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História What If - Emoções em Conflito


Escrita por: Knaew

Notas do Autor


Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Primeiramente me desculpem pelo atraso e seguidamente, o capitulo de hoje trás dois pontos de vida: do BaekHyun e do narrador, por tanto fiquem ligados na mudança de perspectiva para não se perderem. Como não sou adepto de usar termos de "PoV" no meio do texto, eu não especifiquei, mas pela leitura e sinais de término do paragrafo ficou bem fácil de identificar quando vai ocorrer a mudança.
Muito obrigado e boa leitura!

Capítulo 5 - Emoções em Conflito


Fanfic / Fanfiction What If - Emoções em Conflito

 

O estresse provocado pela repentina mudança de vida, os ferimentos da perda esquerda haviam deixado seu psicológico no limite debilitando-o por completo. No instante que perdeu BaekHyun os sentidos, ChanYeol e KyungSoo se apressaram em levá-lo até o palácio imperial onde foi recebido nos aposentos de JongIn. Preocupados, ambos permaneceram ao seu lado e JongIn havia imediatamente solicitado os serviços do médico responsável da sua própria corte. A temperatura do seu corpo estava um pouco elevada e numa tentativa de abaixar o calor, JongIn havia colocado uma toalha úmida em sua testa.

BaekHyun… — Sussurrou JongIn em preocupação ajoelhado ao lado do garoto deitado. Seus olhos tênues estavam fixados no rosto do garoto e então, ele engajou um pequeno bule com a mão oferecendo água aos lábios ressecados do menor. Mesmo desacordado, BaekHyun instintivamente bebeu parte do líquido enquanto uma porção escorria pelos cantos da boca acompanhada da respiração acelerada e quase falha.

Perdoe-me, eu estava com ele. — ChanYeol afirmou, ao lado de KyungSoo de pé atrás de JongIn.

ChanYeol. — Disse o imperador com seriedade enquanto se levantava. — O que aconteceu na cidade? — Manteve o tom firme e KyungSoo arqueou a sobrancelha, coçou a bochecha preocupado enquanto observava os dois. — Dependendo da sua resposta, saberei se vou puni-lo ou não.

ChanYeol fechou os olhos e toda a lembrança do ocorrido passou como lampejos. KyungSoo percebeu a mudança da sua expressão quando reparou que seus olhos estavam vazios e desconcentrados.

Eu o ajudei quando uma gangue estava causando problemas a ele. — Confirmou o maior em um tom de voz baixo. JongIn inclinou o pescoço levemente e o olhou pelos cantos.

Imperador… — Chamou a voz do médico que estava do outro lado da cama. Era um homem de idade e trajava o típico hanbok da realeza, porém nas cores mais claras de azul e branco indicando seu trabalho. — O garoto está muito fraco. — Confirmou. — Ser o garoto da lenda é uma responsabilidade muito grande e por isso, ele se encontra estressado e exausto, tanto mental e fisicamente. — Os três voltaram sua atenção para o senhor e JongIn se aproximou. — Ele está completamente esgotado. Mesmo sendo um garoto forte, seu espírito…

Ele vai se recuperar? — Perguntou o Imperador.

Ainda não posso dizer com certeza. — Disse o médico retirando a compressa da cabeça de BaekHyun e trocando por outra. Os lábios de ChanYeol se retorceram e somente KyungSoo percebeu a raiva que ele estava sentindo naquele momento.

BaekHyun sentiu seu corpo pesado e rolou para o lado da cama resmungando. JongIn se aproximou e percebeu o quanto ele estava inquieto mesmo debilitado. KyungSoo deu um passo para o lado dele e repousou sua mão em seu ombro. ChanYeol fechou os olhos e desviou o rosto para o lado e apenas escutou o som dos seus gemidos.

Mãe… Irmão…

Ele não sabia nada do que estava acontecendo do outro lado. Como todos estavam, o quanto tempo havia se passado e se estavam preocupados com ele. Ele pensava no quanto JongIn e ChanYeol confiavam nele, que não conseguia deixar de apoiá-los na decisão de acreditar na lenda e que poderia fazer alguma coisa, mas a saudade de casa, de TaeYeon, da sua família sempre batia sua cabeça e ele não conseguia transmitir isso para ninguém.

Seu mundo… — Murmurou ChanYeol. Ele voltou os olhos sobre o garoto e deu um passo, mas ao perceber a aproximação do imperador até a cama, interrompeu seus movimentos.

Você quer ir para casa? — Indagou JongIn com a voz baixa. Ele fechou os olhos, abaixou a cabeça e soltou um longo suspiro e então se ergueu e com a voz convicta de um imperador fez sua ordem valer. — ChanYeol, KyungSoo precisamos conversar.

JongIn deu de ombros deixando meus cuidados para o médico e passou entre KyungSoo e ChanYeol. O garoto o seguiu imediatamente e o maior pousou os olhos sobre BaekHyun antes de seguir os outros dois.

Os três caminharam por algum tempo em um longo corredor onde a imagem da fênix mitológica — o brasão da família real e símbolo do reino — estava presente em diversas tapeçarias estendidas na parede, quadros, estatuetas e no tapete bordado ao chão. Por fim atravessaram uma grande porta-dupla de madeira pesada e chegaram na biblioteca do palácio.

