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História Welcome to the West - Interativa - Rastro de maldade


Escrita por: TBond

Notas do Autor


Boa noite, vaqueiros!
Desculpem pela ausência mas este cowboy caiu do cavalo! Não literalmente falando, mas sofri um pequeno acidente e fiquei com a mão imobilizada por 1 mês! Por isso a demora em postar um capítulo novo.
Fiquem tranquilos, vaso ruim não quebra.
Este final de semestre é muito corrido, mas eu garanto não demorar tanto para postar o próximo capítulo.
Não desistam de mim!!!

Capítulo 5 - Rastro de maldade


Fanfic / Fanfiction Welcome to the West - Interativa - Rastro de maldade

Assim que chegou na cidade, Marshall adentrou na delegacia. Suas esporas faziam barulho conforme seus pés pisavam no chão de madeira que rangia e denunciava sua presença.

O xerife James ouvia atento os planos de Matthew para adentrar com segurança no território montanhoso. Ambos passaram o dia todo analisando o terreno e preparando uma rota segura para as montanhas.

Com o som dos passos de John, James olhou para a porta e assim que percebeu que era Marshall se colocou de pé para cumprimentar o homem.

― Como vai, John? - James possuía um aperto de mão firme, assim como Marshall.

Tobias estava quase cochilando na cadeira, mas o som da voz grave do xerife fez ele se endireitar e arrumar o chapéu na sua cabeça.

― Bandidos invadiram minhas terras esta tarde e atiraram em Francis. Por sorte ele ainda está vivo. Preciso de ajuda para encontrá-los! - John não era um homem de rodeios, por isso foi logo contando o que havia acontecido.

O xerife respirou fundo e pegou seu chapéu preto e colocou na cabeça. Ele conhecia Marshall e sabia que para ele ter ido solicitar sua ajuda, aquilo significava que eles deveriam partir atrás dos rastros deixados pelos bandidos imediatamente.

― Estou farto destes bandidos! - Enquanto pegava sua arma, James bradava.

― O rastro deles leva direto para as montanhas! Espero conseguir pegar o maldito que atirou no velho Francis. - Marshall comentava enquanto observava o xerife se preparar para as buscas.

Tobias estava confuso. Ele se levantou rapidamente da cadeira em que estava e também preparou sua arma, mesmo que a contragosto. Ele havia ganhado a arma de seu pai e a carregava por todos os lados, porém esperava não precisar fazer uso dela.

Lembranças e memórias terríveis invadiram a mente do rapaz por um segundo.

― Colocaremos seu plano em ação, Matthew! - James avisa o mercenário que dá um pequeno sorriso.

Ele estava ansioso para começar uma perseguição. Na verdade, seu interesse maior estava na recompensa que receberia ao final daquele trabalho.

― Já era hora de um pouco de ação! - Matthew é o primeiro a sair e montar no seu cavalo.

Tobias balança a cabeça afastando aquelas lembranças e tenta se concentrar na missão. Aquele não era um momento apropriado para perder o foco.

 Os homens saem da delegacia e montam em seus cavalos.

Victória, que observava de longe a movimentação da delegacia, se esconde atrás de uma carruagem quando Marshall e os outros saem galopando apressados para o leste de WildWest, deixando apenas um rastro de poeira pelo caminho.

― O que será que aconteceu para eles saírem assim?

A bela mulher se perguntava enquanto observava o grupo se afastar cada vez mais da cidade.

Aquela era a oportunidade ideal para caminhar próximo ao banco. Sem nenhum homem da lei por perto, Victória estava livre para bisbilhotar o lugar sem levantar qualquer suspeita.

― Preciso ser rápida e programar o assalto antes que eles retornem.

A mulher caminhava pela rua e analisava bem as entradas e saídas do banco de WildWest. Suas ações tinham que ser minuciosamente ensaiadas.

Nada poderia dar errado no dia do assalto.

E, a depender da sorte de ter o xerife longe da cidade, ela assaltaria o banco na manhã seguinte.

 

[...]

