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História When I First Met You - Drarry - Spider Law


Escrita por: Toastie-San

Capítulo 20 - Spider Law


 Ao passo que Harry e Draco se magoavam com o passar da notícia da prisão “temporária” de Hagrid, Lockhart parecia muitíssimo feliz com a situação.

— Vocês não entendem? O culpado foi pego! O caso está resolvido! — Ele anunciava orgulhosamente a qualquer rosto cinzento que passasse por ele. — O Ministério não teria levado alguém se não tivesse certeza…

— Teria, sim — Harry respondeu no ímpeto.

A cara de Lockhart se fechou e ele apertou os olhos, oferecendo a Harry um maldito sorrisinho de vaidade.

— Acho que estaria certo em dizer que sei um tantinho mais sobre a prisão de Hagrid do que você, senhor Potter — Ele disse, simulando uma quantidade bem pequena com os dedos.

Harry engoliu em seco a vontade de atirar na cara sorridente do professor seu novo exemplar de “Viagens com Trasgos”. Ao invés disso, olhou pela janela da sala, onde uma fila de pequenas aranhas saía do castelo e descia muro abaixo, e rabiscou um bilhete para Draco, sentado ao seu lado e prestando atenção na aula sem muito interesse.

Desde o pedido de Hagrid de “seguirem as aranhas”, Harry vinha se atentando às aranhas no castelo; havia muito mais aranhas em Hogwarts do que se imaginaria, todas pequenas criaturinhas grotescas rastejando por paredes e pulando de janelas e engatando em seus fios, todas rumo à Floresta Proibida.

Ainda com a cara fechada, Harry discretamente passou o bilhete dobrado para Draco.

Vamos hoje à noite.

 

 

— Porque você acha que levar Canino é uma boa ideia?

Harry não respondeu, ocupado demais tentando tirar a coleira do pescoço do cão, que se debatia e chorava.

— Nada contra Canino, claro, mas… Ele não vai simplesmente nos atrasar?

— Hagrid iria querer que nós o levássemos — Harry explicou simplesmente, soltando o bull terrier pelos terrenos escuros.

Draco deitou a cabeça ligeiramente, e então deu de ombros.

— Se você diz.

Harry ainda hesitou um pouco em seguir o cão por todo lado, especialmente quando ele começou a farejar a grama freneticamente e caminhou em direção à Floresta Proibida. Ele trocou um olhar preocupado com Draco e correu atrás do cachorro, e Draco apenas suspirou pesadamente antes de segui-lo.

A noite começa a cair sobre eles como um pesado manto negro enquanto eles se entranham na floresta, entre galhos ocos que se estalam sozinhos e folhas caindo a todo momento com ruídos secos. Draco tirou a varinha dos bolsos do uniforme e segurou-a nas duas mãos antes de proclamar baixinho:

— Lumos.

Uma luz brilhante e branca surgiu da ponta de sua varinha, iluminando seu rosto e uma parte do caminho à frente. Harry continuou seguindo Canino e uma pequena trilha de aranhas simultaneamente, pedindo com um aceno para que Draco iluminasse o chão por onde elas andavam. A certa distância, a luz ainda era fraca o suficiente para não assustá-las; elas se dividiam em dois grupos menores e Canino se sentou para esperá-los. Draco abaixou a varinha, ainda acesa, e olhou para Harry com certa preocupação nos olhos.

Um ronco alto cortou o momento.

Harry se virou rapidamente – tinha a estranha certeza de já ter ouvido esse ronco metálico antes… Como um motor

— Meu Deus.

Surgindo do meio da extensa floresta, com arranhões e manchas de lama e uma rachadura no para-brisa, estava o carro de Norman Parkinson, “sorrindo” para Harry ao piscar os faróis.

— É o carro! Dray, é o carro da Pansy! Meu Deus… — Ele se aproximou do carro furreca, dando-lhe uns tapinhas amigáveis no capô. Draco não demorou muito a acompanhá-lo, sem perceber que Canino silenciosamente ia embora. — Ela vai surtar quando descobrir… Né, Dray?

— É, é, mas…

Harry ainda passava a mão no carro, assobiando baixinho, parando apenas quando Draco insistiu em puxar a manga de sua robe incessantemente, sem dizer uma única palavra.

— Que foi?