O conceito de escola ou instituição de ensino era inexistente durante o período feudal, por tanto todo o conhecimento era direcionado aos nobres e ricos e alguns senhores de terra e estudiosos exclusivos, como comerciantes e banqueiros. Ferramentas de estudos como, professores — na época eram chamados de filósofos — e livros estavam restritos à corte, logo todos os registros do reinado eram armazenados na grande biblioteca imperial.

O prédio era circular com três andares e ao longo de suas paredes se desenvolviam estantes de livros de madeira ocupada por livros nos mais variados tamanhos. As seções eram separadas por assuntos, dentre eles filosófica, matemática, escrita, geografia e economia, as principais ciências da época. No centro havia uma mesa de mármore com dez lugares, cujas cadeiras eram estofadas e possuíam o encosto alto para manter a postura ereta, usadas para colocar os livros e antigamente como sala de estudo para JongIn em sua infância. O teto era fundo, de modo que todos que estivessem sentados na mesa olhassem para cima conseguiam enxergar bem no final do último andar a imagem da fênix talhada na madeira e ao leste, havia uma mesa adornada com frutas, bules e xícaras de bronze usadas para servir chá e pequenas porções para quem usava o salão por um tempo longo.

JongIn, que estava mais a frente, se apressou até a mesa no centro e os outros dois o acompanharam. ChanYeol passou os olhos pelas prateleiras e se não fosse sua preocupação pelo estado em que BaekHyun se encontrava estaria admirado com a quantidade de dinheiro que aqueles materiais renderiam. KyungSoo por outro lado, seguiu até a mesa ao leste e retirou algumas bolinhas dos cachos de uva e o jogou a boca enquanto servia em três xícaras uma porção de chá. O imperador sentou a mesa e apoiou os dois cotovelos sobre a bancada cruzando as mãos e apoiando a testa sobre elas soltando um longo suspiro.

Não há nada que possamos fazer? — Perguntou JongIn. — Se nada fizermos, BaekHyun só vai piorar.

KyungSoo sabia que todos estavam preocupados, mas ele era mais sensato pois não tinha sentimentos por BaekHyun. Ele se aproximou carregando em uma bandeja as três xícaras, a depositou na bancada e retirou a primeira oferecendo ao Imperador.

No caso dele, deixe-o voltar ao seu próprio mundo. — Afirmou KyungSoo com desdém.

KyungSoo, pare com isso. — Repreendeu ChanYeol ao se aproximar e pegar a xícara do chá.

O garoto tomou um gole da solução e voltou à bancada retirando mais algumas uvas as jogando à boca. ChanYeol ao terminar de degustar o chá em um único gole pousou a xícara sobre a mesa e apoiou os braços no encosto da cadeira mais distante do Imperador.

Mas quem saberia o caminho para o outro mundo…? — Indagou JongIn pensativo, então suspirou fundo e vagou em pensamentos por um instante e então reparou na sua imagem refletida na superfície do líquido enquanto olhava a xícara. — O espelho!

Espelho?! — KyungSoo e ChanYeol perguntaram confusos ao mesmo tempo.

O espelho que BaekHyun mencionou. — Afirmou o imperador inclinando o corpo e então se levantou. O homem de nome Bae ChunHo que concebeu mais da metade das obras de artes nesse castelo. — JongIn seguiu até a seção de registros de documentos do castelo e retirou um rolo de pergaminho envelhecido. Se acharmos podemos perguntar a ele sobre o tal espelho que trouxe BaekHyun para cá.

ChanYeol suspirou e mais atrás e KyungSoo voltou a mesa central recolhendo as xícaras usadas e JongIn se aproximou com o documento nas mãos.

Infelizmente esse homem morreu. — Afirmou ChanYeol com pesar. — Eu e BaekHyun conseguimos uma informação na loja de artesanatos de que Bae ChunHo morreu algum tempo.

Os olhos do imperador vacilaram. Era a única pista que tinha para poder ajudar e o maior, por outro lado, deu de ombros sentindo que havia falhado na promessa que havia feito. KyungSoo levou a bandeja até a outra mesa e então soltou um longo suspiro quando a deixou sobre a superfície.

Bae ChunHo é o nome artístico que meu pai usava para vender suas obras. — Afirmou KyungSoo. — Mas ele faleceu há muito tempo.

ChanYeol arregalou os olhos surpresos, pois sabia que o velho vendedor havia informado que o filho do artesão estava trabalhando no palácio, mas jamais imaginaria que tal pessoa fosse aquele garoto. O maior meneou o pescoço e fitou KyungSoo nos olhos e este por usa vez devolveu a atenção.

Então é você o filho que o velho vendedor mencionou?! — Exclamou ChanYeol surpreso.

Óbvio. Acabei de falar isso. — Concluiu KyungSoo arqueando uma sobrancelha.

Besta! Quis dizer que você deve saber de alguma coisa! — Rebateu o maior levantando a voz e na esperança que alguma coisa pudesse ser feita.

Tu falas direito comigo porque que eu não sou teu consorte. — Repeliu o garoto irritado.

