História Who do you lie to? (Imagine Baekhyun) - Lembre-se pt.3

3 anos atrás, ainda no mesmo dia. 

Narradora POV:

- O laço. - Falou Yugyeom, ao fechar o armário da menina com um estrondo assustador. Ele se apoiava no mesmo provocativamente, com um sorriso convencido.

- Aish seu louco! - Gritou, fazendo-o desmanchar a postura. - Você podia ter arrancado o meu dedo! - Ela continuou gritando agressivamente sem olhar para o rapaz a sua frente, estava mais preocupada em verificar se tinha todos os dedos do que dar atenção ao surtado. 

- Ei. - O menino abanou a mão na frente do rosto de (S/N), com um pouco de receio, pensou que talvez ela não tenha escutado o que ele acabou de falar. - S-seu laço. - Tentou insistir novamente, sendo ignorado. Ela tentava verificar varias vezes a própria mão, cochichando números, perdida no seu próprio mundo, o que já estava começando a irritá-lo.  

Subitamente ele agarrou a mão que ela tanto olhava, atraindo o seu olhar, que refletiam a surpresa que ela estava sentindo, que logo se transformou em desconfiança. Ao mesmo tempo que sentia medo dela, ele queria enfrentá-la, queria a ver perdendo todos os muros em sua volta.

- Aqui! - Ele segurou seus dedos e um por um, rapidamente, contando até dez. Ela acompanhava os seus movimentos, assustada pelo seu toque inesperado, mas ficou muda durante o contato e apenas o aceitou. - Está tudo aí, agora o seu laço. - Ele largou bruscamente a sua mão, indicando o uniforme da menina com um aceno de cabeça.

- O quê.. - Ela olhava pasma pra ele. Que mal educado. - Maluco. - Balbuciou, se afastando do menino, o dando as costas.

Yugyeom achou aquilo curioso mas se deteve, pensou em segui-la e insistir, mas não o fez. Ela não ficou eufórica por sua proximidade e por pedir o seu laço acima de tudo, como qualquer menina ficaria, ousou xingar ele. Nunca teve que pedir o laço de alguma menina, ou insistir por isso, as evitava ao máximo e ainda assim era considerado o garoto mais bonito e atraente do colégio. 

A personificação do insuportável, assim pode ser descrito. Já acostumado a receber tudo o que quer, ficava facilmente irritado ao receber um ''não''. Odiava 5 coisas com todas as suas forças. Primeiro : Receber um não; Segundo: Ser ignorado; Terceiro: Ser xingado; Quarto: Ter que pedir por qualquer coisa; Quinto: Meninas sem educação. Afinal não eram o seu tipo ideal, as que fossem grossas ou demonstrasse qualquer resquício de ser agressiva, ele queria meninas fofas, que fariam qualquer coisa por seu namorado. 

- Como ela pode negar me dar esse laço idiota?.. - Falou para si mesmo, estava sem palavras, não acreditava na situação.

Ao observar aquela aluna nova se afastando, alguma coisa tinha mudado em seu interior, não sabia se era movido pelo desafio de acabar com esse orgulho que ela tinha, por ter sido rejeitado, ou só por que a ousadia dela o perturbava. 

Fugia dos seus padrões e dos seus gostos, mas a partir daquele momento, ele estava determinado, a teria. Seu tipo ideal foi mudado para (S/N). 

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O decorrer do dia foi tranquilo, (S/N) conseguia se enturmar com as pessoas por ser uma estudante fácil de se conversar. Ela fazia os outros rirem, atraindo curiosos, que logo se tornaram seus amigos. Gostou da nova escola, de suas recém colegas, que eram gentis e já a convidavam para participar de fã clubes, festas e grupos de estudos. 

Mas o que a intrigava era o comportamento dos alunos, que se transformava, num piscar de olhos, quando os 4 cavaleiros do apocalipse entravam. 

Mino: Inteligente e gentil, diferente de seus amigos, sempre ficava na sua. Jungkook: Precisava apanhar muito ainda, mas era o segundo preferido das garotas. Wonho: Seu amigo era muito popular, mais do que ela esperava, só perdia para ele, Yugyeom.

Ele era o que parecia mandar em tudo, apesar de nunca dizer uma palavra. Era o preferido de todas e dito como o intocável, nenhuma menina poderia namorar com ele, era como um acordo, que todas as garotas da escola entraram em consenso, só era permitido declarações, presentes, ele parecia um idol.

Isso foi o que conseguiu absorver no seu primeiro dia de aula.

Aquilo enojava a menina, não entendia essa hierarquia, para ela, só pareciam uma cópia barata e mal feita do F4, eles não eram tão bonitos como seu querido Lee Minho e nem atraentes. 