Mas Draco olhava para algum ponto muito, muito acima da cabeça de Harry, com aquele olhar assustado que Harry jurou nunca mais querer ver. Optou por ignorá-lo por enquanto.

— Dray? — Ele chamou.

— Harry.

Harry franziu o cenho, procurando o mesmo olhar para onde Draco olhava. Arrependeu-se severamente.

No meio do escuro, mesmo dentre arvoredos densos acima de suas cabeças, dois olhos vermelhos e grandes eram visíveis, cerrando-se ao vê-los. Uma garra de caranguejeira surgiu de cada lado, forçando a separação dos dois.

— HARRY! — Draco se debatia intensamente contra a perna que o agarrava, perfeitamente consciente de que seja lá o que fosse o segurando agora poderia devorá-lo em um piscar de olhos. — Me solta, sua praga!

— Dray! — Harry chamou, entre um intenso tom de censura e preocupação, pondo o indicador sobre os lábios. Draco se calou quase imediatamente.

Não era nada confortável viajar com uma aranha que claramente não havia se acostumado a andar com seis pernas apenas; Harry via, pelo canto do olho, Draco ainda se debatendo e xingando baixinho, rápido demais para ser natural.

Outro par de olhos surgiu na escuridão. Esses eram leitosos e claros, muito mais abaixo que os vermelhos, indicando que essa figura era menor que a outra.

— O que é?

— Humanos.

— É Hagrid?

Harry arregalou os olhos.

— Não.

— Mate.

— Somos amigos de Hagrid! — Ele soltou rapidamente, estando perfeitamente parado na garra da primeira criatura.

— Amigos de Hagrid? — A segunda criatura pareceu considerar a hipótese por um tempo. — Solte.

Os dois foram soltos sobre uma manta de folhas secas, causando um ruído seco. Olhando de baixo, com um pouco mais de luminosidade, Harry analisou a criatura à frente: grandes olhos leitosos, claro, mas um rosto redondo com grandes presas dos lados da boca e um corpo quase inteiro negro e peludo. Apenas parte de suas pernas eram visíveis através dos grossos troncos de carvalho escuro. Apesar de reagir ao som e a vozes humanas, ela não olhou para os garotos quando caíram.

Além de ser uma gigantesca aranha, era uma gigantesca aranha cega.

Maravilha.

— O que amigos de Hagrid fazem aqui?

— …Hagrid foi preso. Acusaram ele injustamente de uma coisa terrível. Ele nos mandou “seguir as aranhas” antes de ir, então… Nós seguimos as aranhas.

— Nós? — A aranha cega continuou olhando para um ponto fixo. — Quantos são?

— São dois meninos — A primeira aranha respondeu, olhos vermelhos como rubis quase brilhando na escuridão da noite. — Pequenos e magrinhos. Não devem ter mais que doze anos.

Draco tinha rapidamente voltado a se aproximar de Harry, quase usando o corpo dele como escudo. Harry tentou segurar qualquer coisa dele que fosse – um pedaço de seu uniforme, sua mão, seu rosto, qualquer coisa. Por fim, encontrou apenas as costas de sua mão, cerrada firmemente, e apertou-a delicadamente.

Ele tremia.

— Dois meninos… E amigos de Hagrid. Há muito tempo não vejo amigos de Hagrid. O que aconteceu com Hagrid?

— Eu… Eu já disse. Foi preso.

— PRESO? Por quê?

Que bem faria mentir para uma aranha gigante? Harry engoliu em seco.

— …Abriram a Câmara Secreta de novo. A-Acham que Hagrid foi o responsável.

— Hagrid nunca abriu a Câmara! — A aranha cega quase gritava com eles. — Hagrid é um homem bom, desde menino, quando me encontrou! Eu devia estar ainda no ovo… E ele me criou em um armário de vassouras abandonado. Me deu meu nome, Aragogue, me deu comida, me ensinou sua língua… E depois foi forçado a me soltar. Mas agora tenho esposa e filhos, e sou sempre grato a Hagrid por isso…

Então a criatura na caixa que Harry viu não era o monstro da Câmara. Era Aragogue. Uma enorme aranha caranguejeira, cega, de 50 anos de idade.

