História When We Fell in Love... - Capítulo 42

— CHEGAMOS! – Acordei com a Nath gritando. – CHEGAMOS, CHEGAMOS, CHEGAMOS!

Olhei pela janela e vi que caía uma neve fraquinha, era uma linda estação de esqui, cercada de montanhas e árvores, assim como tinham nos falado. Tinha um teleférico enorme que ia até o topo de uma montanha mais próxima, o hotel era enorme também, tinha seis andares e era muito extenso além de parecer bem antigo, na frente tinha uma placa que dizia “St Moritz estação de esqui, 154 anos encantando com elegância “.

— ACALMEM-SE JOVENS, VAMOS FAZER UMA FILA ORGANIZADA PARA SAIR DO ÔNI... – Todo mundo saiu correndo, quase passando por cima do treinador. – SEUS DEMÔNIOS!

Esperamos a agitação baixar e saímos também. Já deviam ser umas 18:00 horas, demoramos mais que o esperado para chegar aqui mas ninguém perdeu a animação, bom, pelo menos a Nath não perdeu.

— Você quer brincar na neve! – Ela cantou animada descendo do ônibus.

— Um boneco quer fazer! – Completei ao lado dela.

— Vocês são malucas. – Leah nos olhou negando.

— Disse a garota mais normal do grupo.

— Sou a PESSOA mais normal desse grupo. – Corrigiu apontando para os meninos que começaram a rolar e enfiar neve um na roupa do outro. Ma-tu-ri-da-de.

— SEUS MOLEQUES, JUNTEM AQUI AGORA! – O treinador gritou e eles rapidamente voltaram para o nosso lado.

— Eu estava ganhando você viu? – Zack disse me abraçando. O cabelo dele estava cheio de neve.

— Claro que estava. – Passei a mão no seu cabelo tirando a neve.

— TUDO BEM, COMO A ESCOLA É CHEIA DE BUROCRACIA, GRACE TEM QUE FAZER A CHAMADA DE NOVO, MESMO SABENDO QUE NINGUÉM SAIU DO ÔNIBUS ATÉ AGORA. – A professora refez a chamada e cada um ia pegando suas malas e seguindo para a entrada do hotel, o terceiro ano já estava lá também, só que eles seguiram para o outro lado do hotel quando entramos.  

O treinador e a srta Grace foram até a recepção e falaram uns minutos com a atendente, depois voltaram com vários cartões.

— Ok girassóis, cada turma ficou com um andar, para facilitar, como vocês são segundo ano, vão ficar com o segundo andar. Os quartos são divididos em três pessoas, então façam triozinhos!

Todo mundo começou a se empurrar procurando pares e eu olhei para as meninas.

— Vamos ficar juntas né? – Perguntei.

— Uhum. – Elas responderam juntas.

— E nós três né? – Ross também perguntou aos meninos.

— É.

Passaram mais alguns minutos e o treinador olhava a bagunça de todo mundo, com ainda mais raiva do que antes.

— OK, OK, JÁ DECIDIRAM? SE NÃO O PROBLEMA NÃO É MEU, AGORA OS TRIOS VENHAM AQUI PEGAR A CHAVE DO QUARTO.

— O nosso é o 16. – Disse olhando o cartão.

— O nosso é o 17. – Ross disse sorrindo.

— Que sorte.

— Podem todos ir para os quartos, mas desçam daqui meia hora para uma “confraternização em grupo”!

Subimos por um elevador bem antigo e seguimos por um corredor enorme.

— É aqui. – Leah indicou.

— Então, até mais meninas. – Eles entraram no quarto que ficava em frente ao nosso e nós também entramos.

O quarto até que era bem espaçoso, tinha um aspecto meio de chalé, mas sem deixar de ser moderno, com alguns móveis de madeira, uma televisão na parede e três camas de solteiro. Também tinha um banheiro e um guarda-roupas.

Leah nem olhou nada direito, só jogou a mochila no chão e deitou na cama que ficava perto da janela. 

Já Nath foi até a janela e deu um gritinho.

— Ai meu Deus! Olha essa vista! – Fui até ela e era realmente lindo, montanhas incrivelmente altas, cobertas de neve, onde um sol fraquinho batia fazendo tudo ficar meio dourado.

— Parece um sonho. – Comentei.

— Sim, sonho. – Leah resmungou enquanto puxava as cobertas e se envolvia nelas.

— Nada disso dona preguiça, temos que descer daqui a alguns minutos. – Nath jogou um travesseiro na cara dela a fazendo bufar.

— Ah, deixa eu dormir!

— Você dormiu a viagem inteira Leah.

— Não dormi não, seu irmão não deixou. Ele ficou me agarrando.

— Como se você não gostasse. – Disse entrando na conversa e puxando o cobertor dela.

— Cala a boca Emily. – Ela disse vermelha. 

— Calo nada, vem logo. – Levantamos ela e a empurramos para fora do quarto. 

— Ok, ok, mas se eu ficar com cara de zumbi a culpa é de vocês. 

Batemos na porta dos meninos mas como ninguém atendeu, achamos que eles já tinham ido, então descemos, os encontrando na porta do restaurante do hotel. 

— Nem esperam né seus esfomeados. – Nath reclamou.

— Esperamos aqui não percebeu não? – Ross retrucou e ela mostrou a língua para ele.

