História What If... - Capítulo 3 - Um dia com Roh...

Capítulo 3 - Um dia com Roh...

POV Rodrigo

Desde que conheci Bella a acolhi como uma irmã. Ela era estava tão machucada pelo o que tinha acontecido que eu não poderia agir de qualquer outra maneira. Ela me lembrava da irmã que eu tive quando ainda era humano. Eu sempre tive que cuidar dela pois nossos pais haviam falecido quando eu tinha 7 anos e ela 5. Quando fui transformado a coisa mais difícil pela qual passei foi nossa separação. Depois que consegui ficar perto de humanos sem matar ninguém passei a vigiar ela de longe. A vi se casar, ter filhos, netos e então morrer. A triste parte de ser imortal.

Cuido tanto de Bella e Renesmee pois é bom ter uma irmã novamente. A nossa convivência era tranquila e fácil. Bella sabia da existência de vampiros e carregava no ventre o fruto desse conhecimento. Ela não se importava com o que eu era e eu sabia o que ela precisava. E assim eu ganhei uma segunda chance para participar da vida de uma irmã.

Bom, nem todos os meus parentes estão mortos, então eu já tinha uma família. Tenho meus primos, Damon e Stefan Salvatore que também eram vampiros. Ambos transformados pela mesma pessoa que eu.

Não fiquei com eles pois gostavam de ficar em uma cidade por anos e sempre acabavam voltando para Mistic Falls. Eu preferia não ficar muito tempo e definitivamente preferia evitar Mistic Falls, cidadezinha complicada aquela. Mas o principal era que eu não gostava de me sentir preso a nada nem ninguém. Isso até conhecer Bella, que já sabia do segredo. Ela tornou muito fácil minha decisão de ser parte da vida de alguém. E com isso meu instinto fraterno me fez ficar.

Antes de Bella ter o bebê saímos de Forks por causa dos lobos que não queriam que a criança nascesse. Fomos para Mistic Falls e Stefan nos acolheu e pouco tempo antes de Nessie nascer Damon apareceu e acabou nos ajudando também. Renesmee foi uma alegria, e uma preocupação, pois tive que cuidar dela por 3 dias enquanto Bella era transformada em vampira. Além disso não sabíamos como seria depois da transformação, pois Bella seria uma recém-criada e estaria sedenta por sangue. E para piorar Jacob nos encontrou enquanto Bella começara a se transformar. Damon e Stefan tentaram impedir que ele se aproximasse, mas Jacob foi mais rápido. Devo dizer que foi um choque quando vi ele aparecer na sala, mas ao ver Nessie o lobo sofreu o imprinting e não nos atacou. Ele voltou a La Push e falou com a alcateia, mas estava de volta antes que Bella acordasse. Voltamos para Forks logo depois que Bella aprendeu a se comportar melhor na frente dos outros.

O que posso dizer é que o amor e o carinho que eu sinto por elas é enorme, não sei como Edward a deixou, até hoje penso o que eu farei se um dia o encontrar.

Voltando aos meus primos, tudo o que posso dizer é que eu os adorava por terem nos ajudado. Mantivemos muito mais contato depois disso e quando souberam que eu estava firmando raiz fizeram questão de nos visitar. Não me opus de maneira nenhuma.

Os dois adoraram Bella e se encantaram com Renesmeee, claro, não tinha uma pessoa que não gostasse dela. Os quatro se deram muito bem e logo já tinham um laço forte. Damon e Stefan faziam tudo que Ness queria, podia ser a coisa mais absurda eles davam ou faziam era até engraçado.

Damon e Bella tiveram uma atração logo de cara, mas não passou disso que eu saiba. Ela ainda amava Edward, mesmo que não admitisse, e ele tinha uma história amorosa pra lá de complicada. Então ficaram muito amigos, claro, mas Damon não perde nunca a oportunidade de flertar com ela e jogar seu charme com seu jeito safado de viver. Bella não parecia ligar pra isso, eu acho que isso a fazia se sentir amada.

