1. Spirit Fanfics >
  2. When We Collide >
  3. Capítulo Oito

História When We Collide - Capítulo Oito


Escrita por: ignitemylove

Capítulo 9 - Capítulo Oito


Nicholas pareceu receoso, mesmo assim fez uma reverencia antes de se afastar.

― Eu te reconheço de algum lugar ― disse o garoto pegando a minha mão direita e colocando a sua outra em minha cintura. ― Seriam os olhos puxados talvez? ― Questionou.

Dei de ombros não gostando do rumo que a conversa tomava.

― São casos raros, é o que dizem ― retruquei.

― Onde está a minha educação? ― Franziu as sobrancelhas como se estivesse preocupado, mas algo dentro de mim clamava que aquilo era apenas uma cena ― Nem perguntei para dama qual é o nome dela, você poderia me dizer, bela?

― Luna Canberight ― respondi o achando mais que idiota.

― O meu é Adam Draacon ― informou inclinando a cabeça com um sorriso charmoso.

Arregalei os olhos.

― Como na lenda? ― Questionei.

― Exatamente como na lenda, somos uma família bem antiga ― falou presunçoso.

Ele estreitou os olhos em minha direção.

― Acho que já sei com quem se parece você, pequena dama.

― Com quem? ― Indaguei quase desesperada. Eu quero resolver esse mistério de uma vez por todas.

― Tem uma pintura dela no corredor do meu quarto, posso te levar lá e mostrar-te ― disse com um meio sorriso.

Pisquei surpresa pela sua ousadia.

― Como se atreve? ― Falei elevando a voz.

Suas sobrancelhas subiram.

― Não foi isso que eu quis dizer ― apressou-se em corrigir. ― Eu estava falando sério sobre o quadro, o nome da mulher é Sophia Chan Young... ― minha mente invocou a lembrança da minha visão. A mulher se chamava Sophia, não?

― Luna ― berrou Alicia se aproximando pela esquerda fazendo uma leve reverência para Adam antes de completar: ― Jantar.

― Eu aceito sua oferta ― disse para Adam antes de também repetir a reverência e me afastar.

― Você não deve ficar perto de um Draacon ― avisou ― eles não prestam, malditos bastardos ― ela revirou os olhos, toda altiva e loira. ― Uma família toda de homens, o que esperávamos?

― Uma família toda de homens? ― Perguntei duvidosa.

― A prole deles sempre é masculina, nunca nasceu uma só menina ― garantiu como quem sabe das coisas.

― Como isso é possível?

― Eles se casam com mulheres sem poder para não acontecer miscigenação, assim o poder do dragão se mantém sempre neles e o sobrenome não se perde ― ela revirou os olhos. ― É idiota, é claro, mas não é incomum em famílias de Highters.

― Como éguas para dar cria? ― Perguntei com as sobrancelhas erguidas. Ela acenou, balançando a cabeça com desgosto obvio.

Chegamos à mesa e ela sentou-se ao meu lado para continuar sua história.

― Dizem que o tio de Adam, Jonathan se apaixonou por uma bruxa, e a engravidou, apesar de ela não admitir que o bebê fosse dele ― tomou folego. ― Houve uma grande tragédia, ela morreu e a criança sumiu, ele se afastou da família e assim que o seu prazo aqui acabou, ele se reclusou na vila do complexo fixo e apenas... enlouqueceu.

O nome do homem também não era Jonathan? Aquilo que eu vi tinha realmente acontecido? A mulher ― Sophia ― era uma bruxa? Ele um Draacon?

― Isso é verdade? ― inquiri com a pele arrepiada.

Ela deu de ombros.

― Ninguém sabe ao certo, mas dizem que sim ― ela inclinou a cabeça de forma contemplativa. ― Ele veio aqui algumas vezes, mas Abigail nunca deixou ninguém o ver.

