História When You Look Me In The Eyes - Good Morning, My Love

Regina abriu os olhos, a claridade a incomodou de início. Tentou mexer-se, mas algo a impedia. Virou os olhos para o lado e deparou-se com o corpo da loira, quase sobre o seu.

Sorriu com as lembranças da noite anterior. Os momentos vividos nos braços de Emma, do quão amorosa e sexy fora, de como foi maravilhoso sentir e retribuir o prazer e as carícias tão carregadas de afeto que a loira lhe proporcionou, enquanto e depois que fizeram amor.

Recordou de quando pediu para que a loira ficasse com ela naquela noite. Queria dormir e acordar novamente ao seu lado, mas desta vez, depois de se entregar de corpo e alma para Emma. Lembrou-se também, que depois do tal pedido aceito, não resistiram e se entregaram uma à outra, novamente e que depois de saciadas, com seus corpos entrelaçados e desnudos adormeceram.

Agora, Emma estava ali aninhada em seus braços. Parecia um anjo de tão linda enquanto dormia. Neste momento, a engenheira velava o sono da mulher por quem estava perdidamente apaixonada. Regina jamais imaginou sentir–se assim de novo e não podia negar que, por mais que tudo com Emma Swan fosse maravilhoso, isso a assustava. O futuro a partir dali a assustava, no entanto, como havia prometido para si, ela não renunciaria a seus sentimentos por medo do amanhã, ela queria viver o hoje e escolheu fazer isso ao lado de Emma Swan.

Comtemplou uma vez mais aquele rosto angelical, ainda adormecido, em seguida o acariciou com a ponta do polegar antes de depositar um beijo delicado na ponta do nariz da loira. Aos poucos, Emma despertou, se deparando aquele intenso e profundo olhar castanho lhe fitando. Imediatamente um imenso sorriso de satisfação se brotou em seus lábios, pela bela visão e por ter Regina lhe acordando de forma tão doce.

— Bom dia!

— Bom dia, meu amor! — Emma respondeu, com um sorriso capaz de iluminar qualquer dia nublado — Quem me dera acordar todos os dias com essa visão do paraíso.

— Dormiu bem? — Regina sorriu ao indagar. A loira achou gracioso a preocupação da outra mulher, certamente ela não estava acostumada com esses cuidados.

— Nos seus braços, depois da noite maravilhosa de ontem, eu não poderia ter dormido melhor. — Emma levou a mão de Regina aos lábios e beijou.

— Há muito tempo eu não me sentia tão bem, tão amada, desejada como você me fez sentir, Emma. Obrigada!

— Meu desejo é fazer com que se sinta assim todos os dias. — Swan a encarou fixamente tentando deixar claro suas intenções. Regina lhe dedicou um olhar emocionado antes de se aconchegar nos braços da loira. Elas poderiam passar o dia todo ali. — Eu me sinto tão feliz.

— Eu também, Emma. Você, nós, tudo parece um sonho. E eu não quero que acabe. — Apertou forte a cintura da loira.

— Ei, senhorita Mills — Emma afastou-se o suficiente para absorver aquele penetrante olhar castanho. — A partir de agora você não se livrará de mim, nunca mais... — Abriu um sorriso iluminado, dissipando qualquer pensamento desagradável que possa ter passado pela mente da morena. 

— Não quero me livrar de você, Swan, muito pelo contrário... — Regina não conseguiu completar seu pensamento, pois o momento foi interrompido pelo roncar desesperador da barriga da loira. As duas se entreolharam antes de caírem na gargalhada.  — Bem, creio que seu estomago está reivindicando o café da manhã. 

— É, sem dúvidas estou faminta! Digamos que gastei muita energia na noite passada. — Emma comentou, lançando um olhar lascivo para Regina que moveu a cabeça negativamente, ao passo que riu do comentário da loira.

— Eu vou tomar um banho rápido para depois fazer nosso café. — Se desprendeu dos braços de Emma, levanta-se da cama com o corpo desnudo. Caminha de forma graciosa, sendo inteiramente observada pelos atentos olhos verdes. Emma estava abobalhada pela visão do exuberante e encantador corpo da morena desfilando pelo ambiente, meneou a cabeça de maneira negativa, um sorriso estampava sua face.