 

Enquanto isso, na casa do prefeito, os empregados preparavam todos os detalhes conforme as ordens do patrão.

O jantar com os Clark deveria ser perfeito. No fundo, Billy queria impressionar Anna e, ainda, causar uma boa impressão para o pai da moça.

― Senhor, a família Soares acaba de chegar!

Uma mulata avisou o prefeito que estava em seu escritório fumando seu cigarro enquanto lia alguns documentos.

― Leve-os até a sala, já estou indo recebê-los.

Billy nem olha para a emprega ao falar, apenas faz um movimento com as mãos ordenando que ela se retirasse dali. Ele era extremamente racista e não fazia a menor cerimônia para esconder isso.

Apagou o cigarro no cinzeiro, organizou os papéis dentro de uma gaveta e se levantou. Aproveitou para alinhar o terno e a gravata borboleta em frente ao espelho antes de seguir para a sala onde os convidados daquela noite estavam esperando.

Berta estava muito animada com o convite do prefeito para o jantar. Sua família era muito tradicional e junto com os Harrys foram os fundadores de WildWest. Logo, Billy também aproveitou a ocasião para estender o convite do jantar para os amigos.

― Sempre tão deslumbrante... - O prefeito se referia à Berta que estava em pé olhando algumas gravuras de cavalos penduradas na parede da imensa sala.

A loira usava um vestido verde e ostentava um belo colar de pérolas. Ela sorri com o comentário do velho amigo e estica a mão para ele lhe beijar.

― E o senhor nunca perde a chance de elogiar uma dama! - Berta sorri com a pequena cócega que a barba de Billy causa ao tocar sua pele.

O homem apenas sorri com o comentário da garota. O senhor e a senhora Soares cumprimentam o prefeito e, antes mesmo de Harrys tomar seu assento no luxuoso sofá, o mordomo da casa entra na sala acompanhado dos Clark.

Billy não consegue esconder o largo sorriso que se forma em seus lábios com a chegada de Anna. Desde que a conheceu no banco, não consegue decifrar o que aquela mulher é capaz de despertar nele.  

Arnold estava visivelmente contrariado em comparecer àquele jantar. No entanto, como iriam tratar de negócios, não poderia negar o convite do homem mais poderoso de WildWest.

― Sejam bem vindos! - Billy aperta a mão do banqueiro.

Anna se aproxima e percebe estar sendo observada dos pés à cabeça pelos olhos curiosos de Berta. Ela volta a si quando o prefeito segura sua mão carinhosamente e deposita ali um beijo demorado.

― Se me permite dizer, a senhorita está linda! - O prefeito surpreende Anna com aquela declaração.

Ela afasta sua mão da dele assim que percebe o olhar de desaprovação de seu pai.

― Os cavalheiros aceitam um drink antes do jantar? - Billy caminha para um canto da sala onde estava disposta uma mesa com várias garrafas de whisky e copos.

Os convidados se acomodam no sofá e o prefeito Harrys serve um copo de Whisky para os homens presentes.

Eles começam a falar sobre negócios, mas o prefeito parecia mais interessado em observar as feições e os detalhes do rosto de Anna. Por sua vez, ela parecia muito interessada na conversa dos cavalheiros do que na senhora Soares comentando sobre os novos tecidos que comprou naquela tarde.

Billy e Anna trocavam olhares ainda que de forma discreta e totalmente despretensiosa. O prefeito só retira os olhos de Anna quando, sorrateiramente, o mordomo adentra no cômodo, se aproxima e cochicha algo em seu ouvido.

― Se me dão licença, preciso me ausentar por alguns minutos. Serei breve! – Harrys se levanta com um semblante estranho e sai da sala com passos apressados, deixando os convidados conversando entre si.

Todos na sala sabiam como a vida do prefeito era agitada e sempre tinha assuntos da prefeitura e dos negócios particulares para resolver, por isso, ninguém estranhou o ocorrido.

No entanto, Billy parecia estar zangado, não só por ser obrigado a se retirar, mas pelo fato daquela pessoa ter aparecido em sua casa.