Encerramos a conversa por ali. Pensei que Abigail fosse dizer algumas palavras, mas isso não aconteceu e um jantar variado foi servido.

Nicholas acabou ficando longe de nós, do outro lado da mesa, e eu lhe lancei um olhar triste. Gostaria de conversar com ele também.

Após o jantar, decidi que era uma boa ideia verificar a minha aparência no banheiro. Eu só tinha um pequeno problema, não tinha ideia se havia um de uso comum ali embaixo e não estava disposta a ir até meu quarto para algo tão estupido.

― A senhora pode-me dizer onde fica o banheiro? ― Perguntei a uma das criadas que retirava os pratos da mesa.

― Siga aquele corredor, terceira porta a esquerda ― respondeu.

― Obrigada ― agradeci me levantando.

Segui o corredor, mas antes que pudesse entrar uma conversa na porta da frente me chamou a atenção. Como se estivesse enfeitiçada, caminhei até ela e espiei pela frestinha que estava aberta.

Abigail Bayliss e uma das gêmeas Spencer ― a essa distância eu não era capaz de identificar qual das duas ― conversavam em um sofá. Abigail não parecia nem um pouco feliz com o que quer que fosse que a outra estava lhe falando.

― Você passou o dia todo querendo me contar algo, Johanna, agora estamos sozinhas, vá em frente.

― Aconteceu um pequeno problema, ataques rebeldes estouraram nos últimos dias ― declarou rapidamente.

― Que Crown me ajude! ― proferiu Abigail. ― Onde?

Johanna pareceu temerosa em responder isso.

― Maryland ― falou baixinho.

― Esse lugar infernal! ― berrou a morena. Ela respirou fundo e abaixou a voz. ― Me perdoe pelo meu temperamento, Johanna, a batalha final se aproxima e não preciso de nenhum vidente para me dizer qual será o resultado ― suspirou, ― mas não devemos perder as esperanças, precisamos de toda ajuda que conseguirmos. Façamos o Guide antes, como uma cortina de fumaça, não preciso que ninguém aqui se preocupe com o que está acontecendo do lado de fora.

― Justo ― ela pareceu ponderar se continuava ou não ― Mas você desonrará os desígnios de Crown, o Scan sempre foi antes ― falou em voz baixa.

Ela pareceu considerar o que foi dito por Johanna como um insulto. E falou com a voz mortalmente afiada.

― Eu sempre achei que a tarefa deveria mostrar os mais honráveis, eles se tornam muito mais esnobes quando tem uma vaga noção do que são capazes.

― Mas... ― ela parecia perdida ― como dividiremos os grupos? ― Perguntou a loira.

― Coloquemos os mais fortes nos grupos que sabemos ter estruturas frágeis. Os maiores heróis devem ser forjados em meio à privação e dificuldades.

― Do picote desse ano, quem colocaria no grupo cem?

― No pior de todos? ― Ela riu suavemente. ― Eles brigam tanto que jamais conseguiram completar a mais simples das tarefas. Luna Canberight, eu acho. Aquela garota... Eu não sei. Há uma faísca em seus olhos que eu só vi em uma única pessoa antes dela. Eu era apenas uma criança, mas jamais me esquecerei de como essa faísca queimou e destruiu a sua dona. Estou garantindo que a história não se repetirá. Ela é diferente da outra e possuirá pessoas confiáveis ao redor dela, além de que, aparentemente não tem o temperamento de cadela mimada que a outra tinha. Mesmo que exista certo parentesco entre as duas...

Ela parou de falar abruptamente e eu caio no chão quando a porta é aberta.

― Luna? ― Perguntou. ― O que faz aqui? ― A sua voz era irônica e percebi que ela sabia que eu estava ouvindo.

Levantei-me rapidamente limpando a saia do vestido.

― Estava procurando o banheiro ― respondi. Não era mentira.

― É a porta da frente ― apontou com o dedo magro de unhas bem-feitas. ― Mas você já sabia disso.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...