Vocês dois, parem já. — Mandou JongIn e imediatamente ChanYeol e KyungSoo deram de ombros um para o outro. O maior permaneceu de costas e KyungSoo se aproximou de JongIn inclinando o corpo em sinal de arrependimento.

Me desculpe Sua Alteza. — Disse KyungSoo em voz baixa. Mas infelizmente, lamento informar que sei tanto quanto vocês. Meu pai era um artífice famoso que revendia suas obras para nobres e negociantes da capital.

JongIn suspirou fundo e voltou até a seção de registros guardando o pergaminho em uma gaveta. ChanYeol voltou a encarar KyungSoo que apenas o olho pelos cantos.

Entendo. Então nos resta apelar para a lenda. — Concluiu JongIn voltando para a mesa. — Precisamos encontrar o dono das outras marcas e junto a BaekHyun realizar o ritual de nomeação.

E o que seria esse ritual? — Perguntou ChanYeol também se aproximando.

Nomeação é o ritual em que o garoto da lenda deve fazer em uma cerimônia de preces junto aos possuidores de marcas pedindo benção e prosperidade para o reino. — Afirmou KyungSoo orgulhoso.

Exato. E nesse ritual, BaekHyun nomeará o rei e também poderá desejar o que quiser. — Disse JongIn determinado.

Então… Ele vai poder desejar voltar para o seu mundo. — Murmurou ChanYeol cabisbaixo. A ideia de fazer BaekHyun voltar ao seu mundo não agradava ao maior e logo um redemoinho de indecisões tomou conta de sua mente. A vontade que ele tinha de ver o garoto bem e feliz entrava em conflito com a vontade de querer ele por perto. Ele suspirou pesado e deu de ombros seguindo para fora batendo na porta de madeira com força. JongIn arqueou a sobrancelha confuso com a atitude de ChanYeol e KyungSoo bufou.

O que deu nele? — Indagou JongIn.

Você não sabe? — Disse o garoto com seriedade. — Ele é um idiota.

 

- -

 

Onde estou?

Foi à primeira coisa que me perguntei quando abri meus olhos. Mesmo estando com a visão um pouco embaçada eu pude perceber que o âmbito onde estava era em um quarto grande e bem decorado. Foi então que me dei conta de que eu estava no passado, mais precisamente na época em que as guerras pela unificação do Estado da Coreia estavam acontecendo. A última vez em que estive acordado eu havia sido atacado por mercenários e ChanYeol tinha me ajudado e eu declarado meus sentimentos.

Estou apaixonado por você!”

Quando se apaixona o ser humano é capaz de reproduzir todos os efeitos da cocaína — uma intensa e rápida euforia — que nos faz sentir único e especial. Primeiro, conhecemos a amizade, logo então vem o amor e todos os seus encantos e medos.

Desculpe, mas eu não sinto o mesmo.”

E descobre, na sua ausência, o pior sentimento: a solidão. Não importa quantos amigos ou pessoas ao nosso redor. A dor de não ter o sentimento retribuído era maior do que qualquer coisa no mundo, porque no fundo todos tinham medo de ficar sozinho. Amor e amizade são apenas isso. Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando viram um nó, deixa de ser um laço. E quando se arrebenta, esquecemos de como ser feliz sozinhos.

Desde que cheguei nesta época estive ao lado dele e sem perceber acabei me apaixonado. Mas era errado, pois ChanYeol era uma pessoa que existia no passado. Ele não gostava de mim da mesma forma que eu gostava dele e isso doía a ponto de sentir meu peito tão apertado que fazia minha respiração falhar.

ChanYeol… Como eu pude ser tão idiota…?

Eu mal me apaixonei por ele e já o perdi. Pior, não poderia me deixar ter o direito de ter tal sentimento. Meu mundo não era aquele e eu estava ali apenas para cumprir minha missão e promessa que fiz ao JongIn. Mas também, era ChanYeol quem me dava forças para continuar e agora eu queria sumir.

Como vou encarar ChanYeol de agora em diante?

Busquei forças para me levantar e lentamente sentei na cama. Reconheci aquele lugar. A decoração refinada e o conforto exagerado me davam a certeza de que eu estava no quarto do Imperador. As paredes eram decoradas com muitos quadros e todos eles trazendo o retrato de JongIn durante sua infância, quase todos sozinho exceto por uma ou duas figuras acompanhadas de um homem de porte alto e rústico com trajes semelhantes ao que vejo usando e uma mulher linda e elegante, de pele um pouco bronzeada. Ambos estavam sempre sérios, diferente do pequeno JongIn sempre sorridente e dedicado ao país desde criança.

Levantei o lençol e vi que minha perna estava enfaixada no local da ferida aberta anteriormente. Já não doía como antes, porém ainda provocava um desconforto quando tentava me movimentar de forma brusca. Inclinei meu corpo para o lado e olhei para a sacada. As casas imperiais daquela época eram feitas em nível mais elevado rodeado por sacadas e ligadas uma a outra por pequenas passarelas sobre jardins e lagos dentro do palácio. Percebi que era manhã pelo vento fresco e os feixes de luz enfraquecida que entrava. Escutei um barulho na porta e desviei minha atenção.

Quem está aí? — Indaguei em voz alta me inclinando para a porta.

