História Where do broken hearts go?- H.S. - Girl Crush

Harry parou diante do grande teatro que tinha o nome e o formato pomposo do Coliseu. Respirou fundo e entrou. Acabou pensando melhor sobre a proposta de seu pai e resolveu aceitar aquele trabalho, pelo menos até que arranjasse algo melhor.

Não era de todo ruim, porque afinal ele amava aquele mundo de fantasia e seria assistente do diretor, então isso poderia ser divertido afinal.

Já dentro do grande prédio, se viu meio perdido com tantas pessoas correndo de um lado pro outro, carregando equipamentos e todo tipo de figurino. Filas de pessoas esperando para serem testadas para o elenco da peça que seria montada em breve.

Procurou pelo contato que estava no cartão e encontrou Marcello gritando com varias pessoas no meio do palco. Aquilo pareceu meio intimidador, se considerar que aquele devia ser seu chefe. Harry não lidava bem com ordens, especialmente se as recebia aos gritos.

__ Ei, você é Marcello Lazcorreta?

__ Eu mesmo. Veio para se candidatar para o elenco? Tem que pegar a senha, preencher os formulários e entrar na fila de espera...

__ Não. Sou Harry Styles e estou aqui pela vaga de assistente.

__ Claro! Styles! O protegido! – disse revirando os olhos e Harry parou onde estava – estou brincando garoto. Venha comigo.

Harry o seguiu meio desconfiado e a um passo de desistir daquilo e procurar outra coisa para fazer de sua vida. Aquilo parecia uma péssima ideia desde o inicio.

__ A única coisa que precisa para aguentar esse trabalho é imaginar que é aqueles três macaquinhos? Conhece os emojis? Não ver. Não ouvir. E não falar. – Marcello explicou e Harry quis realmente rir daquilo – e mais uma coisa, obedecer a todos.

Harry já não ria mais e foi esquecido por alguns instantes , enquanto Marcello voltava a gritar com as pessoas que carregavam os equipamentos.

__ Quer saber? Acho que não posso fazer esse trabalho...

__ Ah não? E posso perguntar por que?

__ Porque não quero conseguir as coisas por causa do nome do meu pai. – disse sincero.

__ Se tem algo que não suporto são pessoas com falsa modéstia. – Marcello o olhou seriamente – tem algo melhor no momento?

__ Não. – admitiu meio contrariado.

__ Você é um Styles também. Então faça seu nome ser respeitado por seu talento e não o do seu pai. – aconselhou sorrindo – prometo que não digo a ninguém que é o protegido do papai.

Harry sorriu e decidiu que gostava daquele homem.

__ Pare, é aqui. – Genebra gritou para o irmão.

__ Esse lugar é enorme e parece sinistro. – o garoto colocou a cabeça para fora da janela – lembra o filme que esquartejaram a garota em um lugar assim e depois deixaram em um parque? Por isso dei o nome de “Lady in pieces”

__ Niall pare de ver Jogos Mortais. – ela beijou a bochecha do irmão – e não  se esqueça de vir me pegar, ok?

Ele assentiu depois de retribuir o beijo na bochecha. Genebra saiu correndo porque já estava atrasada para o teste que faria.

__ Hoje estamos testando garotas para tudo. – Marcello continuava explicando o funcionamento para Harry, que tentava guardar todas aquelas informações – algumas que posam, algumas que apenas olhem para o publico e sorriem, algumas que dancem e outras que cantem...e algumas que agradem a eles!

__ Quem são eles? – Harry olhou os dois homens que foram apontados por Marcello.

__ São seus verdadeiros chefes. Chamados de “os gatos”.

__ Por que os acham bonitos? – perguntou confuso.

__ Apenas fique de olho neles... são traiçoeiros até com a própria mãe. – Marcello alertou.

Havia uma garota de costas conversando com os dois e quando Harry e Marcello se aproximaram, ela se virou e quase caiu nos braços de Harry, que a apoiou e os olhos se encontraram. O mundo parou por aquele breve momento. Os olhos verdes dele e os azulados dela.

Genebra...

