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História Where Do Broken Hearts Go - Poor Unfortunate Souls


Escrita por: mclaraaaaaaaa

Notas do Autor


Nome do capítulo: Pobres almas infelizes.
OIOIOI MANAS!!! Até o próximo.

Espero que gostem.

Capítulo 39 - Poor Unfortunate Souls


Mutano tentava dirigir com atenção, enquanto Ravena olhava entediada pela janela, vendo os prédios passando rapidamente por seus olhos.

Ele tamborilou os dedos no volante e a olhou pelo canto do olho, pensando em Adonis na mesma hora. Sentiu uma onda forte de raiva percorrendo seu corpo e agarrou o volante com impaciência, mantendo os olhos fixos no asfalto a frente, esforçando-se para não falar besteira.

- O que o Adonis queria com você? – perguntou, cansado de fingir que não queria saber.

- Eu trombei com ele sem querer. Ele não queria nada.

- Por isso ele estava te segurando?

- Uhum.

- Ele não te segurou atoa, Ravena!

- Eu quase caí para trás, Garfield! Cambaleei com o impacto, o que eu podia fazer?

- E ele não falou nada. – ironizou.

- Ele só disse que não queria que eu me machucasse. – Ravena olhou para frente. – Eu nem prestei muita atenção.

- Claro. Já que você não quer me contar a verdade vou conversar com ele.

- Eu estou contando a verdade! O que você está insinuando?

- Nada.

- Por que você não acredita em mim?

- Porque estamos falando do Adonis, e sei quando você mente para mim.

- Não que eu precise te dar algum tipo de satisfação, mas por que eu mentiria?

- Você age como se fosse idiota.

Ravena virou o rosto para olhá-lo e balançou a cabeça negativamente, vendo a tensão na mandíbula de Mutano, que estava tão apertada que ela jurava que os dentes se quebrariam a qualquer momento.

- Por que você me chamou? – ele disse irritado.

- Também não sei. – ela respondeu de má vontade. – Eu não sou um pedaço de carne que todo mundo deseja, Garfield. O Adonis só me segurou, nada demais. Será que você pode parar de encher a porra da minha paciência?

- Tadinho, não é mesmo? O Adonis é uma pessoa tão indefesa! Pelo jeito que ele te olhou não foi só para te ajudar.

- Não, ele estava morrendo de vontade de me comer. -Ravena revirou os olhos. – Literalmente.

- Não duvido nada.

- Para! – bateu as mãos no painel do carro.

- Não! – Mutano retrucou.

- Sim! Você não sabe de nada! É um idiota sem cérebro, burro, imbecil! – ela começou a gritar, sentindo Raiva exercendo influência sobre suas ações.

- Pode até ser, mas não sou idiota a ponto de não perceber quando um cara quer se aproveitar de você! – ele gritou de volta.

- Ele não ia se aproveitar de mim!

- Não ia?

Ravena rosnou de raiva e empurrou as mãos de Mutano, fazendo com que ele virasse o volante de uma vez só. O carro cantou pneu e invadiu a pista do outro lado, recebendo buzinadas dos carros que estavam na direção certa.

Mutano arregalou os olhos e voltou com o carro para a pista certa, assustado com o que Ravena tinha feito, principalmente por que viu o momento em que bateriam com outro carro.

- VOCÊ ESTÁ QUERENDO MORRER? – gritou com ela. – SE QUISER FAÇA ISSO QUANDO ESTIVER SOZINHA!

- CALE A BOCA! – Ravena urrou, com os olhos vermelhos, sentindo que seu par de olhos demoníacos estava prestes a se abrir. – Eu te mataria com as minhas próprias mãos. Faria você implorar por misericórdia e não daria de jeito nenhum.

- Você não conseguiria.

Ela colocou as mãos ao lado do corpo e apertou o estofado de couro do banco, fechando os olhos com força. Respirou fundo para tentar recuperar o controle da própria mente e ficou imóvel, para o desespero de Mutano, que a olhou de forma preocupada.

- Você está bem, Rae?

- Você me acha tão indefesa assim? – seus olhos voltaram a cor normal, enquanto ela encolhia os ombros, como se estivesse arrependida, envergonhada e com medo.

- Não é isso. Eu só não quero que você corra riscos. Não quero que ninguém te machuque.

- Eu o socaria se ele me encostasse! – ela deu um soco na mão direita, mudando de postura em questão de segundos. De envergonhada e com medo passou para corajosa, com um olhar decidido no rosto.

- Eu sei disso – Mutano riu. – Você já me socou várias vezes, lembra? – ela continuou do jeito em que estava, sem responder à pergunta. – Me desculpe por ter sido um idiota. Eu não queria brigar, mas fiquei preocupado.

