e só então entendi o que estava acontecendo. Jimmy estava em seus braços. 

Huntington Beach, Califórnia.

— Ele não atende, Jess? — Brian perguntou enquanto estacionava o carro na frente da casa do Jimmy.

— Não. Será que ele está em casa mesmo? — respondi discando o número dele novamente. 

— As vezes ele pode estar lá na Leanna — Brian respondeu, puxando o freio de mão.

— E agora? Como pegamos as coisas sem ele aqui? 

— Relaxa, Ruiva — ele deu um sorriso de lado — A gente toca a campainha, se ninguém vier, a gente usa a chave reserva.

— E você sabe onde fica isso? 

— Claro! Todo mundo sabe, fica embaixo do tapete da porta dos fundos.

— Vocês precisam de um lugar melhor pra guardar essas coisas — resmunguei e ele riu. Saímos do carro e eu segui meu cunhado até a porta principal, atenta a casa. Estava tudo escuro, então, ou ele estava dormindo, ou estava na casa da nova namorada — E aí? 

— Nada. Vamos entrar — Gates deu de ombros após tocar mais uma vez a campainha.

— Eu to tão ansiosa pra Ash chegar logo e ver o quarto dos gêmeos! — dei pulinhos e Brian riu. 

— Eu to ansioso e não estou ao mesmo tempo. Se ela chegar, logo faremos o parto. E eu Acho que eu não tô pronto pra ser pai — ele confessou num suspiro. 

— Claro que tá! Você já toma conta de todo mundo — brinquei — Vide ontem, que estava todo mundo louco e você tava todo cuidadoso. O Jimmy só chegou vivo ontem em casa porque você trouxe ele, com certeza com tanto álcool ele teria se afogado no próprio vômito.

— Só ele?! Você viu seu noivo?! Fazia tempo que eu não via o Matt tão alto — Brian gargalhou, já abrindo a porta dos fundos. Entramos pela cozinha.

— Respeite meu homem, Haner! Se você tivesse bebido teria ficado pior que todo mundo — revirei os olhos — E isso é mais um sinal de que você é um homem de família.

— Aham. Sei. — ele disse irônico e eu ri — Enfim, sabe onde estão as coisas?

— Não faço a mínima ideia — ri e ele negou com a cabeça — Vamos fazer o seguinte, olha lá em cima que eu procuro aqui embaixo. 

— Tá, beleza — ele concordou — O que estamos procurando? 

— São duas caixas grandes e uma sacola com ursos — expliquei seguindo para a garagem. Brian assentiu e foi para o segundo andar. Olhei o local rapidamente, dando uma analisada rápida num quartinho de bagunças não encontrando nada além de engradados de cerveja e uma calcinha fio dental vermelha aparentemente usada, com um bilhete ao lado. Ri ao pensar de quem poderia ser e o que poderia estar escrito. Esses meninos precisam urgentemente sossegar, na boa! Segui para a despensa, seguido da sala, quando escutei o barulho de algo caindo. 

— Tudo bem aí, Brian? Brian? — perguntei curiosa, não obtendo resposta, insistindo em seguida. Uni as sobrancelhas e corri preocupada pro segundo andar, correndo para o quarto do Jimmy, já que estava com a porta aberta. Entrei e logo vi a sombra do Brian de costas pra mim na cama — Gates, o Que houve? Você me assustou! 

— Liga pros bombeiros. Agora! — sua voz cortou o ar com dor, e só então entendi o que estava acontecendo. Jimmy estava em seus braços. 



Huntington Beach, Califórnia, 17:01

Acordei perplexa com o telefone tocando ao meu lado. Dei um pulo, pegando o aparelho e vendo Johnny babando ao meu lado. Minha cabeça doía e o som me incomodava. 

— Oi, Jess — murmurei sonolenta, agradecendo as cortinas fechadas. Que horas deveria ser? 

Sarah, o Jimmy. Céus, acorda o Johnny, chama o Matt, vem pra cá! Ele não tá respondendo! — ela gritou desesperada no telefone, a voz de choro agoniada do outro lado do telefone.

— Que?! Calma Jess, eu não entendi nada. O que tem o Jimmy? Pra onde temos que ir? — me sentei coçando a cabeça, preocupada com o que poderia ter acontecido.

O Jimmy ta apagado, Sarah. Eu tô aqui com o Gates, ele ta transtornado, eu não sei o que fazer. Eu liguei pro Matt, mas ele não atende e eu não sei o que fazer! Ele não tá respirando, ele não responde! O Jimmy não responde! — ela gritava cada vez mais alto e por um instante eu desejei estar dormindo. 

— Pelo amor … eu não posso acreditar! — comecei a chorar e nesse momento Johnny se mexeu ao meu lado. Segurei a mão do moreno, desejando ser tudo mentira — Já ligou pra emergência? 

Sim, eles estão a caminho, mas eu não quero ficar aqui sozinha. Por favor, vem pra cá — ela implorou e meu coração se partiu em mais mil pedaços. Como se aquilo fosse possível.