Ao entrar no escritório, o prefeito avista a figura de um homem em pé, aguardando-o para uma conversa nada agradável.

― O que você está fazendo aqui? O combinado era você vir apenas quando eu te chamasse. - O prefeito se aproxima e se senta em sua poltrona atrás da mesa.

― Tivemos um imprevisto, senhor Harrys. - A voz grave e rouca daquele homem era naturalmente intimidadora.

― O que foi dessa vez? Colocaram fogo em outra igreja? Sabe quanto aquela sua brincadeirinha vai me custar? - Billy estava nervoso e se mostrava meio contrariado em manter aquele diálogo.

O homem se aproxima da mesa e não demonstra estar intimidado com o tom zangado do prefeito.

― O seu amigo não estava quando fomos visitá-lo. Então pegamos um dos cavalos dele para despistá-lo. Agora temos só que esperar ele seguir o rastro errado. - O homem misterioso parecia saber o que estava fazendo para controlar a situação.

Billy sabia que John Marshall seria uma pedra em seu sapato, ainda mais quando estava tão perto de concluir seus planos para finalmente fechar negócio com a ferrovia.

― Você fez bem, Tom! Mantenha Marshall fora da nossa cola. Em último caso, você sabe o que deve ser feito...

Com aquela última frase, Thomas acaba dando um leve sorriso. Há tempos ele esperava a oportunidade de acertar uma bala no meio da testa do caçador de recompensas.

― Agora vá embora e me deixe aproveitar o jantar com meus convidados! – Billy se levanta e caminha até a porta, abrindo-a e dando passagem para Thomas sair.

O prefeito observa o homem caminhar pelo corredor e aproveita a oportunidade para voltar ao seu escritório e pegar o cronograma da comemoração que estava planejando para o próximo final de semana na cidade.

 

[...]

 

A noite estava agitada, como sempre, no Saloon da cidade. O detetive Holtz não estava acostumado com esse tipo de estabelecimento na cidade grande. Mas o homem havia gostado. Ainda mais com uma comida tão boa quanto aquela servida por Eve.

― Esperto que esteja gostando! - A doce jovem estava com um amigável sorriso nos lábios.

Eve era grata pela ajuda de Holtz com o cavalo e a carroça. Por sorte, Lily não tinha dado nenhuma bronca na moça pelos ovos quebrados. A senhorita Stuart se preocupava mais com o bem estar das pessoas, ainda mais quando se tratava de seus empregados.

― O jantar estava ótimo! - Ele agradece e toma mais uma dose de Whisky.

Holtz já havia perdido a conta de quantos copos havia virado. Talvez por isso estivesse tão alegre. Depois da morte de sua esposa, o homem não conseguia mais sorrir como antes. Apenas o álcool era capaz de fazer o riso retornar para os seus lábios.

Eve era perspicaz e notou que o homem estava exagerando nas doses. Muito preocupada e atenciosa, a bela garçonete toma a liberdade de sentar-se junto do detetive na mesa.

― O que um homem como o senhor veio fazer em WildWest? - Ela questiona curiosa enquanto aparta o copo de James Holtz discretamente.

Ele já estava desatento e nem notou a ação planejada da jovem.

― Sou um detetive, senhorita! Detetives investigam... - Ele diz em tom de brincadeira e ri consigo mesmo. ― E o que uma jovem como você faz por estas bandas? - Ele devolve a pergunta para ela.

Eve respira fundo, aquela pergunta lhe fez lembrar de algo que machucava seu coração. Mas aquela era sua sina. Pensou que talvez o detetive pudesse ajudá-la. Afinal, não custava nada tentar.

― Estou à procura do homem que matou meu pai. Tudo indica que ele veio para a fronteira. Espero um dia descobrir quem é o desgraçado. - Havia um certo rancor no tom de voz da garota.

Aquele assunto a deixava irada. Seu único desejo era conseguir encontrar aquele sujeito para então livrar-se dele com suas próprias mãos.

