— Miley. — chamei minha namorada não a sentindo na cama . — Miley. — chamei um pouco mais alto
Estava no quarto, sozinha, na minha enorme cama. Sem perceber eu deixei algumas lagrimas escaparem e logo eu já estava chorando. Ouvi passos ligeiros e logo a porta do quarto abriu mostrando minha namorada.
— Hey. — ela deitou ao meu lado já me segurando em seus braços. — Não chora, eu to aqui com você. — sussurrou
— Não foi um sonho, não é? . — solucei . — Ele realmente se foi? . — perguntei e ela assentiu
— Fica calma, morena. — pediu acariciando meu cabelos. — Vai ficar tudo bem, eu juro. — sussurrou e eu assenti
Fiquei mais alguns minutos ali chorando em seus braços, mas logo me acalmei com seus carinhos e palavras dizendo que vai ficar tudo bem.
— Você que me trouxe pra cá? . — me afastei um pouco dela para encara-la
— Sim, eu vou cuidar de você. — acariciou meu rosto
— Promete não sair de perto de mim? Eu preciso muito de você, amor. — choraminguei
— Eu não vou sair de perto de você, eu juro. — ela me apertou em seus braços
— Eu amo você, Miley, por favor nunca me deixa. — pedi
— Eu nunca vou te deixar, minha morena, nunca. — ela acariciava meus cabelos tentando me acalmar
— Que horas são?
— Ainda é de madrugada, você nem dormiu muito, você precisa dormir.
— Você também precisa, fica aqui comigo, não me deixa sozinha. — me agarrei em sua blusa
— Tudo bem, não vou sair daqui. — deu um beijo no topo da minha cabeça
— Eu amo você. — sussurrei fungando
— Eu amo você. — repetiu me apertando em seus braços
(…)
Abri meus olhos com um pouco de dificuldade. Já não estava mais aguentando chorar, encarei minha namorada que ainda dormia e eu sorri fraco a encarando. O que seria de mim sem essa garota?
Passei minhas mãos em meu rosto e observei o quarto. Suspirei e me sentei na cama me encostando na cabeceira da mesma. O que eu estava olhando? O nada. Eu estava perdida em pensamentos.
Me lembrando de quando eu e meu pai eramos unidos, quando ele começou a beber, quando ele foi embora, quando voltamos a nos falar… Meus olhos marejaram assim que lembrei da cena que vi na sua cozinha.
Tanta bebida, tanta droga, eu odeio tudo isso, não sei pra que existe. É só para matar as pessoas mesmo, para fazer as outras sofrerem.
— Ei. — a voz sonolenta da minha namorada interrompeu meus pensamentos
Virei meu rosto para ela e a encarei com um sorriso sem mostrar os dentes.
— Por que não me acordou? . — perguntou se sentando ao meu lado
— Porque você estava muito bonitinha dormindo. — dei um selinho nela
— Quer levantar? Comer alguma coisa?
— Na verdade quero saber como estão as coisas. — suspirei
— Tudo bem, mas você também vai comer. — ela levantou da cama
— Ta bom. — eu levantei também
Fui até o banheiro e fiz minha higiene, dei uma arrumada rápida em meus cabelos e esperei Miley fazer o mesmo. Saímos do quarto de mãos dadas, Miley não soltou minha mão em nenhum momento desde o ocorrido.
Ou eu estou em seus braços ou sua mão esta segurando a minha como se quisesse me passar segurança.
— Oi, gente. — sorri fraco encarando todos que estavam ali na sala
Estavam meu pai, minha mãe e Dallas.
— Como esta as coisas? . — perguntei antes que alguém falasse alguma coisa
— O velório é daqui a pouco, já iria te acordar. — minha mãe quem respondeu
— Eu vou subir para me arrumar então. — falei indo em direção as escadas
— A gente combinou que você iria comer. — Miley falou para mim me fazendo suspirar
— Tudo bem, vou comer um sanduíche, sei la, vem. — a puxei em direção a cozinha
O clima estava triste, ninguém queria falar nada. Fui para a cozinha com minha namorada e nós começamos a fazer um lanche para comermos.
— Demi. — Dallas entrou na cozinha me fazendo encara-la. — A gente já vai indo, ok? Temos que avisar algumas pessoas, nós vamos no carro da mamãe e vamos deixar o carro do papai para vocês, ok?. — falou e eu assenti . — Até mais. — sorriu fraco saindo da cozinha
— Ei . — Miley levantou meu rosto para encara-la. — Tudo bem? . — olhou em meus olhos
— Na medida do possível, você dirige para nós? . — perguntei e ela assentiu
— A gente come, trocamos de roupa e vamos lá ok? . — falou e eu assenti. — To com você, ta bom? . — deu um beijo na minha testa me fazendo fechar os olhos
— Ta bom. — respondi com um suspiro
Pov Miley
Sabe qual é a pior coisa depois de perder uma pessoa que você ama? Ver a pessoa que você ama triste, chorando.
Demi esta arrasada, acho que é porque ela era bem ligada com ele quando ela era pequena. Eu sei que não vou entender sua dor porque o máximo que perdi foi minhas avós e avôs.
Já havíamos ido no velório, Demi chorou muito assim como Dallas. Eu fiquei um pouco distanciada das duas, elas são irmãs e acho que com certeza estavam apoiando uma a outra.
O enterro não foi muito diferente. Haviam poucas pessoas, Demi disse que o pai dela não tinha muitos amigos e os que tinha era só os que bebiam com ele que não são realmente amigos.
Demi foi a que mais ficou lá na frente do tumulo e eu a todo momento ao seu lado. Todos já haviam ido embora menos nós duas.
— Sabe que eu acabei de me lembrar. — ela deu uma pausa parando para respirar. — Que eu não o perdoei, ele me pediu perdão varias vezes e eu nunca disse ‘’eu te perdoo, pai’’. — pude ver seus olhos se encherem de lagrimas
— Hey. — eu envolvi meus braços em seu pescoço a abraçando. — Você realmente não o perdoou?
— Perdoei, no fundo eu perdoei, mas nunca falei isso para ele. — ela abraçava forte minha cintura
— Então, você o perdoou, tenho certeza que ele sabia disso, talvez só queria ouvir você falar, mas não fique assim, ele sabia que você o amava. — dei um beijo no topo da sua cabeça
— Desculpa. — pediu em um sussurro
— Pelo que? . — me afastei um pouco dela para encara-la
— Por tudo isso que você esta passando comigo. — falou enquanto eu limpava as lagrimas que rolavam pelo seu rosto
— Se eu te desculpo por ter entrado na minha vida e ter a virado de cabeça para baixo me mostrando que era assim que ela estava certa? Por me fazer a pessoa mais feliz do mundo como nunca ninguém fez? Por você estar me apoiando em todos os momentos? Por me fazer querer cuidar de você? Mas é claro que eu te desculpo. — eu falava olhando em seus olhos
— Você é perfeita, eu não te mereço, sabia? . — vi um sorriso de canto em seus lábios
— Eu que não te mereço, morena, você é minha vida, sempre vou estar com você, não importa o que acontecer. — a abracei novamente
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