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História What is love? - Fillie - Cap.47


Escrita por: MillsWolfhardBr

Notas do Autor


Sábadou e com ele temos o quê?? Capítulos novos irra!!

Músicas (caso queiram)

-Disclosure - You & Me (Flume Remix) [Official Video]
-Call Me By Your Name – Visions of Gideon (Official Vídeo)

Capítulo 48 - Cap.47


Pov. Millie

-Amada pode parar de tremer essa perna? Tá irritando – Noah fala e eu suspiro

Acordei mais cedo que o de costume e vim direto com Noah para escola, que quando liguei me disse já estar pronto. São 6:15 e eu encaro meu café com profundidade, suspiro e vejo Noah comendo seu bolinho com tranquilidade

-Desculpe – digo e o menino ao meu lado me olha e revira os olhos

-Não precisa se desculpar – fala e limpa a boca – mas por que quis vir tão cedo?

-Finn....acho que ele quer terminar...- digo e Noah une as sobrancelhas.

Lhe conto o que vi no parque e a nossa ligação à noite, e pela primeira vez vejo Noah deixar a comida de lado para prestar atenção no que eu falo. Ao final de história suspiro e Noah faz o mesmo

-Conversem, deixe ele esclarecer tudo

-Esclarecer o quê? Eu vi os dois juntinhos

-Millie você está prestando atenção no que está falando? – me pergunta e nega com a cabeça – está agindo igualmente a ele quando tinha as crises de ciúmes, tirando conclusões precipitadas! – fala e eu suspiro – vocês precisam aprender a conversar, diálogo é a base de tudo – apenas confirmo com a cabeça e ele me encara com uma sobrancelha arqueada – quer um conselho?

-Hum?

-Vai com Finn, sentem-se em qualquer lugar que se sintam confortáveis e conversem. Finn, ele deve estar sofrendo demais com isso tudo, dê a ele a chance de explicar realmente o que houve, você apenas viu uma coisa mas a realidade mesmo pode ter sido outra, não haja como ele, sabe, tirando suas próprias conclusões. Quando Finn ficava puto devido a Louis, você não queria poder conversar?

-Sim....

-Então.....vai amiga, tem medo do que? De que ele escolheria Lisa? – me pergunta e o encaro - se terminarem é isso que irá acontecer. Finn vai ficar desolado e quem vai dar consolo? Lisa. E então você vai sofrer, ver que agiu errado e olha quem se lascou mais uma vez?? Isso mesmo, você! E então irá na minha casa para comermos porcarias e engordar enquanto assistimos um filme romântico clichê e chorarmos porque nossa vida nunca será igual – fala rápido e eu rio fraco – enquanto puder dizer e demonstrar que o ama, demonstre e diga. Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje, clichê, mas é uma frase muito verdadeira.

-Não sei....

-Millie, não brinca com o futuro, a gente não sabe o que pode acontecer, Finn pode morrer amanhã e aí irá sofrer por não ter dito que o ama mais vezes, que nem o que houve no acidente, só soube que o ama quando ele morreu, ou quase morreu, ah sei lá oras – fala e eu rio fraco

-Você acha que ele a escolheria?

-Amada? É mais fácil um raio cair na cabeça do Finn do que ele a preferir do que você – pega seu bolinho e morde – saco de casal difícil hein

-Estou com medo do que essa conversa possa render. Poderemos sair com tudo de boas ou tudo arruinado – suspiro e bebo um gole do café que já estava começando a esfriar – mas sei que isso só depende de nós dois, de mim....

-Bom, sim.....e só saberá depois da conversa. Agora tenta relaxar okay, ficar preocupada antes do tempo só te fará sofrer – fala e termina de mastigar o bolinho – esse bolinho é tão bom, como será que é feito?

-Pergunta a Boonie – digo apontando para a merendeira e Noah ri

-Vou mesmo, já volto com a receita – se levanta e eu suspiro observando Noah correr animado até a mulher, que o encara confusa

Pego meu celular para me distrair, quando minha visão é tapada por duas mãos finas e delicadas, o perfume extremamente doce me faz sorrir ao reconhecer quem seja

-Um bolinho a mais se acertar quem é – fala em meu ouvido e eu rio fraco

-Vou querer com recheio de morango Apatow

-Ah sua sem graça faz pelo menos um suspense – ela retira suas mãos de meus olhos e se senta em minha frente enquanto rimos – o que Noah está fazendo? – olha para o garoto que digita algo no celular

-Foi pegar a receita desse bolinho – respondo e ela ri

-Uh vou pedir dele depois, vai comer o seu? – pergunta encarando meu bolinho e eu o pego, dividindo-o em dois e entregando-lhe outro pedaço – Ai brigada, gente meus pais vão dar uma festa, querem ir?

-Festa? – Noah aparece do nada e rimos - nada de festas, nosso histórico não é um dos bons

-Meu histórico com festas não é um dos melhores...- digo e Iris suspira

-É uma boa chance de mudar isso né? – ela fala – vamos miga, juro que não vai acontecer nada, no máximo é ficarmos bêbados, mas só isso

-Quem vai? – Noah pergunta para a de cabelos rosas

-Bem....como é festa dos meus pais só gente adulta e chata – ela ri – mas se não quiserem tudo bem, acho que nesse dia vou inventar alguma desculpa pra não ter que comparecer a isto – ela se levanta – tenho que ir na biblioteca e depois direto pra sala, até o intervalo bebês – ela beija a minha e a testa de Noah e sai saltitando

-Não precisamos ir se não quiser – ele fala e eu o encaro

-Pode ir No, vão vocês...eu não curto festas mesmo – falo dando de ombros e Noah bufa

-Deus me livre - fala e ri - ela mesma disse que vai arrumar uma desculpa, deixa oras

-Que amigos somos né – digo rindo e ele revira os olhos

-Os melhores – fala e eu confirmo com a cabeça

Termino de comer escutando Noah falar sobre a receita de bolinho ser a coisa mais fácil que já ouviu na vida e então a campa toca anunciado que é para todos entrarmos na escola, como já estamos aqui, vou direto pra sala enquanto Noah vai buscar seus livros em seu armário. Levo um susto ao ver Louis sentado em minha cadeira e o encaro enquanto me aproximo, fazendo o garoto sorrir fraco

-Bom dia flor dia – fala divertido e eu reviro os olhos

-Só dia né – digo – sai! – ele se levanta enquanto eu me sento

-Eita que alguém acordou de mal humor hoje – fala e eu reviro os olhos – vou ser direto, você vai pra minha casa depois da aula – ele sorri e eu uno minhas sobrancelhas

-Mas já terminamos tudo – digo manhosa e ele ri

-Tem mais uma coisinha....

-O quê? – pergunto e a campa para que entrem na sala toca, ele ri e pisca pra mim

-Irá saber na hora – fala e sai da sala, olho para a porta vendo Finn e Lisa entrarem rindo e resolvo não olhar, apenas deito meu rosto na mesa

-Dialoguem e se beijem loco cacete – Noah sussurra somente para que eu escute me fazendo revirar os olhos, apesar dele estar certo. Sinto uma mão em minha nuca, fazendo carinho no local delicadamente

-Tudo bem? – Finn pergunta em meu ouvido e eu apenas faço um joinha sem o olhar – então olha pra mim – faço que não com meu dedo e o mesmo o pega prendendo-o – olha pequena, te dou um chocolate – fala e eu o encaro o fazendo rir – consigo comprar com um chocolate – reviro os olhos e ele me entrega uma barra de snickers

-Quer uma foto de lembrança não? – pergunto e ele ri, se sentando em sua carteira

-Quero – Finn rapidamente pega seu celular e tira uma foto minha

-Finn! Eu tô horrível!

-Está mesmo, deixa eu tirar outra, diga Xiiiis – o olho entediada e ele ri tirando mais uma foto – bem melhor, iti, que coisa mais linda bravinha – reviro meus olhos

Pego meu caderno e começo a desenhar os tipos de constelações existentes, uma maneira de distrair minha mente, me concentrar nela para não ter que focar meus pensamentos no garoto ao meu lado, coloco meus fones de ouvido e suspiro

Músicas tem esse poder, o poder de te tirar do mundo por alguns minutos, o poder de descrever sua alma e o que sente, o poder de te fazer esquecer dos problemas que está vivendo. Balançando minha cabeça ao ritmo da batida de Robin Schulz, começo a desenhar a constelação de Andrômeda, concentrada, não percebo quando a professora de artes entra.

Só percebo quando a mesma se coloca em meu lado, observando minha arte, retiro meus fones e sorrio amarelo para a mulher, que foca seu olhar em meu caderno, ela pede licença e pega o caderno de minha mesa, olho para a sala vendo que todos me olham e encaro Noah que dá de ombros

-Fascinação por estrelas senhorita Brown? – pergunta analisando o desenho e me encara, sorrio

-Sim senhora

-Por que?

-Por que o quê? Por que eu tenho esse fascínio?

-Sim – ela pergunta parecendo curiosa e eu sorrio

-Meu pai...via as estrelas com ele, escutava seu amor por elas antes dele....dele...- engato sentindo as lágrimas quererem descer quando sinto a mão de Noah em meu ombro – enfim – sorrio fraco - amo a vida estelar por conta dele – concluo e a mulher sorri

-Belo desenho, mas antes, retire os fones, não permito o uso de aparelhos eletrônicos em minha aula

-Sim senhora, escutado e anotado – digo e a mulher me devolve o caderno, caminhando até sua carteira, separando alguns de seus papeis

-Caralho quase hein...- Noah sussurra atrás de mim enquanto guardo meu celular e sorrio fraco

-Sim – respondo apenas e olho rapidamente a Finn que me encara. Desvio o olhar e encaro os garotos do terceiro ano começarem a se alongar para o treino da janela que fica ao meu lado, suspiro ao ver Louis – o que será que ele quer? – digo a mim mesma e Noah escuta

-Quem quer o quê?

