História What if I said? - I love you too

JungKook

Quando acordo, meu braço estava formigando.

Jimin dormiu a noite toda em cima dele.

Não sei quando foi, mas em algum momento acabei o abraçando, e ficou por isso mesmo.

Levanto com cuidado para não acordá-lo, e vou até o banheiro tomar um banho. Não sei se de fato fiquei surpreso, mas havia uma banheira gigante naquele lugar.

Na verdade, fui eu quem comprou a passagem de Jimin. A suíte já era reservada pela empresa, mas a passagem era apenas pra mim.

Porém essa era a oportunidade perfeita, e eu não poderia deixá-la passar.

Falando em empresa, as notícias foram bastante agradáveis. Eu fiz uma espécie de tour pela editora, que era bastante semelhante a de Seoul.

A proposta ainda era a mesma. Vir trabalhar na unidade de Busan. A entrevista já havia sido feita, e resposta viria amanhã.

A única coisa que me preocupa em relação a tudo isso, é Jimin. Deixá-lo em Seoul, contar a ele que estou indo embora quando finalmente começamos a nos entender.

Os planos antes não eram esses. Eu apenas queria deixá-lo ser feliz com Nam Il, e não estar mais por perto chorando pelos cantos.

Mas a vida sempre dá um jeito de complicar as coisas, e sempre reserva alguma surpresa pra gente.

Eu não contava com o fato de que estaríamos apaixonados semanas depois, muito menos que todas aquelas coisas terríveis teriam acontecido.

O fato é que... 

Não sei mais o que fazer.

Não quero me apegar tanto assim a esperança de poder estar com Jimin, e a proposta é realmente muito boa. Talvez nunca mais a consiga.

Estou perdido.

Saio do banheiro com a toalha enrolada na cintura. Havia esquecido as roupas na mala, então volto para pegá-las.

O que encontro é um Jimin despertando, espalhado por aquela cama enorme.

- Bom dia. - Sorrio em sua direção.

- Bom dia... - ele murmura, observando todos os meus movimentos.

Achei que ele fosse se enfiar debaixo das cobertas assim que me percebesse nú, mas tudo o que ele faz é olhar, o que acaba me deixando constrangido.

- O que é isso na sua costela? - sua voz chama minha atenção.

- Aonde? - me olho, e noto sobre o que ele falava. - Ah... isso aqui. - Deslizo um dedo pela tatuagem. - Lembranças da Índia.

- Essa viagem te deixou diferente. - Jimin comenta casualmente, mas ele nem faz ideia do quanto significou.

- Você não faz ideia... - digo um tanto nostálgico. 

Foi uma época de reflexões, descobertas e conhecimento. Muitas coisas mudaram desde lá.

- Mas eu gostei.

- De que? - pergunto.

- Dessa tatuagem. Deveria fazer mais algumas. - Seus olhos continuam me estudando, e eu apenas rio.

Encontro finalmente o que queria vestir, e volto para o banheiro.

- - - -

Depois de tomarmos café no saguão do hotel, decidimos passear um pouquinho.

Vamos há vários lugares que não visitávamos há décadas, incluindo o muro onde as fotografias de formatura da escola eram tiradas.

- Parece que já faz tanto tempo... - ele desliza os dedos pelos tijolos.

- É... lembro como se fosse ontem do dia em que você me abandonou aqui. - Provoco, e ele me bate fraco no braço.

- A culpa não é minha se você é mais novo do que eu. - Ele ri. - Não se esqueça que eu nasci aqui primeiro.

- Ao menos isso não me impediu de crescer mais que você. - Comparo nossos ombros, com alguns bons centímetros de diferença.

- Você é um bobo.

- E você é fofo.

Jimin tira o celular do bolso e abre a câmera, tirando primeiro uma foto de si mesmo, e depois me chamando para perto.

- Não pudemos fazer uma foto juntos na época, mas podemos fazer uma agora.

Me junto a ele, que tira algumas fotos nossas.

Fazia bastante tempo que não tirávamos nenhuma foto juntos.

Depois disso fomos até a sorveteria que frequentávamos quando saíamos da aula no verão e eu o compro seu sorvete favorito.

- Como consegue lembrar dessas coisas? - ele pergunta se referindo ao sorvete.

- Eu nunca esqueço das coisas que são importantes o que marcaram a minha vida. - Dou de ombros, enquanto Jimin me observa. - Acho que já deixei claro o quanto gosto de você. Não me importa se você demorar pra me dizer qualquer coisa, mas eu sempre fui, e sempre vou ser apaixonado por você, Park.

