História What if... - Capitulo V - Soo...

Kim Jongin 

"Nini" - dizer que não fiquei feliz com o pequeno apelido seria mentira, nunca tive o costume de deixar as pessoas me colocarem apelidos carinhosos, no máximo meus amigos me chamavam de Kai, mas nada se comprava ao apelido tão único que o pequeno me deu. Kyungsoo realmente não era igual aos omegas que havia conhecido, ele era pequeno na medida certa, carinhoso, com medo e um passado o qual ainda não sei muito. 

Ele deitado em meus braços era a sensação sem explicação, jamais deixaria alguém dormir no mesmo quarto que era meu quando criança, mas o Soo era a exceção para tudo, ele estava quebrando as barreiras aos poucos, talvez eu fosse ama-lo no futuro, seu sorriso tímido fez meu coração se agitar e o estomago sentir uma sensação estranha, seriam essas as borboletas? loucura. 

No meio da noite eu acordava algumas vezes, não por medo ou porque não estava me sentindo bem, mas para admirar a feição tão serena de Kyungsoo, o modo como se aconchegava cada vez mais em meu corpo, sua respiração quentinha batia contra minha pele fazendo me arrepiar algumas vezes, mas não demorou para que um sono pesado tomasse meu corpo, permitindo-me que dormisse.

Os raios do sol fizeram com que me remexesse na cama, escuto um som baixinho de um resmungo, ao abrir meus olhos me deparo com a cena mais linda, o pequeno Kyungsoo fazia um pequeno biquinho entre os lábios e agarrava meu corpo, tudo isso ainda dormindo. Não pude deixar um sorrisinho dançar em meus lábios, ele parecia ter dormir tão tranquilamente que seria errado acorda-lo, seus fios bagunçados caiam sobe seus olhos fechados, sua mão segurava meu corpo, tão adoravel, levei minha mão ate seus fios fazendo carinho, seu cheirinho doce relaxava todo meu corpo, meu desejo era nunca sair daquela cama... 

Precipitado, as ações desde ontem a noite eram assim, todas precipitadas, nem ao menos pensei quando convidei ele para ficar em casa e nem ao menos me questionei em leva-lo ate meu quarto, passar a noite daquela forma era novo para mim, se bem que tudo estava sendo novo desde que Kyungsoo entrou pela porta da casa de meus pais na noite passada. Ele havia simplesmente entrado, timido e com medo, mas suas ações encadearam algo que achei impossivel, ele conseguiu  me encantar, eu desejava mais dele, saber algo a mais, saber tudo o que se passava por aqueles olhinhos curiosos, eu queria Kyungsoo para mim. 

Não sei ao certo quando tempo fiquei pensando nele e fazendo carinho em seus fios, mas logo escuto o som de batidas leves na porta, a mesma se abre e Sehun adentra no quarto, ele tampa a boca ao ver a cena de eu fazendo carinho em Kyungsoo, enquanto este dormia em meu peito. 

- Achei que ia morrer e nunca ver você assim com alguém - sussurrou para não acorda-lo. 

- O que você que Hunnie? vai acorda-lo - murmuro.

- Eu sei, apenas vim chama-lo pois estão ligando do escritório, mesmo sendo domingo essas pessoas não ficam em casa? - diz ele - Precisam falar com você, deixa ele dormindo e vai ver o que é né! 

- Mas que... - rosnei baixo, Kyungsoo se remexe na cama mas não acorda, para minha sorte - Já estou descendo... 

