Pov Maria.
Depois de um banho relaxante e aspirina,me deitei no sofá para descansar. Minha cabeça ainda latejava um pouco e meu estômago estava meio ruim. Nina estava desmaiada na cama. Coitada,ela devia estar cansada da transa louca que teve na noite anterior. Respirei fundo e fechei os olhos,mas o som do telefone interrompeu meu ócio. Levantei e fui até a cozinha,onde o telefone estava pregado na parede.
- Alô?
- Mariah?
- Dave? - Sem querer,acabei gritando. Eu estava morrendo de vergonha de falar com ele,mesmo que por telefone.
- Mariah,nós precisamos conversar. - Seu tom sério me deixou receosa.
- Sobre?
- Você sabe exatamente do que eu estou dizendo.
Suspirei.
- Tudo bem,pode falar.
- Não! Quero conversar pessoalmente.
- Dave,por que você precisa dificultar as coisas? - Pensei.
- Tá bom. Aonde?
- No Magnuson Park.
- Vai vir de carro?
- Não acha que é abuso demais,não,Maria gasolina?
- Dave,eu estou de ressaca! Não quero andar de ônibus. - Bufei.
- Sinto muito! Mas eu não tenho carro e o do Krist ainda está no conserto. Vai ter que ir de busão mesmo.
- Tá bom. Vou me arrumar,beijos.
- Beijos,esquentadinha.
E desliguei.
Eu já estava de banho tomado e a única coisa que fiz foi pôr um vestido e um coturno. Meu cabelo estava despenteado mas não liguei,iria daquele jeito mesmo. Passei um lápis nos olhos para disfarçar minha cara de zumbi,deixei um bilhete colado na geladeira para Nina e saí.
O ônibus chegou rapidamente ao ponto,o que foi um alivio para mim. Vinte minutos depois,já estava em pé em frente a entrada do parque. Dave não estava por lá e eu decidi que iria para o gramado onde ficava as esculturas A Sound Garden. Tinha simpatizado com o riozinho a sua frente.
Grohl estava atrasado,então me deitei na grama e admirei a noite. O vento balançava as árvores levemente e dava uma sensação gostosa. Eu gostava da brisa leve. Me dava uma sensação de paixão e eu nem sabia pelo que. Admirei o céu,suas estrelas e as pequenas nuvens que se formavam. Olhando para a imensidão do céu,me dei conta de como somos pequenos em relação ao universo,que sempre foi algo que me fascinou. Era incrível! Eu estava totalmente mergulhada em meus pensamentos que não notei quando Dave se deitou ao meu lado.
- Oi,esquentadinha.
- Oi,Dave. - Suspirei.
- Como você está?
- Bem,e você?
- Bem.
E nós dois ficamos observando o céu,em silêncio. O único som que pairava ali era o do balançar das árvores,que me traziam paz.
- Desculpa.
- Por quê? - Virei de lado e apoiei o cotovelo na grama,dando apoio para a cabeça enquanto fitava Dave.
- Por ontem... Me sinto mal por ter avançado as coisas. - Ele me olhou.
- Dave,não precisa pedir desculpas. Eu aceitei aquilo porque eu queria. E eu gostei! Não precisa se sentir mal. Mas... Eu estou um pouco envergonhada por isso.
- Espero que isso não interfira na nossa amizade.
- Não vai. - Assenti.
Por fora eu estava calma,mas por dentro eu borbulhava de vergonha.
- Então... Eu devo ficar sem tentar nada? - Ele perguntou olhando para o céu.
Ponderei um pouco antes de responder. Eu desejava o Dave,mas não seria uma boa hora para me envolver.
- Dave,por enquanto não! Sabe que estou num momento fodido da minha vida.
Ele deu uma risadinha.
- Tudo bem. Mas quando eu perceber que você está bem,vou jogar para ganhar. Vamos ver até quando você vai aguentar.
- Tá achando que eu sou descontrolada por você? - Arqueei as sobrancelhas.
- Sim. - Ele levantou uma das sobrancelhas. - Ontem você tava bem safadinha,adorando os meu beijos. - Ele esticou o braço e tirou meu cabelo do pescoço,revelando as marcas que ele tinha feito.
- Dave! - O repreendi dando um tapa em sua mão. Aquele assunto me intimidava. - Eu estava bêbada,então não conta!
Dave apenas me lançou um olhar de "Vou fingir que acredito" e voltou a olhar o céu. Reparei em seu perfil por um instante e meu coração bateu mais forte. Senti vontade de me aninhar no peito do Dave enquanto ele fazia cafuné em mim. A brisa dando aquele clima romântico e viajei pensando nisso. Grohl que não era bobo,percebeu.
- Eu sei que sou lindo. Quer um balde?
- Vai a merda! - Resmunguei e deitei novamente.
Dave era mais uma criança do que um cara de vinte e dois anos e não satisfeito em me ver quieta,começou a me cutucar.
- Cócegas não! Estou de vestido!
- Ah,queria tanto ver sua calcinha. - Fez uma carinha de cachorro que caiu da mudança,me fazendo sorrir.
- Você pode ir em puteiro e ver calcinhas a vontade!
- Eu posso ver a calcinha da Nina. - Ele ficou pensativo. - Ver sem é melhor.
Aquele comentário me irritou profundamente. A Nina era minha amiga,ele não podia ficar com ela. Eu estava com ciúmes,mas nem morta admitiria.
- Ela quer que o Krist a veja sem calcinha,não um magrelo como você!
- Vai ofender mesmo?
- Vou!
- Fica na tua,anã.
- Fecha o nariz porque ele é tão aberto que eu consigo ver seu cérebro!
- Ah,meu nariz não! - Ele tapou o nariz com a mão e fez uma expressão séria.
- Você tem problema com isso?
Ele balançou a cabeça indicando que sim e eu sorri.
- Desculpa,eu não sabia.
- Vou pensar no seu caso.
- Idiota. - Dei língua.
E ficamos lá,deitados,implicando um com o outro.
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