Quanto a mim, bem... eu tive meus rolos antes de vir para Forks, mas nunca pensei que encontraria minha amada aqui em Port Angeles. Quando vi Amanda pude jurar que senti meu coração, a muito morto e parado, se aquecer. Eu a amei assim que pus meus olhos nela. E agora minha irmã, sobrinha e o amor da minha vida corriam perigo. Eu as protegeria com a minha vida se fosse preciso. Mas ainda era um problema vigiar Amanda sem deixar Bella e Nessie desamparadas. Aquilo me dividia ao extremo. Acho que preciso de ajuda.

O Encontro...

Finalmente o dia do meu encontro com Amanda havia chegado. Eu tinha pensado tanto no que faríamos. A princípio descartei a possibilidade de um jantar romântico, já que não apreciávamos os mesmos tipos de comida. Minha carne era deveria ser absolutamente mal passada e tinha que sangrar. Pensei também em irmos ver um filme no cinema, mas isso não nos dava a oportunidade de conversar muito, e eu queria conhecer tudo sobre ela. Isso excluía várias outras atividades. Então acabei voltando para a primeira ideia que descartei. Comer alguma coisa seria repugnante e desconfortável, e depois para me livrar da comida seria ainda pior, mas ela valia o esforço. E isso a manteria no escuro sobre o que eu sou por mais tempo. Ela não poderia saber o que eu era. Não agora.

Deixei Bella e Nessie com Jacob, Seth, Leah e Quil. Não sabíamos se o vampiro desconhecido voltaria, mas nem eu nem Jacob queríamos deixar as duas desprotegidas. Bella tinha reclamado um pouco, falando que não precisava de tantas babas assim, mas quando pensou em Nessie ela acabou concordando. Saí com o carro para buscar Amanda.

Quando ela saiu de seu prédio fiquei maravilhado com sua beleza. Ela usava um vestido roxo com um casaco comprido por cima. Amaldiçoei o clima da região. Ela se aproximou mais e eu tive que dizer o óbvio.

- Você está linda. - não conseguia tirar o sorriso do rosto.

- Obrigada. Você também está lindo. - ela disse corando um pouco.

Olhei pra mim e não vi nada de mais. Dei de ombros.

- Obrigado. Vamos? - perguntei abrindo a porta do carro para ela.

Ela fez que sim com a cabeça e entrou.

Conversamos um pouco sobre o trabalho durante o curto trajeto. A levei ao melhor restaurante de Port Angeles. Ela merecia apenas o melhor.

Ao chegarmos ao restaurante o metre nos atendeu e nos encaminhou até uma mesa reservada no canto mais distante dos outros no restaurante. Nos sentamos e nossas taças foram servidas de água. O metre entregou um menu para cada um e deixou a mesa.

Observei-a admirando a beleza do lugar, mas nada era bonito suficiente para me fazer tirar os olhos dela. Amanda terminou de admirar o lugar e me olhou, ao ver que eu a fitava fixamente ela corou e olhou pra baixo, numa clara demostração de vergonha. Aquilo me fez sorrir. Resolvi acabar com o sofrimento dela e fazer o que eu tanto queria, conversar com ela.

- Gostou do lugar? - perguntei quebrando o silêncio.

- Sim. É muito bonito. Nunca tinha entrado nesse restaurante. A comida daqui deve ser boa. - ela disse, mas parecia mais uma pergunta. O que eu diria? Nunca havia comido ali. E mesmo se tivesse não saberia dizer.

Graças aos céus nossa conversa foi interrompida quando a garçonete apareceu para que fizéssemos nossos pedidos.

- Vocês gostariam de fazer o pedido agora? - ela perguntou com um sorriso estranho no rosto.

- O que você vai querer Amanda? - perguntei olhando pra ela.

- Não tenho certeza... - ela deu uma longa olhada no cardápio e falou sem tirar os olhos de lá. - Hum...acho que vou querer um Talharim ao molho Funghi. - Ela me olhou agora como que pedindo aprovação.

Cogumelos estavam na faixa do nível 4 na minha escala de sabores de comida humana. O que correspondia a "tem gosto de serragem". Mas eu não podia deixar transparecer nada. Sorri em aprovação.

- O mesmo pra mim. - falei para a garçonete então me virei para minha amada. - O que você quer pra beber?

- Pode escolher você. -ela falou tímida.

- Então traga um vinho tinto para ela.

- E para o senhor?

- Nada. Obrigado.