-Louis quer que eu vá depois da aula em sua casa, só não sei para o quê – digo dando de ombros – ele deve ter feito alguma merda com algum cartaz – digo e pego meu caderno ao ver a professora se levantar

-Então, como é minha última aula com vocês, irei perguntar de alguns o que aprenderam sobre a arte barroca – fala e eu suspiro – Finn, pode começar me dizendo o que seria a arte barroca? – olho para o cacheado que sorri fraco e ajeita sua postura na carteira

-Bem... A Arte Barroca é conhecida pelos detalhes, requinte e elegância exagerados. Desenvolveu-se no século XVII em uma época bastante significativa para a civilização no Ocidente, pois nesse momento ocorriam grandes transformações que revolucionaram a sociedade vigente.

-Exatamente, Lisa, pode continuar? – suspiro dessa vez de raiva, não é possível que o universo resolveu juntar esses dois

-Claro – ela sorri para Finn que retribui o sorriso, que ódio, mato a menina com o olhar que assim que me vê solta um sorriso cínico, fazendo Finn me olhar. O encaro e reviro os olhos, voltando a fazer estrelas no caderno – A arte barroca surgiu primeiramente na Itália e logo espalhou-se para os outros países europeus. Mais tarde, desenvolveu-se também no Brasil e no restante do continente americano com a vinda dos colonizadores portugueses e espanhóis. Portanto, é um movimento que está fortemente relacionado com as circunstâncias históricas em que se insere. Surge no contexto da Contrarreforma e também no cenário colonialista, com as muitas riquezas das realezas em novos territórios. Suas obras incluem, sobretudo, temas religiosos

-Muito bem, vejo que prestaram atenção em minhas aulas....Millie? – paro o que estou fazendo e encaro a mulher – pode me dizer as principais características da arte barroca?

-Predomínio de temas religiosos, riqueza nos detalhes e formas, expressões dramáticas das personagens retratadas, preferência pelas curvas e contornos em detrimento das figuras geométricas, importância da iluminação e o jogo de luzes e sombras e o uso de contrastes a fim de evidenciar a proximidade do divino com o humano

-Correto, o que mais? – pergunta me olhando nos olhos e eu congelo, tem mais?

-Ham...Por ter se desenvolvido em diversos lugares, o estilo barroco não possui um caráter homogêneo. Existem várias diferenças entre a produção realizada por cada artista em localidades distintas –  Lisa passa na frente respondendo e eu a encaro a queimando com meus raios lasers invisíveis

-Muito bem Lisa, Millie tem que estudar mais querida. Eu entendo que estamos na reta final mas ainda sim vocês tem que sempre estudar – fala me repreendendo e eu suspiro revirando os olhos e colocando o capuz de meu moletom em minha cabeça

Olho para Lisa que sorri vitoriosa e a lanço o dedo feio para ela, que revira os olhos, depois encaro Finn percebendo que o mesmo olha para nós duas ao mesmo tempo, reviro os olhos e suspiro abaixando minha cabeça

-Mills? – o cacheado me chama e eu o encaro – você tá bem?

-Sim Finn, agora para de me perturbar caralho – falo grosseiramente, mas ele apenas ri

Eu não estava concentrada, não conseguia nem ler algum parágrafo de algo que meus pensamentos se perdiam, voavam longe, e tudo isso por causa de um certo alguém que não quero mencionar o nome, suspiro e coloco minha cabeça em meus braços, e sinto alguém me cutucando com uma caneta ou um lápis e novamente a professora me chamando atenção

-Senhorita Brown o que está acontecendo? Primeiramente o uso de celular, depois não soube concluir uma resposta simples e agora dormindo em aula? – suspiro novamente encarando a mulher que decidiu me marcar hoje – olhe senhorita, és uma das minhas melhores alunas, o que está acontecendo? – sinto todos os olhares voltados em mim e bufo

-Não estou em um dia bom – respondo seca e a mulher suspira – com licença posso ir ao banheiro? – peço e ela me autoriza

Saio daquela sala tóxica e sufocante rapidamente e não olho para ninguém, mesmo sabendo que todos me olham. Caminho até o banheiro quando sinto uma mão fria me puxando, me viro rapidamente e suspiro ao ver que é Finn

-Garoto? Brotou da terra? – pergunto, como ele apareceu tão rápido?

-Pedi para vir ao banheiro depois que você saiu e bem....ela deixou – fala dando de ombros - O que está acontecendo com você? – pergunta aparentemente preocupado e eu bufo

-Nada Finn, volta pra sala vai – respondo seca me desfazendo de seu toque – ou vai ao banheiro sei lá

-Não. E está mentindo

-Que coisa né? Foda – digo me direcionando ao banheiro

-Amigos não mentem Millie

-Ah meu filho todo mundo mente, até os pais mentem

-Você já mentiu pra mim? – pergunta e eu bufo

-Tchau Finn – digo abrindo a porta do banheiro

-Só estou preocupado que porra!

-Então não fique! – digo irritada me virando, não estava com cabeça para nada hoje, mas sei que isso não me dá o direito de ser grossa com os outros, respiro fundo e o encaro. Caminho até ele e toco em seu rosto – ei, eu não tô muito bem, okay. Mas não precisa ficar preocupado okay? Eu vou ficar bem, ou tentar.....

-Millie.... – puxo sua cabeça e beijo sua testa e depois volto a abrir a porta do banheiro

-Volta pra sala aluno prodígio. Vai fazer duplinha com a senhorita perfeita – falo com voz de asco e Finn semicerra os olhos querendo rir

-É o quê?

-Nada – corro até o banheiro deixando o menino sozinho com um sorriso de canto no rosto

Suspiro me encarando na frente do espelho vendo o quanto acabada estou hoje. Sem um pingo de maquiagem, olheiras não tão profundas como as de Finn, mas presentes, cabelo despenteado feito apenas com um rabo de cavalo com um pompom azul da mamãe que achei e um moletom grande e rosa, com uma calça jeans preta e um tênis branco surrado nos pés.

Molho meu rosto com a água gelada para que me acorde e passo as mãos em meus cabelos. Não está sendo um dia bom, e de alguma forma sinto que ficarei com essa sensação pelo resto do dia.

Faço minhas higienes e saio do banheiro dando glória e aleluia por Finn não ter me esperado, enrolando para não ter que voltar para sala, caminho até a biblioteca e entro, livros de certo modo sempre foram meu refúgio, se estava triste lia um livro, se estava feliz era porque tinha acabado de ler um livro, se queria fugir de algum assunto lia um livro, livros sempre me fizeram viajar, pensar, refletir, livros, ler é a maior dadiva que um ser humano pode ter, livros são nossas almas escritas

Passo minhas mãos sobre cada livro organizado na prateleira, apenas sentindo o cheiro de café quente da bibliotecária. Caminho até o final da última prateleira de livros e me jogo no chão. Estou cansada, exausta, saturada de tanto pensar, suspiro profundamente e deixo uma lágrima escapar

-O que eu faço pai? – pergunto num sussurro e suspiro, abro meus olhos me levantando, eu não vou ficar aqui encarando e respondendo a todos como se estivesse bem, não, não consigo

Caminho até a sala do diretor e uso minha melhor atuação para dizer que tenho que ser liberada por sentir muita cólica e que se continuasse na escola poderia ficar doente por não descansar, no final ele me liberou

Suspiro e envio uma mensagem a Noah para me trazer minhas coisas, explico a ele tudo que irei fazer, somente à ele e o espero em frente a porta de entrada da escola, encaro o segurança que toma seu chá tranquilamente

-Você vai ficar bem? – Noah pergunta me entregando minhas coisas e eu confirmo com a cabeça – se perguntarem o porquê de ter saído mais cedo, eu digo?

-Não, só fala que eu estava com dor de cabeça e tive que ir – respondo e ele confirma. Noah me abraça e suspira – promete não falar aonde vou?

-Prometo....fica bem tá bebê, cuidado por aí – confirmo com a cabeça e beijo sua bochecha, espero o segurança abrir o portão e então saio da escola

Noah fica me olhando até meu uber chegar e só então, quando eu entro no carro e vou embora que ele entra na escola. O motorista está escutando um tipo de música clássica, o que me faz fechar os olhos e descansar meu corpo e cabeça no banco

Por alguns minutos, consigo descansar, acredito que a melodia de Mozart tenha me ajudado nisso, pois só abro meus olhos quando sinto o dedo do motorista tocando em meu braço, me cutucando na verdade

Abro meus olhos passando as mãos no rosto caso eu tenha babado e o homem ri com minha cara de sono

-Tem certeza que prefere ficar aqui do que sua casa querida?

-Sim senhor – respondo educada e lhe entrego o dinheiro

Saio do carro e pego meu celular avisando Noah que já tinha chegado, suspiro ao ouvir o carro indo embora e suspiro ainda mais ao olhar a infinidade de lápides em minha frente, sim, eu vim ao cemitério

Caminho exatamente onde está a lápide da minha família e paro em frente a do papai, me ajoelhando na frente e deixando as lágrimas rolarem soltas. Algumas pessoas me encaram confusas, mas respeitam a minha dor não vindo me importunar, e eu agradeço internamente por isso...

-Oi pai – digo encarando o nome “Robert Brown” – cá estou eu aqui de novo né – rio fraco – eu sinto sua falta pai, sinto falta das nossas conversas, dos seus conselhos....sinto falta do senhor...- podem me achar maluca falando com uma lápide, mas para mim, toda vez que estou aqui e faço isso, sinto como se realmente estivesse com ele, além de poder sentir uma paz suprema, minha família está no céu – sabia que eu tô namorando? Claro que sabe né, o senhor me vigia né pai – rio enxugando uma lágrima – mas estamos com problemas....e eu não sei como resolver ou como reagir...ele queria falar comigo hoje, na verdade eu que disse para falarmos hoje mas eu tô com medo pai, medo do que o futuro me reserva sabe...o que o senhor me diria se estivesse aqui hein? – digo sentindo meu peito apertar e fecho meus olhos sentindo as lágrimas quentes descerem, iniciando uma sessão de choro lamentosa – as vezes eu só queria ter morrido também, só para estar com você agora, se ao menos eu soubesse o que iria passar estando viva...- digo com as mãos no rosto e olho para o lado vendo a lápide de Ava, fazendo meu coração apertar mais – minha irmãzinha, espero que esteja comendo e se divertindo muito no céu...

