História We're Meant to be - We gonna be okay

Pov. Lexie

3 anos depois.

Os raios mornos laranjas do sol nascendo invadiu meus olhos e pude reparar que Mark deixou a janela aberta na noite anterior. Acho que ele foi bipado pois ouvi barulhos na madrugada e ele saiu. Me levantei e caminhei até o quarto dos gêmeos, que já estavam acordados sentados no cercadinho brincando. Eu mal podia acreditar que eles já iriam fazer tres anos, e Jenny já esta com 4.

Depois que Mark se recuperou do tiroteio, tudo passou a fluir. Confesso que eu tinha surtos muito imaturos que causavam discussões e términos constantes. Nesse tempo, após tanta tragédia que passamos, eu aprendi o sentido do valor da vida, tanto minha quanto das pessoas que eu amo, e o quanto eu sou grata pelas nossas vidas, e dos nossos filhos.

Charlie e Benjamin, o qual chamo de Ben, são idênticos. No início chegavamos até a confundi-los e dávamos banho duas vezes no Charlie, deixando Ben sem. Era engraçado.

Desci as escadas coçando os olhos, com preguiça, caminhei até a cozinha e em uma pequena xícara marrom coloquei um pouco de café puro. Tomei rapidamente e já estava na hora de me preparar para o trabalho.

Cheguei no hospital, com uma energia boa, como se houvesse algo me esperando para o dia de hoje. Espero que seja algo bom, algum caso sem solução no qual conseguiremos uma solução, coisas assim me deixam em uma energia extremamente incrível.

-Bom dia Hunt-Sorria entrando na sala dos atendentes avistando Owen Hunt e Maggie Pierce olhando notícias no celular.

-Grey-Hunt cumprimentou com uma expressão encabulada- Parece que a pista molhada fez um caminhão bater na entrada do túnel fazendo o mesmo desabar.

-Meu deus. Quantas vitmas?- disse me aproximando

-Muitas. Vou descer para o PS-Hunt se apressou e se retirou da sala junto com Pierce.

Coloquei meu uniforme e ouvi a porta abrir, e um lindo rapaz alto, com cabelos grisalhos entrou pela mesma abrindo um sorriso ao me ver.

-recebi um chamado para uma queimadura de terceiro grau, estava feia a coisa- Ele disse se aproximando e colocando suas mãos em minha cintura. Acariciei seus cabelos e olhei no fundo de seus olhos, que ficavam incrivelmente brilhantes toda vez que me via. -Eu te amo

-Eu te amo mais-brinquei dando um selinho demorado em seus lábios- Vamos, o ps ira lotar em alguns minutos.

-Pequena Grey, Pierce, Shepherd, Wilson, Karev e Sloan. Preciso de uma equipe no local, uma ambulância irá leva-los com suprimentos. Lembrem-se: triagem, primeiro socorros, e urgência vêem em ambulância.- Hunt dizia apressado lendo sua prancheta.

-Voce Vai precisar de mais alguém do trauma-Kepner disse olhando a equipe escolhida pegar a bolsa térmica vermelha com os kits básicos, como: bisturi, gaze, balão de oxigênio, tubos de vários tamanhos para entubação, alguns tipos de sutura entre outros itens.

-Preciso de você comandando o pronto socorro. Esse hospital vai estar um caos, se precisarmos de outro grupo eu mando você-Hunt disse batendo a porta da ambulância assim que entramos.

Sentei ao lado de Pierce, ficando de frente para Wilson e Karev. Mark sentou na frente ao lado do motorista. Meu coração acelerou em ansiedade para o que estava por vir, e pude sentir a adrenalina entrar em meu corpo. A ambulância balançava conforme sua velocidade aumentava, e senti um tranco me causando um frio na barriga.

-A pista tá molhada. Vai devagar, idiota- Alex murmurou revirando os olhos.

Senti outro tranco, mas dessa vez tão forte que senti meu corpo flutuar e bater do outro lado da ambulância. Macas e equipamentos flutuaram comigo, e senti o peso do corpo de Pierce se prensando contra o meu. causando uma forte pancada na lateral da minha cabeça que latejou por um instante, e tudo parou. Respirei fundo, piscando várias vezes para ter certeza que estava viva, e não em um universo paralelo como acontecem em filmes quando as pessoas morrem. Ouvi um barulho muito forte da ambulância se arrastando no chão pela lateral, e quando tentei levantar a cabeça pude reparar que estávamos de ponta cabeças.

