Depois do escândalo no ônibus tivemos que correr para o hospital. Krist estava com a cabeça cortada de tanta porrada que levou de Nina. Enquanto ele,Kurt e Dave estavam dentro do consultório,Nina e eu esperávamos sentadas nos bancos do corredor.
- Nina,por que bateu nele daquele jeito? - Questionei seriamente.
Ele revirou os olhos e bufou.
- Olha só,estou de TPM,estou mais irritada que o normal e o imbecil do Krist conseguiu me tirar do sério. Viu como ele me insultou? Quem ele pensa que é? Não levo desaforo para casa! - Cruzou os braços.
Respirei fundo.
- Olha,eu também acho que ele passou dos limites,mas você bateu com o salto alto na cabeça dele! Poderia ter machucado mais do que já machucou! Poderia ser algo grave. - Repreendi.
Ela ficou pensativa,acho que percebendo a gravidade do que tinha feito.
- Talvez eu tenha passado dos limites,um pouco...
- Por que não conversa com ele e pede desculpas? - Sugeri.
- Não sei! Vou pensar se ele merece.
- Nina... - Toquei em seu braço. - Vamos viajar amanhã,faça esse esforço! Por favor. Você sabe que o Krist é bom e não queria te ofender propositalmente.
- Ai,tá bom. - Fez bico.
Minutos depois,os meninos saíram da sala e Krist estava com a cabeça enfaixada. Vi a culpa na cara de Nina e tive certeza que ela iria se desculpar com ele.
- E aí? - Perguntei levantando dos bancos junto com Nina.
- Ah,não foi nada demais. - Krist deu de ombros. - O médico só enfaixou minha cabeça para evitar que sangrasse mais.
- Mas cortou muito? - Nina indagou com certa preocupação.
- Não. - Krist respondeu sério.
O clima ficou pesado naquele momento e todos perceberam.
- É... Eu vou sair para fumar. - Disse Kurt caminhando para a saída.
Eu e Dave nos fitamos e nos afastamos de fininho.
- Ele está bem mesmo? - Perguntei para Dave quando já estávamos longe o bastante dos dois.
- Tá sim,esquentadinha. Não foi nada sério.
- Ah que bom!
- Eu não sabia que a Nina podia ser tão braba! - Deu uma risadinha.
- Nem eu!
Um silêncio se instalou ali e eu acabei bocejando.
- Está com sono? - Dave perguntou.
Balancei a cabeça,afirmando.
- Nós já vamos,tá bom? - Ele se aproximou e me abraçou,deixando eu repousar minha cabeça em seu peito.
Pov Nina.
Ver o Krist saindo com a cabeça enfaixada da sala do doutor me deixou arrependida,me fez perceber que tinha ultrapassado os limites. Eu não sabia explicar o porquê de ter ficado tão irritada com a brincadeira dele. Normalmente eu não ligava quando falavam aquele tipo de coisa,mas sendo o Krist,aquilo me afetou de alguma forma. Quando Kurt,Mariah e Dave se afastaram,decidi falar com ele.
- Gulliver,posso conversar com você?
Ele me olhou com uma expressão fria e se sentou no banco. Sentei ao seu lado e coloquei as mãos em cima das pernas,pensando no que eu falaria.
- Olha,eu passei dos limites,me desculpa! - Suspirei. - Eu não estou em um dia bom e a sua brincadeira me ofendeu de um jeito que me fez deixar levar pela raiva do momento. Só que eu estou arrependida. - O fitei.
- Tudo bem. Eu sei que a minha ideia de comer sem pagar poderia dar errado,você tinha razão. Eu não sabia que você se incomodava quando zoavam a sua profissão,então me desculpe,eu errei nisso também. - Ele me fitou de volta.
- Eu não me incomodo,Krist! Mas quando você falou aquilo,não me senti bem. Me afetou. - Fui sincera. - Estou me sentindo péssima por ter te machucado.
Krist olhou para o teto e depois me fitou.
- Olha,eu aceito suas desculpas,você aceita a minha,eu não falo mais da sua profissão e você não me bate mais com sapato,combinado?
Sorri mais aliviada.
- Sim!
- Bom,quer dar uma volta? - Perguntou,sorrindo.
- Claro!
Nos levantamos e não me controlei,dando um abraço em Krist. Ele me apertou contra seu corpo e bagunçou meu cabelo.
- Anãzinha de jardim!
- Fica quieto,João pé de feijão!
E para o meu alivio,tudo voltou ao normal.
Pov Maria.
Nina e Krist avisaram que iriam sair,então eu,Kurt e Dave decidimos ir para casa. Chegando lá,nós conversamos um pouco,comemos,tomamos banho,arrumamos o restante das coisas para a viagem e fomos dormir. Kurt e Krist dormiriam na sala,enquanto eu e Nina dormiríamos na cama de Dave e ele no chão do seu quarto. Como Nina não estava lá,eu e Dave ficamos sós. Eu acabei pegando no sono rapidamente por estar cansada,mas acordei pouco tempo depois do pior jeito possível.
Eu tive um pesadelo horrível com a morte de minha mãe. No sonho,minhas mãos estavam banhadas de sangue,assim como o ambiente que eu estava: Um quarto com péssima iluminação. O corpo de minha mãe estava no chão,jogado,e eu suava de tanto pavor. Como já era de se esperar,meu padrasto aparecia no sonho e dava mais tiros no corpo de minha mãe. Depois,ele vinha atrás de mim tentando me matar. No sonho eu corria e quando acordei,estava tremendo,assustada. O quarto estava um verdadeiro breu. Comecei a tatear buscando encontrar o criado mudo. Consegui achá-lo,mas acabei derrubando alguma coisa no chão,tentando ligar o abajur. Quando a luz do abajur clareou um pouco o quarto,me senti mais segura. Minha respiração estava descompassada,meu coração batia forte e minhas mãos tremiam.