O clima ameno com a brisa fresca pairava sobre o local, fazendo a grama verdinha e úmida balançarem para um lado e para outro, assim como as mechas do meu cabelo. Não há pássaros no céu, tudo que eu sinto é um aperto no peito, que logo se transforma em um conforto na alma, meu pai estava comigo, mesmo eu não o vendo, eu sinto que está junto a mim.

 

Pov. Finn

-Cadê a Millie? – pergunto após ver Noah voltar sem os pertences de Millie

-Foi embora, estava com dor de cabeça

-Sei....- respondo desconfiado e pego meu celular, mas Noah me impede de fazer o que queria

-Não manda mensagem à ela, ela quer descanso Wolfhard – fala sério e volta a prestar atenção no celular.

Olho para Lisa que sorri para mim, mas não retribuo, o que faz a menina estranhar. Não somos amiguinhos, e quando eu cheguei ela me falou que Maria ficou a noite inteira falando quando iria me ver novamente, o que me fez rir, meu Deus....e se Millie pensou que estávamos rindo de outra coisa? Merda, você só faz merda Wolfhard

-Ela foi pra casa? – pergunto baixinho a Noah que ergue uma sobrancelha – anda Noah ela foi pra casa?

-Não Finn, ela não foi pra casa, mas não posso dizer aonde ela foi – fala e eu bufo

-Por que não?

-Porque ela me fez prometer que não falaria

-Por favor Noah...

-Por que? O que quer falar de tão importante para ela Finn?

-Tudo, preciso esclarecer tudo com ela – digo e Noah suspira

-Finn eu dou total apoio para que vocês conversem, mas Millie foi para um lugar onde ela precisa ficar sozinha tudo bem? Desculpe, mas outra hora vocês conversam, eu não quebro promessas – fala e encara a professora – agora presta atenção na aula ou vai ferrar com nós dois – bufo e me viro encarando a mulher que não para de falar em minha frente

Quando finalmente o sinal toca para o intervalo, espero todos saírem para ir falar com Lisa, que ao escutar o meu chamado me olha sorridente, peço para que se sente em minha frente e ela assim faz

-Então, a que devo a honra? – fala sorrindo, por que ela está sorrindo tanto?

-O que tá rolando entre você e a Millie?

-Quê?

-Eu vi a troca de olhares de vocês. Sei da rivalidade das duas, mas hoje foi diferente

-Millie me ameaçou Finn – fala rápida e eu uno minhas sobrancelhas

-Ela fez o quê?

-Me ameaçou, falou que iria me fazer mal, tacar fogo em minha casa se eu falasse com você ou te tocasse – fala e suspira – fiquei com medo, mas não vou parar de falar com você

-Devia ter medo mesmo, minha namorada é louca

-Namorada? Ainda estão juntos?

-Sim ué, por que pensou o contrário?

-Não pensei....- fala encarando suas mãos – não fala pra ela que eu te contei isso por favor – pede e eu confirmo com a cabeça, mesmo sabendo que não cumprirei isso

Me levanto rapidamente pegando meu celular e envio uma mensagem a Millie, que visualiza, mas não responde, me fazendo bufar

-Ei Louis – o chamo quando o encontro perto da sala de troféus

-Ei cara – ele sorri – que foi?

-Sabe onde Millie está? – pergunto e ele franzi a testa

-Ihh cara, pensei que estivesse com vocês – fala e eu bufo

-Tá, valeu – é Louis, obrigado por nada, penso e saio correndo, entrando na sala e indo pegar minhas coisas, Lisa ainda na sala me olha confusa

-Vai embora?

-Vou

-Ah, mas e a nossa conversa.....

-Tchau Lisa – digo a menina que sorri fraco

Passo praticamente correndo até Louis que ao me ver com a mochila nas costas me encara confuso, igual a Lisa na sala

-Preciso ir embora, me dá cobertura? – pergunto ao garoto que apenas confirma com a cabeça

Caminhamos em silêncio até o muro lateral da escola, perto da imensa árvore onde eu escalo enquanto Louis vigia distrai o segurança falando sobre esportes, envio uma mensagem à ele quando consigo chegar ao lado de fora e o mesmo confirma apenas

Minha mente procura os possíveis lugares para onde Millie poderia estar, penso em nossos passeios, os lugares, mas acho difícil ela ter ido para algum, possivelmente esteja na floresta, caminhando em passos rápidos e longos, suspiro, merda Millie, onde você está?

Atravesso o parque, quando olho para uma cafeteria, vendo uma menina de cabelos médios vestida com um imenso moletom rosa, reconheço aquele corpo miúdo a quilômetros de distância e suspiro, te achei.

Corro praticamente, observando a garota que escreve algo em um caderninho azul e a vejo beber e fazer uma careta ao tomar um gole de seu café, provavelmente estava quente e não o assoprou, entro na cafeteria e o sininho informa que um cliente chegou, mas isso não faz Millie se virar para ver quem é

Em passos lentos, caminho até ela sentindo meu coração acelerar a cada passo dado, suspiro sentindo a intensidade do seu perfume e paro em seu lado, fazendo a menina parar de escrever, o que na verdade era um desenho de uma garotinha, e lentamente levantar um olhar triste e vago para mim, está sofrendo e eu sofro por poder ser a possível chance desse sofrimento

-Millie? – sussurro e ela suspira, volta a olha seu caderno o fechando

-Oi Finn – fala baixinho e aponta para a cadeira em sua frente, me sento e a observo – como me achou? – me olha calma

-Sou um bom observador – falo e ela apenas confirma com a cabeça – Noah disse que estava com dor de cabeça, está?

-Não – ela ri fraco – só não aguentava mais ficar na escola....e queria ir em um lugar e por favor não me pergunte onde – fala e eu confirmo com a cabeça

-Por que não? Digo, por que não queria ficar na escola?

-Porque não Finn. Não queria ver certas coisas....

-Eu e Lisa?

-Sim – responde direta

-Sabe que não temos nada Millie.....acho que precisamos conversar....

-Já não estamos fazendo isso? – pergunta e ri fraco – desculpe....também acho que precisamos

-Não precisa se desculpar....Millie, ontem no parque – digo e ela me interrompe

-Eu não quero saber...

-Mas eu quero falar e fodase – digo e ela arqueia uma sobrancelha

-Tudo bem....pode começar então - fala e começa a fazer um coque deixando seu pescoço exposto me tirando por um segundo a concentração. Nego disfarçadamente com a cabeça e a morena parece não perceber

-Ontem eu estava......- começo a explicar tudo o que tinha realmente acontecido e Millie me olha com atenção, enquanto poucas vezes confirma com a cabeça ou encara suas unhas – só isso.... – Millie suspira e confirma com a cabeça, pego em sua mão e ela entrelaça nossos dedos

-E-eu....me desculpa, desculpa por agir infantil.......eu só.....eu também tenho medo Finn, medo de te perder!

-Nunca irá me perder, somos conectados além dessa vida, você tem meu coração, eu tenho seu fígado – fala e rimos

-Finn não fique com raiva ou algo assim, mas é uma dúvida que está me matando – fala e retira sua mão da minha - se não estivéssemos juntos? Estaria com ela? – pergunta me encarando com curiosidade 

-Não – respondo sem hesitar e ela suspira encarando seu copo de café – e eu não fiquei com raiva.....e também tenho uma pergunta, por que ameaçou Lisa Millie? – pergunto e ela me encara assustada – por que fez isso com ela? Está me privando de fazer amizades agora?

-Não Finn, eu só....

-Eu só o que Millie? – a interrompo e a menina passas as mãos no rosto

-Não vamos falar sobre isso

-Não Millie! Nós vamos sim falar sobre isso, a gente precisa esclarecer, conversar, desviar ou adiar não dá mais – digo e ela suspira – meu bem, você não confia mais em mim? – Millie me olha incrédula e ri

-É sério?

-Sim – respondo seco a encarando

-Claro que confio

-Então por que ameaçou Lisa?

-E por que se importa tanto com ela? – mantenho-me calado e Millie ri sem ânimo pelo nariz – eu ameacei porque sei que corro riscos com ela por perto

-Riscos Millie? Que riscos? Acha que eu colocaria dois pares de chifres em você?

-Não sei Wolfhard, me responde você! Colocaria?

-Isso é pegadinha né? Não é possível – passo as mãos em meus cabelos irritado e Millie bufa – se fosse por isso eu ameaçaria Louis e todo garoto que eu acho que eu sinto que pode ser uma ameaça

-Não compare Louis à Lisa Finn Wolfhard! – Millie fala totalmente puta e com a voz num tom elevado, atraindo olhares de alguns

-E por que não? - pergunto no mesmo tom

-Por que não? São coisas completamente diferentes! – ergo uma sobrancelha – Louis não quer e nunca quis me roubar de você! Ele provoca porque sabe que você sente ciúmes e ele sempre faz isso! Já Lisa né, ela só quer isso – fala e estrala os dedos – pra te tirar de mim, e eu não tô errada!

-Lisa não me quer Millie, quer ser apenas minha amiga!

-Ah claro, só sua amiga! Você é cego? Besta e idiota por acaso? Lisa te quis desde que te viu Wolfhard e você sabe disso! E ainda tenho que ver os dois juntos igual a um casalzinho rindo na escola, faça-me o favor – fala alterada

-Millie não fala besteira – digo – e você vai pedir desculpas a Lisa – falo e ela me olha incrédula – fala tanto em confiança, mas você mesma não confia

-Ah não, meu Deus do céu dai-me paciência com este jovem retardado – fala passando as mãos com força no rosto – não vou pedir desculpas a ninguém Wolfhard! Porque eu sei que ela não quer ser apenas sua amiga e eu sei que você sabe disso também – fala e eu bufo

-Que merda Millie! Nunca vamos sair dessa então?

-Não sei Finn! Isso não depende só de mim! Enquanto escutar ela, nunca dará certo “nós” – fala arrumando suas coisas – e não me faça, meu Deus do céu, não me faça pedir desculpas sendo que eu estou certa. Você tem o que? Merda na cabeça? – peço um desculpas baixinho e ela suspira respondendo um “tudo bem...” – eu não aguento mais isso Finn

-Está querendo terminar? – faço a pergunta mais dolorosa em mim e Millie me encara

-Você quer?