Sorriram um pro outro e então ela se afastou, indo se juntar as demais garotas ali esperando pelo teste. Harry voltou à realidade depois de Marcello chamar por seu nome de maneira insistente, mas mesmo tentando  concentrar-se nos dois chefes, seus olhos não desgrudavam da garota que não saía de seu pensamento.

__ Harry? Quero te apresentar a Martin e Adriano, que são os caras por trás de todo o projeto.

__ Prazer. – estendeu a mão a um deles que nem sabia diferenciar quem era, porque estava com a atenção em Genebra, que também não parava de olhá-lo.

__ Você tem bom gosto. – um deles disse. Adriano talvez.

__ O que? – Harry o encarou confuso.

__ A garota. – disse de modo safado – ela é linda!

Se Harry quis socar a cara daquele idiota apenas pela maneira como devorava Genebra com os olhos, ninguém precisava saber.

Marcello o arrastou dali como se pudesse ler seus pensamentos.

Isso foi antes que ele pudesse ver a maneira lasciva como Adriano olhava a garota. Sim, ele a queria e aquele maldito sempre conseguia o que queria. De um jeito ou de outro.

A cabeça de Harry estava em um verdadeiro turbilhão com tantas informações para processar, mas naquele momento, ele estava sentado nas escadas assistindo aos testes.

Na verdade, estava observando Genebra da maneira mais discreta que podia. E quando ela foi chamada ao palco, um sorriso tomou conta de seu rosto quando ela olhou em sua direção.

Parecia estar nervosa e ele desejou poder fazer algo para ajudar.

__ Como se chama? – Marcello perguntou.

__ Genebra. – disse meio tímida.

__ E como seus amigos te chamam? – Adriano quem perguntou.

__ Isso eu não digo a todo mundo. – ela sorriu para Harry.

__ Então me fale de suas aspirações na vida, Genebra. – se ele ficou irritado, disfarçou bem.

__ Um marido e muitas crianças. – disse irônica – se você quiser, posso lhe dar uma!

Todos riram. Harry estava surpreso e encantado. Podia apostar que a garota estava nervosa, mas nem mesmo assim se deixou intimidar por Adriano, que parecia mais interessado em levar a garota pra cama do que testar seu talento. Aquilo deixou Harry enojado e furioso.

Assim Adriano estava furioso com a atitude da garota, embora Martin e Marcello tentassem disfarçar o sorriso, porque estava claro que ela havia percebido o assédio descarado do produtor.

__ Não. Queremos apenas ver o que pode fazer. – disse desconcertado – saber se tem algum talento oculto.

__ Mas isso não era para entregar envelopes? Para ser aeromoça?

Harry adorava a garota. Ela era ousada e tinha senso de humor.

__ Tem que se destacar em alguma coisa. Não?

__ Ok, acho que posso tentar. – ela sorriu e pegou um violão emprestado.

Sentou-se em uma banqueta e pigarreou. Todos estavam atentos a ela nesse momento. Dedilhou o violão e cantou olhando diretamente para os olhos de esmeraldas de Harry.

“ Esta semana pensei em te sequestrar na minha casa

Há pouco olhava suas fotos antes de dormir

Quero saber como você é

Saber o que acontece contigo

E por fim, que me conheça e se apaixone por mim...”

Harry percebeu que ela estava ainda meio intimidada pela plateia e resolveu diminuir as luzes, mantendo o foco apenas nela. Pareceu funcionar porque ela soltou ainda mais a voz e pareceu mais confiante.

Sorriu em agradecimento e continuou cantando lindamente.

Ele sentiu-se como se fosse a única plateia pra ela e isso foi especial, porque ela também parecia estar ignorando todo o resto ao redor e não desviava os olhos dele.

“ Todas as noites me deito e te procuro em minha cama

E você nunca está...

Mas sei que amanhã nunca mais poderá esquecer-se de mim

Vou ser seu pesadelo de noite e de dia

E você me dirá você é toda a minha vida

Não diga que não

Ainda não esteve aqui...”

Foi aplaudida com entusiasmo. E mesmo os diretores, estavam surpresos, com aquela linda voz.

Harry sorria orgulhoso pelo sorriso que não saia do rosto dela.