História What am I to you? - Sorry

"Just by saying sorry won't make things any better, but you still can try"

Jackson?

- Hey, JungMin!! - estava ofegante, e corria em minha direção. Ao chegar ao meu lado, parou e apoiou-se nos joelhos, descansando. - preciso... Falar... Com você...

- O que? - perguntei, com uma voz irônica. - Você bateu a cabeça em algum lugar, Wang? - ah, como eu esperei pra falar assim com ele. Provavelmente me arrependeria de falar assim quando sentisse o punho fechado dele voando contra meu rosto, mas pelo menos naquele momento a sensação era boa.

O vi cerrar os punhos e ranger os dentes. - Eu disse que preciso falar com você, por favor. - Jackson nunca foi do tipo muito esforçado, que fazia coisas que demandavam muita energia, então só o fato de ele ter corrido até ali e estar fazendo todo aquele esforço para se controlar e falar comigo era algo louvável. Ri de sua expressão patética, na verdade a cena nem era tão engraçada, mas eu apenas queria deixá-lo com mais raiva. - Você não tem medo de morrer, não? - ele perguntou.

- Se você precisa de mim para algo então não vai me matar. - dei de ombros.

Ele revirou os olhos, pegando em meu pulso e insinuando me puxar, mas sem muita força. - Você vem?

Naquele momento eu parei, olhando para a cafeteria onde Chanyeol estava.

Nossos olhares se encontraram, e ele viu aquela cena.

E agora? O que eu deveria fazer? Soltar meu pulso das mãos de Jackson e ir até Chanyeol, ou seguir com Jackson e perder minha única chance de me livrar de Chanyeol?

Suspirei fundo, virando meu rosto de volta a Jackson. - É bom ser algo importante. - disse. E o vi abrir um sorriso, puxando-me pelo pulso até sabe lá deus aonde.

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Andamos por mais ou menos um quarteirão, e paramos em frente a uma floricultura pequena que havia ali. Ele abriu a porta, fazendo o sininho em cima da porta soar. O lugar estava completamente vazio. Era rústico; paredes com papel de parede de flores antigo, estantes de madeira escura, assim como o chão, e cheirava a terra misturado com flores, o cheiro normal de uma floricultura.

O fato de o lugar estar vazio e eu estar ali, aparentemente sozinha, com o garoto que pratica bullying comigo no colégio definitivamente não era algo bom. Pus minha mão na bolsa, discando o número de Yamir na discagem rápida , se algo acontecesse, eu só precisava apertar um botão e ligar para ela.

- O que fazemos aqui? - perguntei, claramente apreensiva.

- Bem... - ele olhou para o balcão que havia ali, e duas pessoas saíram da porta que ficava atrás do mesmo.

Jinyoung e Mark.

Segurei a nuca de Jackson, deixando-o sem ação, forçando seu corpo para baixo, o fiz ficar de joelhos, depois de costas para mim, com o peito encostado no chão de madeira. Prendi suas mãos nas costas com uma mão, imobilizando-o e peguei o celular com a outra, ligando para yamir.

- O que pensa que está fazendo??! - o loiro perguntou, incrédulo

- Você me traz para um lugar sem ninguém, deixa um puta clima de mistério e logo depois chama esses dois, quer que eu faça o que?! - respondi, quase gritando. O celular chamava em minha mão dieita, mas ninguémm atendia.

- Eu falei que quero conversar!! - ele gritava. Seu tom soava com uma mistura de desespero e confusão. O único motivo pelo qual ele ainda não havia saído da posição em que estava era o fato de ele estar extremamente confuso, porque com certeza era bem mais forte do que eu, e se livraria daqui facilmente se quisesse.

- Conversar sozinho em uma loja estranha só com vocês três?? Prefiro conversar sozinha com as paredes da minha casa, obrigada! - Yamir não atendia o maldito telefone, então eu desisti de ligar para ela, e disquei o número de Namjoon, mas antes que eu pudesse começar a ligar, ouvi uma risada grossa, mas perceptivelmente feminina. Soava de detrás de uma das estantes com vasos de flores, e não demorou muito até uma garota surgir de lá. Na verdade, meu cérebro demorou um pouco para processar, mas claramente aquilo era uma garota, embora seu estilo mais ""masculino"" (mesmo que pra mim não exista muito isso de "feminino" e "masculino") era realmente uma menina.

- Jackson, ela é bem melhor do que eu imaginei. - ela disse, em meio a gargalhadas.

- Pelo amor de tudo, Amber, me ajuda a sair daqui. - ele começou a contorcer-se abaixo de mim.

- Eu não, você que se vire. - ela riu, ajoelhando-se ao meu lado e estendendo a mão. - Sou Amber Liu, meia irmã do idiota embaixo de você, prazer. - ela sorriu.

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- Espera, espera. Então você fez tudo isso só pra se desculpar comigo por tudo o que fez durante esses anos??? - estávamos todos sentados no chão. Eu abraçava minhas pernas e apoiava-me na parede ao lado da porta, e eles estavam dispersos pelo assoalho da loja.

Ele assentiu.

- E esses dois eram contra, mas só te apoiavam nesse joguinho de ficar me humilhando porque achavam de iria te fazer bem de alguma forma?? - todos assentiram. - e quando o Jinyoung se tocou que estava fazendo totalmente o oposto do que deveria fazer, ele chamou a Amber, sua irmã mais nova, e ela te deu uma lição de moral pra que viesse conversar comigo? - novamente, todos assentiram. - inacreditável. - eu bufei, em um tom de deboche e insinuando uma risada. - e por que pensaram que seria bom pra ele?

