Fecho a porta e me deparo com a escuridão no apartamento.
— Anne?— chamei fechando a trava da porta.
Ligo as luzes e vou até seu quarto. Abro a porta devagar e a vejo dormindo abraçada com um de seus infinitos travesseiros que tinham na cama.
Saio de seu quarto e vou até o meu e paro para ler uma placa escrita com a caligrafia de Anne:
Você não vai dormir no seu quarto hoje, sua porta tá quebrada (o que não foi culpa minha... Jamais) e amanhã vou falar com alguém pra gente consertar isso. Suas coisas para dormir estão no meu quarto, pode dormir no meu quarto hoje. Beijos!
Riu vendo sua pequena advertência e sua forma de querer me ajudar.
Mais uma vez vou para seu quarto e pego minhas coisas que estavam em cima da escrivaninha dela.
Vou até o banheiro e faço minhas higienes pessoais, coloco meu pijama e vou até a cozinha fazer alguma coisa pra comer.
— Love when you just don't care...— fico cantarolando Life Of the party enquanto fazia meu misto quente.
Abro o frizer e pego um resto de sorvete que tinha da semana passada. Pego um suco de caixa que tinha no fundo da geladeira e vou até a sala assistir The 100.
Começo a comer e depois dar algumas colheradas no sorvete. Olho o visor do meu celular para ver as horas: 23:30.
Dou um bocejo demorado e me estico no sofá. Me levanto pegando tudo que tinha no sofá e levo até a pia.
Dou longos passos até o quarto de Anne, cambaleando com minhas pálpebras pesadas. Me deito ao lado a morena que dormia com o cabelo todo bagunçado, e um cheiro um tanto... estranho, puxo um pouco de seu lençol e fecho os olhos adormecendo algum tempo depois.
—... Logo! Melissa Matthews acorda logo! — escuto os gritos de Anne pelo quarto e abro os olhos com a mão no rosto pra proteger os olhos da claridade.
— Que? Por que você tá gritando?— coloco o travesseiro no rosto.
— Eu tenho faculdade! Você também! Levanta logo!— tiro o travesseiro do rosto e vou até o banheiro andando devagar.— MELISSA!— me assusto com o grito que ela dá jogando um travesseiro em mim.
— Calma.— vou até o banheiro e tomo um banho rápido. Escovo os dentes e vou até o guarda roupa de Anne pegar alguma roupa, já que eu não podia entrar no meu quarto por causa da porta.
Escolho uma calça preta e uma blusa florida, de manga e pego uma sapatilha preta. Vou até a penteadeira e solto meus cabelos do jeito que estavam. Liso com cachos nas pontas. Pego minha bolsa com meu caderno e saio do quarto encontrando Anne batendo os pés no chão.
— Desculpa?— digo me aproximando dela.
— Vamos logo, Melissa. Você vai dirigir.
— Sim, senhora.— saímos de casa e fomos até o estacionamento pegar meu carro para irmos pra faculdade.
Olho pra Anne de canto de olho e vejo que ela estava concentrada no celular, sem ao menos ligar o som do carro. Ela tava muito brava.
— Não quer ligar o som An?— pergunto concentrada na rua.
— Não.— ela me responde ríspida e eu solto um suspiro.
Ligo o som do carro e está tocando Attention do Charlie Puth.
— Você sabia que ele já abriu alguns shows do Shawn?— forço um sorriso pra que ela me responda.
— Não.
— Sério Anne? Vai ser assim?
— Eu só não quero conversar.
— Por que eu me atrasei?
— Melissa! Para de falar eu estou morrendo de dor de cabeça!— olho pra ela e vejo suas olheras escondidas no seu óculos de sol.
— Você bebeu ontem?— tiro seus óculos.
— Não...— ela diz desconfiada.
— Anne! Você me prometeu! Você sabe que você não pode beber!
— Por que não?!
— Eu não sei se você se lembra mas, toda vez que você bebe você tem mais facilidade de ficar pendente da bebida porque você já teve um coma alcoólico.— a respondo com um tom seco e frio na voz.
— Isso não vai acontecer de novo.— lhe olho e bato a mão no volante tentando controlar a raiva.
— Você pode morrer!
— Eu não morri!
— Argh!— entro em uma das ruas que dava pra faculdade de Anne e ela desce do carro.
— Tchau, Mel. Te amo.— ela diz e eu ignoro pisando no acelerador e indo até minha faculdade que ficava duas quadras daqui.
Estaciono o carro e vou correndo pela faculdade pra mão chegar ainda mais atrasada.
Abro a porta e vejo que a professora escrevia alho no quadro sem prestar atenção em nada. Entro na sala na ponta do pé tentando ir até minha bancada sem fazer barulho. Em vão. Derrubo o caderno e lápis da menina que estava na frete e paro de andar contraindo meu corpo preparada para levar uma bronca.
— Senhorita Matthews.— me viro para professora com meu melhor sorriso, tentando parecer simpática.
— Professora!— exclamo indo até ela.
— No seu lugar, agora.— ela ordena e eu faço.
Vou até a cadeira que ficava entre Guilherme e Emma.
— Por que você chegou tarde?— Emma sussurra e eu balanço a cabeça.
Pego meu caderno e começo a copiar o que tinha no quadro.
Sinto meu celular vibrar na bolsa e tiro disfarçadamente pra que ninguém veja.
No visor tinha uma mensagem de número desconhecido.
Hey, você tá em casa?
Meu cenho se franze na hora e digito o mais rápido que posso pra pessoa.
Quem é?
Digitando... Ele... Ou ela tá escrevendo a bíblia?
O Batman, sou eu Mel. Shawn, se lembra de mim? Aquele cara que você saiu ontem?
Um sorriso toma conta do meu rosto e o respondo:
Ah! Tenho uma vaga lembrança de você... Não estou em casa.
Ok. Faculdade?
Sim. Por que?
Nada, só tô entediado.
Mendes, eu tenho a atividade extracurriculares para fazer! Não me enche o saco 😑😂
Ah eu sou um monstro! Como eu não me toquei?!
Eu tenho que ir, quando o intervalo chegar falo com você.
Ok.
Depois de mais duas aulas fomos até o pátio principal.
Meu braço enlaçado ao de Emma íamos até o Pátio, até que eu vejo uma muralha de 1,88 de costas tirando fotos com poucas pessoas ao redor.
— Shawn?— digo me aproximando da rodinha que tava sendo formada ao seu redor.
Ele se vira em minha direção e vejo seus olhos suplicantes.
— Gente!— grito tentando chamar a atenção de todo mundo— Acabou o show!— digo entrando e puxando a sua mão até o pátio.
Olho pra ele que sorria e baixo o olhar para meus pés.
— O que você tá fazendo aqui?— coloco uma mecha do cabelo pra trás e encaro seus olhos.
— Nós vamos sair.— ele me diz olhando pros lados.
— Que? Nós Vamos?— pergunto tentando achar uma reposta em sua expressão facial.
— Sim nós vamos!
— Mas eu tenho aula.
— Eu sei. Mas você tá doente.— ele pisca e me faz rir.
— Eu tô?
— Bom, não. Mas ninguém precisa saber.— ele segura minhas duas mãos e sinto meu coração esquentar com aquele jesto.
— Ok, pra onde você vai me levar Mendes?
— Isso já é outra surpresa.
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