BaekHyun. — O vulto de JongIn entrou pela porta e caminhou em direção a cama onde eu estava. — Sente-se melhor?

Sim, mas ainda me sinto um pouco fraco. — Afirmei em voz baixa e ele sentou ao meu lado.

BaekHyun, não se preocupe. — Ele sorriu e tocou minhas mãos que estavam sobre o edredom. — Achei um modo de enviá-lo de volta.

Verdade? — Perguntei surpreso. Meus olhos soltaram das órbitas e meu coração palpitou.

Sim. — Afirmou JongIn acariciando o dorso da minha mão. — Para enviá-lo de volta, precisamos reunir todos que possuem o caractere no corpo e então realizar um ritual de oração onde poderá desejar voltar ao seu mundo. — Ele suspirou, mas sem perder o sorriso no rosto e então tirou o adorno da cabeça fazendo sua cabeleira negra cair à frente. — Pode ser perigoso, mas ChanYeol, KyungSoo e eu iremos te ajudar.

Mas o país poderá correr perigo se eu partir.

JongIn meneou o pescoço e então tateou meu corpo com a destra até suas mãos tocarem meus cabelos.

Não se preocupe, eu exigi demais de você. — Sussurrou e então sua mão desceu pelo meu rosto e então passou acariciar minha bochecha com o polegar enquanto seus olhos encontravam fixos aos meus. — Sua saúde é prioridade antes de tudo.

Fechei meus olhos e então JongIn me puxou delicadamente e me abraçou. Meu corpo estava inclinado no colchão. Caí em seus ombros e eu me acomodei, gotas se formaram nos meus olhos. Ele se preocupava tanto comigo e, se eu voltasse ao meu mundo, poderia esquecer ChanYeol e me dedicar aos estudos para entrar na faculdade e seguir com minha vida. Era o eu que pensava, mas não o que meu coração desejava.

Ele gritava desesperadamente por ChanYeol. O queria de todas as maneiras, pois era ele quem eu amava.

 

- -

 

ChanYeol soprou baixo e então deixou a parede em que estava apoiado ao lado da porta do aposento do imperador e sumiu pelo corredor. Ele teve a mesma ideia que JongIn, mas recuou no momento em que se deu conta do que havia feito e desde então a relação com BaekHyun tinha se distanciado. Fechou os punhos e ameaçou acertar a parede, mas se conteve no momento certo e então recolheu a mão e apoiou sua testa na pilastra deixando escapar um longo suspiro. Ele não conseguia pensar em outra coisa a não ser na volta de BaekHyun para casa e na possibilidade de não o ver novamente. Estava tão distraído em seus pensamentos que quase não percebeu quando uma jarra de barro modelada exclusivamente para a dinastia lhe acertou a cabeça e caindo diretamente no chão.

POR QUE ESSA CARA DE AFLIÇÃO?! — Gritou KyungSoo do outro lado se aproximando. Estava tão irritado que não esperou o maior se levantar e logo pisou nas costas do mesmo esparramado ao chão. — É SUA CULPA POR TER DADO O FORA NELE!

CALE A BOCA! — Retrucou o maior se levantando como um jato num único salto. — NÃO É DA SUA CONTA!

É SIM, É SIM! — Resmungou KyungSoo inclinando o corpo para se valer sob o maior. Seu tom de voz era tão alto que por um momento ChanYeol se inclinou para trás tentando se desvencilhar da fúria do menor. — Se eu não fizer nada, o Imperador nunca vai me notar. — Choramingou KyungSoo que rapidamente agarrou a gola do hanbok do maior que estava recuado. — Então, dá para você pedir desculpas ao BaekHyun, por favor?! — O tom de voz aumentou novamente e as mãos de KyungSoo voaram rapidamente ao pescoço de ChanYeol passando esganá-lo por uns segundos e então soltá-lo contra a cerca da sacada e dar de ombros. — E então o Imperador será apenas meu.

VOCÊ É EGOISTA DEMAIS! — Esperneou ChanYeol ao recuperar o fôlego e inclinar o corpo grande contra KyungSoo.

Como é? — Perguntou o garoto estendendo o braço com o indicador da mão levantando. ChanYeol imediatamente recuou e recuperou a postura. — Você não é um homem? Você o feriu. — Repreendeu. — E você realmente ama o BaekHyun, não é? — KyungSoo cruzou os braços e fitou os olhos do maior. — Lamentável. Você está com ciúmes do Imperador.

Ciúmes? — Perguntou ao menor. ChanYeol desviou os olhos para o lado e colocou as duas mãos na cintura. — Huh. Eu? Só pode ser brincadeira. — Ironizou batendo a mão no peito indicando a si e então abriu os braços indignados. — Eu acabei de conhecer BaekHyun. — Afirmou erguendo o dedo da mão destra enquanto apoiava a mão esquerda na cintura. — E quanto a mim, só possuo um ponto fraco: DI–NHEI-RO! — Exclamou satisfeito balançando o indicador ao pronunciar cada sílaba. — E é por isso que não tenho ciúmes.

O maior deu de ombros e então seguiu o caminho pelo restante do corredor até dobrar a esquerda e sumir da vista de KyungSoo que apenas o observou afastar. Ele sabia no vício do maior pelo dinheiro, mas não levava fé quanto a suas palavras sobre o que sentia por BaekHyun. E ele estava completamente certo. ChanYeol não tinha se dado conta, mas ver o pequeno nos braços de JongIn, que estava se esforçando ao máximo para confortá-lo, o deixava desconfortável.