-Não sei Millie, não sei de mais nada – não era isso que eu queria responder, mas foi o que minha boca falou. A encarando e vejo seus olhos marejarem – Millie eu....

-Não sabe o quê? – fala e a lágrima escorre - Não sabe mais sobre nós? Não sabe mais o que sente por mim? – pergunta e outras lágrimas escorrem, abro a boca, mas nenhuma palavra sai, ela nega com a cabeça deixando mais lágrimas rolarem, coloca a nota de dinheiro do seu café na mesa e então sai correndo

-MILLIE! – Grito correndo atrás da morena que por incrível que pareça, já está longe

-Fica longe de mim! – grita de volta quando a alcanço e a prendo em uma parede – me larga Finn!

-Não!

-Por favor me deixa ir, eu não quero te ver

-Não Millie – falo sentindo meus olhos arderem e ela me olha, e em seu olhar não há mais brilho, somente tristeza – então vai ser assim? - sussurro

-Assim o quê?

-O nosso final? Tudo acabou? O amor, a gente? – pergunto e Millie me encara por alguns minutos e fecha seus olhos encostando a cabeça na parede

-Não – sussurra – mas precisamos de mais tempo, enquanto estivermos assim, não dará em nada – fala. Relaxo meus ombros e a solto, ficando apenas em sua frente. Millie coloca uma mão em cada canto do meu rosto e me puxa para um abraço forte, a aperto contra meu corpo sentindo seus batimentos acelerados – eu ainda amo, amo muito você. Mas não quero voltar sendo que estamos nessa situação. Obrigada por me esclarecer tudo – ela se solta delicadamente, beija meu pescoço e sussurra um “sinto muito” e então sai correndo, dessa vez sem eu indo atrás.

Estava atônito, confuso, triste. Meus pensamentos estavam rápidos demais, a sensação de tremor e vontade de roer minhas unhas tomavam conta do meu corpo, assim como a agitação em minhas pernas e braços. Sinto a tensão muscular, a tontura e a sensação de desmaio me consumindo aos poucos, minha respiração e meus batimentos cardíacos estavam tão acelerados quanto carros de corrida, eu estava tendo uma crise de ansiedade sozinho em uma rua nada movimentada

Calma Finn, tudo vai ficar bem, pense em coisas boas, pense nas pessoas mais importantes, pense...pense...sinto meu corpo cair no asfalto gelado e então, tudo ficar preto, vazio, frio, como se meu corpo estivesse caindo em um buraco sem fim......

-Finn! Finn! – escuto uma voz feminina distante em meu ouvido, assim como um chacoalhar em meu corpo. Abro meus olhos dando direto com um teto rosa, suspiro, onde diabos eu estou? – Finn? – direciono meu olhar a voz e a tontura me faz cair de volta ao colchão macio e perfumado, pera, que merda? A voz volta a me chamar e dessa vez com um pouco mais de força, encaro a dona da voz, vendo apenas um borrão rosa que logo se torna nítido, revelando ser........Iris?

-Iris?

-Meu Deus tá vivo? Quantos dedos tem aqui? – pergunta

-Dois? – respondo mais como uma pergunta enquanto coloco uma mão na testa

-Sim, segue meu dedo – ela balança seu dedo indicador de um lado para o outro e eu sigo com meus olhos – ai tá bem – fala e sorri – fiz isso só pra ver se não teve algum problema craniano sei lá né.

-O que...como me achou? – ela me ajuda a sentar em sua cama e percebo que estou todo vestido, minha mochila em sua poltrona e ela estendendo um copo de água, que o pego e o bebo tudo, olho para a janela vendo que não está tão claro como antes – que horas são?

-15:13 – fala olhando em seu celular – Bem pra esclarecer tudo, eu estava indo ver Millie, fiquei preocupada porque Noah falou que ela não tava bem e tudo mais, depois veio Louis falando que ela tinha ido embora e não sabia o porquê então fui atrás né, sou curiosa e gosto de cuidar de quem amo, quando te vi cambaleando na rua e depois caindo de cara no asfalto – fala e ri fraco – desculpa por rir sei que é sério, mas pelo menos te tirei de lá e como não sabia o que fazer te trouxe aqui

-Saíram cedo?

-É né, e que bom que saímos – fala e eu confirmo com a cabeça – você dormiu muito, está com fome? – nego e ela se senta em meu lado e me encara – você está se sentindo bem? Tenho remédios para dor de cabeça se quiser....

-Não quero, mas obrigado – digo e ela sorri confirmando com a cabeça, fecho meus olhos e respiro fundo – como me trouxe?

-Estava de carro....e te carreguei até ele, você é leve....pensei que ossos fossem mais pesados – fala e rimos – foi até que fácil....mas o que aconteceu Finn? – a encaro e ela ergue as sobrancelhas – você não está bem....Millie não está bem......eu não falei com ela ainda se quer saber, ela não atende o telefone, sei nem pra que tem então – fala e bufa

-Millie....- lhe conto a história e Iris a escuta com atenção – não é bizarro?

-Não – ela ri – Lisa é uma ameaça e tanto

-Não pra mim...

-Não é o único que pode sentir ciúmes Finn.....Millie ao meu ver, é insegura as vezes, não aparenta, mas é, isso é normal

-Como sabe?

-Ela era comigo....sabe....quando eu tinha um crush em você – fala e rimos

-Lembro...e sinceramente não sei o que vocês viram e veem em mim – digo rindo – principalmente a Millie......tão perfeita

-Ué, você é perfeito também oras

-Não sou não – falo calmo – tenho mais defeitos do que virtudes

-Mas as virtudes são bem marcantes – fala e eu a encaro

-É? Quais?

-Sua voz rouca é sexy – fala e eu rio fraco a olhando – seus cachos quando balançam ao vento, é como uma pintura....seu sorriso maldito e seu olhar penetrante – ela encara meus olhos – eles levam qualquer garota a loucura – fala e suspira – você é perfeito Finn, pena de quem não enxerga isso

-Você me acha isso tudo Iris? – pergunto vendo a de cabelos rosas se aproximando lentamente

-Sempre achei Wolfhard – a de cabelos rosas responde e encara meus lábios, eu estou triste, cansado e não sei o que está acontecendo, mas está acontecendo – você sempre será o namorado dos sonhos...- fala e quando abro a boca para responder.....Iris puxa meu pescoço e cola nossas bocas

Eu não sei como reagir, não tenho forças para a afastar, que porra Wolfhard o que está fazendo ou pensando? Não Finn! Lute, reaja, faça alguma coisa seu merda! Abro os olhos e encaro os de Iris fechado me beijando com concentração. Mas não era ela que tinha mudado? Anda Finn, reaja, a afaste porra!

-QUE PORRA É ESSA! – Louis grita e Iris me empurra rapidamente, em choque encaro o garoto com um buquê de rosas em mãos – Finn, Iris? O que? – ele parece transtornado, alterando o olhar entre mim e a garota, joga o buquê no chão e entra no quarto

-Louis não é o que está pensando! – Iris se levanta e o menino solta uma risada seca e fria

-Então é o quê? Eu peguei vocês... – ele faz um som de vômito e me encara – você! VOCÊ SEU SACO DE BOSTA – me levanto

-Louis eu...- não termino, pois sou interrompido por um forte murro no meio do meu rosto, fazendo meu nariz sangrar e o meu corpo cair ao chão, e o pior, eu mereço muito mais que isso

-COMO PODE FAZER ISSO COM MILLIE? A MILLIE?! – ele puxa a gola do meu moletom, proferindo-me outro soco, eu não reajo, não faço nada, eu sou um bosta que merece morrer, eu sou um lixo que só machuco quem mais amo

-Louis para! – escuto a voz de Iris desesperada, mas o garoto a ignora, batendo cada vez mais em meu rosto – PARA VOCÊ VAI MATA-LO – só após Iris gritar isso, Louis cessa os murros, soltando meu corpo ao chão

-Vocês dois....vocês dois são uns merdas, eu vim aqui ver você Iris! Para irmos ao baile da escola juntos, e você....você! – ele solta uma lágrima e me olha - como puderam.....

-Por favor não conte a Millie – Iris implora e ele ri

-Ela precisa saber dos bostas que estão com ela – fala e se vira

-Não – digo segurando meu nariz enquanto me levanto com dificuldade – não fala – ele se vira olhando-me nos olhos que começam a inchar

-Meu Deus eu tô com nojo de vocês! Como pôde Finn? Como pôde Iris! Fazerem isso comigo, fazerem isso com a Millie! Você – ele olha pra mim - Eu te entreguei a rosa mais bela e vermelha do meu jardim Wolfhard, e você não cuidou dela, você a está deixando morrer! E você Iris! Como pôde! A Millie te acolheu, ela e todos e você faz isso? – ele solta uma risada de escárnio – você sempre será você, uma puta qualquer – fala e Iris solta várias lágrimas

-Pare Louis, já basta – digo e o garoto me encara com raiva e decepção – só não conte a Millie, deixa que eu conto está bem? – Louis dá passos rápidos e pesados até mim

-Você tem até hoje a noite Wolfhard! Se não contar ainda hoje, eu mesmo conto – dá seu decreto final e sai do quarto, pisando nos girassóis jogados ao chão

Eu não sei o que fazer, só me sinto nojento, um inútil e um lixo. Eu amo a Millie mais que tudo, e ainda sim fui capaz de trair e machuca-la. Tudo que eu sinto é raiva, ódio e tristeza de mim mesmo, encaro Iris que está calada, chorando baixinho

-Finn..

-Por que fez isso? – pergunto e ela me olha – Por que me beijou?

-E-eu não sei – responde e eu bufo - me perdoe...acho que foi o calor do momento....não sei.

-Que isso nunca mais se repita, nunca mais entendeu? - pergunto com raiva sentindo as dores em meu rosto e ela apenas balança a cabeça confirmando 

-Me desculpe - pede e eu apenas confirmo - o que eu fiz foi errado...