- Você não acredita em mim.

- Não é verdade.

Ravena revirou os olhos e tirou o cinto, abrindo a porta do carona e colocando uma perna para fora.

- O que você está fazendo? – Mutano quase gritou de desespero.

- Descendo do carro.

- Ele está em movimento!

- E daí? Isso só deixa tudo mais legal!

Ele arregalou os olhos quando ela pulou e prendeu a respiração, espirando ver, pelo retrovisor, seu corpo estirado no asfalto. Gritou de susto quando ela pousou no teto solar do carro, acenando e rindo muito.

Alguns motoristas que estavam atrás começaram a gritar e buzinar, chamando Ravena de louca e xingando Mutano, como se a culpa fosse dele. Com isso, o metamorfo levou o carro para o acostamento, desligando-o imediatamente.

- UHUL! – Ravena abriu os braços em cima do carro e ficou de pé, rodando. – ISSO FOI MUITO BOM!

Mutano apoiou as mãos no capô e fechou os olhos, ainda muito assustado com o que ela havia feito. Recusou-se a vê-la rodando e manteve a cabeça abaixada, tentando ignorar a animação que, definitivamente, não pertencia à Ravena.

- Garfield? – ela piscou no vidro e foi até onde ele estava. – Garfield? – o sacudiu. – Você está bem?

- Minhas pernas estão bambas.

- Você se machucou?

- Não.

- Eu te machuquei? – o sorriso dela se desmanchou. – Por Azar! Eu te machuquei!

- Está tudo bem, Ravena. – Mutano abriu os olhos devagar, recuperando o equilíbrio.

O queixo de Ravena tremeu e seus olhos ficaram cheios de lágrimas, dando início a um choro compulsivo e alto, que ninguém nunca tinha a visto fazer antes. Os soluços quase a engasgavam e seu desespero estava visível nas linhas de expressão de rosto, o que deixou Mutano, mais uma vez, assustado.

- Você está chorando! – exclamou. – Por que você está chorando?

- Eu sinto muito, Gar! – ela falou alto. – Eu sinto muito por ter te machucado!

- Não, Rae! – aproximou-se dela e a abraçou com força. – Você não me machucou. Você não fez nada comigo. Eu prometo!

Ela escondeu o rosto na curva do pescoço dele e continuou soluçando. Passou os braços por sua cintura e desceu as mãos até sua bunda, apertando-a por cima da calça jeans que ele usava. Mutano franziu o cenho e levou o quadril para frente, sem entender o que Ravena estava fazendo.

- Gostoso. – ela murmurou, sem nenhum vestígio de choro em sua voz.

- O que você está fazendo? – ele arregalou os olhos quando ela enfiou as mãos por dentro de sua calça, cravando as unhas em suas nádegas. – Pare com isso, Ravena!

- Você quer que eu pare? – abriu o zíper da calça dele, apertando seu pênis por cima da cueca. – Não, você não quer que eu pare.

- Você não está no seu melhor estado. – Mutano fechou os olhos e segurou os pulsos dela, afastando-se de suas mãos.

- Ah, pode ter certeza de que eu estou. – Ravena disse, manhosa.

Ele suspirou alto e a pegou pelas pernas, colocando-a nas costas. Andou até o carro e a colocou no banco de trás para não ter problemas com suas mãos em lugares em que, sinceramente, ele desejava que elas ficassem, mas não podia deixá-las no momento.

Ravena balançou a cabeça e piscou algumas vezes, ficando um pouco desorientada. Sua mente voltou ao normal e nenhuma emoção de sobressaiu, deixando que ela ficasse estável outra vez.

- Minha cabeça está doendo. – reclamou, fechando os olhos. 

- Você está bem? – Mutano a olhou pelo espelho do carro.

- Com dor de cabeça.

- Só isso?

- Sim.

- Você está estranha hoje.

- Eu estou? – Ravena franziu o cenho.

- Um pouco.

- Já não é o meu normal?

- Não. – ele riu, virando-se um pouco para acariciar o cabelo dela. – Estamos indo para a Torre.

- Não me odeie, Gar – ela pediu. – Por causa do Adonis.

- Te odiar? Eu não conseguiria nem se quisesse.

- Bom. – sorriu.

- Você me odeia?

- Por que eu te odiaria?

- Eu fiz muitas coisas das quais não me orgulho.

- Você é o tipo de pessoa impossível de se odiar, Gar. As coisas que você fez não me fazem te odiar. Mas isso não quer dizer que eu não sinta raiva.

- Fico feliz em ouvir isso.

Ravena deu de ombros e se virou no banco, dando as costas para Mutano. Fechou os olhos e dormiu quase imediatamente, sentindo-se agradecida pelo balanço do carro, que permitiu que ela parasse de pensar por alguns minutos.