Alguns minutos depois, Regina saiu do banho enrolada em uma toalha, parando de frente para a loira, que não desviava o olhar da morena.

— Eu gostaria de um banho também. — A loira explanou.

— Claro, meu bem. Tem toalhas no banheiro, escova novas na segunda gaveta. — Regina pontuava enquanto se dirigia ao closet para pegar uma muda de roupas — Quando sair, tem peças intimas, também novas, na primeira gaveta da direita do closet. Fique à vontade e pegue o que quiser para vestir.

— Obrigada! — Levantou-se, com um sorriso estonteante.

— Estarei na cozinha preparando o café. —  Completou, antes de perder Emma de vistas quando ela seguiu para o banho.

Emma adentrou o espaçoso banheiro, abriu a gaveta e pegou uma das escovas, para fazer sua higiene bucal. Logo depois, adentrou o box, ligou o chuveiro e deixou a água correr por seu corpo. Ficou um tempo razoável com seus pensamentos, não poderia estar mais feliz com os últimos dias compartilhados com Regina.

Na cozinha, a engenheira sorria e suspirava enquanto preparava suas famosas panquecas, o chocolate quente com canela para Emma e café para ela. Algum tempo depois, a loira cruzou a porta, vestindo apenas uma camisa branca, caminhou até a morena e a beijou no pescoço, surpreendendo-a.

— Swan, quer me matar de susto? — A morena falou em tom elevado, terminando de colocar as panquecas nos pratos.

— Desculpe, amor — A loira não segurou o riso — É difícil estar perto e não querer agarrá-la. — Emma observou Regina colocar os pratos na bancada, ao mesmo tempo em que mordeu o lábio. Regina aproximou–se dela e depositou um beijinho em seus lábios.

— Bem, Swan... analisando você vestida desse jeito, não sou eu quem está irresistível — A morena passou a língua entre os lábios, ao descer o olhar pelo corpo da loira, estacionou um bom tempo nas pernas descobertas.  — Ficou linda na minha camisa surrada.

— Peguei essa porque tem seu cheirinho e adoro você nessas camisas. Fica tão sexy. —  Confessou, como se fosse um dos seus maiores segredos.

— Hum, agora vou recordar disso antes de sair para trabalhar, Swan — A voz rouca saiu rente aos lábios da loira, seguida de um selinho rápido. — Mas, vamos tomar café. Estou faminta e pelo que pude constatar você também. Venha, fiz seu chocolate com canela e panquecas.

— Sim, estou urrando de tanta fome. — Começou a se servir e bebericou um pouco de chocolate — Hum, delicioso, como tudo que você faz...

— Obrigada, senhorita Swan!  — Sorriu, após o olhar mal-intencionado que Emma ao proferir essa frase. Negando com a cabeça, mas com o coração em festa. A morena sorveu um bom gole de café. Estava exatamente como ela gostava, nem tão doce, nem tão amargo. Na medida certa ao seu paladar.

***

Ruby preparava a sobremesa, enquanto Mulan finalizava o molho bolonhesa para o macarrão que serviria no almoço. A oriental havia se prontificado a fazer sua especialidade.

— Ruby pode me passar o sal?

— Aqui, amor... — Ruby entregou o saleiro para Mulan. — Nossa, que cheiro delicioso.

— Espere até sentir o sabor.

— Mal posso esperar. — A advogada respondeu, ansiosa — Falando em comida, estou curiosa para saber como foi o jantar de Emma e Regina. — O comentário saiu exalando malícia.

— Ah, Ruby como você é alcoviteira. — A oriental não segurou o riso. Uma das coisas que mais adorava em Ruby era seu senso de humor. Embora achasse que às vezes ela exagerava — Com certeza foi ótimo!

— Com direito a sobremesa, eu espero. — Gargalhou, e continuou sua teoria e especulações sobre o jantar das amigas — Resta saber quem saboreou quem.

— Você é horrível, Ruby Lucas! — A secretária exclamou, negando com a cabeça. Expressando uma certa indignação. Mesmo que bem pequena. — Como pude me apaixonar por você?  

Ruby se achegou mais ao corpo da namorada e a abraça por trás, dando leves beijinhos em seu pescoço.