-Eu também fiz merda Iris – digo cabisbaixo – e você não é aquilo que Louis falou, eu sou um bosta você......você não é. Se cuida e....é isso – digo e não espero a menina responder

Saio da casa de Iris com dor no rosto, alma e coração. Cuspo um pouco de sangue e minha visão fica turva por conta do inchaço que começa a nascer. Eu me sinto vazio, eu a traí quando devia ter ido atrás dela, eu a traí quando devia ter secado suas lágrimas, eu a traí quando devia falar com todas as minhas forças que a amo, eu a traí quando devia ter a abraçado e a beijado, eu a traí sendo que eu mesmo tinha medo de ser traído, estamos dando um tempo, mas isso não me dá o direito de ter feito o que fiz e o pior, eu não a afastei.

Perdido em pensamentos, só me dou conta que já cheguei em casa quando paro em frente a ela. Suspiro com dificuldade e observo Millie saindo pelo portão, ela me encara com os olhos arregalados e meu coração se parte em mil pedaços

-Meu Deus o que houve? – corre até mim, preocupada, colocando uma mão em cada lado do meu rosto – céus te machucaram! Vem deixa eu cuidar disso – sua bondade me machuca, eu não sou merecedor do seu amor e de seus cuidados

-Não Mills, eu vou ficar bem tá, depois conversamos - digo calmamente 

-Mas...- não a deixo terminar, a dor de encarar seus olhos preocupados me consomem por dentro, eu devia me matar, não conseguia a olhar que meu ato de minutos atrás vinha em minha mente, eu preferia morrer ao vê-la sofrer tanto

Entro em casa e vovó me encara assustada, a olho e me jogo em seus braços começando a chorar, mas a mulher não devolve o abraço

-Como pode fazer isso com Millie querido? – pergunta

-C-como?

-Eu sei de tudo Finn, meus guias sempre me avisam sobre tudo, eles não só protegem, como me avisam também – me separo de seus braços a olhando com os olhos marejados

-Eu mereço morrer vó – digo chorando e ela nega com a cabeça suspirando

-Não merece não, mas merece sentir a dor que causou a Millie e causará.....mas – a olho – se a ama, lute por ela, deixe o amor de vocês superar tudo e todas as coisas – fala me levando até a cozinha, onde pega a caixa de primeiros socorros para limpar e cuidar das minhas feridas

-Acha que ela me perdoa?

-Não posso lhe responder o futuro, apenas torcer para que se resolvam – fala terminando de limpar meu nariz – irá falar com ela?

-Hoje a noite – digo e suspiro fechando meus olhos

-Por que fez o que fez querido? – essa é uma pergunta que não sei responder, o que faz vovó calar-se

Caminho até meu quarto depois de estar com o rosto limpo, e me jogo na cama, repensando em todos os meus atos. Millie, eu não a mereço, não sou merecedor do seu amor, mas não posso perde-la, eu não conseguiria viver sem seu amor, nunca, nunca...

 

Pov. Millie

Estava esperando por Louis, disse que iria primeiramente fazer um pedido oficial para ir ao baile na casa de Iris e depois viria me pegar para irmos em sua casa. No entanto, o menino estava demorando e quando saí de casa encontrei Finn com o rosto machucado o que é estranho, mas se ele não quer minha ajuda, não sou eu que irei me intrometer. Suspiro e pego meu celular, vendo que Louis me mandou mensagem

“Desculpe Mills, mas me ocupei com alguma coisa aqui, amanhã te digo o que preciso”

“Ah...tudo bem então, bjs”

“Bjs”

Bloqueio a tela de celular e encaro a casa de Finn, Finn, penso no garoto por alguns instantes e um forte enjoo me sobe, o gosto da bile queimando em minha garganta me faz correr para uma lata de lixo e despejar dentro dela, o que tinha dentro do meu estômago, penso em Finn mais uma vez e uma sensação ruim, de que algo está errado me invade

-Eita, você tá bem? – escuto a voz de Lisa e reviro os olhos me virando

-O que quer comigo Lisa? – pergunto limpando minha boca e ela suspira

-Você venceu - fala sem rodeios e eu uno minhas sobrancelhas 

-O quê?

-Você venceu – repete e dá de ombros

-Venci?

-É Millie....Finn nunca irá me escolher nem nada....

-Por que está dizendo isso?

-Por que? – ela ri colocando as mãos dentro do bolso do casaco – estive pensando em meus atos...e, não quero insistir em algo que não é pra mim, ou me humilhar atoa. Tenho amor próprio...sou apaixonada por ele ou somente estou carente? – pergunta e ri – acho que carente – fala e eu solto uma risada baixa – acontece Millie...que ele a ama sabe, apesar de tudo e...eu tenho que aprender a lidar com isso...

-Eu não sei o que dizer...

-Então não diga, apenas me escute....eu sei que nos viu no parque, Maria minha prima chamou uma menina de bela moça e eu soube na hora que era você....e hoje estávamos falando dela quando chegamos na escola, eu me aproveitaria disso, mas....mas não vale a pena

-Não?

-Não – ela ri – Millie.... quando estou sozinha eu o observo olhado pra ti, e ele te olha como se ela fosse a única garota que já viu sabe, ele não se importa com as outras, nunca se importou e nunca dará a mínima para mim pois você é única, e é obvio que ele nunca conseguiria colocar alguém acima de você....só queria que ele percebesse o quanto me mata lentamente...- sussurra a última parte mas eu consigo entender, ela solta uma lágrima e eu suspiro

-Lisa...

-Não Millie, está tudo bem – ela sorri e me olha limpando o rosto – ele precisa de você, ele quer você e infelizmente....eu nunca serei você – fala e suspira

-Eu sinto muito....

-Está tudo bem....de verdade, e amanhã eu tô indo embora Millie....sairei de vez dessa cidade inútil

-Vai viajar?

-Vou embora, morar em Londres – fala e sorri – é o melhor pra mim sabe, Jacob foi preso, e eu não tenho mais nada para fazer aqui, então por que continuar né? Já acertei tudo na escola e amanhã bem cedo já estou pegando meu voo

-Eu desejo a você uma boa vida Lisa....e obrigada por vir me esclarecer tudo, de coração

-Eu só queria me desculpar....ir embora sem culpa ou remorso de não ter feito o certo – confirmo com a cabeça – te desejo uma bela vida também Millie, você e Finn está bem? – fala e sorrimos – pedir um abraço é demais?

-Não – rio e nos aproximamos, e pela primeira vez nos abraçamos, sem ódio, raiva ou rancor – desculpe pela ameaça, não foi por mal – digo ao nos separarmos e ela ri

-Tudo bem...eu teria feito pior – fala e rimos – tchau Millie

Observo a menina caminhando tranquilamente voltando pelo mesmo caminho que veio e suspiro, como fui burra! Corro até minha casa, entro em meu quarto e escovo meus dentes, irei falar com Finn agora, eu preciso falar com ele

Saio de casa e bato na porta, sendo recebida por Winona, que ao me ver esboça um sorriso fraco, a abraço e a mulher suspira em meu pescoço

-Está tudo bem? – pergunto ao nos separarmos olhando em seus olhos           

-Sim...mas acho que vocês precisam conversar – se refere à Finn e eu confirmo com a cabeça – ele está no quarto querida, pode ir

Sorrio e uma alegria se forma em meu coração, eu não preciso de mais nada, somente dele, do abraço, carinho e o principal, sentir seu amor. Paro em frente de sua porta e bati duas vezes e giro a maçaneta, que está aberta, abro a porta, colocando somente minha cabeça para dentro e o vejo deitado, encarando o teto, silenciosamente entro por completo e fecho a porta com força o fazendo levantar seu olhar até mim

Ele sorri fraco e eu faço o mesmo sem mostrar os dentes, me aproximo lentamente e ele se senta, me sento em seu lado, pegando em sua mão, entrelaçando nossos dedos. Beijo sua palma e ele suspira

-Mills...- me chama e a estranha sensação ruim só aumenta, acho que é nervoso

-Está tudo bem Finn...eu só preciso que me escute – digo e ele me olha com atenção – eu fui uma idiota, uma completa imbecil por ter feito o que fiz com você e eu te peço perdão, perdão por ter agido de forma tão imbecil, é que eu te amo, amo demais entende? Amo como nunca amei ninguém, e nem sempre sei reagir ou agir quanto a isso, você, você poderia me perdoar? – peço me sentando em sua frente e ele apenas me puxa para um abraço apertado, céus eu o amo tanto – eu não quero mais dar um tempo, eu só quero ficar com você – digo e escuto sua risada fraca em meu pescoço

-Eu também não quero mais um tempo....e eu que te peço perdão, por ter sido tão imbecil também – fala e eu o encaro com os olhos marejados, Finn sorri segurando meu rosto e aplicando em seguida um selinho molhado, ele solta um gemido baixo de dor

-Ai droga desculpe - digo o fazendo rir fraco 

-Tudo bem...- fala calmo me olhando novamente com aquele brilho no olhar, porém Finn estava estranho, não sei explicar ele só....estava.

-Então acho que vou dormir aqui hoje, namorado

-E eu acho que irei amar isso, namorada – fala e rimos, mas ele logo muda sua expressão para uma mais séria e eu suspiro, Finn olha em meus olhos - preciso te contar uma coisa...

-Seja o que for, deixe para depois – digo e me sento em seu colo, colocando uma perna de cada lado do seu corpo – você ainda me ama como antes Finn? – pergunto tocando delicadamente no corte em sua boca...