Separamos os dois antes que começassem as briguinhas e os empurramos para dentro, escolhemos uma mesa mais para o canto que coubesse todo mundo. Quando eu vi o fondue de chocolate eu quis esquecer o jantar e já pular para a sobremesa mas as meninas não deixaram.

O mais engraçado foi ver o treinador comendo com aqueles garfinhos de fondue e a delicadeza que ele não tem.

Quando acabamos ele e a srta Grace se levantaram e ela nem percebeu que estava com a cara cheia de chocolate.

— MUITO BEM, VOCÊS TERÃO UMA HORA PARA CONHECER O HOTEL, SEM SAIR LÁ PARA FORA. – O treinador disse.

— Depois, todos iremos assistir a um filme juntos no anfiteatro, em seguida todo mundo para a caminha já que acordaremos cedo amanhã. – Srta Grace completou finalmente percebendo que estava suja depois de algumas pessoas rirem dela.

E eles nos dispensaram.

— Vocês querem conhecer o hotel? – Perguntei já me levantando com eles.

— Espera, que tal a gente fazer assim, cada um pega a sua respectiva namorada e vai “conhecer o hotel” separadamente. O que acham? – Ross sugeriu olhando malicioso para a Leah e a abraçando pela cintura.

— Tipo um passeio romântico? – Nath agarrou no pescoço do Elliot. 

— Se você quiser amor. – Ele sorriu para ela.

— Eu gostei da ideia. – Zack me puxou pela mão piscando para eles.

— Então a gente se encontra no anfiteatro mais tarde. 

E cada casal foi para um lado. Zack virou num dos muitos corredores daquele hotel ainda me puxando pela mão. 

— Para onde estamos indo? – Perguntei depois de um tempo.

— Não sei. Vamos só andar por aí. – Ele deu de ombros me abraçando.

Ficamos andando por vários minutos, só curtindo a companhia um do outro, às vezes ele contava uma piada e eu ria muito, aí eu tentava contar uma de volta e errava tudo e mesmo assim ele também ria, por mais que eu ache que ele estava mais rindo de mim do que das piadas. Até que acabamos chegando numa pequena sala, tinha uns puffs espalhados e uma janela com uma vista linda, de todos os contornos das montanhas e a floresta, ainda dava para ver também o que parecia um lago mais ao fundo.

Zack me puxou para um dos puffs me fazendo sentar no colo dele e o abraçar.

— A cada minuto eu me impressiono mais com a beleza desse lugar. – Disse sorrindo impressionada. 

— Eu não, tem outra coisa aqui bem mais linda e que ofusca todo o resto. – Olhei para o Zack e ele estava com o rosto apoiado na mão me encarando e sorrindo. – E mesmo podendo te admirar sempre que eu quero, nunca é o suficiente amor.

Ele colocou meu cabelo atrás da orelha e me puxou pelo pescoço me beijando.

Me deixei levar e quando percebi tinha deixado de ser apenas um beijo para se tornar algo bem mais quente. Zack apertava minha cintura e subia suas mãos pelas minhas costas por baixo da blusa, as minhas, ainda tímidas, ficavam só no pescoço dele o arranhando de leve. Comecei a sentir algo rígido em baixo da minha perna, por que eu estava meio de lado e meu coração acelerou, só que de repente eu fiquei nervosa demais e pensei em parar com aquilo.

Até que alguém resolveu nos interromper primeiro, com uma tosse muito forçada. 

Nos separamos encarando a pessoa que nos interrompeu. Ou melhor, as pessoas.

— Olá meus queridos! – Crystal nos cumprimentou alegre. – Atrapalhamos algo?

— Sim. – Zack falou, eu só fiquei quieta.

— Nossa que chato né? – Ela puxou as outras duas e elas se sentaram bem em frente a nós dois. – Pena que esse lugar não é de vocês, e olha, eu posso ficar onde eu quiser. 

— É, desculpa atrapalhar a putaria aí, mas nós queremos conversar. – Carly completou.

— Putaria? O que? – Já estava vermelha de raiva, então Zack nos levantou me tirando dali. 

— Calma, vamos só ir para outro lugar. – Ele sussurrou já no corredor.

— Mas...

— Não deixa elas estragarem nossa viagem Emily, é isso que elas querem. – Ele segurou meu rosto me dando um selinho e eu assenti. 

Saímos dali e percebemos que já tinha passado quase a uma hora que tínhamos e nem sabíamos onde era o anfiteatro, mas conseguimos achar bem rápido, encontrando Leah e Ross, Nath e Elliot lá também.

Quando nos acomodamos nos falaram que íamos assistir Titanic. Nath quase desidratou de chorar, algumas lágrimas caíram dos meus olhos também mas nada comparado a ela, e Elliot e Zack ficaram nos consolando, já a Leah e o Ross dormiram ainda no começo do filme praticamente um em cima do outro e quando acordaram Leah ainda ficou indignada com o final.

— Isso não é justo! Ele podia muito bem ficar em cima daquela porcaria de porta! Mas nãooo, a Rose espaçosa tinha que roubar tudo para ela e matar o DiCaprio. – Ela continuou reclamando enquanto subíamos para o quarto.

— Tá bom Leah, vamos dormir que você já está estressadinha demais. – Nath disse abrindo nossa porta dando uma leve risadinha.

Nos despedimos dos meninos e finalmente fomos dormir, eu nem percebi como estava cansada até que me deitei, dormindo quase que instantaneamente.