História What am I to you? - Stay With Me

"Your company makes me weak, but in a good way"
 

Saí do quarto, e mesmo que todos os músculos do meu corpo dissessem para correr, minhas pernas tremiam, as palavras que eu havia acabado de dizer giravam na minha cabeça como um furacão. Encarar ele de frente daquela forma... Eu nunca pensei que fosse capaz de fazer aquilo. Se eu voltasse no tempo e dissesse à JungMin de dois anos atrás que ela enfrentaria Park Chanyeol da forma que eu enfrentei, ela nunca acreditaria.

As lágrimas não paravam, mesmo que eu tentasse, era uma mistura de felicidade, alívio, raiva, satisfação, e talvez até um pouco de medo. Comecei a correr pelo corredor, passando direto pela sala, e ouvindo Eunseok chamando meu nome em um tom preocupado, mas a ignorei, minha cabeça estava tão cheia, eu estava tão desesperada para sair dali que nem me preocupei em olhar para trás. Atravessei a porta da frente, correndo até a calçada para pegar o primeiro táxi que passasse, e não demorou muito até que um aparecesse. Peguei-o, dizendo o destino, e seguindo uma viagem silenciosa por minha parte, ao som de música britânica dos anos 60.

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Narrator's POV

A sala estava silenciosa, todos se entreolhavam, sem saber o que fazer. A Irmã mais nova da garota de cabelos verdes que havia acabado de sair pela porta parecia prestes a ter um colapso, enquanto o namorado tentava acalma-la, passando as mãos pelas costas dela é perguntando se ela queria que ele fosse atras de Jungmin.

Um barulho alto foi ouvido do quarto de porta branca no fim do corredor. Um grito, acompanhado de um barulho de algo sendo pressionado contra teclas de piano violentamente. Baekhyun levantou-se, indo, em passos apressados e aparentemente furioso até o quarto, abriu a porta, dando de cara com o ruivo debruçado em cima das teclas do único instrumento na sala. 

- Você já sabia que isso aconteceria. - ele disse, firme. - você sabia que teria um dia que ela iria explodir de novo. Chanyeol, Jungmin não é uma criança, ela pode até ser paciente, e pode até ter engolido você durante todo esse tempo, mas ninguém consegue suportar tudo por muito tempo.

- Por que essa é a única coisa que você consegue dizer? - ele disse, ainda com a cabeça baixa. - Por que você so consegue vir até mim e falar comigo quando é pra jogar na minha cara um grande "eu te avisei"??! - levantou a cabeça, mostrando deus olhos vermelhos pelas lágrimas.

- Porque eu sou seu amigo, e é isso que amigos fazem. Você, mais do que ninguém, sempre soube que a partir da morte dela, eu comecei a ver as coisas de outra forma. Comecei a ver as coisas da forma certa. - o pequeno o encarava firmemente, sem desviar o olhar, e Chanyeol também fazia o mesmo. - Siga em frente, Park. Nenhum de nós é mais criança. Sabemos o que é certo e errado.

O ruivo parou por alguns segundos, respirando fundo. Levantou-se devagar, empurrando o banquinho do piano e ficando de pé, andou até o mais velho, pegando em seu rosto e levantando-o, de forma que os dois ficassem face-a-face. - a partir de hoje, eu vou mudar, e você vai ser a primeira parte dessa mudança.

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Jungmin's POV

O carro parou em frente ao meu prédio, e tudo o que eu queria era entrar naquele lugar o mais rápido possível, me deitar na cama, e só levantar quando aquele pesadelo tivesse terminado. Sem que eu percebesse, as lágrimas voltaram. Abaixei a cabeça, segundo pela portaria sem cumprimentar o porteiro, o que ele achou estranho, porque eu sempre o cumprimentava e falava com ele, não tinha motivos aparentes para não fazê-lo.

Fui até o elevador, apertando incessantemente o botão para que ele chegasse logo, como se aquilo fosse ajudar de alguma forma. Ele finalmente abriu, mas antes de eu conseguir entrar, esbarrei em alguém, que segurou meus ombros, chamando meu nome em um tom interrogativo. - Jungmin?

Namjoon.

- Hey, você está chorando? - seu olhar era preocupado. - vim aqui porque recebi uma ligação da sua irmã extremamente preocupada porque você saiu da casa dela sem falar uma palavra. - ele limpou minhas lágrimas com o polegar enquanto segurava meu rosto de forma delicada. - vamos subir e falamos sobre isso, tudo bem? - na verdade, tudo o que eu queria naquele momento era ficar sozinha, mas isso era porque eu não havia cogitado na possibilidade de encontrar com Namjoon. Apenas olhar para ele, de alguma forma, me deixou mais calma. Subimos de elevador até meu andar, em um silêncio mortal. Chegamos até o apartamento, e eu apenas entrei e segui direto até meu quarto, sendo seguida por ele. Sentei-me na cama, e ele se sentou na cadeira do computador de frente pra mim. Olhei para cima, suspirando fundo e vendo toda a cena do que havia acabado de acontecer passando pela minha mente, como um filme.

