História Well, You Just Cant Tell - Jeff was my antidepressant

PDV Michelle

Acordei com uma dor de cabeça terrível devido aos raios de sol que entravam na minha janela, ou por causa da minha ressaca mesmo. Não mexi um músculo, pois não conseguia de tão cansada que estava. Meus pés doíam por causa do sapato de salto que havia usado naquela noite. Consegui virar minha cabeça para o outro lado da cama. Bill estava atirado ali de cueca e camisa social. Com muita dificuldade estiquei meu braço pra chamá-lo.

- Bill... – disse cutucando seu braço. Ele resmungou alguma coisa no qual eu não entendi e virou para o outro lado. – Bill! – falei um pouco mais alto cutucando suas costas.

- Que merda! O que?! – ele parecia estar em uma ressaca pior que a minha. Comecei a rir da cara dele. – Ah, vai se foder!

- Você é um amor, Bill... – debochei. Ele começou a acordar e olhou em volta.

- O que eu to fazendo aqui?

- Onde está o Jeff? – perguntei ignorando a sua pergunta.

- Eu não sei, por que tá perguntando pra mim que acordou agora?

- Mau humor matinal é algo lindo... – falei revirando os olhos.

- O que vocês estão discutindo? – Jeff apareceu no chão, no lado da cama. Estava só de cueca.

- Jeffrey... O que você está fazendo aí? – perguntei.

- Sei lá, vocês ocuparam a cama, eu dormi no chão.

- Ah... Não me lembro de nada. – Bill começou – Tudo de novo, de novo... – ouvi Jeff rir, deitando outra vez no chão.

- Cala a boca Bill, não aconteceu nada. Nós estávamos tão bêbados e drogados que só chegamos e fomos dormir. Pelo menos dessa vez eu lembro. – falei sentando na cama. Bill fez o mesmo e Jeff levantou.

- É verdade Bill, não esquenta a cabeça. – Jeff falou.

- Não estou com a cabeça quente, doendo talvez. Mas por que me preocuparia com o que aconteceu ou deixou de acontecer aqui? Só estou cansado de não me lembrar de nada.

- Seja lá como for, preciso ir pra casa agora... – Jeff falou enquanto catava suas roupas pelo chão, vestindo-as.

- Por que você não fica mais um pouco? – perguntei.

- Não dá... Tenho que resolver muitas coisas ainda... Os dias estão passando cada vez mais rápido, não posso deixar tudo para última hora. – ele falava triste.

- Você já vai semana que vem?

- Sim. – meus olhos encheram de lágrimas.

- Ei... Não fica assim... – Bill falou bagunçando meus cabelos.

- Você vai ficar bem...

- Eu não quero falar disso, chega.

- Bem... – Bill levantou, botando sua calça e pegando seu terno. – Eu vou indo pra casa, tenho que fazer algumas coisas por lá. Se eu não chegar antes do almoço meu pai vai me matar. Tchau pra vocês, nos vemos essa semana na escola.

- Tchau Bill. – eu e Jeff falamos juntos.

- Última semana de aula, finalmente. – falei.

- É... Acho que só vou segunda-feira, pra me despedir de todos...

- Todos?

- Eu sei que tenho poucos amigos, não precisa jogar isso na minha cara. – comecei a rir, um pouco sem vontade.

- Não estou jogando na sua cara, só fiquei curiosa... – disse dando os ombros, encarando o chão. Jeff riu, bagunçando meus cabelos com a mão.

- Vou sentir muito a sua falta. – não falei nada, apenas o abracei forte. Ele retornou o abraço, beijando meu pescoço. – Promete pra mim que você vai ficar bem, que você não vai fazer alguma bobagem?

- Jeff... Para de pedir promessas e mais promessas. Você sabe que eu vou sim ficar mal sem você aqui.

- O Bill vai ficar com você, já disse isso. Vocês se dão super bem. Acho que ele seria a única pessoa na qual eu confiaria pra cuidar de você.

- Eu sou bem grandinha pra cuidar de mim mesma...

- Você entendeu o que eu quis dizer.

- Tanto faz... Agora tudo tanto faz.

- Não fala assim... Daqui um ano a gente se vê, eu vou tentar ligar pra você de tempos em tempos, ok?

- Tá Jeff... Chega de falar disso.

- Tudo bem... Eu vou indo lá minha linda. – falou dando um beijo no topo de minha cabeça.

- Tchau Jeff...

Passei o resto da tarde trancada no meu quarto, chorando. Eu estava vendo o que iria acontecer quando Jeff partisse. Minha depressão voltaria com tudo. Querendo ou não, todo esse tempo, Jeff foi meu antidepressivo.