Holtz estranha o tom de voz e a expressão que tomara conta do rosto da gentil e doce Eveline. Agora ela transbordava rancor e ódio. Mais do que ninguém, o detetive sabia que vingar-se não traria seu pai de volta.

Naquele momento, o detetive percebe que ele não era o único a carregar dentro de si algo que o machuca e corrói por dentro.

― Respeito a sua dor, mas você não precisa sujar suas mãos para ter a justiça que procura! - Holtz coloca sua mão sobre a mão de Eve, sem se dar conta do quão íntimo aquilo poderia soar.

A garota observa o gesto despretensioso do detetive e sorri. Ele era um bom homem, só parecia um pouco perdido.

Depois de alguns segundos em silêncio, e sentindo-se sem jeito pelo contato, Holtz afasta vagarosamente sua mão. Para quebrar o clima constrangedor que estava começando a se formar entre eles, o detetive resolve oferecer sua ajuda para Eve:

― Depois de terminar minha investigação sobre o prefeito, posso ajudá-la com o assassino de seu pai.

Eveline se surpreende pela atitude dele. Ela não esperava que o detetive se comprometeria a ajudá-la sem que ela antes solicitasse.

Sentado no balcão e atento à conversa, Roger termina de beber seu whisky e pede outra dose para Lily que prontamente o atende.

Com o copo na mão, Roger se levanta e se aproxima da mesa do detetive.

― Desculpe a intromissão, mas o senhor disse que é detetive, certo? - Ele mantinha um tom de voz sereno e um olhar determinado.

Eve olha surpresa para Roger. Ela não esperava que alguém estivesse prestando atenção neles. O detetive apenas assente com a cabeça.

― Se o senhor precisar, pode contar com minha ajuda! - Roger se oferece para colaborar nas investigações.

Holtz sabia reconhecer um homem determinado e disposto a ajudar. E aquele rapaz parecia ser esse tipo de homem.

― Sou James Holtzmann! Vou precisar de um bom vaqueiro para me auxiliar na cidade. Bem-vindo ao time! - O detetive estende a mão para um cumprimento.

― Roger Monroe!

Eles se cumprimentam e Holtz convida Roger a se juntar à ele na mesa. Eve se levanta e volta para o balcão, deixando os dois conversando em particular.

Era melhor o prefeito se preparar, porque Roger e Holtz uniram forças e poderiam se tornar um problema muito maior do que John Marshall ameaçava ser. 

 

[...]

 

Perto dali, em outro canto do Saloon, Mathias e Manson dividiam a mesa de jogos com outros homens.

Eles jogavam cartas e apostavam tudo o que tinham, e o que não tinham também. No velho oeste, muitos homens chegavam a perder tudo em mesas de jogos, muitos perdiam até suas próprias vidas.

 ― Hoje é meu dia de sorte! “Full House”! – Mathias grita e joga as cartas na mesa.

Alguns homens que estavam jogando acabam desistindo e saindo da mesa de apostas. Enquanto alguns resmungavam da falta de sorte, Mathias recolhia o dinheiro que havia ganhado naquela rodada.

― Alguém mais vai querer perder dinheiro hoje? - O barista perguntava com um tom convencido e autoconfiante. Ele estava muito confiante em sua vitória na próxima rodada.

Manson não gostava de perder, mas gostava ainda menos de ser desafiado. Outro forasteiro também aceitou o desafio e sentou-se à mesa junto dos dois.

― Façam suas apostas! – Mathias dizia enquanto colocava algumas moedas na mesa.

Manson e o outro forasteiro faziam o mesmo. Após depositarem suas moedas, as cartas foram distribuídas.

Mathias observava as cartas que tinha em sua mão e fazia sua jogada, descartando e pegando outra carta do monte. Na sequência, os outros jogadores faziam o mesmo.

O pianista tocava uma música animada enquanto os homens se divertiam jogando, bebendo ou se agarrando com alguma prostituta do Saloon.

Mary caminhava pelo Saloon e dançava para alguns clientes em troca de algumas moedas de prata. Michele analisava cada um dos clientes daquela noite. Para infelicidade da garota, Rodney não havia aparecido e pelo avançar das horas, nem iria aparecer.