 

Escute Disclosure - You & Me (Flume Remix) [Official Video] (repita se precisar)

 

Finn olha profundamente em meus olhos, me fazendo suspirar profundamente, com uma mão ele enterra seus dedos em meu cabelo, puxando os fios com força, fazendo-me fechar os olhos e com a outra mão coloca por dentro da minha camisa, acariciando minha cintura com firmeza

Ele me puxa mais para si, colando nossos corpos e abro meus olhos encarando seus lábios carnudos, não me importa seus machucados, eu não quero saber nem o que aconteceu, não agora, sei que irá me contar quando quiser, arfo ao sentir suas mãos frias subirem em meu corpo quente e então ele coloca sua mão em minha nuca, fazendo-me olhar em seus olhos

Finn me olha com desejo, paixão, saudade, como se eu realmente fosse única, ele analisa meu corpo sem dizer uma palavra, para seu olhar em meus lábios me fazendo estremecer, coloco minhas mãos em seus ombros largos e passo meus dedos lentamente em seu pescoço, repousando em sua nuca

-Entenda de uma vez Millie, eu amo você – fala e então o beijo com intensidade

Finn puxa meu corpo para que se cole ao seu, se é que ainda é possível e sem hesitar ou lutar,  eu correspondo o beijo na mesma intensidade, ele coloca suas mãos em minha bunda, girando nossos corpos na cama.  Céus como eu senti falta disso, de sentir sua língua quente e doce na minha, respirar seu perfume, sentir o gosto de seu hálito fresco e a maciez de sua boca carnuda na minha. Deitados na cama, Finn fica por cima de mim, no meio de minhas pernas

Vai ser você e eu, vai ser nós. Começo a passar minhas mãos por dentro de sua camisa, sentindo seu corpo quente, sentindo a pele do cacheado arrepiar em cada toque meu. Finn com suas mãos ágeis coloca suas mãos por dentro da minha camisa, enquanto eu arranho com minhas unhas levemente sua costa, subo meu tronco por impulso, encostando nossas intimidades e posso sentir mini-Finn começar a dar sinais de vida

-Porra Mills – fala mordendo seu lábio inferior e eu começo a sugar a pele macia de seu pescoço cheiroso

Puxo seus cachos voltando a colocar sua boca na minha, nossos corações batem sincronizados, nossas peles entram em combustão com o calor um do outro.  O empurro para o lado da cama e coloco meu corpo por cima do seu, com uma perna de cada lado, sorrio maliciosamente ao ver Finn me admirando. Com rapidez, retiro sua camisa e eu ele faz o mesmo com a minha, o qual revela meus seios duros

Ela passa sua língua em seus lábios, mordo meu beiço com força, encarando-o em minha frente com desejo, encarando seus olhos fervorosos debaixo dos fios de cachos bagunçados que caem em seu rosto, ele com desespero retira meus shorts e rasga minha calcinha a jogando longe. Com o mesmo desespero, desabotoo sua calça e ele a retira, jogando longe e revelando seu membro duro entre suas pernas

-Caralho – digo analisando seu membro entre minhas pernas e passo a língua em meus beiços, aproximo meu corpo do seu, beijando-o com profundidade

Devagar pego seu pau duro, tocando-o, fazendo Finn soltar um gemido um pouco alto, coloco a mão em sua boca e falo em seu ouvido

-Precisamos ser silenciosos – ele confirma com a cabeça e eu sorrio

 

Pov.Finn

Não era um delírio, ou um sonho, era real. Minha garota estava por cima de mim, olhando-me com desejo. Com rapidez, ela coloca meu membro dentro de sua intimidade úmida, me fazendo revirar os olhos e inclinar meu corpo um pouco para cima. Com uma mão ela tampa minha boca, enquanto com a outra segura em meu pescoço

A morena então, com agilidade, começa a fazer movimentos de sobe e desce, enquanto eu bato em sua bunda com força, tendo certeza de que terá marcas depois. Ela me encara com profundidade enquanto cavalga por cima de mim

-Ah meu Deus.....meu Deus.....aaahhh....isso – solto altos gemidos abafados enquanto a morena revira os olhos de prazer

Ela coloca todo o meu pau dentro de si, fazendo suas estocadas ficarem mais lentas, para meu desespero. Com agilidade, giro nossos corpos, ficando dessa vez por cima, coloco minhas mãos em sua cintura a puxando para mim enquanto começo a estocar com força

-Ahhhhhhh Finn....sim.....sim....aaaahhhh me fode Finn

-Você quer o quê Mills? – peço sussurrando por conta do prazer que me invade e ela me olha com feições de prazer

-Quero que me foda Finn – geme alto e eu coloco uma mão em seu seio direito, apertando-o e depois subindo pela sua garganta, chegando por fim em sua boca, onde coloco meu polegar e ela começa a chupa-lo com intensidade

Estoco cada vez com mais força escutando a sinfonia de gemidos vindos de Millie que ao começar a ficarem altos, tapo sua boca. Diminuo a velocidade das estocadas ao sentir que meu ápice se aproximava e Millie coloca suas mãos em meu pescoço, me puxando para um beijo molhado e gostoso enquanto eu a estocava

-Eu amo você – digo entre o beijo e desço minha boca para seu pescoço, criando marcas no local, a morena tomba a cabeça para o lado e abraça meu pescoço com força.

Nossos corpos estalam um no outro com o ritmo sincronizado de nossos corpos se chocando, sinto seus seios sendo amassados em meu peito e resolvo acelerar novamente o ritmo e sou surpreendido quando um barulho intendo é feito e logo nosso corpo sendo impulsionado para baixo

-A cama quebrou? – Millie pergunta e começa a rir ainda abraçada a mim

-Porra acho que fui com força demais – falo ainda estocando e sinto o útero da menina inchar e logo em seguida, seu líquido sendo liberado

Estoco com força por mais alguns segundos, só então entrando em meu ápice também.

Retiro meu órgão de dentro de Millie e ela não me solta, passo meus braços por sua cintura e fecho meus olhos. Cansados, ofegantes, suados, com o coração acelerado, mas confortáveis por estarmos um com o outro

De olhos fechados sinto a morena aos poucos retirando seus braços do meu pescoço e fazendo carinho em meus cachos suados, ergo meu olhar para ela que ao me ver sorri. Sorrio também, retirando alguns fios de cabelo de seu rosto e a morena me olha com ternura

-Precisamos conversar... – falo e ela suspira, me deito em seu lado e nos cubro com o lençol

-Sim, você me deve vários pares de calcinhas novas – fala e eu rio fraco

-É sério...

-É sério também – ela ri e eu suspiro – eu sei que precisamos....mas por favor, deixe isso para amanhã okay – pede e eu sorrio confirmando com a cabeça, deito por cima de seu corpo, colocando meus cotovelos no colchão macio e olho dentro de seus olhos

-Não ia acontecer nada com Lisa

-Eu sei...

-Que bom – falo e volto a beija-la, finalizando o beijo com vários selinhos a fazendo rir, a risada que eu tanto senti falta – senti tanto sua falta – digo cheirando seu pescoço e Millie ri fraco

-Eu também, falta de você comigo vem cá – ela me agarra e me envolve em seu corpo miúdo – meu, só meu

-Sai louca, tarada – digo mas não movo um músculo para sair, apenas relaxo em seus braços e ela ri

-“Tarada” mas você gosta né safado, minha bunda tá ardendo até agora, agressão hein

-Mas bem que na hora você gostou – rimos – será que gememos alto?

-Anjo – ela ri – acho que sim, mas foda-se, foi a invasão de macacos – fala e eu começo a rir                                                   

 

Pause a música

 

Ficamos abraçados e dormimos durante um tempo, quando finalmente acordamos, o céu já estava negro. Millie decide que precisa de um banho, e enquanto a morena toma seu devido banho, desço indo preparar algo para comermos, encontrando vovó com um sorrisinho de canto

-Pelo visto se resolveram – fala e eu a encaro – da próxima vez que se resolverem com sexo, controle os barulhos okay? Não consegui me concentrar – fala e eu rio fraco

-Minha cama quebrou – digo indo até a cozinha e vovó vem atrás

-Como? – pergunta assustada, mas querendo rir

-Ér...- coço minha nuca e vovó começa a rir

-NÃO! – coloca a mão na boca rindo – meu querido você não a machucou né?

-Desculpa e acho que não, mas sabe como é né....a saudade tava forte – digo e vovó revira os olhos enquanto ri, acabo rindo também

-Meu Deus! Anos com essa cama e ela quebrou justo....ai meu Deus, é muito fogo no tchaca tchaca na butchaca – fala e eu gargalho alto - tá eu compro outra amanhã – fala rindo – vou ficar na sala de sessões, qualquer coisa chama – confirmo com a cabeça e pego meu celular vendo que são 21:18, suspiro ao ver a mensagem de Louis

“Já contou?”

“Não vou falar Louis, desculpe, mas acabei de me resolver com Millie”                                                                                              

 “Finn, se não contar eu conto e será pior”

“Não ouse Louis”

“Não vou deixar com que faça minha amiga de besta seu imbecil!”

Respondo e bloqueio a tela do celular, meu celular apita várias vezes, mas o coloco no silencioso sem ver as mensagens. Termino de preparar tudo e então subo para o quarto, abro a porta com o pé, vendo Millie de costas, encarando a tela de seu celular

-Amor...- a chamo colocando as coisas na cômoda – está tudo bem?

-Sim – fala e se vira sorrindo para mim – ui, estou com fome, vem vamos ver alguma coisa

Um certo alívio percorreu em meu corpo, escolho qualquer filme da Marvel e assistimos enquanto Millie come as porcarias que eu trouxe.

-Finn?

-Hm

-Sua cirurgia dói?

-Não, a sua dói?

-Não – responde e ri – eu li que tem cirurgias que doem mesmo depois de um tempo

-Aonde você lê essas coisas?

-Google querido, tem tudo lá, as vezes fake também, mas tem – fala e ri

-Amor, bolacha é feito de água e sal né?

-Sim

-Então o mar é um bolachão? – pergunto e Millie me olha

-Nunca pensei nisso – fala e nos encaramos durante uns 3 segundos e então começamos a rir - ai mano que besta, Finn eu tenho uma pergunta também

-Qual?

-Se amputassem tua perna, doeria? – me pergunta pensativa

-Óbvio né

-Mas teriam amputado tua perna

-Sim!

-E onde doeria?

-Na minha pern.....AI MEU DEUS! – digo e começamos a rir – mano? Comassim?

-Eu não sei oras!

-Millie eu tive uma dúvida agora! – digo e ela me olha com atenção enquanto retira as coisas da cama

-O quê?

-Como que o cara sabia que a ordem alfabética, era a ordem alfabética? – pergunto e Millie me olha e pisca várias vezes

-Caralho que brisa doida – fala e rimos

-A gente é idiota demais mano, sem condições

-Você é, eu não

-Ah tá, nem parece que responde ou me pergunta coisas bestas

-E você responde! – fala e rimos

Puxo Millie e a abraço com força, fazendo-a rir

-Eu te amo – digo e ela suspira

-Você me trairia Finn? – pergunta e por um instante eu congelo

-Por que está me perguntando isso?