— …Você ainda pode ajudar Hagrid — Harry tentou convencê-lo. — Se nós descobrirmos o que é o monstro na Câmara, podemos provar que Hagrid não é culpado… E ele volta pra Hogwarts.

— NÓS NÃO OUSAMOS FALAR O NOME DELE!

A mão de Draco se apertou mais sob a de Harry e ele escondeu o rosto nas costas de seus ombros, soltando um pequeno soluço assustado.

— O monstro é… É aterrorizante! É horrível! Vocês não devem procurar esse monstro, NUNCA! Ele já matou uma menina, pobre menina, encontrada morta no banheiro! Não quero nem ouvir desse monstro de novo… E VOCÊS NÃO DEVEM PROCURAR ELE EM HIPÓTESE ALGUMA!

— ‘Tá… ‘Tá bom. Não vamos procurar o monstro da Câmara.

Aragogue parecia convencido, mas tanto Harry quanto Draco sabiam que não era verdade.

— …Podemos ir embora agora?

— Ir embora? — Uma risada atipicamente fria para uma aranha ressoou ao longo da clareira. — Acho que não entendem o que está acontecendo aqui.

— Mas nós precisamos ajudar Hagrid!

— E eu preciso alimentar minha família. Não posso negar carne que entra no território tão fácil.

Um aterrorizante click-clack foi ouvido por todo lado, subindo e descendo simultaneamente. Draco não queria olhar, mas quase conseguia sentir as dúzias de pequenas aranhas que subiam e desciam pelas árvores ao redor, observando-os desejosamente.

De novo, um ronco alto cortou o momento.

Harry se levantou em um pulo, a visão mais distante bloqueada pelas filas de aranhas com olhos indo do azul escuro, quase negro, ao vermelho vivo, mas ele reconheceu a buzina e os faróis cegando as pobres aranhas.

— O CARRO!

click-clack ainda os seguia, mas Harry agarrou a mão de Draco e seguiu arrastando-o até o pequeno Ford que os esperava de portas abertas – literalmente. Harry subiu no banco do motorista enquanto Draco atordoadamente tentava trancar a porta do lado do passageiro, soltando um gritinho agudo quando o carro arrancou na quinta marcha, atropelando fileira após fileira de aranhas do tamanho de ursos.

Quando as luzes das janelas de Hogwarts finalmente se tornaram visíveis, depois de um longo caminho de solavancos, Draco largou do banco e cobriu parte do rosto com as palmas das mãos; Harry soltou um riso nervoso ao estacionar, quase sendo chutado para fora ao ver o Ford esconder-se na floresta de novo, o alto ruído de seus pneus derrapando pela terra ecoando por um momento.

Draco levantou-se do chão com um ofego, recobrando a noção de onde estava e do que havia acontecido; bufou com irritação e voltou a murmurar para si mesmo:

— “Siga as aranhas”, que raio de ideia genial… Porque seguir as aranhas? Não poderia ser “sigam as borboletas”?

Harry riu, sem prestar muita atenção, e guiou Draco com cuidado de volta para dentro do castelo.

 

 

— …Dray?

Deveriam ser uma e pouca da manhã quando Harry o chamou, incerto. As descobertas da conversa com Aragogue ainda rondavam em sua cabeça incessantemente, e ele ia juntando os pontos imaginários entre tudo que sabia, implorando a si mesmo que fechasse os olhos e caísse no sono logo.

— Hm.

— …Aragogue disse que o monstro da Câmara matou uma garota da última vez. Que ela foi encontrada no banheiro.

— Mhm. E?

Draco soava profundamente sonolento, ainda meio adormecido, mas Harry não o culpava de modo algum. Foi um dia longo e cansativo e ele merecia quanto sono conseguisse.

— …E se ela nunca saiu do banheiro onde foi encontrada? E se, mesmo depois de cinquenta anos, ela se recusa a sair do lugar onde morreu?

Ele esperou um pouco pela resposta de Draco, ouvindo apenas o rangido do beliche de cima, indicando que ele havia se levantado.

— Você não acha que… Que é perfeitamente possível? — Harry indagou ainda.

— Claro que é, mas… Mas a Murta-que-Geme?


Notas Finais


ae po, já ferrou cm a coisa inteira
espero que tenham gostado!! dia 10 sai mais, bjinhos e se cuidem, tio luka ama vcs <33


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