— Ninguém resiste aos meus encantos, meu amor. —  Sussurrou e logo se afastou ao perceber que conseguira o que queria: provocar Mulan.

— Nada convencida! — Mulan revirou os olhos e mexeu a panela por mais alguns segundos e desligou o fogão. Virou-se para Ruvy e lembrou que Zelena havia solicitado as informações do tal cruzeiro. — Ah amor, Zelena me pediu para passar as informações sobre sua escolha para o fim de semana no cruzeiro.

— Achei que você cuidaria de todo o processo. — A advogada franziu o cenho, estranhando a atitude da amiga.

— Na verdade, creio que a auxiliarei, mas ela disse que queria cuidar pessoalmente dos trâmites de pagamentos e etc. — Tentou explicar, mas Ruby não parecia muito convencida.

— Hum, sei. Bem, podemos escolher depois do almoço, o que acha? — Sugeriu, ainda intrigada com os motivos de Zelena para querer fazer algo que Mulan faria com dois clicks

— Acho ótimo! — Sorriu e em seguida indagou: — E você não vai mesmo contar à Zelena sobre nós?

— Você não se importaria? — A resposta de Ruby vinda com outro questionamento não era bem o que Mulan esperava. Ela sabia que esse não era o motivo. Mas talvez a namorada só precisasse de um incentivo.

–Ruby, apesar de ser minha chefe e sua também, você e Zelena são amigas há anos. Então, eu não me importaria. — Concluiu, derramando o molho sobre o macarrão. — O máximo que pode acontecer é ela nos demitir.

 — Deus nos livre, Zelena não seria capaz. Seria? — Encarou a outra mulher, preocupada.  — Não, além de que Regina não permitiria...

— Ruby, talvez você esteja esquecendo de algo mais importante: todos já sabem. Emma, Regina... — Mulan parou tudo que estava fazendo para encarar a namorada. —  Vocês sempre foram amigas e Zelena é a única pessoa que você deixou de fora por uma aposta boba...

— Tudo bem. Você está certa! — As palavras de Mulan fizeram a advogada cair na real. Se fosse ao contrário ela ficaria muito magoada com Zelena sim.  — Falarei com ela, mas só depois que Zelena pagar nossa aposta. Enquanto isso vou deixá-la se mordendo de curiosidade.

— Você e Zelena nessa competição sem fim, às vezes cansa, na verdade, cansa sempre.

— Zelena sempre quer ser a melhor, desde quando nos conhecemos em Storybrooke, eu sempre perdia para ela. Então, me deixa aproveitar a minha vitória, Mulan.

— Falar em Storybrooke, faz tempo que não vai ver sua vó, não? — Mulan questionou, querendo saber um pouco mais sobre a família da namorada.

— Preciso ir, vovó está reclamando, disse à Zelena que sou desnaturada e me repetiu quando a telefonei da última vez. —  Comentou, finalizando a decoração do pavê de chocolate que fez para a sobremesa.

— É, você comentou que elas foram passar o fim de semana prolongado quando Zelena acabou fugindo do pedido de Robin. — Continuou, um pouco frustrada por Ruby nunca a ter convidado para passar um fim de semana com a avó. Mas é claro que Mulan não cobraria isso dela. No entanto, sentir era algo involuntário. — E ela está melhor com essa situação?

— Não conversamos muito sobre o assunto, mas pelo que conheço daquela ruiva, ela supera logo.

— Espero que sim. — Mulan depositou a travessa sobre a mesa — Está pronto, vamos almoçar?

— Hum, estou faminta.

O almoço seguiu de forma descontraída, logo após a sobremesa, Ruby se dispôs a lavar a louça. Depois de tudo arrumado, ligaram o computador para pesquisar a melhor opção para o fim de semana no tão esperado cruzeiro.

***

Regina havia acabado de despedir-se de Emma e já estava sentindo falta da loira, de seu cheiro, de seu corpo, de seus carinhos. Deixou o corpo refestelar no sofá, soltando um suspiro.

— Ah, Emma Swan, o que fez comigo? — Dizia para si, com um sorriso que não cabia no rosto, mas seus pensamentos foram cortados pelo som da campainha.

Levantou-se do sofá franzindo o cenho. No primeiro momento imaginou que Emma poderia ter esquecido algo. Mas logo descartou essa possibilidade, imaginou quem seria, fato confirmado ao abrir a porta.