Ciúmes, hm?

 

--

 

Já havia passado do meio dia e ChanYeol e eu ainda não trocamos nenhuma palavra desde o dia anterior. Minha perna estava muito melhor após o tratamento a base de ervas e soluções a partir do conhecimento sobre plantas medicinais que o médico do palácio havia feito. Vesti as roupas tradicionais da minha época e decidi perambular a esmo pelo palácio — apesar de os avisos para descansar — e percebi um pequeno tumulto às portas do salão imperial onde eram realizadas reuniões importantes. Cochichos eram trocados de um lado ao outro e eu, inquieto e curioso, resolvi me aproximar. Dois soldados saíram pelo portal seguido de um rapaz de pele pálida, cabelos de um tom castanho escuro e lábios em vestes impecáveis e voluptuosas nas cores brancas e pedras douradas e vermelhas e logo atrás JongIn e KyungSoo.

O que está acontecendo? — Perguntei ao ver JongIn.

BaekHyun!? — Exclamou JongIn surpreso. Ele tentou disfarçar, mas percebeu que não poderia me enganar na frente de tantos soldados e o homem pálido inclinou o rosto e sorriu para mim.

Esse é o garoto da lenda? — Perguntou. Eu rapidamente mirei seus olhos e então me inclinei em respeito. — Que adorável.

BaekHyun quero que conheça Lee TaeMin, ministro da segurança e meu amigo mais velho. — Disse o imperador recuperando sua feição sorridente.

Oh! Muito prazer ministro TaeMin. — Afirmei fazendo reverência.

Deixe as formalidades de lado. — Repeliu sorrindo e então ele se inclinou para mim. — Sou eu que estou honrado em conhecer alguém tão importante.

O imperador JongIn se aproximou de mim e ergueu o braço direito. Para os homens de guerra e líderes de tropa, aquele gesto era um comunicado direto para que todos voltassem aos seus postos. Todo esquadrão militar era dividido em três esferas e cada uma delas era respectivamente encarregada do ataque, da defesa e da comunicação. No geral cada esquadrão precisava reconhecer todos os gestos de seus superiores a fim de facilitar o diálogo seja numa hora precisa como em um combate ou quando o imperador ou ministros estivessem ocupados, como no caso de JongIn naquele momento.

JongIn, Ministro TaeMin o que está acontecendo? — Tentei novamente e JongIn suspirou fundo.

BaekHyun, recebemos uma mensagem de que o país vizinho já está em nossas terras. — Murmurou preocupado e eu engoli um seco me lembrando da primeira vez que cheguei a este mundo.

Algumas vilas a noroeste já foram ocupadas e os diplomatas que enviamos não voltaram. — Concluiu TaeMin acuado. — Durante o último confronto pela unificação dos três reinos, perdemos muitos homens e agora estão se aproveitando dessa fraqueza para nos invadir.

BaekHyun… — Sussurrou JongIn e KyungSoo, até então recluso, se aproximou.

Uma das vilas atacadas fica próxima da terra natal de ChanYeol e ele decidiu ir até lá.

Tudo bem. — Murmurei. Eu precisava esconder meu nervosismo e tentar não misturar os sentimentos que tinha por ChanYeol com a situação atual do país. — Eu… Eu já estou melhor e vou ajudar. — Pausei por um segundo e tomei fôlego e abri um grande sorriso no rosto. — Vamos KyungSoo, vamos procurar o ChanYeol.

JongIn se assustou e seu amigo sorriu. Ele era o imperador e eu uma lenda. Estávamos em posições diferentes, mas ambos importantes para o país. Ele como um líder e eu como a esperança e por isso não importa o que tentasse, ele não conseguiria me impedir. Inclinei o corpo em reverência aos dois e dei de ombros. KyungSoo fez o mesmo e logo se apressou a me seguir correndo pelo corredor, onde eu puxava um pouco a perna ferida vez ou outra e os olhos dos dois nobres nos acompanharam até sumirmos.

Meia hora depois KyungSoo e eu estávamos preparados para partir. A pedido de JongIn, os soldados providenciaram o cavalo mais confiável — meio de transporte mais rápido para viagens de urgência — para que pudesse nos levar até as terras a oeste. Eu não tinha a mínima idéia de como andar a cavalo e KyungSoo não era tão habilidoso em montarias como JongIn, que havia recebido educação especial para tal, mas a criação nas terras do interior deu-o as perícias necessárias para conduzir o animal comigo montado.

Cerca de quarenta minutos depois de nos despedirmos da capital havíamos saído da cidade, o que refletia em como o império era extenso. Nossa jornada seguiu pelas planícies áridas até as terras férteis. KyungSoo optou por desviar das montanhas por conta dos inúmeros bandos de ladrões e mercenários que faziam do lugar um esconderijo e por estarmos montados, se manteve longe da floresta o máximo que podia pelo fato do barulho provocado pelas cavalgadas chamar a atenção de um animal perigoso que vivia pela redondeza.