- JungKook isso... - ele começa, mas silencia.

Caminhamos mais um pouco, até terminarmos de comer, e sentindo aquela onda de calor, já que faziam mais de 30 graus, me ocorre uma ideia.

- Vamos pra praia.

- Agora? - ele ri. - Mas não podemos molhar essas roupas.

- Quem disse que não podemos?

- JungKook, eu não acho uma boa ideia.

- Meu deus Jimin, deixei de se preocupar com esse tipo de coisa uma vez na vida. Ouça a voz da diversão e venha comigo.

Olho para ele esperando qualquer reação, e o mesmo acaba rindo e concordando.

- Você me induz a fazer cada coisa... mas tudo bem. Vamos, já que eu sou tão chato.

Seguro sua mão e o puxo para dentro da água, ambos estamos rindo, embora ele tente desistir da ideia a cada passo que damos.

- Vem logo Jiminnie, só mais um pouquinho. - A água batia em nossos joelhos.

- JungKookie, eu não sei nadar. Melhor parar por aqui.

- Eu te seguro, não tem problema.

Andamos mais alguns metros, e quando a água está em sua cintura, ele se recusa a continuar.

Decido então parar por ali. A água ainda não estava exatamente em minha cintura (diferença de altura), mas já era o suficiente.

- Pode segurar em mim, se quiser.

Ele coloca as duas mãos em meus ombros, e eu seguro sua cintura.

A água vem em onde pequenas, que molham nossas roupas cada vez mais.

- Nunca vim até tão fundo. - Ele sorri satisfeito. - É divertido.

- Olhe em volta. - Sugiro, também olhando. - É mais bonito visto daqui.

Jimin olha ao redor maravilhado, e nada no mundo jamais valeria mais do que o sorriso que estava fixo ao seu rosto.

E então de repente, ali no meio da água, parece que nada mais importava.

Só Jimin agarrado ao meu corpo, rindo e fugindo da água, o sol iluminando o nosso dia, a brisa salgada e o barulho do mar.

- Você pode até me odiar depois disso, mas eu preciso fazer uma coisa. - Falo atrapalhando suas gargalhadas divertidas.

- Ah não, não jogue água na minha cara. - Ele pede.

- Não é isso. - Nos aproximo mais, a ponto de colar nossos rostos, e ele fecha os olhos entendendo do que eu estava falando. - É isso...

Coloco uma das mãos em sua nuca, e o beijo.

Não era mais capaz de esperar. De tê-lo junto comigo e não fazer nada. De sentir meu coração pulando ao seu lado e não dizer nada.

Pensei que ele fosse me afastar, ou até mesmo gritar comigo. Mas ele retribui.

Nossas línguas enroscando uma a outra, suas mãos agarradas aos meus cabelos.

Jimin era tudo o que importava.

Quando desaceleramos, e ficamos apenas trocando selinhos, ele encosta a testa em meu peito, e começamos a rir.

- Ah JungKook... - ele suspira. - Você não sabe a quanto tempo eu estava rezando para que você fizesse isso.

Entramos em uma crise de risos interminável, diante da nossa idiotice.

Era tão simples.

- Então me permite fazer de novo? - seguro seu queixo e levanto sua cabeça.

- Quantas vezes você quiser...

Nos beijamos mais uma vez, no meio da água, sem ninguém perto para ficar olhando e julgando.

- Jimin... - coloco alguns fios de cabelos atrás da sua orelha, enquanto nos olhamos. - Eu te amo.

- Eu também te amo JungKook. Eu te amo...

- Ah meu deus, eu estou tão apaixonado por você, e eu estou feliz. Eu me sinto o maior idiota do mundo, mas não me importo. Porque estou apaixonado por você, Jimin.

- Me perdoe por todas as coisas que eu fiz. - Ele pede, fazendo carinho em meus cabelos. - Por todas as decisões erradas que eu tomei e que me afastaram de você. Eu fui tão burro, e me arrependo disso. Mas prometo nunca mais te abandonar.

Beijo sua testa e o abraço por alguns instantes.

- Vamos voltar pro hotel. - Sugiro segurando a sua mão. - A maré está subindo, e ainda temos o dia todo juntos.

- Achei que nunca fosse dizer isso.

Corremos de mãos dadas pela rua até o hotel.

Nossas roupas estão encharcadas e acabamos fazendo a maior bagunça.

Mas nada disso importa quando chegamos ao quarto.

Elas já não se fazem mais necessárias.

Nós estamos amando.