Minha visão escureceu um pouco ao levantar a cabeça, e logo se estabilizou, avistando Alex coçando os olhos e sentindo sangue escorrer em grande volume de sua testa.

-o que... Jo, acorda- Alex disse sacudindo o corpo de Jô, e rapidamente verificando sua pulsação em em sua artéria do pescoço. Pude ver que ela estava viva pelo suspiro de alívio que Alex deu. Senti minhas pernas úmidas e pegajosas, olhei para baixo e vi uma poça de sangue se acumulando muito rápido, vindo dos cabelos de Maggie que estava caída perto de meus pés. Segurei sua cabeça, e sangrava muito, seu nariz formava uma cachoeira vermelha em cada narina. Desesperadamente coloquei a mão em seu pescoço e não havia pulso algum. Seus olhos estavam abertos e suas pupilas estavam fixas e dilatadas, isso significa que seu cérebro não possui mais atividade, ele estava morto. Por um segundo parei de respirar e minhas mãos começaram a tremer

-Lexie, me ajuda, vamos levá-las para fora- Alex disse se levantando

-Ela está morta. Ela está...- respirei fundo tentando mandar a informação para meu cérebro. Tentava manter a respiração em ritmo para não ter uma crise de Pânico, mas já era tarde, minhas mãos tremiam e eu sentia meu peito arder com dificuldade de absorver oxigênio. -Eu preciso sair daqui- disse socando a porta que não abriu- Alex eu preciso sair daqui- gritava desesperada na tentativa falha de abrir a porta e conseguir um ar.

Tentamos mais uma vez e a porta abriu facilmente como se alguém tivesse aberto, quando pude ver o céu acizentado puxei todo o ar que pude, e avistei Mark segurando a porta. Minha respiração voltou rapidamente ao ver que ele estava vivo.

Mark me olhou com um olhar de alívio, e rapidamente foi ajudar a Alex a retirar Jô, e deita-la no chão. Alex começou os primeiro socorros e Mark entrou na ambulância pegando Pierce no colo, que derrubava litros de sangue e sua roupa.

Alex pegou um kit de entubação e entubou Jô, passando para ventilação manual sua respiração. Ela estava estável, mas se Alex parasse por um minuto de apertar aquele balão inflável amarelo, Jô não receberia oxigênio e morreria.

A estrada estava deserta, não havia nada além de árvores. Não passava um só carro. Olhei diretamente para aquela ambulância de ponta cabeças, toda amassada, e senti meu coração doer. Eu não conseguia chorar, não conseguia fazer nada além de tremer e procurar um celular.

-o motorista está preso, preciso estabilizar a coluna dele, mas fica difícil de ponta cabeças- Mark refletia sozinho.

-Lexie, assume aqui- Alex disse passando o balão para minha mão e indo até a frente da ambulância ajudar Mark. Eu inflava o ar para os pulmões de Wilson, enquanto desesperadora mente digitava o número do resgate no meu celular.

Olhei para o lado e senti um nervoso ao ver o corpo de Pierce ali, estirado no chão. Coloquei minhas não suavemente em seu rosto fechando seus olhos e por um momento pedi para Deus recebê-la.

Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo. Em um momento ela estava do meu lado, saudável, viva. E em fração de segundos ela está jorrando sangue por todos buracos do seu corpo, sem vida alguma. Qual o objetivo disso? Por que o universo é tão cruel? Não creio que Pierce nasceu, teve toda essa vida, conheceu todas essas pessoas para simplesmente morrer dentro de uma ambulância na qual a levava para salvar mais vidas. não faz o menor sentido para mim.

-voce tem certeza que está bem?- Alex disse vindo retomar a ventilação manual.

-eu posso estar em choque, eu não sei, minha cabeça dói um pouco- Disse olhando Mark saindo da cabine do motorista, vindo em minha direção completamente zonzo.- Mark?- exclamei vendo ele cambalear até minha direção, e caindo no chão perdendo a consciência.

Rapidamente me dirigi até seu corpo que estava caído no chão, recuperando um pouco da sua consciência apresentando dificuldades para respirar. Ele apertou minha mão, em sinal de desespero, e senti minha mente formigar, meu coração saltar, e minhas mãos tremiam tanto que eu não conseguia acalma-lo. Rasguei seu uniforme azul marinho e seu peitoral estava praticamente roxo, com todos os sinais possíveis de tamponamento cardíaco, que ficou imperceptível devido ao choque, Mark não sentiu dor alguma.