A jornada durou meio dia e quando nos aproximamos do planalto das terras do oeste recebemos a noite com a luz do luar iluminando nosso caminho. KyungSoo optou por diminuir a velocidade e passarmos a andar silenciosamente a pé para evitar os olhos curiosos sobre a marcha do nosso cavalo que anunciava nossa presença. Nas terras do passado, o sinal do anoitecer significava fim de trabalhos e descanso para os aldeões. Hora em que os pais de família chegavam a suas casas e são recebidos pelos abraços calorosos de seus filhos e o aroma de comida caseira feita com amor por suas esposas carinhosas

A partir deste ponto vamos a pé para não levantar suspeitas. — Disse KyungSoo contendo a rédea e o cavalo freou.

Não está muito longe da vila? — Indaguei olhando para os lados antes de descer. Quando me certifiquei que era seguro ergui o corpo e passei minha perna direita para o outro lado da cela.

Não. — Afirmou apontando para o horizonte onde havia sinais de fumaça subindo. — A fumaça indica um vilarejo nas proximidades, mas não podemos nos descuidar, por isso vamos passar a noite aqui.

No meio da floresta? — Indaguei choroso finalmente conseguindo apoiar meu pé no chão e sair do cavalo.

Está com medo só porque o ChanYeol não está aqui? — Debochou KyungSoo afrouxando a sela do cavalo. — Seguindo adiante tem uma fonte. — Afirmou o garoto e eu contraí os lábios formando um pequeno biquinho e dei de ombros o ignorando. Ele riu. — É melhor você ir tomar um banho para descansar.

Mesmo que tentasse esconder, KyungSoo sabia o que eu sentia. Ele era apaixonado por JongIn, que não retribuía seus sentimentos e sabia exatamente como era aquela sensação. Mas diferente de mim, ele não desistia. Um ano desde que entrou para corte esteve ao lado de quem amava e nenhum momento recuou enquanto eu, por outro lado, havia desistido sequer de olhar nos olhos do ChanYeol depois de ter recebido um fora.

Decidi seguir o conselho do garoto e segui em direção que havia apontado para a fonte e tomar um banho noturno para refrescar minha cabeça e tentar esquecer aquele problema, se é que poderia considerar um, e me concentrar no perigo que encontraria pela frente. KyungSoo permaneceu na clareira e providenciou uma fogueira para nos aquecer do frio da noite.

 

- -

 

KyungSoo era pequeno e sempre andava bem-vestido, uma presa ideal para bandidos, mas a inocência era sua maior arma. O garoto era forte como um touro. Sua infância lhe ensinou a ser perspicaz como um guerreiro, não tão hábil quando ChanYeol, mas forte o suficiente para se defender frente a bandido comuns. Logo, enquanto amarrava a cinta do cavalo no tronco para impedir que ele fugisse por conta de um barulho misterioso, percebeu entre as moitas alguns olhares curiosos. Ele havia sido esperto. Sabia que a chegada naquela terra era vigiada e por isso receberiam visita logo, por tanto fez questão de despachar BaekHyun para evitar que se envolvesse em perigo.

Podem sair daí. — Disse o garoto certificando que a amarra estava bem apertada. — Sou um viajante da capital, não farei mal algum a vocês.

Seis homens debandaram de seus esconderijos portando pequenas foices e tridente de pegar fenos. Eram simples aldeões que havia se juntando para defender suas terras e ao julgar por suas expressões duvidosas e amedrontadas, TaeMin estava certo quanto a invasão feita pelo país inimigo se aproveitando do exército enfraquecido que estava concentrado na capital protegendo a família imperial.

O garoto tem razão. — Sibilou uma voz do fundo debochando. — Esse aí é inofensivo. Não mata nem mosca.

KyungSoo, não moveu um músculo do rosto se quer, mas flexionou o joelho para o alto e pisou no chão com força. O solo cedeu na direção que a voz vinha e se levantou como uma ponte levadiça fazendo ChanYeol, que estava ali, rolar no susto em sua direção. Assustados, os aldeões abriram espaço para os lados vendo alguém pequeno ter força para levantar o chão com apenas uma pisadela e então pularem para o lado deixando suas armas caírem e fugir de medo da pequena aberração.

O QUE DEU EM VOCÊ? — Gritou ChanYeol se levantando rapidamente do chão após a pancada que havia recebido de KyungSoo. O maior se aproximou em passadas largas batendo os pés até encarar o menor por cima. KyungSoo riu e colocou o dedo indicador nos lábios do grandão.

Shh. Tenho uma mensagem do BaekHyun. — Disse KyungSoo colocando o dedo indicador nos lábios do maior numa tentativa de o fazer calar a boca. — “Vou esperar você na fonte”. É isso.

P-Por que eu?! — Resmungou. — Aliás, por que estão juntos? Vocês nem são amigos.

Aish! — Gritou KyungSoo irritado enquanto esgana o maior o segurando pelo pescoço. — Seja homem e não machuque os sentimentos de um garoto! — Suspirou e então abriu a boca forçando um sorriso arreganhado. — Boa sorte.

KyungSoo soltou ChanYeol e este deu de ombros resmungando baixo. Ele ajeitou a gola do hanbok e ameaçou alguns passos em direção a fonte mencionada. Logo, inclinou o pescoço e encarou KyungSoo que ainda estava parado feito uma árvore com os lábios arreganhados sorrindo.