Sehun saiu correndo - como de costume - olhei para o pequeno, não queria deixa-lo aqui sozinho, mas quando se tratava de minha empresa... ela sempre vinha primeiro, com muito cuidado tento sair da cama sem acorda-lo, o que da muito certo, vejo ele se agarrar ao travesseiro continuando a dormir. Com muita dor no coração coloco uma camiseta e saio do quarto, não sem antes olhar uma ultima vez para Soo. 

desço até o escritório de meu pai, Sehun estava sentado na cadeira giratória a minha espera, sento em outra cadeira pegando o telefone e ligando para saber o que havia acontecido. vendo que a conversa iria demorar mais do que o esperado, peço a Sehun para voltar ao meu quarto e ver se Kyungsoo estava bem, ele sai sorrindo fazendo o que pedi. Fico mais de 1 hora no maldito telefone, tudo isso porque um cliente estava com problemas e ninguém era capaz se resolver alem de mim, passo as mãos por meus fios puxando este com força, olho para o relógio na mesa vendo que ja era quase 10 horas da manhã, levanto-me saindo do escritório, estava para subir para meu quarto quando escuto vozes agitadas vindo da sala de jantar. 

Chegando na sala de jantar vejo meus pais, Sehun e Kyungsoo já na mesa, Sehun tentava fazer Kyungsoo comer levando a colher cheia de bolo, mas o pequeno se recusava o que gerava risadas dos mais velhos ao outro lado da mesa, apoio-me na batente da porta, Kyungsoo é o primeiro a perceber minha presença, seus olhinhos vão de encontro aos meus, suas bochechas tomam uma coloração avermelhada, meus pais olham para mim e sorriem, já Sehun parou com a brincadeira sorrindo fraco. 

- Kyungsoo disse que só iria comer quando você chegasse, fofo não é? acabamos por esperar também, mas Sehun engraçado como sempre queria forçar o pequeno - minha mãe disse toda sorridente, ainda encarava Kyungsoo, sorrindo para ele vou dando a volta na mesa até chegar ao seu lado. 

- Verdade Soo? - pergunto enquanto me sento ao seu lado, como era possível alguém corar tanto como Kyungsoo? tão adorável... 

- S-sim Nini - ele responde tímido, me aproximo deixando um selar em sua testa, seus olhinhos se arregalam ainda mais e talvez por impulso ele se agarra ao meu braço escondendo o rosto na curvatura de meu pescoço. 

- Awnnn!! - escuto meu pai - quem diria que um dia ia ver uma cena dessas - ele riu sendo acompanho por minha mãe e Sehun. 

- Falei que eles estavam se dando bem omma - diz Hunnie - Nini? o que é Nini? 

Assim o café da manha rendeu em risadas de meus pais, minha explicação sobre os apelidos de Soo e Nini, Kyungsoo corado o tempo todo e Sehun brincando sempre que tinha oportunidade. Ao terminar cada um seguiu para um lado da casa, levei Kyungsoo para conhecer o jardim de perto, ele era encantador, sabia o nome de quase todas as flores, acho que poderia passar a vida vendo ele ali sentado em meio as flores me mostrando e falando o nome de cada. 

- Soo, hoje você vai poder ir para minha casa, espero que goste, nunca levei nenhum omega para minha casa - cocei a nuca - é estranho... 

- Eu sou o primeiro? - ele perguntou curioso. 

- Sim, a minha casa e de Sehun é nosso lar, não gostamos de colocar qualquer pessoas lá, essa é nossa regra, nada de omegas em casa. Mas voce é a exceção - mais uma vez - então não se preocupe. 

- Me sinto feliz Nini, vai ser muito bom morar com voce.. mas preciso passar em casa para pegar minhas roupas e outras coisas - ele falou tão baixinho que se não fosse minha audição muito boa talvez nçao tivesse escutado. 

- Podemos ir até lá hoje mesmo, depois do almoço te levo lá. Sei que não quer voltar lá, eu queria muito poder saber o porque mas vejo que não está preparado para falar sobre o assunto, como disse eu te respeito muito, quando sentir que confia em mim pode ter certeza que vou estar bem aqui para escuta-lo. 

- Obrigado Nini - ele veio até mim abraçando-me, apenas retribui selando sua testa como de costume, costume o qual me fazia feliz. 