Ele não parou de dirigir até chegar a Torre, e decidiu não acordá-la. Apenas a pegou no colo e trancou o carro, saindo da garagem com ela completamente adormecida nos braços. Ela se aconchegou no peito dele e ronronou baixinho, continuando em seu sono.

- O que aconteceu? – Asa Noturna perguntou quando Mutano entrou na sala.

- Shhh! Não aconteceu nada. Ela só está cansada.

- Cansada? A Ravena? – aproximou-se dela, tirando uma mecha de cabelo de cima de seus olhos.

- Sim. – Mutano confirmou. – Ela está meio estranha, Dick.

- Estranha? Como assim?

- Eu não sei. O humor dela está oscilando muito.

- Estranho. Ela sempre cuida das emoções para não acontecer isso.

- Exatamente.

Asa Noturna não fez questão de disfarçar a expressão pensativa que tomava conta de seu rosto, e esticou os braços para tirar Ravena do colo de Mutano, fazendo-o dar bons passos para trás.

- Não. – o metamorfo a segurou com mais firmeza. 

- Vou levá-la para o quarto.

- Eu levo. Você acha que ela pode perder o controle?

- Não sei. Mas por quê? Ela não está demonstrando isso.

- Porra, Dick! Não está demonstrando porque desde que você começou a namorar a Kori esqueceu do resto do mundo!

- Como é? – Asa Noturna perguntou incrédula.

- Desde a festa da Abelha estou reparando nesse jeito estranho dela. Como você não percebeu?

- É a Ravena! Não gosta que ninguém fique em cima dela! Eu respeito isso!

- Você nunca respeitou, por que seria diferente agora? Sempre foi o primeiro a perceber quando ela está diferente e faz questão de cuidar dela!

- Continuo sendo.

- É mesmo? E como não percebeu isso antes? – Mutano começou a sentir a Fera em sua mente e cravou as unhas na palma das mãos. – Me diz! Quando foi a última vez que você conversou com ela? Treinos e refeições não valem! Estou falando de uma conversa de verdade.

- No aniversário dela, quando ela me disse que estava tudo bem.

- Então parece que eu tenho razão. Desde quando você aceita tudo tão fácil? Vocês têm uma conexão mental, porra! – passou as mãos pelo cabelo. – Estou muito feliz por você e pela a Kori, mas você ainda tem uma vida fora desse relacionamento. Tem amigos e uma equipe! – subiu a escada a passos duros, fazendo com que Asa Noturna o seguisse. Podia sentir o ar de raiva que saía do corpo do líder, mas não se importava. Estava preocupado com Ravena e não aceitaria que ela tivesse menos que a atenção total de Asa Noturna que, por mais que ele odiasse a admitir, era o único que conseguia fazê-la se abrir verdadeiramente.

- Você perdeu quase dois meses da vida dela, Garfield! – Asa Noturna ralhou. – Dois meses que ela nos implorou para ficar sozinha por sua causa! Dois meses que ela quase não falou comigo e só conversava com o Liam! Então não me venha dar lição de moral porque eu sei separar a minha vida amorosa da profissional. 

- Você não sabe o que me levou a fazer isso. – Mutano rangeu os dentes.

- Eu não sei? Então me conte. – Asa Noturna entrou no quarto de Ravena.

- Não vai fazer diferença para você. É engraçado olhar para o seu rosto e ver que você não tem ideia do que está acontecendo. Nunca teve, desde dezembro! 

- E o que é que está acontecendo?

- Você é a porra de um detetive, descubra por conta própria, faça seu trabalho!

Asa Noturna engoliu a raiva que estava sentindo e colocou Ravena na cama, cobrindo-a com a capa que estava na poltrona perto da janela.

Mutano estalou o pescoço e fechou os olhos, levantando um pouco o queixo. Abriu-os e observou Asa Noturna com Ravena, sentindo vontade de rir. Infelizmente, a Fera já estava fazendo isso por ele, e não demorou para que seus olhos ficassem nebulosos.

- Você está com a consciência pesada, Asa Noturna? Quem diria, não é...

- Eu não estou.

- Richard Grayson não faz ideia do que está acontecendo. – debochou.

- Se ela precisasse de mim, teria falado. Nós somos como irmãos, Garfield. Ela teria vindo até mim, como fez em janeiro, me pedindo um tempo, um afastamento da equipe.

- Ela foi atrás do livreiro.

- Acho que você é o único com peso na consciência. Quer ajudá-la de qualquer forma porque se arrepende do que fez em dezembro.

- A sua irmãzinha está correndo perigo – a Fera fez Mutano rosnar. – E você está preocupado em foder a sua namorada. – riu. – Não que os gemidos dela sejam ruins. Eu, particularmente, amo escutá-los.