Não estou indo porque o BaekHyun pediu. — Resmungou as palavras novamente. — Estou indo porque estou entediado.

O garoto cerrou a sobrancelha e trancou os lábios. ChanYeol engoliu um seco ao se dar conta que havia deixado KyungSoo sério e possivelmente irritado e tentou apressar os passos para correr. Mas era inútil. KyungSoo, esticou o braço o pegando e o girou para então arremessá-lo para o alto. ChanYeol gritou e sua voz ecoou pelo céu assustando os animais da floresta e os cidadãos da viela próxima.


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Após dez minutos de caminhada, cheguei próximo ao pé de um monte estreito onde jorrava água que dava origem ao córrego que cortava a viela abaixo. KyungSoo estava correto quando mencionou que teria uma fonte na região, mas eu jamais imaginaria que seria uma terma de águas quentes. O vapor subia pela superfície da água cercando as margens da fonte com uma névoa quente. A temperatura da noite estava ideal, embora o soprar do vento passasse uma sensação mais fria, o vapor da fonte proporcionava ao local um efeito semelhante a sauna tornando perfeito para um banho.

Me aproximei da margem e certifiquei olhando para os lados de que não havia mais ninguém e então retirei a blusa e desci as calças jogando ambas peças ao lado e toquei a superfície da terma com os pés. Era quente, mas não o suficiente para machucar. Recolhi o pé e então usei as mãos para despir minha roupa íntima ficando completamente desnudo. Coloquei as mãos à frente da minha intimidade a tampando, mesmo que não houvesse ninguém para me observar e então marchei à terma.

Senti o solo nos meus pés juntos e desacelerava os passos ao ter meus dedos entrelaçados por algumas algas. Embora eu tivesse a plena certeza de que não haveria algum animal hostil que vivesse dentro de uma fonte quente, pois nenhum suportaria o calor gerado por ela, eu tentava me manter atento pelo medo de que encontrar uma eventual surpresa, e por sorte consegui chegar ao centro sem dificuldade. O lago era fundo o suficiente para cobrir até meus ombros e eu decidi me submergir um pouco até a altura do nariz de modo que ainda pudesse respirar e permaneci ali por um tempo.

Fazia pouco mais de quatro dias que estava no passado e me perguntava quanto tempo haviam se passado no presente. Quatro dias era tempo mais que o suficiente para que meu irmão pedisse ajuda a polícia para me procurar, o que seria inútil e as provas de seleção estavam se aproximando e todo meu esforço seria em vão se eu não conseguisse passar. Todos deveriam estar desesperados atrás de mim enquanto eu, estava engajado em uma disputa de terras entre dois países e chateado por ter levado um fora de um homem que eu mal havia conhecido.

Um zumbido veio do céu e caiu como uma bomba no lago levantando água para todos os lados e formando pequenas oscilações que me arrastavam para trás. Assustado, contorci o braço para proteger o meu rosto e recuei precavido até a margem e tateei a borda a procura de algo para me defender enquanto as ondulações paravam, mas para a minha surpresa era ChanYeol que emergia do fundo me encarando com seus olhos castanhos grandes e o cabelo bagunçado pela pressão da queda.

AHHH?! — Gritamos ao mesmo tempo. Eu não esperava encontra-lo daquela maneira, como um míssil vindo do céu. ChanYeol se assustou quando me viu e então engoliu um seco quando discretamente arqueou os olhos para baixo enxergando meu tronco despido. Meu rosto rapidamente enrubesceu e logo dei as costas envergonhadas.

Eu juro que não vi nada. — Ele se apressou em dizer dando de ombros ao mesmo tempo que eu.

Permanecemos de costas um para o outro por um longo tempo sem trocar uma palavra sequer. Não esperava encontrar ChanYeol tão de repente, ainda mais caindo do céu e não fazia ideia do que poderia dizer ou do que ele pensaria. A julgar pelo silêncio, devia estar receoso como eu, mas aquele momento era a chance perfeita que eu teria para me desculpar. Estava determinado em dizer que o que eu sentia era apenas uma brincadeira e então tentaria o esquecer e me preocuparia mais com a minha missão.

Desculpe. — Murmurou nós dois ao mesmo tempo.

Eu tinha me precipitado. Não foi certo ter declarado meus sentimentos em tão pouco tempo. Estava claro que eu confundi as coisas, levando a crer que seu carinho e proteção era uma forma de retribuição e ChanYeol, havia sido ríspido comigo me deixando receoso e levando nós dois a nos distanciarmos pelo mal-entendido. Eu estava disposto a esquecer, pelo bem da promessa que fiz a JongIn em ajudar Koryo e por isso diria a ele que o que havia dito anteriormente era uma brincadeira, na esperança de que ele acreditasse e tudo voltasse ao normal. ChanYeol não precisava saber o que eu realmente sentia de verdade.

BaekHyun, eu… — Sussurrou o maior desviando os olhos. — Quando você disse aquilo a minha resposta não foi educada, pois foi a primeira vez em vinte e dois anos que um homem disse que me amava. — Suas bochechas coraram. — Eu pensei… que não podia ser… — Suspirou. — Eu não sabia como responder.

