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História Where it all began - Savior


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


• Olá fãns SessRin!
• Avisando que os itálicos correspondem sempre aos POV’s/pensamentos; neste capítulo em específico, aos de Rin.
• Quero explicar algo sobre a fanfic para não parecer confuso. O prólogo abordou a escolha da Rin, a altura em que ela ia abandonar o vilarejo para voltar a seguir Sesshoumaru, uma fase pós Kanketsu Hen. Porém, deste capítulo até o sexto, serão FLASHBACKS do passado narrados em terceira pessoa, algumas coisas irão conter headcanon.
Aqui voltamos ao início, de quando eles se conheceram. O último capítulo retorna ao início da fanfic.
O intuito destes capítulos é explicar a evolução da relação dos dois, o que levou uma humana e um youkai a apaixonarem-se, de tal forma, para que mais tarde ela escolha ficar com ele. Estes cinco capítulos serão a explicação de ela o seguir, tudo na minha perspectiva.
• Este capítulo representa os momentos do episódio 35 de Inuyasha. Este capítulo será aquele em que mais serei fiel ao anime, descrevendo quase tudo o que aconteceu nele... Os próximos vou imaginar para além do que os episódios mostraram. Espero que gostem da ideia.
• Obrigada pelos favoritos. E agradeço atenciosamente os comentários da @atenaizauchiha e @bellataisho.

Capítulo 2 - Savior


Fanfic / Fanfiction Where it all began - Savior

Sesshoumaru-sama, você se lembra de quando tudo começou…? De quando nos conhecemos?

Os olhos em tom carmesim reflectindo o mesmo tom manchando o kimono alvo. Aproximei-me cautelosa, e não fugi quando rosnou em minha direcção. Um claro sinal para afastar-me do senhor. Mas eu não desisti. Porque eu consegui enxergar em seu olhar vermelho a tristeza da solidão, a mesma expressão que ficava espelhada quando me encontrava num reflexo no rio.

Sesshoumaru-sama é como a lua minguante perfeitamente desenhada em seu rosto.

Linda, e solitária.

Você não precisava da minha ajuda humana. Mas eu senti que me estava chamando.

E o senhor, também me escutou?

 

 

O sol adornava o espaço de tons alaranjados, despedindo-se do céu antes do domínio lunar, quando uma criança humana encontrou o lorde do Oeste, gravemente ferido encostado numa árvore. Foi com a lua brilhando no manto negro, que a pequena morena carregou, entregando-lhe água e peixe com cogumelos a uma determinada distância que poderia considerar segura, não invadindo o espaço do daiyoukai.

As íris negras da pequena demonstravam tristeza e receio, uma expressão usual do seu rosto. E, pela primeira vez, ela encontrou o olhar dourado. Diferente de seus olhos vermelhos e demoníacos, estes transmitiam calma, e elegância… como todos os pormenores em seu rosto.

Foi por esse olhar que a amabilidade da menina decidiu ajudá-lo no que podia. Ele estava ferido, e ela queria pelo menos trazer-lhe a comida que ele precisava e não conseguia caçar. O facto de o desconhecido para a criança ser um youkai perdera gradualmente a importância com os minutos.

Uma espécie perigosa para qualquer humano. Contudo, Rin acreditava no coração de cada um, e não em sua natureza. Apesar de sua aparência a ter assustado inicialmente, algo nela, instigou-a a confiar no albino.

— Isso tudo é inútil. Eu não gosto de comida humana. —Os pequenos olhos negros, o fitavam, a menina humana nada comentou perante a rudeza de não aceitar a sua ajuda.

Sua expressão não reproduziu qualquer sinal de irritação ou mágoa, a humana não presumiu quaisquer sinais de agradecimento. A vida numa aldeia onde todos a desprezavam não era fácil, acostumou-se a tratamentos muito piores do que aquele que o youkai lhe oferecia naquele momento.

O seu nome era como um lírio d’água, Rin. Uma flor que murchou, perdendo toda a sua cor, muito precocemente. O episódio em que assistiu à morte de seus pais e irmãos traumatizou-a, impedindo-a desde aquele dia de emitir algum som. Não falava, não gritava, não gargalhava, e sequer chorava. Seus lábios caíram na escuridão muda. Rin não pretendia dialogar com Sesshoumaru, contudo, não diminuía seu interesse pelo estranho albino.

