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História What Comes With Winter - 6. Jeongguk, i'm sorry.


Escrita por: harmojeon

Capítulo 6 - 6. Jeongguk, i'm sorry.


KIM TAEHYUNG

 

Acordo e sinto uma luz desconfortável em meu rosto, meus olhos doíam por ser tão forte, tento me levantar mas sou impedido por uma dor na dobra de meu braço, havia uma agulha ali que estava conectada à uma bolsa de soro.

 

Ótimo!

 

"Você acordou" A voz de Jimin soa em meus ouvidos e eu encontro ele sentado em uma cadeira ao meu lado.

 

Olho bem ao redor e vejo que estou em uma maca, aos meus dois lados há duas cortinas e também têm vários médicos e enfermeiras pra lá e pra cá.

 

"Estamos na emergência do hospital que você tem plano" Jimin diz ao perceber meu olhar perdido.

 

"O que eu tenho?" Pergunto pronto para dizer: eu te disse que não era nada demais

 

Mas o olhar dele diz ao contrário, eu não estava certo.

 

Ele respira e passa a língua entre os lábios, olha para baixo, para um lado e para o outro parecendo procurar um modo de me dizer algo.

 

Meu coração acelera e eu sinto minhas mãos soarem frio.

 

"Estou com câncer? Hyung, eu tô morrendo? Eu vi grey's anatomy, não faz esse suspense que eu já penso que o Derek Shepherd vai aparecer aqui falando que eu tenho um tumor inoperável no cérebro" Pergunto e falo tudo de uma vez desesperado.

 

"Não, Tae, você não está morrendo" Ele diz e suspira.

 

"Você tem anemia perniciosa" Um homem alto de jaleco se aproxima, ele é bem atraente e seus músculos estavam bem marcados pelo pano branco, ele puxa um banquinho e se senta no mesmo "Sou Lee MinHo, obstetra daqui"

 

"Espera, eu tenho anemia e estou sendo tratado por um obstetra? Você é bem gato, não estou reclamando da sua presença aqui, mas não faz muito sentido" Eu digo confuso.

 

"Vamos passo por passo, você tem anemia perniciosa, é algo crônico que pode durar alguns meses ou toda vida se não tiver o tratamento certo, isso é , seu organismo tá com falta de cobalamina pois você não está alimentando devidamente, pra tratar isso você precisa de injeções de vitamina b12 e uma dieta regrada"

 

"Vocês fizeram um drama todo por que eu tenho anemia? Que droga, eu estou perdendo aula do meu pai, sabem o quanto eu vou ouvir?" Digo e cruzo meus braços com dificuldade pelo soro.

 

"Taehyung, certo?" Ele pergunta e checa rapidamente meu nome na prancheta pendurada no pé da cama, eu assinto apenas para confirmar e ele suspira, sua expressão se torna mais séria e é ai que eu espero minha sentença de morte "A alguns anos, vários cientistas tentaram realizar o sonho da maioria da comunidade homossexual: gerar um filho. Alguns experimentos não deram certo resultando na morte pela rejeição do corpo ao útero artificial atrapalhando o organismo, os casos com transplante levaram a graves sequelas pois o organismo ficou séptico. Mas houveram casos com sucesso, onde as crianças foram estudadas até que o governo decidiu cancelar o estudo e todos os dados foram deixados para trás, algumas dessas crianças cresceram e tiveram filhos, passando este gene para seus descendentes, caso uma menina nascesse de um destes, ela poderia gerar um filho com órgãos internos femininos e assim vai. Você é um destes casos, não sei se sua mãe ou seu pai foram gerados por um  homem ou se você tem um pai que te gerou, precisamos te estudar mais caso você permita e-"

 

Eu não conseguia e nem queria ouvir mais nenhuma palavra que ele dizia, eu já sabia onde isso iria parar e eu queria muito que minha intuição tivesse errada, até que ele disse as três palavras que eu mais temia:

 

"Taehyung, você está grávido"

 

>>

 

Olho bem para fotografia em minhas mãos, só ela me fez acreditar nessa doideira, mesmo assim, senti vontade de chorar ao ver o ser pequeno naquela tela, ao ver aquele borrão circular piscando e descobrir que aquilo era seu coração.

 

Havia pedido ao médico para que não falasse mais nada e me liberasse logo, ele entendeu e disse que se quisesse mais informações, poderia voltar ao seu consultório mais tarde, que é quando ele estaria livre de outras pacientes.

 

A campainha soa e eu respiro fundo, me levanto já sentindo a carne de meu corpo tremer, a primeira coisa que meu namorado faz ao me ver é me abraçar e me beijar.

 

"Eu estava tão preocupado, me desculpe por ser um idiota" Ele lamenta e me abraça com força.

 

"Não Jeongguk, eu que peço desculpas" Digo e abraço seu corpo de volta, sentindo minhas lágrimas rolarem rapidamente "Jeongguk, me desculpa"

 

Peço com a voz embargada e o apertando com medo de vê-lo fugir depois que o dissesse o que estava prestes a dizer.