[~]

Como prometido vou levar Soo até a casa do pai, o pequeno falava diversas vezes que não precisava, mas teimoso como sempre fui acabei por convence-lo. No carro Kyungsoo não falou uma unica palavra, parecia um tanto quanto nervoso e ansioso, minha curiosidade para saber mais do que ele passava naquela casa apenas aumentava. Estaciono bem de frente a casa.

- Vamos Soo - falo quebrando o silencio.

- Nini, me deixa ir sozinho, sabe... é o meu momento de me despedir de tudo que já passei aqui, então por favor - ele pede me olhando com aqueles olhinhos, não havia como dizer não.

- Tudo bem, eu entendo, se precisar de alguma coisa é só chamar, vou ficar aqui escutando musica - dou de ombros. 

- Muito obrigado Nini - surpreendo-me ao sentir os lábios de Kyungsoo em minha bochecha, quando me dei conta do que aconteceu ele ja não estava mais do meu lado... céus, ele tem lábios tão macios..

[~] 

Nunca fui paciente, Kyungsoo estava demorando, sei que arrumar as coisas demora, mas como havíamos combinado pedi apenas para pegar o básico, pois compraria coisas novas para ele - claro que eel não aceitou de primeira, mas minhas chantagens são irecusareis. - meio incomodado com a demora resolvo sair do carro e ir ate a entrada da casa. 

Ao me aproximar escuto gritos de alguém, era uma voz feminina, ela gritava e ria de algo que não pude muito bem identificar, verifico se a porta estava aberta, por sorte estava. Adentro na casa e posso escutar melhor a discussão.

- Você sempre vai ser um farto Kyungsoo! Sua mãe não pensou duas vezes em fazer um contrato e se livrar de você! Não vê? ninguém nunca vai te amar, nem ao menos sua mãe foi capaz, sempre vai ser um desgosto, mereceu apanhar de seu pai e de mim merecia muito mais! 

Me recusava a acreditar no que estava ouvindo, o pai dele... quem era essa mulher, com sangue nos olhos subi as escadas seguindo de onde vinha aquela voz, ao me aproximar pude escutar Kyungsoo chorando e dizendo varias vezes "não, não, não", aquilo foi o ápice de minha raiva, adentrei no comodo o que assustou a vagabunda que estava no canto do quarto enquanto Kyungsoo se encontrava no chão com a mão no rosto e chorando.

- QUE PORRA É ESSA? - usando o tom de alfa vi a mulher se assustar ainda mais, Kyungsoo levantou o olhar me encarando, seu rostinho estava vermelho e com marca de unhas, minha vontade era de matar aquela mulher, mas o que fiz foi correr ate ele e abraça-lo com força. - SAI DAQUI ANTES QUE EU MATE VOCE! NUNCA MAIS OUSE TOCAR UM DEDO NELE  OU MATAREI VOCE E AQUELE FILHO DA PUTA QUE SE DIZ PAI DO KYUNGSOO.

Covarde como imaginei, ela saiu correndo, Kyungsoo chorava em meu peito agarrando minha camisa com força, meu coração nunca se partiu tanto em minha vida, escutar ele chorar e saber que não pude evitar, imaginar alguém batendo nele, lhe dizendo coisas tão horríveis, eu queria matar todo mundo que um dia lhe fez mal, mas minha maior prioridade ali era deixa-lo saber que não importa o que aconteça estaria ao seu lado.

- Nini..m-e...tira daqui... eu não aguento mais..eu...Nini - ele sussurrava tão fraquinho, afasto seu rosto um pouco vendo que parecia muito mal.

- Hey Soo... 

- Nini.. não me deixe..n-na... - Kyungsoo foi fechando os olhos e acabou por desmaiar em meus braços....

- Soo! - quando me dei conta eu chorava..

"E agora, quando tudo está feito

Não há nada a dizer

Tu tens ido e sem esforço

Tu ganhas-te

Tu podes ir adiante dizer-lhes"