— Boa tarde, sis. — Uma Zelena empolgada adentrou o ambiente. — Vim almoçar com você.

— Zelena, quem mais poderia ser? — A morena revirou os olhos, fechando a porta. — Não me recordo de tê-la convidado.

— Mas eu me convidei — Zelena se faz de desentendida, quando a irmã lhe olha com uma sobrancelha levantada. — O quê? Não posso sentir vontade de almoçar com minha única irmã?

— Não se faça de boba, Zel, sei muito bem que está aqui porque não está se aguentando para saber como foi minha noite com Emma.

— Regina, como pode achar isso? — Zelena se mostrou indignada com a observação da irmã, porém desistiu de tentar disfarçar quando Regina a encarou de braços cruzados. — Ok, está bem! Eu confesso. Agora me conte logo como foi esse jantar, antes que eu tenha um ataque. — Se senta no sofá puxando a irmã pela mão para se sentar ao seu lado.

Regina a encara por um tempo mais, fazendo um suspense aterrorizante na visão de Zelena, mas essa sensação logo se dissipou quando a morena colocou um imenso sorriso nos lábios.

— Ah, Zelena, eu não tenho adjetivos o suficiente para mensurar o quão estupendo foi. O quão magnífica Emma é... — Confessou mordendo o lábio, seguido de um longo suspiro. — Em todos os sentidos.

— Então isso quer dizer que vocês... — Zelena dá um sorriso malicioso — Emma dormiu aqui? — Regina confirmou com a cabeça.

— Dormimos e acordamos juntas, tomamos café da manhã...

— Regina pare, por favor. Meu nível de glicose está subindo com tanta doçura — A ruiva fez uma careta, mas internamente estava pulando de felicidade pela irmã.

 — Ah, foi tão perfeito, Zel! Emma é perfeita e... tão quente. — Regina comentou, de imediato um leve rubor tomou sua face.

— Estou vendo que Emma deu conta do recado, eu nunca duvidei do poder daqueles braços definidos. — Gargalhou. — Veja só como você está? Caidinha no toque mágico da loira maravilha. 

— Não são só os braços malhados que são poderosos!

— Uau, Regina Mills, sempre soube que você era uma safada. — A ruiva explana, incrédula. – Me dê detalhes, todos, sis.

— Jamais! — Regina rebateu — Já falei o suficiente da minha intimidade.

— Você é uma estraga prazeres, Regina Mills e a pior irmã que eu já tive... — A ruiva bufou. Regina sempre parava na melhor parte.

— Contente-se em saber que estou apaixonada, Zelena. Muito! — Deu um sorriso, mas este logo se desfaz e ela buscou a face da irmã — Isso me assusta um pouco.

— Pois não devia, apenas viva o que sente por Emma. — Aconselhou, apertando a mão da irmã.  — Não a deixe passar, sis...

— Eu não a deixarei, Zel. Quando percebi o que sentia por Emma, eu tentei evitar, tentei fugir. Mas agora, vejo que essa vontade, essa necessidade de estar com ela é maior que qualquer medo. Eu quero ser feliz e quero fazer Emma feliz, mas para seguirmos em frente, preciso ser sincera com ela, eu quero que ela me conheça inteiramente.

— Pretende contar tudo? — Zelena diz surpresa. Falar do passado sempre fora um tabu para Regina.

— Sim, eu preciso fazer isso. Eu quero fazer isso... — Respirou fundo. — Emma é tão transparente, não merece menos de mim.

— Você tem razão, sis. Sei que você já sabe, mas repito: Sou fã número um do casal Emmagina. Shippo forte.

— Emmagina? Sério, Zelena? — Gargalhou. — De onde tirou isso?

— Criatividade é algo que tenho de sobra.

— Eu vejo. E modéstia também, não é? — Finalizou, irônica.

O sábado se passou de forma rápida, Zelena e Regina almoçaram. Conversaram assuntos corriqueiros. Quando Zelena saiu, já era tarde da noite. A morena foi tomar banho, colocou uma camisola e foi para a cama, que agora parecia tão grande, tão vazia sem a presença da loira que dominava seus pensamentos. Pegou o celular sobre o criado mudo. Desbloqueou, fez menção para abrir a janela de conversa quando uma notificação de uma mensagem da loira chegou. Abriu a mensagem e o sorriso foi instantâneo quando leu o conteúdo.