— Estou a caminho. Não desliga! Tenta reanimar ele, faz alguma coisa, mas não deixa ele ir — exclamei me levantando da cama, puxando Johnny comigo que me olhou irritado por ser acordado no susto — Eu chego em cinco minutos, mas não desiste! 

Eu … ok! Vou tentar reanimar ele — ela fungou e Johnny me olhou curioso. 

— Vem, Johnny! Jimmy está desacordado em casa. Brian e Jessica estão lá — puxei ele da cama e o baixista veio desnorteado. Coloquei uma roupa qualquer, Johnny vestiu suas roupas com pressa e saímos correndo. Continuei no telefone e ouvia o choro da Jess e ela tentando reanimar o baterista. Fui o caminho inteiro chorando, o coração apertado, o desespero me consumindo. Aquilo não poderia ser real, não mesmo! 

Não sei em qual momento a ligação caiu, se eu ou a Jess desligamos. Só notei que estava segurando o telefone mudo quando chegamos ao local e o telefone caiu da minha mão ao ver o corpo de bombeiros lá. Alguns vizinhos curiosos estavam em frente a sua casa e vi bombeiros correndo com pressa para dentro do imóvel. Eles devem ter acabado de chegar.

— O que está acontecendo? É uma brincadeira de mal gosto, não é? Diz que é, por favor! — Johnny finalmente disse algo, piscando perplexo enquanto olhava a cena petrificado. Os bombeiros saíram com o corpo do Jimmy numa maca e eu comecei a chorar desesperadamente, sem acreditar no que estava acontecendo. Jessica correu para a ambulância com o olhar perdido e Brian saiu da casa logo em seguida sem reação. 

— Ele se foi. Ele tá sem pulsação — Brian murmurou olhando para as próprias mãos. 

— Não! Não! Não é real, eles vão trazer o Jimmy de volta! — Johnny gritou e eu comecei a tremer de desespero. Brian deu um grito agudo de dor e logo foi abraçado pelo amigo baixinho, que chorava sem parar. 

— Isso não pode ser real, isso não pode ser real! — comecei a murmurar inquieta, andando de um lado para o outro. Ignorei por completo os vizinhos que cochichavam e analisavam a situação de fora, respeitando nosso desespero.

— Precisamos ir até lá. Nós vamos chegar no hospital e vai estar tudo bem com ele — Johnny afirmou, nos puxando para o carro. Entramos todos no carro quase que obrigados, tendo somente Johnny ativo, correndo atrás da ambulância, como se aquilo fosse resolver algo. Brian estava no carro somente o corpo, já que seu olhar já não carregava esperanças. Eu me apegava a crença de que nada daquilo era real, enquanto Johnny dirigia como se sua vida dependesse daquilo. E dependia. Não conseguia nem imaginar o que eles estavam passando … aqueles cinco eram tudo um para o outro. E o Jimmy é o elo crucial entre eles … algo assim não pode ser real. 

Chegamos ao hospital seguido da ambulância e descemos todos rapidamente do carro pra ter notícias do baterista. Não foi preciso dizer nada quando os médicos saíram calmamente de dentro da van, a decepção no olhar de todos eles. Matt e Zacky já estavam lá aguardando, a apreensão estampada nos rostos deles.

— Não conseguimos trazê-lo de volta — disse um dos paramédicos, sentindo a nossa dor. Brian xingou alguma coisa sem nexo aos prantos, Johnny me abraçou chorando desesperadamente. Olhei para a ambulância e vi Jessica agarrada ao corpo sem vida do Jimmy, sem saber como parar de chorar. Matt deu um soco na parede, furioso, e Zacky começou a andar de um lado pro outro atordoado. Era isso. Nosso amigo havia ido … pra sempre. Vi um paparazzi de longe e ali eu soube que a notícia iria se espalhar. Não demoraria muito até o rosto do Jimmy estar estampado em sites de fofoca.

— Merda … a Ash! — xinguei preocupada com a Ruiva. Ela não poderia ficar sabendo pela mídia … de forma alguma! Liguei para a Ruiva sem sucesso e em seguida tentei falar com a Donna, era ela quem precisava contar. 



Manhattan, Nova Iorque, 17:30

Donna? Donna, é a Sarah. Por favor, onde está a Ash? — Sarah exclamou ofegante, assim que eu atendi.

— Oi Sah! A Ash está no banho, subiu tem uns cinco minutos. Está tudo bem? — perguntei preocupada com o tom urgente dela. 

Não. Merda, como eu vou dizer isso …? — ela disse perdida e meu coração apertou — O Jimmy morreu, Donna. Não sabemos ainda a causa, nem como foi … o Brian e a Jess encontraram ele morto em casa. 

Meu Deus! — disse num sussurro, imaginando a dor deles.

A mídia já está sabendo … a banda está fazendo o pronunciamento agora. A Ash não pode ficar sabendo pela internet, entendeu? É … demais, simplesmente demais! — ela disse com a voz emocionada. Era visível que ela estava segurando o choro e eu não estava diferente … um menino tão jovem, com a vida nas suas mãos, com tanto a conquistar … havia partido. 

— Eu vou falar com ela, Sarah … eu sinto muito por isso. Nem consigo imaginar a dor de vocês — disse verdadeiramente abalada. 