Com certo exagero, Manson acaba batendo na mesa de apostas para comemorar sua vitória.

― A sorte mudou de lado! – Manson recolhia as moedas e junto delas um mapa, que também fora apostado naquela rodada pelo outro forasteiro.

Mathias revirou os olhos e se levantou revoltado por perder a última rodada.

Intrigado com o mapa, Manson questionou o forasteiro a respeito:

― O que esse mapa tem de tão valioso?

O forasteiro se aproxima dele e cochicha em seu ouvido:

― Um tesouro!

Os olhos do assassino de aluguel já começam a cintilar com aquela informação. Havia um X destacado no mapa e, com certeza, ali Manson poderia encontrar um bom valor em moedas.

Animado com a nova conquista, o homem pede uma bebida para Michele.

 ― Gostaria de comemorar comigo?

Os olhos maliciosos do homem provocavam a garçonete. Ela se aproxima dele e sorri. Michele gostava desses joguinhos.

― E o que tenho para comemorar?

Manson a puxa para perto de si, segurando firme em sua cintura.

― Não precisamos de motivo. Mas se você quiser um, eu posso te contar quando estivermos no quarto.

As palavras de Manson causaram uma euforia desconhecida no corpo da moça. Apesar disso, ela preferia fazer jogo duro e não ceder àquela conquista barata.

― Você deve estar me confundindo com uma daquelas meninas!

Michele aponta para as prostitutas dançando e se agarrando com outros clientes.

Manson, ainda com os braços entrelaçados na garçonete, a encara e repentinamente se afasta dela e começa a caminhar até as prostitutas.

Ela não parecia nada satisfeita com aquela atitude dele. Ficou observando o homem se aproximar de Mary e a pegar no colo.

Aquela foi a primeira vez que Michele experimentou a indiferença de alguém. Mais do que isso, era a primeira vez que ela estava experimentando um sentimento conhecido por todos como: ciúmes!

Mary sorria nos braços dele e não demoraram a subir as escadas a caminho do quarto.

Manson olhou para a direção de Michele.

A garçonete apertou o pano em sua mão e voltou para o balcão com um semblante de poucos amigos.

 

[...]

 

Na fazenda Marshall, Nahimana continuava a trocar o pano úmido da testa de Francis. Por vezes, ela checava o curativo com cuidado.

Da cama, ela observa o céus estrelado daquela noite.

Era um milagre aquele homem estar vivo. Por coincidência, ou por puro destino, ela estava no lugar e hora certos.

― É preciso mais que... um bala para me matarem...

A voz ainda fraca de Francis tira Nahimana de seus pensamentos.

― Não se esforce!

A mulher limpa o suor do rosto do velho e ele segura seu braço.

― Obrigado...

Francis sussurra com um pouco de dificuldade e sorri sem mostrar os dentes.

Nahimana se surpreende com a atitude e sorri de volta. A gratidão era um sentimento muito nobre. E ela admirava isso nas pessoas.

 ― O seu amigo foi à cidade. Ele não deve tardar a retornar. Enquanto isso, ficarei aqui para cuidar de você.

Ela avisa ao homem e trata de tranquilizá-lo.

― Tenho pena daqueles homens...

Francis comenta.

A negra fica sem entender o que Francis quis dizer com aquilo e ele percebe pelo semblante confuso dela.

― John vai matá-los!

Nahimana sabia que nos olhos daquele homem havia o desejo por vingança. Mas ela não poderia julgá-lo, não quando em seu peito também carregava aquele sentimento.

― Então vamos torcer para que ele fique bem!

Ela se levanta e ajeita a coberta sob o corpo do velho.

Francis estava exausto e não demorou a cair no sono novamente.

 

[...]

 

Mérope jantava na imensa sala da fazenda. Desfrutava de uma farta ceia e se deliciava com o frango preparado pela cozinheira.

Repentinamente, um cheiro desagradável toma conta do ambiente. Era de causar náuseas.