Dizem que a saudade é o preço que se paga por vivermos momentos inesquecíveis.
Então, estou morrendo de saudade do seu beijo, do seu abraço, do seu
sorriso, da sua voz, do seu cheiro, de você.
Emma Swan

 

Regina leu a mensagem sentindo seu coração vibrar, não sabia como podia se sentir assim apenas com as doces mensagens da loira. Emma tinha o poder de provocar essas sensações tão agradáveis. Pensou em responder, mas resolveu fazer melhor, discou o número de Emma e foi atendida no primeiro toque.

— Alô. —  A loira atendeu no primeiro toque.

— Eu também estou com saudades, saudades de cada detalhe seu, Emma!

— Regina, como é bom ouvir sua voz. — Do outro lado da linha, Emma tinha um majestoso sorriso estampado por ouvir a voz de sua morena.

Conversaram por horas a fio, diziam palavras doces uma para a outra. Riram, se provocaram, até que as horas avançadas fizeram a necessidade de desligarem vir à tona. Se despediram a contragosto logo após desejarem se encontrarem em sonhos. 

***

Emma estacionou o carro em sua vaga no estacionamento da Mills, estava louca para ver Regina, já que no domingo não foi possível se encontrarem, pois, a morena precisou preparar uns relatórios e resolver um assunto de última hora. Então, ficaram apenas nas mensagens e um telefonema de boa noite.

A loira se direcionou ao elevador mais próximo, apertou o seu andar e antes que a porta se fechasse, uma figura nada agradável aos seus olhos adentrou.

— Bom dia, Emma! — O moreno de olhos azuis a cumprimentou com um sorriso, apertando o botão vendo a porta se fechar.

— Oi, Sr. Jones! — Respondeu seca.

— Como passou o fim de semana? — Tentou puxar assunto.

— Acredito que isso não lhe diga respeito. — O tom ríspido de Emma demonstrava que ela não tinha intenção de ter uma conversa amigável com Jones.

— Nossa, pelo seu humor, não deve ter sido nada agradável. — Seu tom era provocativo. — Emma, olhe, eu sei que agi errado com você, mas não precisa me tratar assim, eu já me desculpei. Gostaria de pelo menos ser seu amigo...

— Sr. Jones, façamos assim... — Emma o interrompeu e o fitou seriamente — Aqui somos colegas de trabalho, preciso conviver com você. Então, dentro da empresa devemos ter uma relação cordial. Mas fora isso, não vejo possibilidade nenhuma de sermos pelo menos amigos.

Killian se preparou para falar, mas a porta do elevador se abriu, sem demora, Emma saiu porta afora deixando o homem visivelmente irritado.

— Emma Swan, Emma Swan, você é mais resistente do que eu pensava, pode ser difícil, mas não impossível. E eu adoro um desafio. — Dizia para si, enquanto saiu do elevador e dirigiu para seu departamento.

Swan foi direto para sua sala, colocou a bolsa sobre a mesa, tirou o casaco e respirou fundo. Mal sentou-se e o telefone tocou. Era Mulan lhe informando que Zelena, Ruby e Regina lhe aguardavam para uma reunião de última hora. A loira imediatamente seguiu para a sala da ruiva, adentrou o local e se deparou com as mulheres em uma conversa concentrada.

— Bom dia! — Emma as cumprimentou, ganhando a atenção das outras, mas seus olhos fixaram na engenheira.

— Bom dia, meu bem! — Regina respondeu com um sorriso, encarando-a de volta. — Tudo bem? — Perguntou ao perceber certa tensão no olhar da loira.

Emma caminhou até a cadeira ao lado de Regina, aproximou-se da morena e depositou um rápido selinho em seus lábios, antes de se sentar.  — Estou bem e bem melhor agora que estou com você.

Ruby e Zelena observaram a cena entre as duas e não perderam a oportunidade.

— Bom dia, meu bem! — Disseram em uníssono, suspiraram, para logo depois caírem na gargalhada, tirando Emma e Regina da bolha em que se encontravam.

— Quando vocês vão crescer? — Emma negou com a cabeça.