Nessa mesma noite, Rin regressou ao rio da povoação. Quando as casas estavam seguramente fechadas e trancadas, ela dobrou seu kimono velho até os joelhos, enterrando as pernas na água gelada. Esse pormenor não a incomodou, agilmente, encontrou um peixe, rindo minimamente por o ter entre as mãos. No entanto, labaredas de fogo incendiaram o cenário nocturno, sobressaltando a morena que viu-se rodeada por um grupo de aldeões. Tremeu, assustada, deixando o peixe saltar de volta para a água.

— Então era você! Maldita ladra! —Rapidamente reconheceu o chefe do grupo, o dono da habitação mais próxima do curso de água. Não era um proprietário lícito mas devido às suas posses materiais era o que tinha uma influência maior na zona, orientando a aldeia consoante as suas regras hierárquicas.

Rin quis desculpar-se, contudo não disse nada. Fechou os olhos quando a tomaram pelo braço bruscamente, lhe acertando no rosto. Seu corpo foi tombando até o piso arenoso, permitindo que investissem com pontapés contra si.

Alguns riam por a criança se mostrar vulnerável, no entanto, após uns largos minutos, agredindo a morena com o auge de suas forças, o cansaço começava a manifestar-se e o desapontamento por não conseguirem fazer com que uma única palavra ou som de dor se manifestasse.

— Estranha. Não volte a roubar, ou será expulsa daqui! Não pense que teremos pena de você por ter perdido seus pais!

Erguendo-se sem pedir por ajuda, foi cambaleando de volta para a floresta, procurando ervas que pudessem servir de alimento. Sem o costumeiro peixe, Rin caminhou até a árvore que o youkai repousava. Percebeu que ele estava consideravelmente melhor, seu machucados estavam quase totalmente cicatrizados. Com as ervas numa folha de árvore, colocou no lugar habitual a refeição que preparou.

— Não preciso. —Apesar de ele sempre recusar, Rin foi mais persistente e ousada naquela ocasião, aproximou-se consideravelmente de Sesshoumaru e ajoelhando-se ao seu lado estendeu-lhe os pequenos braços com o que conseguira reunir.— Eu não preciso disso.

A repetição fria e distante, murchou os ombros da pequena, que viu-se mais afectada pela rejeição do que as vezes anteriores. Estava decepcionada com seus esforços em vão. Em devaneios, percebeu que ele estava mais tranquilo com sua presença também; não rosnando com o seu acercamento, e seus olhos não se modificaram com a aproximação da humana.

Progressivamente, a repulsa em seu tom de voz, em cada vez que lhe dava respostas curtas, e sempre que a encarava, foram finando-se.

— O que aconteceu com o seu rosto?

Rin tinha a pálpebra do direito inchada e fechada, devido à maior frequência dos ataques hostis naquela região da sua face. Contudo, a sujidade regular em seu rosto deveria ter disfarçado esse aspecto. Não tornando-o tão evidente. Arregalou o olhar surpresa por ele reparar em seu ferimento, apesar de sua indiferença aparente, ele estava atento nela. Seu peito apertou exageradamente alegre.

— Tudo bem se não quiser responder.

Ela permaneceu em seu transe, quase em choque. Não tinha realmente vontade de responder. Estava demasiado feliz para recordar o que os aldeões lhe fizeram. Quiçá, o interesse do daiyoukai por uma resposta não foi de todo o que mais lhe alegrou, só a simples interrogação a respeito do seu bem-estar, demonstrando alguma preocupação e compreensão, foi algo avassalador.

Aquela pergunta transformou a pequena Rin.

Quando o olhar dourado se redirecionou para a criança, pela primeira vez naquele diálogo, ela curvou os lábios abertamente num sorriso. Como costumava fazer quando tinha sua família.

Não; na verdade, fora o sorriso mais radiante e genuíno que a humana deu em toda a sua curta existência. A dor acumulada durante anos serviu para resplandecer esse gesto.

— Por que está rindo? —Sesshoumaru não demonstrou sinal de confusão ou surpresa, apesar de estar ligeiramente intrigado com aquela reacção. A humana era alguém alegre, constatar. Mesmo não compreendendo que essa alegria provinha de si mesmo.— Só perguntei o que aconteceu com o seu rosto.

A sua resposta óbvia e racional não diminuiu o sorriso da criança, que assemelhava-se a uma pequena gargalhada, com os sons tortos saindo de seus lábios. Almejando verdadeiramente rir.