-Por que não responde?

-Não. Não trairia você – respondo sabendo que é mentira e ela sorri me deixando aliviado 

-O que é o amor Finn?

-Idiotices cafonas – respondo e ela ri baixo

-Sim....somente idiotices cafonas....

 

Pov. Millie

 

Finn....me...traiu.

 

Eu estaria mentindo se dissesse que isso não doeu, porque eu estou destruída agora, escutando ele dizer que me ama e que não me trairia, mentiroso. A verdade é que eu sei o que quero fazer, mas só queria aproveitar uns minutos a mais antes de fazer o que eu sinto que tenho que fazer, pois agora eu sei o que era a sensação ruim, era isso. Traição.

Enquanto Finn estava lá embaixo, Louis me ligou e falou o que aconteceu, o que ele viu...e a única coisa que eu fiz foi correr até o banheiro e vomitar de nojo, de raiva, de ódio e tristeza, era isso, eu estava triste, acabada, destruída, sentindo mais uma vez meu coração ser dilacerado e o que me dava mais raiva, eu ainda o amava. Era isso, a sensação ruim, a vontade de vomitar, Finn me traiu, não sei se ele quis ou o que o levou ou como aconteceu, mas traiu.

Encaro o cacheado e suspiro, vou te dar mais uma chance Finn então por favor, seja, sincero, comigo

-Você me trairia Finn? – pergunto e o cacheado suspira profundamente enquanto me analisa

-Não – fecho meus olhos e nego com a cabeça enquanto o afasto

-Resposta errada

-O qu.....

-Eu sei de tudo Finn – digo saindo da cama – você, Iris....Louis me contou e por favor não negue isso, porque eu sei que ele jamais inventaria algo assim!

-Millie....

Caminho até a janela em silêncio observando a imensa lua, Finn me chama e eu me viro. Pela primeira vez em muito tempo, o olhei e senti apenas um vazio.

-Como aconteceu? – pergunto, nem chorar eu consegui

-O que?

-Quero que me conte tudo Finn – digo e Finn começa uma história detalhada sobre tudo, desde sua crise de ansiedade até o beijo

-Ai meu Deus chega! – digo colocando minhas mãos em meu rosto, respirando fundo – por que devolveu o beijo? Por que fez isso comigo? – pergunto com dor no peito, por que Finn?

-Millie eu estava triste, tínhamos brigado, você tinha ido embora....ela me acolheu e...aconteceu

-PORRA FINN! – grito e só então começo a chorar – eu estava sofrendo também e mesmo assim eu nunca traí você! Eu jamais trairia você! Nunca! 

-Me perdoa, sei que errei e eu estou me sentindo muito culpado por isso, mas não consegui escapar, me perdoa? Eu não vou fazer isso novamente, mas eu não quero te perder de novo, não me deixa

-Perdoar? – digo e percebo as lágrimas rolarem soltas no rosto de Finn – Porra Finn! Tínhamos tudo, tudo o que um casal precisava para ser feliz. Tínhamos tantos planos, tínhamos o dia e as vezes até à noite inteira ao nosso favor, tudo Finn! E aquelas promessas Finn? Aquelas juras de amor eterno?  Foram em vão? Apenas feitas pelo calor do momento? Foram passageiras?!

-Millie – ele se aproxima, mas eu me afasto

-Você me deu confiança Finn! Confiança para me entregar para você, mesmo com crises e defeitos, você me deixou entrar e eu te deixei entrar no meu coração tão quebrado. Mas agora...

-Millie não faz isso

-Não fazer o quê Finn? Não sentir? – digo com a voz embargada e o cacheado se aproxima, mas me afasto novamente – eu estou com nojo! NOJO! Ai meu Deus – coloco a mão na boca e fico de costas, enquanto choro

-Eu te amo Millie

-Não ama não – digo cessando as lágrimas e com uma frieza na voz – quem ama não trai!

-Millie...eu, eu a beijei, mas eu me arrependo, por favor me perdoe!

-Quem ama não trai Finn – repito e me viro olhando em seus olhos, quando o cacheado corre até mim, ficando de joelhos com os dois braços enrolados em minha cintura – você pode se arrepender, mas você nem mesmo a afastou, você mesmo disse que correspondeu, você deixou com que ela o beijasse....

-Eu te amo Millie por favor acredita em mim, não me deixe, me perdoe por favor! – fecho meus olhos e empurro levemente seus braços

 

Escute Call Me By Your Name – Visions of Gideon (Official Vídeo)

 

-Eu te deixo entrar em minha vida – digo olhando em seus olhos - me entrego a você – minha voz começa a falhar - deposito toda minha confiança em você – ele ergue seu olhar para mim e eu encaro seus olhos com um vazio na alma – e você me trai Finn? – sussurro e suspiro – não gosto de traidores, não gosto de mentirosos

Lhe empurro com força e coloco as mãos em meus olhos, para não deixar com que as lágrimas caem

-Mills – me chama e eu suspiro, me viro em sua frente e lhe olho profundamente, ele se aproxima e coloca as mãos em meu rosto

-Porra Finn! - coloco as mãos no rosto e respiro profundamente na tentativa que minha respiração volte ao normal. Mordo meu beiço e o encaro - você quer o meu perdão? Tudo bem, eu te perdoo sim. Todos erramos não é mesmo – falo calma e Finn sorri, me abraçando, mas não correspondo – mas está tudo terminado entre a gente Finn – digo e sinto meu coração se partir por inteiro

-O quê? – ele parece não acreditar nas minhas palavras, eu o amo, mas não consigo mais

-Eu não posso continuar – falo encarando seus olhos – eu aguentei suas crises de ciúmes e aguentaria o que fosse, mas traição Finn....você pode dizer e até mesmo nunca mais cometer o mesmo erro, mas eu não consigo, é demais pra mim – digo e sinto uma simples e solitária lágrima escorrer, coloco uma mão na boca – por que fez isso comigo? Com a gente! – o encaro por alguns minutos

-Millie eu te imploro! Não faz isso! Eu nunca irei mais fazer isso! Por favor fica comigo Millie!

-Não vai mais fazer, eu sei disso, mas já chega Finn....– falo e ele me olha profundamente

-Então é assim? Vai esquecer de tudo que passamos juntos? – pergunta com a voz embargada e eu fecho meus olhos me afastando de si

-E como quer que eu continue? Não dá Finn, eu te enxergava como alguém que nunca, em hipótese alguma me machucaria, que jamais me trairia....nunca! – digo olhando dentro de seus olhos, vendo o quão machucado está por dentro – e agora eu não consigo parar de pensar em você com ela! Imagino você correspondendo ao beijo dela! E se não fosse por Louis intervir vocês iriam continuar? – digo e respiro fundo – E o pior Finn, você não iria me contar? Iria mentir sobre isso até quando? 

-Não! Eu iria te contar!

-Quando Finn? Hein? - pergunto alterada e ele apenas suspira me encarando - eu te amei, eu te ajudei e fiz coisas por você e com você que jamais imaginaria. Te dei meu coração Finn, e você o quebrou e agora eu não tô conseguindo me manter firme! - digo sentindo o gosto salgado das lágrimas

-Me deixa explicar – ele se aproxima de mim, e tudo que eu faço é olhar dentro de seus olhos, levanto minha mão pronta para lhe dar um tapa e ele fecha os olhos, mordo meu beiço e desisto, não consigo, não dá, é demais pra mim

 -Explicar o quê Finn?  – falo tristemente – você já me disse que correspondeu o beijo, que nem sequer a afastou..... – ele me olha e vejo uma lágrima descer de seus olhos assim como sinto uma lágrima descer - Você poderia ter sido o único, mas fez questão de ser apenas mais um – a sensação de ser machucada mais uma vez, essa sensação que por meses me privei para não sentir, voltou, voltou tão forte como a última

-Millie não fala isso, eu amo você! – ele limpa suas lágrimas – eu deixei Iris me beijar, correspondi e fui um idiota por isso, errei, errei mas todos erramos! Eu te amo! - fala e eu nego com a cabeça rindo incrédula

-Ama? Amor? Quer saber de uma coisa? Essa droga não existe Finn! Eu estava certa o tempo todo, essa merda não passa de idiotices cafonas, lorotas bregas! Essa porra não vale nada, pois não é real! Apenas uma ilusão!

-Você não sabe o que está falando Millie!

-Claro que sei Wolfhard – digo e pego minhas coisas indo até a porta – o amor é uma mentira

-Então é assim mesmo? – Finn fala e eu me viro – acabou? Não o amor, mas a gente? Somente o sentimento vale a pena, mas a gente não? Eu sei ir embora, eu sei recomeçar, eu sei ir embora, sei te esquecer, mas não sei como parar de amar você Millie! – fala olhando em meus olhos e eu os fecho, os apertando com força, e então sinto os lábios de Finn nos meus, unidos, talvez na esperança de que esse beijo trouxesse todo nosso sentimento e história de volta e me fizesse voltar atrás. Mas isso só acontece em filmes de romance. Separo nossos lábios e encaro os olhos de Finn, toco em seu rosto levemente, mesmo tendo um coração tão vazio eu dei um espaço para ele entrar, consegui fazer somente com que ele, coubesse e da mesma forma que deixei, o expulso                                                                                          

-Sinto muito – falo e então saio de seu quarto correndo, passo por Winona, mas ignoro a mulher que me chama, eu estava com raiva, muita raiva de Finn, raiva de Iris, raiva dos envolvidos, raiva

Corro para minha casa, me trancando em meu quarto, onde só então, somente então, sozinha eu choro. Finn é o pior filho da puta que já conheci, não no sentido de ser mau, ele é bom, mas partiu meu coração em mil pedaços. Jogo na parede a primeira coisa que vejo, um travesseiro e faço isso com os outros cinco, bufo e  pego meu celular e a primeira coisa que faço é ligar para Sadie que imediatamente atende e avisa que está vindo.

Me jogo no chão e começo a chorar de raiva e decepção. Porra Finn, por quê? Por quê fez isso? Eu sou uma pessoa simples, com emoções e sentimentos tão complicados quanto os seus. As coisas....elas nunca acontecem como a gente quer, nem mesmo como a gente não quer, as coisas jamais pedem a nossa opinião, elas somente...acontecem...