— Essas duas nunca vão crescer, Swan. — Regina revirou os olhos e voltou sua atenção para a loira — Desista delas e ignore–as.

— Nossa Regina, assim você me magoa. — Zelena colocou a mão no peito, com falsa indignação. 

— Zelena, vamos ao que interessa? — Regina disse, impaciente.

— Temos uma novidade! — Zelena explana, animada. 

— E o que seria? — Emma perguntou, curiosa ajeitando-se na cadeira.

— Robert Gold, dono da RBGold, quer que vocês apresentem o projeto para ele pessoalmente. — Zelena respondeu, animada.

— Certo. E quando ele vem? — A loira lançou uma nova pergunta.

— Calma, loira. Ele não vem. Vocês vão até ele. — Ruby diz e recebe um olhar confuso da loira 

— Emma. — Foi a vez de Regina se pronunciar — Deixa eu explicar direito. Gold não pode vir à Nova York, devido a outros negócios. Ontem fiquei por um bom tempo em contato com ele discutindo essa questão. A única opção foi a de viajarmos para encontrá-lo no hotel de Paris, onde Gold passará esse mês trabalhando.

— Uau, Paris? — Entreabriu a boca, impressionada. — E quando será?

— Em duas semanas. — A morena informou, fitando a loira para ver sua reação. 

— Infelizmente não poderei acompanhá-las. Confesso que adoraria segurar vela para vocês. — Zelena comentou, fazendo-se de sentida. — Mas, alguém tem que cuidar da empresa.

Emma virou-se para Regina e encontrou a morena lhe sorrindo. A manhã de segunda-feira foi dedicada para viagem das duas para Paris, aos contratos que Ruby deveria analisar, para finalmente iniciarem a construção assim que Sr. Gold desse o aval de aprovação do projeto.

As horas passaram tão rápido que mal se deram conta de que a hora do almoço havia chegado. Mulan entrou perguntando se gostariam de pedir algo para comerem, mas as mulheres dispensaram, sugerindo que todas fossem comer no restaurante do térreo. Seguiram para o elevador e em poucos segundos estavam entrando no local, sendo devidamente guiadas para uma mesa. Sentaram-se, e prontamente fizeram seus pedidos.

— Zelena, eu já passei para Mulan as informações que você queria. — Ruby comunicou, relembrando uma vez mais que Zelena havia perdido uma aposta para ela.

— Ótimo! Vou tratar desse assunto assim que voltarmos ao trabalho. — Zelena respondeu à advogada.

— Posso saber que assunto é esse que você vai tratar com Ruby Lucas, Zelena? – Regina indagou, desconfiada.

— Nada demais Regina, assunto meu e de Ruby, nada que tenha a ver com a empresa, não é Ruby? — Piscou para a advogada. 

—  Sim, Regina. Eu e Zelena fizemos uma aposta e ela perdeu. — Se gabou, uma vez mais. — Então, agora estamos tratando do meu pagamento.

— E podemos saber o que apostaram dessa vez? — Emma se pronunciou, oscilando o olhar entre as duas.

— Bem, é que... — Zelena gagueja, buscando o olhar de Ruby sem saber o que responder.  — Nós, bem...

— Meu bem. — Regina interrompe a conversa olhando para Emma. — Essas duas sempre tiveram essa rivalidade, deve ser mais uma bobeira, estou errada? — Olha para Zelena e Ruby sentadas à sua frente.

— Muito certa, foi uma bobeira. — Ruby sorriu, aliviada pois, mesmo sem querer Regina salvou as duas de darem mais explicações. — Que me rendeu um fim de semana, em um cruzeiro, pelos lindos pontos turísticos de Nova York, com direito a acompanhante. —  Debochou de Zelena. — Uma bela vitória!

— Mas isso não vai ficar assim, Ruby Lucas. — Zelena tripudia. — Vai ter volta.

— Sua vez, Zelena Mills. — Ruby não deixou por menos e encarou a ruiva.

— Vocês parecem ter cinco anos com essa atitude. — A morena reclamou, revirando o olhar.

— Tenho que concordar com você, meu amor. — Emma gargalhou.

— Vejam só, Zelena... — Ruby falou, boquiaberta. — Já estão com meu bem para cá, meu amor para lá.

