História When I Meet You - They see

A semana tinha sido tão lenta quanto meu raciocínio quando eu acordo, ou seja quase não saiu do lugar.

Shawn já tinha me mandado as passagens, Anne já tinha arrumado sua mala já que amanhã pela manhã  estaríamos em outro lugar do mundo. Eram meia noite e meia​  e eu estava sentada no sofá, comendo chocolate e assistindo The 100.

Meu celular vibra  e no visor seu nome brilha, fazendo assim eu semicerrar os olhos para me acostumar com a claridade do celular.

Mel! 

Leio sua mensagem e lhe respondo com os dedos ágeis.

•Hey, o que foi?

• Posso te ligar?

• Yep.

Alguns segundos depois de Shawn parar de falar comigo, me ligou e eu deslizei o dedo aceitando a ligação.

— O que foi? — pergunto mordendo minha barra de chocolate.

— Nos viram.

— Shawn, eu não sou tão rápida assim. Não consigo adivinhar, do que você tá falando?

— Em Brisbane. Quando nós estávamos nos despedindo. Alguém, viu e publicou em um site da internet.— minha mão perde o controle e o chocolate​ cai da mesma fazendo Shawn sorrir de canto.

— Tem fotos?

— Não, mas uma menina  me perguntou hoje no Q&A, sobre uma garota ruiva que veio no meu show em Brisbane e se a gente tinha se encontrado em algum lugar.

— E você...

— Neguei. Mas elas me conhecem, algumas até sorriram, mas acho que as outras não gostaram muito de saber disso.

— Ok, então eu sou o alvo de milhares de  garotas que são apaixonadas por você?— pergunto literalmente desesperada e Shawn garagalha do outro lado da linha.

— Mais ou menos isso.

— Ah, muito obrigada Shawn você realmente me ajudou.— brinco e ele dá um sorriso.

— Quando precisar de ajuda, tô aqui.

— Não obrigada.— falo e o outro faz um biquinho. — Como você pode ficar tão calmo?

— Bom, você sabe como a minha vida é. As pessoas sabem de mim, de cada milímetra coisa  que eu faço. Já era de se esperar.

— Então, é melhorar eu não terminar a turnê com você.

— Não! Não se atreva! Amanhã eu vou te ver aqui e ponto.

— Shawn...

— Melissa Matthews, vejo você amanhã.

— Não desligue!— o repreendo prevendo o que ele faria.— Não se atreva! Shawn Peter Raul Mendes!

— Te amo.— e a ligação foi encerrada. Ele desligou, simplesmente desligou!

Coloco os dedos sobre as pálpebras e as massageio devagar.

— Mel?— Anne fala saindo do quarto com o rosto todo amassada e voz de sono.— Não vai dormir não?

— Tô indo agora, An. Pode voltar, amanhã vamos nos acordar cedo.— a morena assente.

— Te amo.

— Eu também te amo.

Ela entra e eu guardo o chocolate que tava no chão desde a notícia inesperada que Shawn me deu.

Vou para meu quarto e coloco um moletom cinza com um short preto que me deixava bem confortável.

Deito na cama olhando pro seu nome no contato do celular.

Uma notificação aparece e mais uma vez o garoto dos cabelos encaracolados e do sorriso que me tirava o ar mandou outra mensagem. Ele sabe o que é dormir?

• Você não disse de volta. Eu queria ouvir.

Ao ler já entendo do que ele falava e sorrio  toda abobalhada.

• Você desligou. Estou brava 😑

Minto com o polegar na boca tentando me lembrar do gosto do seu beijo e da textura macia, impossível. Só ele conseguia me dar aquilo.

• Sorry, babe. Por favor. Diga.

Meu sorriso se abre e abraço um travesseiro que tinha jogado na cama. Tentando de alguma forma descarregar a sensação em alguma coisa, já que não podia ser nele.

 • Eu te amo, Shawnie.

• Finalmente eu vou poder dormir em paz! Eu também te amo, te digo isso pessoalmente amanhã.

Fecho os olhos e tento imaginar sua boca produzindo as três palavras que digitadas eram tão importantes, amanhã ganhariam um significado maior.

• Durma com os anjos, Muffin boy.

• Você não tá aqui.

• Isso foi bem clichê né?

• Com certeza, você é um escravo do romance, hahaha ❤

• Sim, eu sou. 

• Se você deixasse eu gostaria de dormir, por favor? Obrigada.

• Ok, desculpa. Boa noite. Te amo.

• Boa noite. Eu te amo.

Bloqueio o celular e deixo em cima do criado mudo. 

                          ∆ 

— I love you like a love Song baby.— eu e Anne cantavamos sozinhas e até dançavamos um pouco indo até o desembarque. Estávamos escutando músicas antigas no avião, cantando um pouco alto e  algumas pessoas até olhavam pra gente com  nos negligênciando. Mas, quem se importa?