Eu ainda não estou acreditando, Donna. Está um caos aqui, eu … eu não acredito que ele se foi — Sarah começou a chorar.

— Eu sei, menina. É muito cedo — disse chorando também. Jeff apareceu na sala e me encontrou sentada chorando no telefone. Seu olhar de alerta apareceu imediatamente e ele se sentou ao meu lado.

Sim. Não era pra ser. Que merda! — ela fungou — Preciso ir, Donna. Johnny está pior que eu e ainda temos muitas coisas pra lidar aqui. A família dele acabou de chegar.

Vai lá, Sarah … fique com eles. Eles precisam de você. Eu vou cuidar da Ash, fique tranquila — Afirmei segurando as lágrimas. 

Obrigada — ela agradeceu e desligou. Desliguei e olhei nos olhos azuis do Jeff.

— O que houve? — ele perguntou preocupado.

— O Jimmy morreu — disse de uma vez e os olhos dele arregalaram. Antes que ele pudesse responder algo, fomos interrompidos.

— AAAAAAAAAAAH! — ouvi o grito agudo da Ash no segundo andar e me levantei imediatamente, correndo para o quarto dela com Jeff. Não, não não, não! Ela não pode ter visto, ela não pode ter visto!



Manhattan, Nova Iorque, 17:25

Você é doente. Como consegue postar uma foto dessas enquanto seu “grande” amigo está morto? O Jimmy não merecia isso!

Li e reli a frase que cortou meu coração milhões de vezes. Jimmy estava morto? Aquilo era real? Não podia ser, não podia ser! Ele estava bem na semana passada, ele estava aqui, comigo! Aquilo não era real! 

Aquele comentário estava nas fotos que eu havia postado há alguns minutos, dentro da banheira, toda boba com minha gravidez, comemorando estar em casa. A foto só continha comentários falando sobre minha frieza e a morte do Jimmy. A morte do Jimmy. Como assim? Ele estava vivo!!!

Respondi o comentário infeliz, dizendo que meu amigo estava vivo e que aquilo era uma completa brincadeira de mal gosto. Minimizei a página desacreditada e pesquisei no Google, torcendo para que aquilo fosse uma grande pegadinha. Meu coração estava a mil, minhas mãos tremiam, eu não conseguia respirar direito, mil coisas se passavam na minha cabeça e parecia que o tempo de carregar as notícias simplesmente não passavam. Meu celular começou a travar e eu xinguei, saindo da banheira irritada demais para ficar parada. Vesti o roupão com pressa, me secando de qualquer jeito e tentei carregar a página novamente. 

Meu mundo caiu quando eu confirmei a notícia. Ele havia partido. Meu amigo havia ido … o nome dele já estava em todos os jornais, a foto da ambulância em sua casa já estava estampado em todos os lugares. “The Rev morre aos 28 anos”, era o que todos os jornais anunciavam. Por que não me contaram? Por que não me ligaram? Por que ele se foi?!?!? Minha cabeça começou a doer e minhas mãos tremiam como vara verde. Senti uma fisgada no meu ventre e meu coração se apertou. 

— Não, esse não é um bom momento para vocês me assustarem — murmurei me apoiando na bancada do banheiro. A dor começou a aumentar e eu gemi, me contraindo, como se aquilo fosse resolver algo — Isabella e Niccolangelo, fiquem aí! Vocês não vão sair! 

Já era. Eles iam sair, eu sabia disso. Eu sentia isso. A dor dizia isso. E o pior é que eu não sabia se sentia mais dor por mim, pelo Jimmy, ou pelo que estava acontecendo naquele momento. Eu estava entrando em trabalho de parto?! Não, meus filhos não iam nascer no dia em que o Jimmy morreu. Eu precisava vê-lo! Eu precisava ter certeza que aquilo era real. 

A dor piorou e eu gemi mais alto, não suportando a dor e me encolhendo ainda mais. Senti um líquido saindo de mim e ali entendi que a bolsa havia estourado. 

— Vocês não vão sair! — gritei furiosa e olhei para minhas pernas, me assustando ao ver a quantidade de sangue. Eu não estava parindo, eu estava perdendo eles — AAAAAAAAAAAAAAAHHH! 

— Ashley! — ouvi o grito da minha mãe de longe e seus passos na escada. A dor piorou e eu só conseguia olhar o sangue escorrendo por minha perna, a dor me consumindo. Minha mãe e meu pai entraram no quarto afobados poucos segundos depois e eu chorava desesperada — Não, Ashley! NÃO! 

— Me ajuda! Eu estou perdendo meus bebês! — gritei chorando. Não sei se pela dor, pelo Jimmy, pelo sangue ou pelo desespero, eu apaguei, antes que eles pudessem me pegar. Cai no chão sozinha, a tempo o suficiente para sentir o vazio e o frio. Sozinha, com o coração gelado e o ventre vazio eu fui com a escuridão.


Notas Finais


Por favor, não me matem. Mas se quiserem, façam isso pelos comentários os lá no meu Instagram hahaha 🙏🏻❤️


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