— Para você ver, Ruby, que uma noite de sexo é capaz de fazer com uma pessoa? — As duas caem na risada.

— Zelena! — Regina lança um olhar fulminante para a irmã — Por que você tem que ser tão inconveniente?

— Regina tem razão, Zelena. Essas coisas não se dizem assim. — Ruby move a cabeça negativamente, com ar de indignação — Só tenho uma dúvida: qual a posição preferida de vocês? — Oscilou o olhar entre Emma e Regina. — Conchinha, face a face, tesoura veludo, ou mamãe e mamãe? — Questionou, percebendo as duas mulheres corarem. Voltou a fitar Zelena e as duas explodiram na gargalhada.

— Vocês são ridículas, sabiam? — Emma franziu o cenho.

Emma e Regina bufam, para a sorte das duas, seus pedidos logo chegam.

— Pronto! Chega de piadinhas e vamos almoçar. —  A morena falou, em tom irritado. — Quem sabe assim, de boca ocupada, nos poupam das idiotices que vocês dizem. 

Logo após o fim do almoço, as mulheres deixaram o restaurante e retornaram ao trabalho. Emma e Regina seguiram para trabalharem juntas na sala da morena. Ruby foi cuidar de seus contratos e Zelena se dirigiu até a mesa de Mulan.

— Mulan, pode me passar o orçamento que Ruby lhe deu? — Pediu para a oriental.

— Claro, Zelena — pegou o papel em uma gaveta e entregou para a chefe. — Aqui está.

— Já é para esse fim de semana? — Perguntou e a secretaria afirmou. A ruiva conferiu minuciosamente o papel. —  Me faça uma cópia, para que eu arquive e depois pode enviar o pagamento, certo?

— Pode deixar. — Em segundos a secretaria fez a cópia e entregou à ruiva. — Cuidarei de tudo.

— Obrigada, Mulan. Ah, pode ir almoçar.

— Só vou resolver essa questão e já irei. — Informou, antes da ruiva deixar o ambiente.

Depois de um dia cheio, finalmente o expediente chegara ao fim. Emma e Regina pegaram suas bolsas e saíram juntas para o estacionamento. A morena acompanhou a loira até sua vaga. Emma a segurou pela cintura e a morena abraçou seu pescoço.

— Mal pude te dar um beijo hoje. — Swan acariciou o rosto da morena. — Estava com tanta saudade.

— Estava, senhorita Swan? — Regina provocou, mordendo o lábio. — Isso quer dizer que não está mais? 

— Eu sempre estou com saudade da mulher mais linda desse mundo. — Emma confessou

— Eu senti sua falta, Swan. — Vagarosamente roçou seus lábios nos da loira e sussurrou: — Senti falta dos seus beijos.

— Então eu vou resolver isso agora. — Emma tomou os lábios da morena em um beijo carinhoso, calmo e apaixonado.

— Gostei desse seu jeito de resolver as coisas. — A morena confessou, assim que finalizaram o beijo. — Estou adorando isso, meu bem, mas precisamos ir.

— Vem comigo, Regina. — A loira quase implorou — Vem dormir comigo.

— Ah, Swan, eu adoraria. Mas tenho coisas a resolver sobre nossa viagem. — Regina fez um esforço descomunal para recusar a proposta da loira, sobretudo com aquele olhar de decepção que Emma tinha naquele instante.   — Não fique assim, meu bem.

— Eu entendo, meu amor. — A loira falou, conformada.

— Mas, eu gostaria de compensar te fazendo outro convite...

— E o que seria? Bem, não importa. Se é para ficar perto de você, eu aceito. — Emma realmente não se importava para onde Regina queria levá-la, o que realmente lhe interessava era estar com ela, isso lhe bastava.

— Gostaria de levá-la em um lugar no fim de semana. Pode ser?

— Um fim de semana inteiro com você? — Distribui beijos pela face da morena — Vou contar as horas.

— Então, combinado. Este fim de semana você será exclusivamente minha, senhorita Swan. — Sorriu, provocativa e beijou a loira mais uma vez.

Despediram-se ali, depois de mais algumas carícias trocadas, pegaram seus respectivos carros e deixaram a Mills, estavam tão envolvidas que nem imaginaram que estavam sendo observadas por um belo par de olhos azuis.