Rin sorriu para Sesshoumaru, um gesto guardado durante tanto tempo que ela sequer recordava-se da sensação do rosto corcovado em alegria.

Naquele dia, uma nova Rin nascera. Regressou para casa, uma cabana ligeiramente afastada das outras habitações, brincando e saltando apoiada sobre um pé, com os braços abertos, mantendo o equilíbrio, cantarolava sem palavras. Apenas vocalizava alguns sons que conseguia pronunciar torpe. Estava verdadeiramente feliz.

Apesar disso, essas não foram apenas as pequenas mudanças da sua vivência. Comandados pelo seu líder Kouga, os lobos que atacaram aquele dia a aldeia perseguiram Rin até à sua morte. Regressando desesperada ao bosque, procurando o youkai que conhecera, a sua imagem foi o último que conseguiu enxergar. Lágrimas deslizavam por seu rosto compreendendo que não iria conseguir alcançá-lo para vê-lo uma última vez, sentindo o bafo do lobo em sua perna. Um estranho sentimento em seu peito fazia com que se sentisse segura com ele, acreditando que ele a protegeria.

 

 

Naquele momento, percebi que quis voltar a falar. Sua presença melhorou minha vida, Sesshoumaru-sama, gostava de lhe ter perguntado seu nome e ter falado mais consigo. Ter contado sobre mim… Queria ter vivido mais. Pensei que não teria outra chance, mas o senhor me deu a oportunidade que eu desejei nesse momento. O meu recomeço.

 

 

—Sesshoumaru-sama?

 É sangue. Este cheiro…”

— Sesshoumaru-sama!

O Lorde do Oeste caminhava imponente pela mata, totalmente recuperado. Seguiu o cheiro com que se familiarizou naqueles últimos dias, encontrando-a jazida no chão. Morta. Jaken aproximou-se do seu cadáver, porém, ele manteve-se estático, ignorando o que seu servo comentava. Uma ardência inchou seu peito, uma dor alucinante borbulhou subindo por seu corpo. Seu corpo ainda não estava recuperado do ataque de Tessaiga?

— Você conhecia esta garotinha, Sesshoumaru-sama?

Seu corpo sem vida contrastou com a imagem de quando ela sorrira. Sentiu a vibração vinda do punho de Tenseiga, respondendo ao seu desejo inconsciente: Ele queria vê-la sorrir de novo.

Justificando e alegando para si mesmo que era apenas curiosidade, segurou no cabo da espada, encontrando os mensageiros do outro mundo envolta do corpo como abutres.

Sem dar uma resposta a Jaken, ele cortou os mensageiros, agachando-se para a deitar em seu colo. Seu rosto contorceu-se numa inexplicável ternura  quando a face infantil retornou à cor e à vida. Os ferimentos sendo rapidamente curados, e os olhos ónix abrindo e o encarando.

A conexão entre seus olhares fora silenciosa, contudo, intensa. Rin encontrou uma suavidade que para Jaken que seguia seu senhor à anos era apenas inexpressividade. E de alguma forma, Sesshoumaru percebeu a escolha que ela faria a partir daquele instante e não se incomodou com isso.

Erguendo-se perante o espanto de Jaken, retornou à sua jornada, seguindo o caminho por que veio pela floresta; sem dizer nada, Rin seguiu o daiyoukai sendo rapidamente acompanhada pelo pequeno youkai verde.

Sesshoumaru a salvou da escuridão que os humanos a fizeram mergulhar, e que os youkais lobo a sentenciaram. Quem os observasse diria que ambos agiram movidos por gratidão… Por ele a salvar, ela acompanhou-o. Por ela ter cuidado dele, Sesshoumaru concedeu-lhe esse privilégio. No entanto, ao encontrar o olhar do daiyoukai alvo em si, compreendeu o mesmo interesse que ela tivera quando deparara-se com o albino ferido. Não era apenas gratidão, era o início de algo muito maior, um elo fortíssimo, que ela não sabia qual seria.

 Tenseiga, você me fez salvar uma humana.”

Sesshoumaru sentiu a pequena vibração da espada, como alertando-o da falácia de seu pensamento. A espada estava interligada ao coração de seu portador, seus desejos e vontades eram um só. Tenseiga salvou por sua escolha Sesshoumaru, e pelo desejo de seu dono, escolheu também salvar a pequena criança humana.

 

 

Arigato Sesshoumaru-sama, você foi o salvador do meu sorriso.



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