-Alex-Gritei olhando seu peito inchar e ficar cada vez mais avermelhado.

-Tamponamento cardíaco-Ele disse com tom de desespero.

Eu sabia o que fazer. Eu só não sabia se eu tenho mentalidade para fazer isso com as mãos tão trêmulas quanto as minhas. Procurei um bisturi em alguma das bolsas na ambulância, e assim que encontrei corri até o Mark que estava na calçada.

-me desculpa-Falei derrubando uma lágrima, fechei meus olhos, dei uma breve respirada e abri seu peitoral, enfiando um tubo de 3mm liberando o sangue preso em seu coração. Minha roupa estava ensanguentada, e Mark conseguiu uma passagem de ar. Suspirei em alívio e Alex retribuiu, vendo duas ambulâncias e uma viatura policial se aproximando.

-Lex-Mark gaguejou- Obrigada pela família e pela vida...-Ele tentava dizer mas a cada engasgada, sangue saia de sua boca

-Nao fala nada. Você vai ficar bem, a ambulância está vindo-Eu disse tentando conter meu desespero.

A ambulância parou, e desceu rapidamente de dentro dela Bailey e Hunt, fazendo um olhar de desespero avistando nossa situação.

-Pierce- correu Bailey até o chão olhando para Alex, que balançou a cabeça negativamente.

Mark resmungou de dor e seu peito voltou a sangrar, e dessa vez era muito sangue. Sem conseguir pensar, pressionei o local para estancar a hemorragia, e Hunt me ajudou a colocá-lo na ambulância, que corria contra o tempo a caminho do hospital. Na outra ambulância veio Alex e Jô, e bailey ficou com o corpo de Pierce aguardando a perícia.

A ambulância se abriu, e lá estava toda a equipe, Kepner, Meredith, Avery, Robbins, Torres, Webber, uma enorme fila de médicos com um olhar extremamente devastado. Descemos da ambulância e eu não podia soltar a hemorragia, minhas mãos estavam dormentes e minha testa estava com um pequeno corte, que ardia tanto, que eu já havia esquecido, a dor já fazia parte de mim. Meredith lavou as mãos e entrou em cirurgia com Webber, enquanto Hunt se lavava. As enfermeiras colocaram minha touca lilás com manchas brancas em meu cabelo, enquanto eu não podia me mexer. Olhei para cima e vi Jackson sentado na galeria com pernas cruzadas e olhos lagrimosos.

-Grey, chama a Pierce, esse coração está em pedaços- Webber disse usando uma quantidade absurda de gaze para o sangramento -mais sucção

-A Pierce... Chame a Altman, JÁ- Gritei com a enfermeira.

Tomei um susto ao escutar o barulho do monitor que apitava em sinal de que seu coração havia parado. Puxei a respiração, e soltei com uma lágrima caindo do meu olho. Eu não podia desabar. Já passamos por eventos piores , já pensei que fosse o fim da nossa história várias vezes, e ele nunca me deixou. Não vai ser agora que ele vai me deixar. Tentava me recompor vendo Meredith dar choque em seu coração com as pás internas, mas não havia respostas.

Respirei fundo mais uma vez, tirei a mão de seu corpo, e me agachei perto de seu rosto.

-Esta tudo bem, meu amor. Você fez um bom trabalho, nós vamos ficar bem- fechei os olhos e dei um beijo em seus lábios. Meu coração doeu tanto, senti como se alguém enfiasse uma estaca dentro dele. Eu não conseguia puxar o ar, quando parei para pensar que essa era a última vez que sentia seus lábios. O monitor por um segundo ficou mudo, acariciei seus cabelos, e senti seu cheiro mais uma vez- Nós vamos ficar bem-disse encostando meu nariz no seu, me lembrando de cada segundo. Passou um Flash na minha mente, de mim tirando as roupas entrando em seu quarto. Do dia em que Mark conheceu meu pai. Do dia que ficávamos escondidos e Derek esmurrou Mark quando descobriu. Mark ia escondido quando eu morava no porão de Meredith... Nossa história foi perfeita, e ele me deu o privilégio de ter alguém como ele na minha vida. Meredith parou as compreensões me olhando com lágrimas em seus olhos

-hora da morte... 15:46-ela disse rapidamente retirando sua máscara e chorando.

Eu respirava ofegante, acariciando seus cabelos até ver a última linha sair do monitor. Agora é oficial, meu amor se foi.