Me levanto, limpo meu rosto e fecho minha janela sem olhar para a sua. A melancolia da noite, não leva a melancolia que me encontro, o clima apagado e triste habita em mim. Ainda que tudo mude, Finn, e nossos corpos já não possam mais se encontrar, sinto que esse pedaço teu jamais sairá de meu coração, e por onde eu andar, ainda terá muito de seus passos, do que sobrou de nós

Eu devia saber, amor não existe e eu quis acreditar que estava errada. E aonde eu enfio a porra do meu amor? Bem, eu já sei onde...olho para a pilha de romances em minha mente, fez me sentir nauseada e a única vontade que eu tinha era de pega-los e queima-los por me fazerem crêr em um romance que não existe nos dias de hoje...e a única coisa que me resta é torcer pelo amor dos outros, pois nunca dá certo comigo

O amor não existe, é apenas uma invenção capitalista. E se ele existe, está fugindo de mim, pois quando sinto que estou a um passo de agarrá-lo, ele se distancia com 10 passos rápidos, e aí não o vejo mais em minha vida.

Mas agora não pretendo mais, procurar o amor, vou deixar que ele venha até mim, pode ser que demore, pode ser que quando ele resolver vir até mim, eu não acredite mais nele, e faça alguém que acredite chorar, só por favor não me culpe, eu já sofri demais acreditando nessa merda.

O amor não existe quando ocorre traição...

Escuto o som da campainha, limpo minhas lágrimas e vou atender, e ao me ver, Sadie apenas faz o que eu mais precisava, ela me abraça. Sadie sempre foi uma irmã pra mim, sempre comigo, aliviando minhas dores, fazendo de tudo para me ver feliz, se importando comigo.

Ela tranca a porta e abraçada a mim, caminhamos até meu quarto, onde me deito e ela me cobre da cabeça aos pés, se deitando atrás de mim e fazendo carinho em meu cabelo

-Por que Sadie? Por que nunca funciona comigo? – digo com a voz embargada por conta do choro e escuto seu suspiro – meu Deus como eu sou idiota por estar chorando!

-Não Mills, não é idiota por chorar. Chore, coloque para fora, não pare de chorar até botar para fora o que está sentindo, engolir o choro só irá te corromper meu amor

-Dorme aqui comigo?

-Eu não entendo...eu não sou suficiente? Ele se cansou de mim? Eu não demonstrei o suficiente? Ou eu demonstrei demais? Por que Sadie? Por que agora? Por que com Iris! – Sadie passa as mãos em meus cabelos e me abraça com força

-Não Millie, você é tão suficiente, tão perfeita e tão tudo! Você é perfeitinha do jeito que é, não apenas uma estrela e sim uma constelação inteira amiga, você é luz! E neste exato momento, existe uma versão sua no futuro, orgulhosa por você estar enfrentando tanta coisa sem desistir. Vai doer, você vai passar noites chorando, mas vai passar, tudo passa, nenhuma dor é eterna.

Fecho meus olhos, sentindo Sadie me dando carinho, conforto, apenas escutando sua voz doce enquanto não luto para as lágrimas cessarem.

“Você é forte Millie, já passou por tanta coisa....e você irá se refazer, não importa o tempo que for, mas irá, irá se refazer, irá se desmontar e se consertar, irá se desenhar de novo, mas irá. Você merece ser feliz Mills,, muito feliz. Nunca deixe ninguém te dizer o contrário disso e jamais aceite migalhas da vida pois você é uma mulher incrível e um dia irá achar alguém que te ame como merece. Até lá, seja seu próprio amor verdadeiro, você não precisa de ninguém para ser feliz, nunca precisou para encontrar a felicidade, ame-se além e acima de tudo e todos, cuide-se primeiro, eu sei que você pode ser muito feliz, só nunca aceite menos do que merece, você é uma pequena mulher foda!”

Me viro olhando em seus olhos e sorrio fraco, agradeço ao universo e qualquer força divina ou cósmica que tenha a feito entrar em minha vida

-O amor não existe Sadie, e se existe...nunca será pra mim

-Claro que existe, como pode a voltar a pensar desse jeito? – dou de ombros e ela suspira – me prometa uma coisa Millie?

-O quê?

-Que não tenha medo de se apaixonar. Nem tenha medo de estar vulnerável e se entregar novamente. Não tenha medo das borboletas no estômago e do friozinho na barriga, e muito menos na eletricidade do toque de duas mãos unidas, por favor, não tenha medo disso ou
da idealização, do romantismo e da felicidade. Dos sonhos, das perspectivas e das surpresas que um novo amor trás. Deixe que o sentimento flua, te faça flutuar e sinta-o em cada parte do seu corpo. Não tenha medo dos tropeços, das diferenças, das inseguranças, e dos desentendimentos. E, na pior das hipóteses, não tema a queda. Você vai conseguir se reerguer.
A vida é fugaz Millie, breve, rápida demais, só não permita que o medo te impeça de amar.
Não tenha medo de recomeçar, pode me prometer? – suspiro encarando os olhos de Sadie e ela espera minha resposta com curiosidade e atenção

-Prometo – respondo e ela sorri

-De dedinho?

-De dedinho – digo juntando nossos dedos mindinhos e Sadie sorri

-Ele que perdeu – fala e eu rio

-É né miga?

-É miga, você é areia demais para aquele caminhãozinho fraco – fala e rimos

Abraço Sadie que puxa meu cobertor colocando sobre seu corpo também. Fecho meus olhos e suspiro desejando que o universo não me perdoe, por tentar com tanta força ser feliz. No momento, tudo que eu sinto é como se tivessem enfiado uma faca no meu coração, me tornando vazia.

O amor é um demoninho, concluo, um demoninho que não pede para entrar no coração da gente e, hóspede quase sempre importuno, por pior trato que possamos dar, ele não desconfia, não se despede, simplesmente vai-se colocando e deixando ficar, sem vergonha ou pudor algum, faz-se dono do nosso coração, tomando conta de todas as ações, levando o seu domínio muito cedo aos olhos, e às vezes dá tais saltos no coração, que chega a foder com nosso juízo, não é? Finn Wolfhard...

Abro os olhos e encaro Sadie, que me encara, sorrio e ela ri nasalmente

-O que foi? - pergunto

-Nada, só estava te observando...

-Por que?

-Lembra quando éramos crianças e quando falávamos de namorados a gente sentia nojo, nojo dos garotos? – rio e confirmo – quem diria que você estaria sofrendo por um – fala e eu gargalho alto

-Respeita minha dor – digo rindo e ela sorri

-Você ficava falando “ai, Deus me livre namorar, beijar na boca credo que nojo” hoje em dia até fodeu, é até mais rápida que eu – fala e eu começo a rir

-Aquela época tudo era tão simples – digo e suspiro

-Era....mas as batalhas da vida nos deixam mais fortes né

-ôoo... – digo e ela ri

-E como vai ficar o baile? – pergunta e eu suspiro

-Não sei se irei mana, tem o Jaeden para ir comigo....mas sinceramente? Não estou com vontade mais

-Ai não, se você não for eu também não vou! – fala e eu a encaro entediada – tá eu vou sim, mas vou sofrer por você não ter ido – reviro meus olhos e rio fraco

-Pois bem...temos ainda temos umas semanas até o baile....vamos ver como as coisas irão ficar até lá né...- digo e ela suspira

-Irá com Finn? – a olho e ela ri fraco – claro que não né, pergunta idiota

-Tudo bem...acho que o melhor é não irmos juntos mesmo, distância é o melhor sabe, acho que eu devia ter colocado uma distância entre nós bem antes

-Antes?

-Sim, antes de um vírus chamado “amor” vir nos infectar – falo e ela ri fraco

-Miga, me dá permissão pra bater na Iris ou no Finn? – pergunta e eu rio fraco

-Não??? Isso é problema meu miga, nem se mete

-Ai por favor, só um soquinho?

-Não

-Um tapa?

-Não Sadds

-Um chute no cu? Um pé na bunda? Um tapa na boca? Um corte de cabelo? Posso?

-Não garota! – falo rindo e ela bufa – nem inventa – digo a encarando e ela sorri – te conheço Sadie Sink, não dê uma de maluca não

-Sã eu nunca fui. Nem estranhe se algum dos dois aparecerem de rosto machucado

-Finn já apanhou demais

-Da vida ou?

-Louis....ele achou os dois no ato e.....bateu em Finn – falo e rio, não queria, mas quem disse que tenho controle da minha vida. Sadie começa a rir ao me ver rir – para de rir besta

-Mas você tá rindo também porra

-Ai mana hahahaha coitado, o olho dele tava inchado – digo rindo

-Ai amiga coitado nada eu teria dado nele até o olho fechar – fala rindo e eu gargalho – te admiro por não ter batido nele também

-Ai amiga você é péssima – ela enxuga uma lágrima provocada pelo riso e eu rio fazendo o mesmo - Vai para aula amanhã? – pergunta e eu suspiro

-Não...acho que vou tirar o dia para assistir filmes de romance e comer porcaria e escutar minha playlist mais triste do spotify

-Hmm uma programação tentadora, virei aqui depois da escola, teremos o dia só para nós

-E Noah? – pergunto e ela revira os olhos

-Tá, tá eu o chamo – fala e sorrimos – tudo bem assim? Prometo trazer nosso filme preferido

-As Branquelas? – pergunto sorrindo e ela ri

-“Ai amiga só salsichão” – Sadie fala uma das falas do filme e eu gargalho alto com a ruiva

-Amoh

-Adoroh, agora vira essa rabona pra lá, tô quase caindo porra, me passa um pouco dessa bunda vai

-Não sei que bunda – digo me afastando para o lado e ela ri sem ânimo

-Meu Deus dai-me paciência, pois se me der forças eu bato nessa anta acéfala

-Me ama tanto que nem sei

-Sua raba é maravilhosa vai se fuder – fala me fazendo rir

E pensar que eu achava que iria terminar minha noite chorando, terminei da melhor forma, rindo ao lado de quem eu realmente amo e nunca deixarei de amar...minha melhor amiga.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Cap.1/2

Sorry


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