- O que aconteceu? - ele perguntou, seu olhar ainda estava apreensivo, e eu achava lindo a maneira como ele se preocupava demais com as pessoas.

- Me desculpa... - abaixei a cabeça, sentindo as batidas do meu coração ficando mais lentas, mais calmas. - eu fui até a casa de Chanyeol... - olhei para frente, vendo sua expressão preocupada transformar-se em um olhar surpreso e incrédulo. - calma, eu apenas conversei com ele. - mesmo com essas palavras, ele ainda continuava com a mesma expressão no rosto.

- Sobre o que vocês conversaram? - ele franziu o cenho.

- ... Eu tomei coragem e o enfrentei. - meu tom de voz tornou-se mais firme. - provavelmente eu piorei a situação, mas eu me sinto leve. Falei tudo o que tinha pra dizer.

- Quer falar sobre isso? - a voz de Namjoon era rouca, e eu normalmente o ouvia falando alto, mas ouvi-lo falando daquela forma, em um tom tão baixo... Ah, eu amava tanto aquela voz.

Suspirei fundo, em um tom cansado. Eu sabia que não queria falar sobre aquilo, mas eu conhecia Namjoon, ele estava se remoendo por dentro para saber o que havia acontecido, e se eu dissesse que não diria nada, então ele nunca forçaria a barra, ia apenas ficar com aquela curiosidade dentro dele, e seria muito ruim da minha parte não contar a ele o que aconteceu, então eu falei tudo, nos mínimos detalhes, desde as palavras até os olhares e as ações, e ele permaneceu calado, apenas me ouvindo, balançando a cabeça, como se dissesse "sim, eu entendo" a cada palavra que era proferida por mim.

Quando acabei, ficamos nos encarando por alguns segundos, eu mergulhada na escuridão daqueles olhos, e ele parecendo perdido, talvez absorvendo tudo aquilo. Soltou um suspiro. - o que eu fiz pra merecer alguém tão incrível como você? -fiquei assustada por alguns segundos. - Me diz quem teria coragem de enfrentar seu trauma mais profundo de frente?? - ele me puxou para um abraço, e eu retribui. Era incrível como ele me deixava feliz, me fazia sentir mais forte, mais confiante.

- Você ainda vai pra Espanha? - ele perguntou.

- Claro! - me afastei, ainda segurando em sua blusa. - eu paguei por isso, meu dinheiro é algo precioso demais para eu deixar de ir nessa viagem apenas por isso.

- Então, quer que eu te leve até o dormitório com os outros?

Assenti positivamente. - só preciso arrumar a mala, porque depois de tudo isso, eu acabei deixando ela aqui. - olhei para minhas coisas espalhadas pelo chão, e pensando no trabalho que eu teria para arrumar tudo aquilo.

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O resto do dia seguiu normalmente, não disse a eles o que havia acontecido, apenas que havia ido ver minha irmã mais nova e acabamos nos empolgando na conversa.

Mas eu estava com medo.

Eu sabia que Yamir sabia claramente quando eu estava mentindo e quando dizia a verdade, e a todo o momento ela me olhava com uma expressão séria, e mesmo após eu terminar de contar tudo, ela não disse uma palavra sequer, e continuamos conversando normalmente.

O silêncio de Yamir me dava mais medo do que quando ela gritava comigo.

Naquela madrugada, levantei para beber água, e ela aparentemente estava acordada, esperando para que eu acordasse também. Não me encheu de perguntas, foi direta: "o que realmente aconteceu?". Como eu sabia que não conseguiria mentir, apenas disse a verdade, o que a fez ter um choque, e dar um mini sermão sobre responsabilidade, mas no final acabou dizendo que eu era corajosa, e que enfrentá-lo naquela forma foi a mesma coisa que encarar a morte de frente, eu apenas ri, dizendo que ela exagerou. O resto da madrugada também seguiu normalmente, no dia seguinte, eu estava totalmente morta, tanto física quando psicologicamente, mas apenas fomos até o aeroporto, encontrando o resto das pessoas que viajariam, e eu, como a vice-presidente do conselho estudantil, tive que ajudar Grimm com tudo o que deveria ser feito, como chamada, check-in e explicar a eles as regras básicas, depois disso, finalmente embarcamos.