História Wιηgs • Jikook - Thirty Three

A maciez sentida sob meus pés era reconfortante porém ao mesmo tempo parecia queimar como brasa. Tudo iluminado e em completa harmonia ali estava, um lugar belíssimo mas que ao mesmo tempo causava-me calafrios?

Um silêncio era predominante e qualquer passo em falso que eu desse, poderia quebrá-lo, e eu definitivamente não gostaria de ser pego e levado pelos anjos, aquilo definitivamente estava fora de meus planos.

Olhei para meu corpo e uma outra roupa estava vestido nele, algo como as roupas citadas no livro, até que então descobri do que isso tratava. Assim como na história eu teria de seguir os mesmos passos de Junk para conseguir tirar Jimin daqui, porém era de minha preferência obter um caminho alternativo e seguro primeiramente.

Algo semelhante a um enorme prédio estava próximo a mim, uma certa energia desconhecida era presente e sentida ali, seria indiferente para mim se acaso eu não tivesse ouvido aqueles gritos, a dor havia voltado. Logo deduzi que Jimin estaria aprisionado naquele lugar e, mesmo com as dores, corri até o prédio tomando os cuidados certos para passar despercebido, anjos estavam espalhados por ali, sorte a minha de não haver tantos e então assim que cheguei em frente ao local me deparei com uma enorme porta cujos detalhes entalhados nela consistiam nas cores dourado, vermelho-sangue e preto, porém, perto de onde seria a divisão das duas portas sangue verdadeiro lá estava espalhado, lembrei-me na hora do capítulo em que Junk buscou Min, suas mãos de tanto baterem e espancarem a porta vieram a sangrar, eu teria de seguir isso, eu tenho que seguir meu destino.

- JIMIN! - Gritei por seu nome mesmo sabendo que respostas não viriam, iniciei batidas na porta enquanto clamava por meu amado, seus gritos ouvidos em alto e bom som faziam meus ouvidos doerem e meu coração se partir. Suas dores eram sentidas por mim também mas no fundo eu sabia que ele estava sentido a dor maior.

Restam agora apenas 15 minutos.

- PARK JIMIN !! - Meus gritos foram ouvidos, logo anjos ali fizeram-se presentes, seus olhares de julgamento não me afetava porém toda minha raiva era concentrada neles, eles, logo eles, seres puros dos céus sequestraram meu Jiminnie e fizeram-no sofrer - O QUE ESTÃO ESPERANDO? ABRAM OS PORTÕES!

Alguns se espantaram mas outros mantinham o olhar maldoso e a posição ereta, eles me pagam!

- Você.. descendente de Junk, então já veio buscá-lo? Poderia ter ficado na Terra enquanto sofre pelo resto de sua vida - Proferiu um anjo e me vi na vontade de socá-lo mas me contive.

- Não fiquei na Terra pois vim salvar quem amo e, quem sabe, salvar não só o mundo como o seu reino e o reino de Lúcifer! - Retruquei, meu olhar de ódio era desferido a todos ali presentes, em meu pensamento todos ali estavam me julgando enquanto um anjo ali, indiferente, seus cabelos que deveriam ser louros eram castanhos e sua pele era meio morene, logo ele não possuía o mesmo olhar dos demais, olhava-me curioso até que deu um passo à frente se aproximando de mim.

- Abram os portões - Pediu o tal e os anjos que antes me julgavam, passaram a olhar incrédulo para aquele que estava indiferente de todos ali.

- Está enlouquecendo? Aquele demônio jogou-lhe uma praga por acaso? Se abrirmos os portões nós estaremos todos condenados! - Exclamou outro anjo, indignado do ato cometido por um dos seus.

- Ele não está enlouquecendo, e nem joguei praga alguma nele, apenas está fazendo o certo, coisa essa que vocês mesmos deveriam permitir! - Retruquei para todos ali, assim como Junk, eu teria de convencê-los de alguma forma para que assim eles abram os portões - Vamos, pensem! Vocês dizem querer o melhor para nós e o mundo, mas simplesmente querem torturar um pobre inocente que nos levaria a paz? - Indaguei, afinal, era um fato, seres puros torturam alguém para simplesmente seguir as tradições antigas de quem traía seu senhor, por que isso? Todos ali me encaravam, uns com olhares de espanto, outros de curiosidade porém eu percebi olhares de aprovação, eles não queriam admitir para si mesmos que era verdadeiro o que havia acabado de falar mas, por dentro, eles não queriam fazer tais coisas - Deus! Vê que preciso de sua ajuda, vamos, repense! Sabes que esse ato de torturar meu amado de nada adiantará e irá apenas atrasar-nos para a batalha que não terá novamente um vencedor… - Dei uma pausa enquanto observava o nada que havia acima de mim, o céu - Eu o amo.. assim como você amava seu filho, Lúcifer - Com tais palavras a indignação da maioria ali faz-se presente, eles jamais imaginariam algo assim, não é mesmo? - O ódio entre vocês dois é desnecessário, assim como o ódio entre mim e Jimin também foi. Duas almas que se amam não devem se odiar - Disse por fim, as palavras estavam sumindo de minha cabeça e já não tinha mais ideia de que poderia fazer para os convencer.

Eu tinha apenas mais oito minutos.

Em meio ao silêncio ali, os portões se abriram, eu não podia perder tempo então fui ajudar a empurrá-los, não tão distante de mim encontrei Park ajoelhado em meio ao sangue no chão. Por um momento meu corpo havia paralisado diante de seu sofrimento, ele sofreu por todos nós, mas não demorei para correr em sua direção e, mesmo reclamando das dores, peguei-o no colo. Em apenas tão poucos dias ele havia ficado assim, e eu pensando que meu estado estava péssimo.

- Jimin.. meu amor? - Chamei-o docemente e pude apreciar suas orbes, agora azuis, ficarem visíveis assim que abriu os olhos, em meio a tantos machucados e dores, ele continuava belo.

- Jung-g-kookie - Chamou-me de volta.

- Eu estou aqui, cuidarei de você e tudo ficará bem, okay? - Por fora eu aparentava estar calmo, porém todo meu ódio fulminava em meu interior, ódio daqueles que o prenderam ali, sequestraram-no e o fizeram sofrer.

Ele acenou com a cabeça e se aconchegou em meu peito, Park estava sem sua blusa então pude observar o quanto seu corpo estava machucado, em suas costas dois cortes profundos jaziam nelas, aquilo doía em mim. Lágrimas escaparam de meus olhos sem que eu quisesse, olhei irritado para todos os anjos ali que encarava-nos com um semblante de pena.

Meu tempo estava acabando então aproximei Jimin mais ainda de meu corpo e abracei-o, por mais que doesse em mim eu o apertei, teria de fazer isso e caso não o fizesse a nossa volta não daria certo.

- Confie em mim meu anjinho, estaremos bem em breve - Disse a ele que, como estava sem forças, apenas acenou novamente.

- Nos veremos de novo em breve - Avisei aos anjos ali presentes com a voz autoritária e então, como Namjoon informou-me, concentrei-me visualizando meu quarto, a imagem era nítida e todo meu esforço estava sendo colocado ali, ouvo um grunhido de dor por parte de Jimin, desculpe pequeno porém é necessário. Apertei-o mais ainda e então o mesmo clarão fez-se presente, mandei Park fechar os olhos assim como eu e a primeira coisa que senti foi um estofado confortável e quentinho sob minhas costas, Jimin ainda estava em meus braços, eu consegui?

Continua?