A garçonete recolheu os menus e saiu nos deixando finalmente sozinhos.

- Então Amanda, eu quis te trazer aqui para podermos conversar um pouco. Quero conhecer mais sobre você.

- Por quê? - ela falou baixo de mais para que um humano pudesse ter ouvido, mas eu escutei perfeitamente.

- Me diga, você tem irmãos? - perguntei tentando a desviar de seus pensamentos.

Conversamos muito. Aproveitei as perguntas que ela me fez e respondi o mais longamente possível para não ter que comer muito. Aquilo não estava me fazendo muito bem.

Ela tinha um irmão, mas tanto ele quanto os pais moravam em Londres, onde ela nasceu. Tinha saído de casa para ir a faculdade de Yale em New Haven, Connecticut, e agora tinha vindo para Port Angeles para trabalhar na grande empresa de advocacia onde eu e Bella trabalhávamos. A Hambleton & Cia era uma das melhores empresas de advocacias do país. Perguntei se ela sentia saudade dos pais e do irmão, mas ela disse que estava se acostumando com a saudade. Mas que estava sempre em contato com eles e que passava algumas férias com eles.

O nosso jantar foi perfeito, tirando a parte da comida e o fato deu ter mentido um pouco sobre mim, é claro. Mas não foram mentiras completas. Quer dizer faziam décadas que minha irmã havia morrido, e não alguns anos. Da mesma forma que meus pais não morreram num acidente de carro quando éramos pequenos. Não existiam carros quando meus pais morreram. Mas não deixava de ser mentiras.

Quando parei o carro na porta da casa dela me lembrei do que Bella falou antes que eu saísse de casa. "Se ela enrolar um pouco para sair do carro é porque ela quer que você a beije. Então não deixe a garota sofrendo por um simples toque seu. Beija ela logo." Não era como se fosse o meu primeiro beijo. Mas mesmo assim eu fiquei nervoso como se fosse. Não pelos dramas comuns dos jovens e sim por não saber ao certo se eu a machucaria ou não. Eu devia ser gentil. Muito gentil.

Amanda estava mexendo em suas chaves e ainda não havíamos sequer saído do carro. Pelo que Bella disse ela queria um beijo. Saí do carro e fui um pouco mais rápido que um humano para chegar ao outro lado do carro. Abri a porta e ela relutou um pouco ao sair. Será que eu fui mais rápido do que devia?

Caminhamos até a entrada do prédio onde ela morava, ainda calados. Ela acabou quebrando o silêncio dessa vez.

- Eu adorei o nosso jantar. Me diverti bastante. - ela corou um pouco.

- Eu também adorei nosso encontro. - ela corou mais um pouco. Aquilo não me ajudava muito. - Só acho que esteja faltando uma coisinha.

Não dei a chance dela falar mais nada e acredito que ela não tinha mesmo o que falar naquele momento. Eu me inclinei e simplesmente encostei os meus lábios nos lábios dela. Mais minha intenção de um beijo calmo e tranquilo se esvaiu no momento em que minha pele encostou na dela. Foi como no 4 de julho. Ouve uma explosão e ambos atacamos o outro. Pedi passagem entre os lábios dela com minha língua e ela cedeu de imediato. Não era um duelo que nossas línguas travavam, era uma dança. Uma dança perfeita e sincronizada. Como se fizéssemos isso a anos. Mas ao mesmo tempo era algo tão novo e gostoso. Tive que parar o beijo quando percebi que ela tinha ficado sem ar. Tá ai uma desvantagem de se ser humano. A desvantagem de se ser vampiro era que eu tive que me conter para não transformar aquele beijo em outra "janta".

Ela ofegava em busca de ar e tinha uma das mãos sobre o peito que subia e descia rapidamente.

- Eu realmente estava louco para fazer isso e realmente gostaria de ficar um pouco mais, mas eu preciso ir. Te ligo amanha para combinarmos alguma coisa. - falei olhando nos olhos dela.

Eu estava para perder o controle a qualquer momento. Tinha que me afastar dela. Dei as costas e sai numa velocidade maior que a de um humano novamente. Entrei no carro e olhei para ela que ainda estava aturdida pelo que havia acontecido. Dei a partida e fui voando para casa. Agora estava feito.