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História When We Collide - Capítulo Trinta e Dois


Escrita por: ignitemylove

Capítulo 33 - Capítulo Trinta e Dois


Alexy ― poderia chamá-lo de General na sua frente, mas me recusava a fazê-lo mentalmente ― me trouxe mais um vestido horrível no dia seguinte. Ele tinha aquele sorriso de Cheshire sobre todo o seu rosto e eu soube que o motivo dele estar ali não poderia ser nada bom.

― Gostaria de ver sua mãe, querida? ― Perguntou sem perder o sorriso ou o ar cruel.

― Não ― Respondi automaticamente mesmo sabendo que era uma pergunta retorica, minha resposta nunca importava para ele.

Ele caminhou em frente as barras calmamente, segurando a roupa nas mãos grandes com dedos finos como gravetos. As mãos dele eram estranhas, mas não tão estranhas quanto o fato da minha mente se fixar nelas e não na ideia de reencontrar a mulher que havia me parido, mas não me querido. Me tido, mas não me amado.

― Uma pena que a vida não seja como queremos, não é, querida? ― Disse com ironia estendendo a roupa para mim por entre as barras. As peguei mesmo sem ter vontade de vesti-las. Parecendo ler minha mente, ele adicionou: ― Vista-se, pois temos pressa e não posso passar o resto do dia esperando a princesa ficar pronta ― concluiu com os lábios retorcidos em desgosto.

Me perguntei se a mudança de atitude dele tinha algo a ver com o erro de entendimento dele do que eu havia dito no dia anterior. Alexy era frio, mas hoje estava parecendo uma geleira.

Esperei que ele saísse e me vesti, tendo ainda mais dificuldade que no dia anterior, encontrando a pequena protuberância que havia no meu ventre ainda maior. Aquilo era estranho, mas visto toda a comida que eles estavam me dando desde que eu havia chegado não era de se admirar que eu estivesse engordando.

Quando finalmente fiquei pronta, chamei Alexy que me tirou da cela e me conduziu com maestria por entre incontáveis corredores decrépitos e infinitos. Em um dado momento, ele abriu uma porta branca e me empurrou para dentro sem a menor cerimônia.

Sophia e uma mulher de jaleco branco que eu não reconheci, conversavam animadamente no fundo da sala. Meus olhos se desviaram para o catre próximo a porta e o vestido de paciente em cima. Olhei para trás procurando por Alexy, mas notei que ele não havia entrado comigo. Aquilo não podia ser bom. Ele era verbalmente cruel comigo, mas ao menos era o demônio conhecido. Eu não tinha ideia do que Sophia poderia fazer se eu a irritasse.

― Vista-se ― disse a mulher de jaleco sem que nenhuma das duas ao menos olhasse para mim ― e deite-se.

Peguei a indumentária e fui apressada para o pequeno banheiro tentando descobrir o porquê daquilo. Voltando a sala, me deitei e esperei a boa vontade delas virem até mim. Um pouco depois, me arrependi disso e desejei que elas não o houvessem feito.

― Animada, Sophia? ― Perguntou a loira enquanto arrastava consigo uma máquina comprida e engraçada. Ela tinha orelhas pontudas como as de Alexy, notei.

― Claro que sim ― disse a morena enquanto se aproximava saltitante. Ela parecia uma criança animada com um brinquedo novo. ― É meu primeiro filho ― declarou feliz.

Eu queria poder gritar que aquilo era ridículo. Aquele bebê era meu e não dela, mas o pouco de consciência que ainda restava me avisou que era muito perigoso, que lutar naquele momento, era inútil.

A médica, abriu a parte da frente da bata hospitalar que eu vestia, expondo meu ventre e derramou um gel frio antes de o espalhar com um objeto longo e encarou a máquina me ignorando completamente.

― O seu bebê parece muito bem, Sophia. Os batimentos cardíacos estão em ordem e o crescimento está condizente com o tempo de gestação.

― Já dá para sabermos o sexo? ― Perguntou a morena batendo palmas, acalorada.

― Deveríamos, mas o bebê parece tímido hoje, além do mais, amanhã ela fará seis meses, não é? ― Sophia acenou distraidamente, ainda fascinada, encarando aquele borrão que era o meu bebê na tela. Seis meses, diziam elas. Como eu poderia estar com seis meses, se poucos dias atrás, quando cheguei, estava com um pouco mais de um mês? Eu ainda não estava louca o suficiente para não ver os meses passarem, não é? ― Poderemos ter mais certeza, então ― completou.

― Estou tão ansiosa ― revelou a morena em um suspiro.

― Eu apenas posso imaginar como você se sente, Sophia ― falou a loira com um sorriso ― Mas preste atenção, é imprescindível que ela não desidrate, entende? Você se assegurou do consumo de todas as vitaminas que eu recomendei?

― Claro. Ela está sendo servida com tudo de melhor ― garantiu.

― Muito bem, Sophia. Você está fazendo tudo certo. Tente não se estressar, não faz bem para o bebê ― eu quis rir pelo fato de que ela se referia a Sophia e não a mim, cujo qual, tudo que conseguia fazer era me estressar e me preocupar com o futuro. Olhando de soslaio para mim, ela disse: ― Vista-se ― e continuou a conversar com a morena.

Ao sair do pequeno banheiro, já vestida, percebi que Sophia esperava na porta com as sobrancelhas franzidas.

― Por que demorou tanto? ― Perguntou me puxando pelo braço, sem a menor gentileza, para fora da sala.

Não respondi, esperando e rezando que a minha apatia externa não a irritasse ainda mais.

― Você se acha muito especial, não é? ― Exigiu mudando o seu aperto de morte do meu braço para o meu cabelo. ― Só porque você tem esse cabelo liso, olhos claros e essa marca ridícula? ― Ela puxava com tanta força que lagrimas involuntárias se acumularam nos cantos dos meus olhos. Sabia que não devia deixá-las escorrer se não quisesse que seu ataque piorasse, mas era difícil pensar quando todo meu couro cabeludo parecia pegar fogo. ― Você acha, não é? Só porque é uma Draacon, só porque você tem um dragão, MAS VOCÊ NÃO É! ― Berrou ensandecida. ― Ninguém virá te buscar, ninguém sequer sentirá sua falta!

Tropecei e quase cai, mas com alguma ajuda divina consegui me levantar, pois sabia que seria pior se eu estivesse no chão.

― Você não presta para nada, você não tem nada, você não é nada ― ela me soltou por tempo o suficiente para puxar uma chave pendurada na cintura e abrir a porta da minha cela antes de me empurrar para dentro e trancar a porta novamente. ― Yagsog significa promessa porque é isso que você é, uma promessa com prazo de validade. Daqui a três dias, esse bebê vai nascer e ele será meu como sempre deveria ter sido ― ela disse baixo, mas ainda assim, lacerante. Sorrindo cruelmente uma última vez antes de sair, cuspiu: ― Espero que você morra no parto para que eu não precise nunca mais olhar para a sua cara horrível.

Passei o resto do dia encolhida na cama, esperando que Alexy viesse para que eu pudesse gritar com ele, perguntar o que havia de errado comigo, perguntar por que o bebê nasceria tão cedo, mas ele não veio e eu chorei até dormir.

Por favor, rezei antes de deslizar para a inconsciência, não deixe que levem meu bebê de mim.


Notas Finais


Faltam mais dois capítulos e o epílogo, vou EXPLODIRRRR


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