Pegamos nossas malas e fomos em direção a saída do aeroporto quando vejo John, o motorista de Shawn, com nossos nomes— completos.— em uma placa.

— Anne, espera aqui.— minha amiga assente e eu vou até o homem alto que parecia procurar algo no local.— Hey, John.— chamo sua atenção e o mesmo me olha suspirando aliviado.— Shawn não pediu que...

— Sim, senhorita. Ele pediu.— reviro os olhos e mordo o lábio como de costume de quando estou nervosa.— Onde está sua amiga.

— Me esperando.

— Shawn me pediu que lhe levasse o mais cedo possível. Ele teria que resolver algumas coisas e gostaria de lhe ver um pouco antes.

— John!— Anne vem até nós chamando o motorista e eu franzi o cenho. Como ela sabia o nome dele? Por que eu tô me perguntando isso? Ela é a Anne, sabia tudo anos luz antes de mim.

— Podemos​ ir?— John pergunta e eu assinto.

Saímos do aeroporto e fomos em direção do carro que nos esperava na frente. 

Estava um engarrafamento horrível. Os motoristas buzinavam e meus tímpanos estavam a ponto de estourar. Tinha uma mulher atrás de nós que buzinava e gritava tanto, como se o problema fosse nosso.

— Anda logo!— a loira continuava a gritar colocando a cabeça pra fora e a buzinar.

— Querida, se você tá tão incomodada, cria um carro com asas. Você não é a única que tá querendo sair daqui não! Eu tenho que me encontrar com o meu namo...— penso em uma palavra pra dar uma categoria a Shawn, mas nada vem na cabeça além dessa que eu ia falar, e eu não sei se somos isso... Então, o que?— O meu... O meu ser humano,— pelo menos isso ele era— e você tá aí gritando. Cala boca e para de gritar.— subo o vidro e encosto a cabeça no banco.

— Ser humano?— Anne pergunta olhando para mim com um sorriso.

— Ele é um ser humano, certo?

                        ∆

Depois de mais de uma hora ali dentro daquele carro, chegamos no hotel e meus olhos se arregalaram ao ver a quantidade de pessoas na frente do hotel.

Elas não podem me ver, não agora depois daquele boato. Olho pros lados procurando alguma coisa pra esconder meu cabelo é o rosto, e minha salvação estava enrolado no pescoço de Anne, seu cachecol. Enquanto a mesma ia abrindo a porta do carro eu puxo o cachecol e enrolo na cabeça.

— Melissa!

— Shh! Cala boca. 

— Melissa meu cachecol.— ela tenta tomar de mim e eu bato na sua mão e assim começamos a briga mais infantil de todas.

— Cala boca e desce logo!— abrimos a porta do carro e eu vejo os olhares curiosos sobre mim. Algumas cochichavam e a maioria ignorava.

Pego a mala e entro correndo no hotel. Ao entrar esbarro em alguém com certeza mais alto que eu, seu celular cai, me fazendo contrair o corpo temendo que a tela tenha trincado.

— Desculpa! Ai eu sinto muito!— digo deixando o cachecol cair ao abaixar para pegar o aparelho.

— Não tem problema, já tô acostumado a esbarrar em ruivas, principalmente​ em você.— eu reconheci sua voz em segundos. Apanho seu celular do chão e lhe dou na mão. Vejo que os meninos estavam o acompanhando e aceno para todos.— Você só serve pra esbarrar na pessoas, Melissa?

— Não tenho culpa se você fica na frente.— retruco em tom brincalhão e Shawn sorri.

— Por que demoraram tanto?

— Um engarrafamento.

— A Mel até brigou com uma mulher, porque tinha que encontrar o ser humano dela.— Anne fala rindo e eu piso no seu pé que estava ao lado do meu.

— Só ignora, o fato dessa pessoa nascer.— reviro os olhos para Anne.— Você já vai sair?

— Sim, mas de noite eu venho ficar com você.— diz me abraçando e eu retribuo.— Agora eu tenho que ir.— suspiro sentindo mais do seu cheiro maravilhoso que pairava no ar.— Eu te amo.— sussurra em meu ouvido com sua voz um pouco rouca me fazendo arrepiar por completa.

— Eu também te amo.— sussuro no seu ouvido e posso sentir seu peito inflar em um sorriso, que infelizmente eu não veria. Nos separamos e ele me sela com seus lábios macios e doces. Damos um outro beijo mais longo e desesperadamente necessitado, era intenso e me fazia perder o fôlego. 

— Ok, ok. Já chega.— Anne me puxa e eu acabo dando um selinho que seria em Shawn, no ar.— Tchau, Shaw!— os meninos vão lhe puxando até o hotel e eu mordo o lábio, o que o fez bufar e molhar os lábios me arrancando um sorriso.