Quando Mérope levanta a cabeça, observa Arthus se aproximando. Aquele mau cheiro vinha dele. Era o cheiro do estrume que ela havia jogado no celeiro mais cedo.

  Arthus estava furioso por ter que limpar aquela sujeira feita pela patroa.

― Mas como você se atreve a entrar na minha casa com esse mau cheiro?

Mérope joga o pano que usava para limpar os lábios em cima da mesa e se levanta furiosa.

― Saia daqui agora!

Arthus ignora a ordem a patroa e continua a caminhar para dentro da sala, se aproximando dela.

― Eu vim lhe avisar que o celeiro já está limpo!

O tom de voz dele era sarcástico e ele parecia estar provocando a mulher. Nunca em toda sua vida alguém havia lhe humilhado tanto.

― Vá embora, seu imundo!

Mérope aponta para a saída mas é surpreendida quando Arthus segura seu braço e a traz para perto de si.

O semblante furioso da mulher se transforma em um semblante assustado pela atitude do caseiro.

― A senhorita deveria ser um pouco menos rude com as pessoas! E menos desastrada.

Ele a encara por um instante e sente o aroma suave que exalava do corpo dela.

― Da próxima vez eu posso não estar disposto a limpar a sua sujeira!

Arthus se aproxima mais e um pensamento imprudente ronda sua mente.

Por sua vez, Mérope estava silente. Assustada demais com aquela aproximação para dizer alguma palavra que fizesse sentido.

Agora, ambos não mais se encaravam nos olhos. Arthus se pegava imaginando qual seria o gosto daqueles lábios. E Mérope sentia-se arrepiar só de imaginar aquela barbar rala roçando em sua pele.

De súbito, Mérope o empurra para longe.

― O senhor não pode falar assim com sua patroa!

Ela fala de forma ríspida.

Arthus revira os olhos. Afinal, onde estava com a cabeça para cogitar beijar uma mulher como aquela?

― Eu só vim avisar que o trabalho de hoje acabou! Passar bem.

Sem esperar qualquer resposta por parte da patroa, o caseiro deixa a sala de jantar e segue para sua humilde residência aos fundos da casa grande.

Arthus seguia resmungando imaginando que deveria estar louco por se sentir atraído pela patroa.

― Louca! Histérica! Insuportável!

Aqueles eram os primeiros adjetivos que lhe vinham à mente quando pensava em Mérope.

 

[...]

 

Shada havia passado o dia à procura de uma fonte de água. Por sorte ela acabou encontrando um pequeno riacho próximo da mina abandonado.

Provavelmente era lá que os mineiros abasteciam a mina.

  Com o cair da noite, a mestiça procurava por roedores pela montanha. Apesar dos perigos, Shada era astuta e conhecia alguns truques de sobrevivência em território hostil.

Vozes chamaram a atenção da moça, que seguia cuidadosamente na direção de onde elas vinham. Shada não esperava cruzar com nenhuma pessoa no meio das montanhas.

Entretanto, para surpresa dela, havia um grupo de homens reunidos ali.

Escondida entre as rochas, a moça espiava o que se passava naquele acampamento.

― Está se divertindo em WildWest, Rowdy?

Um homem barbudo com um chapéu pontudo questionava para o rapaz que estava sentado próximo à fogueira.

― Ás vezes!

O rapaz responde sem muita empolgação e os demais homens começam a rir.

Todos ali sabiam que Rowdy possuía uma queda pela dona do Saloon da cidade. E eles só esperavam a primeira oportunidade para se divertirem com a situação.

Shada se aproxima mais para observar de forma mais detalhada o que se passava.

― O que foi isso?

Rowdy escuta o som de algumas pedras e se levanta assustado.

Um dos capangas do grupo que estavam de vigilância se aproxima.

― Temos companhia!

Ele avisa para o grupo e todos pegam suas pistolas. Aqueles homens não estavam de brincadeira. Gangues como aquela sempre estavam prontas para o tiroteio.


Notas Finais


E aí? Quem se arrisca a dizer o que vem por aí?


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