- Não fale assim da Estelar!

- Você é um idiota! Se diz detetive, mas acho que vai precisar da ajuda do Batman para descobrir o que está acontecendo. Você não passa de um ajudante.

- Assim como você, que foi ajudante do Mento e agora não passa de um membro dos Titãs. Nunca um líder. – Asa Noturna sentiu o gosto amargo das palavras em sua boca.

Mutano abriu um sorriso sinistro e deu um soco no nariz do líder, fazendo-o cambalear pra trás. O sangue de Asa Noturna sujou sua mão, e ele fez questão de passar a língua para sentir o sabor, enquanto o outro se encolhia no chão, com dor.

Ravena se mexeu na cama com o barulho e olhou horrorizada para a cena diante de seus olhos, saindo da cama depressa.

- Dick! – foi até ele.

- Minha mão estava coçando desde que cheguei para fazer isso. – Mutano rosnou.

Ravena ignorou e segurou o nariz de Asa Noturna, colocando-o no lugar para iniciar o processo de cura. Olhou de relance para Mutano vendo seus olhos escuros, coisa que a fez sentir um arrepio na espinha.

- Você vai ajudá-lo, fêmea?

- Cale a boca! – ela rosnou.

- Deixe-o com o nariz quebrado.

- Eu disse para calar a boca! – balançou a mão na direção de Mutano, mandando-o de costas para a porta. A cicatriz em sua barriga queimou e a Fera apenas sorriu satisfeita, como sempre.

Mutano apertou os olhos com força e viu Ravena cuidando de Asa Noturna. Sua visão embasou e ele segurou a cabeça com força, tentando recuperar o controle. Antes que a Fera pudesse deixar sua mente em paz, ele saiu correndo do quarto de Ravena, sem falar nada.

- Ravena – Asa Noturna se sentou e tateou o nariz recém-curado. – O que aconteceu?

- Eu não sei.

- Não sabe?

- Não.

- Ele disse que você está correndo perigo!

- Eu estou bem, mas você vai precisar de uma tala nesse nariz. O osso ainda está mole.

- Não mude de assunto.

- Não estou.

Asa Noturna suspirou e sentiu o cheiro do próprio sangue, fazendo careta. Não conseguia sentir raiva de Mutano, graças a culpa que estava sentindo por, aparentemente, ter deixado Ravena de lado.

- Eu me afastei de você, Rae?

- Um pouco, mas eu entendo completamente.

- Você não tem que entender. – ele fechou os olhos. – É minha irmã e deve me alertar em relação a isso. Sou péssimo com esse tipo de relação.

Ravena abraçou o pescoço de Asa Noturna e deixou que algumas lágrimas escapassem de seus olhos, sem entender o motivo do choro repentino. Ele acariciou seus cabelos e continuou no abraço.

- O que está acontecendo com você?

- Preciso meditar.

- Não mente para mim. Não sinto o nosso vínculo mais...

- Eu o fecho para meditar. Sua cabeça é muito intensa.

- Você está o fechando sempre.

Ravena fungou e pegou a mão direita de Asa Noturna, fazendo com que seus dedos tocassem de leve seu chakra. Fechou os olhos e mostrou coisas boas em sua mente, ocultando todos os problemas que estava tendo. Em contrapartida, Asa Noturna fingiu um sorriso, ciente de que ela não estava mostrando nem um terço do que estava acontecendo em sua mente.

- Então fico feliz por saber que você está bem. – mentiu, percebendo que ela não falaria a verdade naquele momento.

- Eu estou. Só preciso dormir.

- Ok. Quer que eu saia?

- Por favor. – ela tentou sorrir, amaldiçoando-se por saber que ele prestaria mais atenção em seu comportamento. Amaldiçoou Mutano e deitou-se na cama, fechando os olhos.

- Descanse, Rae.

Do outro lado do corredor, Mutano estava rolando no chão, com as mãos na cabeça. A Fera não parava de falar e ele perdia um pouco do controle a cada minuto que passava.

“Ela está correndo perigo! Você precisa fazer alguma coisa! Me deixe torná-la a verdadeira fêmea!”

- NÃO! 

“Ela não é sua! Não até que você me deixe assumir!”

- NÃO!

“ELA VAI MORRER! ESTÁ EM PERIGO!”

Mutano urrou quando a última palavra da Fera ecoou em sua mente e olhou fixamente para a janela de seu quarto. Todos os pelos de seu corpo se arrepiaram e ele não precisou de escutar a Fera outra vez para entender o que seu lado primitivo queria dizer: Adonis seria um problema.


Notas Finais


Chora nããããããão coleguinha!!!!!
Comentem :)


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