 

"O que foi, amor?" Ele pergunta e separa o abraço, passa seu polegar em minhas lágrimas e me dá um selinho.

 

Eu ergo minha mão para ele e mostro a ultrassonografia.

 

"Não estou entendendo" Ele pergunta e ri nervoso.

 

Eu peço que ele se sente, quando o faz eu repito praticamente tudo o que o médico disse e tenho cuidado para proferir a frase que iria definir tudo a partir dali:

 

"A alguns anos houve um estudo científico onde homens eram cobaias de cientistas que tentavam desenvolver um meio de "criar" a gravidez masculina, pra isso eles precisariam de um útero, óbvio, metade do estudo foram com artificiais e outros com transplantes. Algumas cobaias, morreram pela rejeição do órgão ou ficaram sépticos e levaram sequelas pelo resto da vida, mas por um motivo estudo foi cancelado e não tiveram um devido acompanhamento com as cobaias que sobreviveram e passariam pra próxima fase do estudo, esses que sobreviveram tiveram os genes alterados e isso seguiria de forma hereditária, se um homem gerasse uma mulher ela poderia gerar um filho com os órgãos internos masculinos e esse foi o histórico da minha família. Jeongguk, não foi apenas o nosso relacionamento que o inverno nos trouxe" Digo e desvio meu olhar do chão para os seus olhos amendoados "Nós vamos ser pais."

 

Ele abre a boca para dizer algo, mas não sai nada e eu começo a ficar preocupado.

 

JEON JEONGGUK 

 

Pai? Eu vou ser pai?

 

Taehyung pode engravidar?

 

Eu engravidei meu namorado?

 

Ando de um lado para o outro enquanto Taehyung chora no sofá.

 

"Fodeu!" Eu exclamo "Fodeu, fodeu tudo!"

 

"Você acha que eu não sei?!" Ele exclama de volta.

 

"E agora? Caralho, eu nem sei como é ser pai, meu pai nem para em casa pra me mostrar como é ser pai!" Exclamo e me tiro minha touca da cabeça passando minha mão pelos meus cabelos nervosamente "Falando em pai, seu pai vai me matar! Ele já nem quer que a gente transe e agora a gente vai ter que assumir isso junto com uma criança!"

 

"Você pode parar de pensar nisso e me dizer se vai ficar comigo ou meter o pé?"

 

Paro de andar e olho para ele, a preocupação e medo eram evidentes em seus olhos, eu me sento ao seu lado e suspiro, abraço o mesmo de lado e dou um selinho demorado e casto em seus lábios tentando transmitir segurança.

 

"Te abandonar não é nem uma opção, Taehyung"

 

"Eu não sei como isso foi acontecer" Ele diz e cai novamente em seu choro.

 

"Está tudo bem, ok?" Eu digo e o aperto em meus braços "Nós vamos dar um jeito"

 

"Estamos no segundo ano do ensino médio, Jeongguk, não temos trabalho ou ensino superior" Ele diz óbvio "Meu pai sabia e não disse nada, tenho certeza! Como ele pode esconder isso dezesseis anos?!"

 

"Tae" Suspiro "Não é algo fácil de se falar, ele acreditava que você seria hétero e não teria riscos de engravidar, mas você sabe o quanto ele tem evitado nos deixar á sos, ele tem procurado um jeito de te falar e você sabe disso, ele só tentou evitar que a gente transasse"

 

Ele fica calado e um silêncio constrangedor se instala na sala, olho a ultrassonografia sobre a mesinha de centro e estico meu braço para pegá-la.

 

"Este é o nosso bebê?" Pergunto e ele assente "Huh, pelo menos não puxou meu nariz" Tento fazer uma graça para amenizar a situação, mesmo que eu esteja nervoso e não visse graça no meu interior.

 

"Ele só tem algumas semanas, não da pra ver" Ele diz e ri anasalado.

 

"Se ele puxasse meu nariz dava para ver com um dia" Digo e ele ri, mas depois o clima tenso volta ao local.

 

"Mais tarde o médico disse que estaria livre para tirar minhas dúvidas" Ele diz "Você quer ir?"

 

"Eu tinha que levar Jeonghyung na casa da amiga, mas posso ver se Jiwoo faz isso" Digo e suspiro.

 

Eu sou irmão do meio de duas meninas, Jeonghyung é a mais nova e tem catorze, eu tenho dezessete e Jiwoo tem vinte e um, meu pai e ela eram para serem os mais responsáveis dentro de casa, já que minha mãe trabalha em dois empregos e chega cansada em casa a noite, mas meu pai vive na rua fazendo sabe-lá-Deus-o-que depois do trabalho e Jiwoo sempre está na faculdade ou estudando em seu quarto, então sobra para o único homem e o mais velho dentro de casa.

 

Mas hoje eu ia usar a moral que estava guardando - atrás do meu medo de Jiwoo - para acompanhar Taehyung, ele não merecia estar sozinho.

 

"Se não puder, não precisa" Ele diz.

 

"Eu vou" Digo firme.


Notas Finais


Espero que vocês tenham entendido a condição do Tae, quem tiver alguma dúvida só dizer aí que eu respondo.

Como estamos?


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