EHHHHH?! — Retruquei voltando minha face para frente. — Como você pode ser mais novo que eu e tão mais alto?!

Mais novo? — Indagou o maior virando para me encarar com um ar duvidoso. — Quantos anos você tem?!

V-Vinte e três! — Afirmei. ChanYeol novamente olhou fixo para meu tronco e ao mesmo tempo viramos de costas um para o outro envergonhado.

A-Aish, me desculpe hyung. — Murmurou o maior coçando a cabeça. — Nos últimos quinze anos, estive pensando somente em dinheiro. Ainda sou assim. — ChanYeol silenciou por instantes e puxou o ar tomando fôlego e sussurrou próximo aos meus ouvidos. — Mas eu encontrei algo para mim que vale mais que o dinheiro.

Eu não percebi quando ele se aproximou, mas senti quando seus braços envolveram minha cintura e me puxou em sua direção e seus lábios tocaram a pele do meu pescoço. Meu corpo estremeceu. Aquela região era delicada e perigosa que significa confiança e intimidade. ChanYeol conseguia abalar minhas estruturas, não me deixava racionar direito e dominava minhas emoções. Seus lábios desceram em um trajeto linear pelo meu pescoço enquanto os dígitos apertavam minha cintura. Mesmo atrás das suas vestes úmidas senti um pequeno volume crescer entre suas pernas fazendo os pelos do meu corpo arrepiar.

Eu estava excitado. Odiava admitir, pois passava uma impressão que eu tinha pensamentos sujos tendo aquele tipo de sensação e pensamentos. Tateei minha mão buscando pelos seus braços e tentei os afastar, mas ChanYeol teimou em os deixar firmes e num rápido movimento me virou em sua direção e mantive a cabeça abaixada para não olhar sua face pois estava envergonhado de estar despido em sua presença e reparei que sua veste estava afrouxada deixando seu peito amostra. Tentei elevar minha mão discretamente, mas fui impedido pelo maior que segurou minha mão entrelaçando nossos dedos. Admirei assustado seu gesto e meu queixo foi conduzido pelos seus dígitos me forçando o encarar. ChanYeol me abraçou. Abraçá-lo era agradável, seu corpo estava sempre tão quente e me fazia com que eu me sentisse em paz.

Amo você. — Sussurrou o maior e meu rosto corou por completo.

Podia sentir o hálito quente saindo com suas palavras atingir meu pescoço e um calafrio percorreu minha espinha e sem hesitar ChanYeol tateou meu corpo suavemente, percorrendo meu braço, meu pescoço e por fim o rosto e com o polegar acariciou meus lábios. Nossos olhos estavam fixos um ao outro e estando tão perto pude escutar as batidas do seu coração acelerar junto ao meu. Minha respiração falhou e o maior aproximou seus lábios e tocou os meus.

Meu corpo estremeceu e seus lábios tocaram os meus com uma maior pressão, pedindo passagem com a língua. Eu cedi de forma tão natural que esqueci que estava despido. ChanYeol segurou minha nuca com força, puxando meus cabelos umedecidos para baixo o que fazia meu rosto inclinar para cima e sua língua estudar toda minha cavidade.

Nos beijamos por um longo tempo, as línguas exploraram uma a outra, juntamente em cada canto da boca um do outro, explorando o íntimo, os gostos e o cheiro. Seus lábios eram fartos e pareciam me engolir cada vez mais lentamente no beijo molhado, de novo e de novo enquanto mantinha a mão esquerda me apertando a nuca como se tivesse a tola preocupação de me impedir fugir.

O beijo foi lento, calmo e sensível e me fez entender seus sentimentos. ChanYeol queria apenas cuidar de mim e aproveitar cada momento para me deixar o mais confortável possível mesmo naquela época turbulenta e perigosa. Nossas línguas se enroscaram mais uma vez e o maior acariciou meus cabelos e assim que nos separamos, ChanYeol encostou sua testa na minha — e consequentemente pude sentir o ar quente da sua respiração — e sem precisar, respirou fundo buscando meus dedos para entrelaçá-los aos seus.

Amo você, ChanYeol. — Murmurei. ChanYeol sorriu e se afastou deixando um selar na minha testa.

Vamos voltar, KyungSoo está nos esperando. — Disse passando por mim até a margem coçando a bochecha com indicador. ChanYeol parecia temeroso ao mencionar o nome do garoto.

Sim. — Concordei positivamente com a cabeça. — A propósito… Por que você caiu no céu feito bosta de pombo?

ChanYeol meneou a cabeça de um lado e depois para o outro e resmungou algo inaudível aos meus ouvidos.

É uma longa história. — Completou e rapidamente mudou o assunto. — Aqui fora está mais frio, então não demore se vestir.

Mas e você? — Indaguei. Suas roupas estão molhadas. — Afirmei preocupado abraçando meu tronco no intuito de esconder minha nudez. Pode pegar um resfriado.

ChanYeol esgueirou para fora da terma e se manteve de costas para evitar o constrangimento de olhar nos meus olhos e apanhou minhas peças de roupas que estavam jogadas no chão.

Eu sei, por isso vamos para a minha casa.

 



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