- Mariah? - A voz rouca de Dave ecoou no comodo e eu pude vê-lo levantar do chão e sentar-se de frente para mim,na cama. - O que houve?
Sem responder,me aproximei de Dave e passei meus braços por seu pescoço,o abraçando forte. Fechei os olhos e aos poucos minha respiração foi se acalmando. Ele passou seus braços por minha cintura e me puxou para mais perto de si,fazendo tudo de ruim sumir. Dave tinha o poder de me acalmar sem dizer uma palavra,só sua presença era o necessário. Me afastei um pouco e pude ver a expressão preocupada dele.
- O que houve? - Sussurrou.
Balancei a cabeça em negativa. Não queria voltar a lembrar daquilo.
- Não quero falar. - Sussurrei de volta.
- Mas você precisa.
- Dave,já estou melhor,só fica comigo. - Olhei em seus olhos e abaixei a cabeça.
Ele colocou a mão em meu queixo delicadamente e me fez olhar em seus olhos. Meu coração voltou a acelerar.
- Eu preciso te ajudar,mas não posso fazer isso se você não se abrir.
- Sabe o que você pode fazer para me ajudar? Vamos beber um pouco!
Dave me encarava sério,mas logo um sorriso apareceu em seu rosto.
...
- Eu acho que já bebemos o suficiente. - Disse Dave arrancando a garrafa de vodca de minha mão.
Estávamos na cozinha,em pé de frente para a pia,bebendo. Eu tinha bebido um pouco de vodca,mas o pouco foi o suficiente para me deixar mole e sorridente.
- Não,Dave! Podemos beber mais. - Cruzei os braços.
- Não! Vamos viajar daqui umas horas. - Ele foi até o armário guardar a garrafa e voltou para meu lado. Revirei os olhos e o silêncio reinou.
Infelizmente,quando eu bebia falava e fazia coisas que não faria sóbria,e foi exatamente o que eu fiz naquele momento.
- Eu sonhei com a morte de minha mãe. - Disse encarando a pia e senti Dave pousar o olhar sobre mim.
- E o que aconteceu no sonho? - Questionou.
- Eu estava em um quarto escuro,o corpo dela estava lá,banhado de sangue. O meu... Um homem me perseguia. - Eu podia até estar grogue,mas ainda estava esperta para não comentar sobre o assassino,vulgo meu padrasto.
- E você sabe quem era esse homem?
Senti o ódio tomar conta de meu peito. Acompanhado dele veio o nó em minha garganta. Meus olhos marejaram,mas tentei ser forte.
- Dave,eu só... Deixa para lá. - Me virei,encostando as costas na pia.
Ele suspirou alto e veio para minha frente. Colocou suas duas mãos em minha nuca e olhou em meus olhos.
- Precisamos superar isso. - Disse seriamente.
- Eu preciso superar. - Respondi deixando uma lágrima escorrer. Dave a limpou e beijou meu rosto. Passei minhas mãos por suas costas nuas e o puxei para mais perto,nos unindo em um abraço.
- Nós. Nós vamos fazer isso juntos! Eu vou te ajudar. - Sussurrou em meu ouvido. Ouvir sua voz rouca em meu ouvido me dava sensações... Meu coração acelerou e eu fiquei na ponta dos pés,para poder repousar minha cabeça em seu ombros.
Dave acariciava minha nuca enquanto eu sentia o cheiro de seu cabelo que escorria por seu ombro. Minhas mãos,involuntariamente,começaram a se movimentar sentindo a maciez das costas dele. Ele se afastou um pouco,fazendo nossos olhares se encontrarem.
- Mariah...
- Diga. - Nossos olhares estavam presos como verdadeiros imãs,assim como nossos corpos. Eu esperei que ele respondesse,mas nada saiu de sua boca. Ele apenas alternava o olhar entre meus olhos e minha boca.
Meu coração acelerou e eu torcia para Dave se aproveitar daquele clima que nasceu entre nós. Seria o momento perfeito para ele me beijar. Estava frio,mas quente ao mesmo tempo. Nossos corpos estavam próximos,assim como nossos rostos. Eu estava frágil e Dave estava ali para me consolar. Tinha que acontecer alguma coisa.
Para minha animação,ele aproximou seu rosto do meu,lentamente e roçou seus lábios nos meus,me fazendo fechar os olhos. Ele apenas encostava sua boca na minha,de leve,me deixando com gostinho de quero mais. Para minha frustração,ele não deu nem um selinho em mim,mas eu sabia o motivo: Ele estava jogando. Seus lábios saíram de minha boca e foram descendo por meu maxilar,até chegar em meu pescoço onde ele começou uma trilha de beijos torturantes,me fazendo morder os lábios e arfar,arranhando suas costas. Eu o pressionava contra o meu corpo,já me sentindo excitada ao sentir seus lábios e sua língua quente em contato com a pele de meu pescoço. Percebendo o meu incentivo,seus beijos foram descendo até meu colo,mas seria minha vez de se divertir. Segurei seus ombros e o afastei de mim,trocando nossas posições. Ele me olhou fixamente,mas não me intimidei e comecei a beijá-lo no pescoço indo até sua clavícula. Uma onda de coragem surgiu em mim,e quando eu descia minha mão por sua barriga pronta para massagear seu membro que já estava rijo,a porta da sala foi aberta com força,nos assustando.
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