- Na verdade, achamos que se o Jackson recebesse mais um "não" ou fosse rejeitado mais uma vez, ele desabaria, então ficamos com medo do que isso poderia causar. - Mark respondeu.

- Bem, se ver por esse lado, então realmente faz sentido, mas mesmo assim não era motivo para apoia-lo se não concordavam com o que ele estava fazendo!!

- Jungmin, nós três pedimos desculpas, por tudo. - Jinyoung curvou-se, sendo que já estava ajoelhado, encostando a testa no chão e juntando as mãos acima da cabeça, mostrando o nível máximo de "humilhação" que ele podia, e os outros dois fizeram o mesmo, repetindo a frase.

Não sabia como agir, não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, então apenas permaneci ali, imóvel, até que as palavras saíram por si só:

- Tudo bem. Eu desculpo vocês. - suspirei fundo. Aquele suspiro era pura e unicamente alívio; alívio por saber que nunca mais seria atormentada por aqueles três, e que talvez pudéssemos nos tornar amigos. Mesmo eu tendo um coração rancoroso, e sendo extremamente desconfiada pra tudo, naquele momento, eu senti a sinceridade naquelas palavras. Amber não os obrigou a ir até lá, ela os convenceu.

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Narrator's POV

Os oito garotos estavam espalhados pela sala daquela casa. Alguns jogados pelo chão, outros sentados no sofá, e alguns até em cima da mesa, mas todos entretiam-se de alguma forma. O dia-a-dia naquele lugar muito raramente era parado, pelo contrário, estava sempre cheio de risadas e gargalhadas, preenchido pela felicidade daquele grupo de pessoas.

- Minseok-hyung, saiu com gosto de queimado. - um deles se lamentava, enquanto provava o café que havia acabado de preparar.

- Jongdae-ssi, não é como se fosse sair bom logo das primeiras vezes que você faz, tem que ir se aperfeiçoando. - o mais velho riu da expressão decepcionada do mais novo.

Em meio a todo aquele barulho, algo soou mais alto: o barulho da porta batendo com força por alguém extremamente irritado que havia acabado de entrar.

As risadas cessaram, e tudo o que podia ser ouvido era o eco dos sapatos do mais alto soando pelo apartamento em passos apressados até a sala onde passava a maior parte do tempo: a sala de ensaios.

Todos viraram sua atenção a Baekhyun, como se pedissem a ele para que fizesse algo. O pequeno levantou-se do chão, onde estava sentado brincando com Jongin, e dirigiu-se até o quarto com a porta branca no fim do corredor, batendo, e, mesmo sem receber uma resposta, entrando do mesmo jeito.

Seu coração quase parou ao sentir um vaso de vidro passar pela sua cabeça e quebrar-se na parede atrás de si.

- Chanyeol, qual o seu problema?? - ele perguntou, indo em direção ao ruivo, que encontrava-se parado em frente a janela, com a respiração pesada, mãos tremendo, e cabeça a ponto de explodir de raiva. - só porque você está frustrado isso não te dá o direito de tentar me matar!!

- Ela me deixou!! - Ele virou-se para o mais velho. - Eu a vi ir embora! Ela viu que eu estava esperando por ela, e simplesmente virou-se e foi embora, como se eu não fosse nada!! - Baekhyun surpreendeu-se ao olhar no rosto de Chanyeol e perceber que ele realmente estava abalado com aquilo. Se não o conhecesse tão bem, diria que estava a ponto de chorar.

- Channnie, calma, me explica o que aconteceu. - O pequeno aproximou-se do maior, olhando em seus olhos, encarando-o.

- Eu cheguei lá, fiquei esperando como um idiota, sentado, plantado, e ela chegou, sinceramente eu nem acreditei quando a vi, e foi quando... - ele fez uma pausa.

- Quando...?

- Aquele garoto apareceu, conversou com ela, e a levou pra outro lugar. - ele cerrou os punhos.

- Namjoon?

- Não. Jackson. - Ele bateu com o punho no batente da janela. - O pior de tudo é que ela me viu, ela me viu parado lá, mas preferiu ir com ele... - ele encarava o jardim a sua frente, com a cabeça a mil, e o pequeno o observava. O maior deu um grito alto, carregado de todos os sentimentos que ele não conseguia transmitir por palavras. Começou a andar em círculos pelo quarto, bagunçando os cabelos com os dedos.

- Mas você tinha consciência de que algo assim podia acontecer, não tinha? - Baekhyun perguntou, apreensivo.

- Eu sabia que ela podia não vir, mas vir e simplesmente me deixar?! Aquilo foi ridículo!! - ele sentou-se na cadeira de frente para o piano, apoiando os cotovelos na capa que cobria as teclas. - Mas, Baekkie, eu já sei o que fazer. - naquele momento, tanto seu semblante quanto seu tom de voz mudaram, tornaram-se mais sérios.

- Chanyeol, por favor, não... - O mais velho, mesmo sem saber o que viria pela frente, sabia do que o ruivo era capaz por JungMin.

Ele levantou-se, devagar, indo em direção à janela do cômodo, apoiou-se ali, olhando para fora, para o céu azul. - Baekhyun, ela vai pagar.