- Então, essas são as regras. - Disse a líder da turma, Woo bin, por fim, após um grande discurso, para (S/N). - Você pode dar em cima de qualquer um, menos neles. - Apontou para o grupo que entrava no refeitório, suspirando junto com as outras garotas. 

- Aish, eu já entendi. - Falava sem dar importância, já estava de saco cheio daquela realeza. 

- E como é aluna nova, não ouse tocar. - Ao ouvir esse aviso, ela se encolheu, sentiu o frio passar por sua espinha, a lembrança de bater de manhã no Jungkook a imergiu, estava na mão do infeliz, não sabia se seria pisoteada pelas garotas eufóricas. Mas em sua defesa, não sabia do sistema da escola.- Ou falar. Você pode conquistar isso com o tempo, não se preocupe. - A líder ria com as outras meninas, mas o seu sorriso lentamente se desfez ao ver o grupo mais de perto. - Mas o que diabos aconteceu com o Kook?... 

O fã clube soltou lamúrias conjuntas ao olhar os ferimentos do menino, (S/N) tentava disfarçar, mas não conseguia parar de rir, o estrago que ela havia feito estava imenso. 

Sua ousadia atraiu o olhar de soslaio de Woo bin, sério e ameaçador, fazendo a aluna nova se calar, abaixando a cabeça em resposta.

Naquele momento, só desejava que Jungkook a ignorasse, pois sabia a confusão que ele poderia causar na vida dela, e estava ciente do seu poder. Mas não hesitaria de espancá-lo novamente. 

- (S/N)!! - Gritou Wonho, atraindo a atenção de todos do refeitório. 

- Não não não.. - Sussurrava a garota, tentando se esconder. Todas as meninas começaram a encará-la, surpresas com a nova menina, como se ela devesse explicações. - Er.. Ele é um.. amigo de família. - Disse nervosamente, parecia que seu enterro seria ali mesmo. - Eu nunca toquei nele. - Levantou as mãos, em sinal de paz, o que fez a carranca das meninas se derreter. 

- Se é assim.. tudo bem, devia ter comentado antes, amiga. - Disse a representante, lhe transferindo um olhar falso, e um sorriso cínico, rapidamente, pois começou a se arrumar junto com o seu grupo, os seus ídolos se aproximavam.

Wonho corria em sua direção como uma criança, sendo acompanhado por seus amigos, que o deixavam correr livremente, mas a cena a intrigava, jurava que podia ver Jungkook sorrir por detrás dos machucados ao vê-la.

- Nem fodendo.. 

- Aigoo meninas. - Começou a falar ao se aproximar, e forçar seu aegyo, estava determinado a se vingar de (S/N) ali mesmo. - Olha esses machucados. - Jungkook fingia chorar, mas a olhava o tempo todo.

- Oppa!! Quem fez isso com você? 

- Pode nos dizer, nós vamos matar quem fez isso!!

- Tadinho do Oppa..

- Está doendo? Quer um curativo?? 

- Eu posso cuidar de você!

- Sua louca! Eu que vou!

- Você está aqui a 3 meses, eu estou a 3 anos, eu que vou cuidar do Oppa!

O grupo de meninas gritavam e brigavam entre si, disputando por quem teria a honra de cuidar do garoto, fazendo uma roda ao seu redor, que olhava para a sua agressora satisfeito. 

- Ele só caiu. - Disse Yugyeom com um suspiro, friamente e sem dar importância, como se fosse só mais um assunto banal de seu cotidiano, fazendo todos ficarem em silêncio. 

Kook o olhou atordoado, pedindo por uma explicação, claramente decepcionado, mas não teve resposta, o que foi o suficiente para que ele não continuasse.

- É, só caí. - Disse bruto se afastando grosseiramente das fãs, sua personalidade mudou em poucos segundos e ele as maltratava novamente. 

- Você já comeu? Em? - Insistia Wonho há vários minutos, mas ela só conseguia se concentrar nele, Yugyeom, estava curiosa do porquê dele ter ajudado-a. 

Isso pode ser considerado uma ajuda? Pensou.

- Não foi ele que quase decapitou os meus dedos Wonho? - Perguntou a menina, ainda distraída, secava cada centímetro do menino estranho. - Ele é.. realmente muito bonito. - Sua cabeça pendia na sua mão, em um mania viciosa, estava intrigada, ou atraída?

- Aish! Do que você está falando? Não deve ter comido mesmo, já está delirando, quem decapitou o seu dedo? Todos estão aqui. - Pegou a mão de seu primeiro amor, contando todos delicadamente. 

Mas ela ainda o olhava, e ele também. Aquilo era intenso, por um lado, era cheio de desejo e provocação, a queria, mas por outro, a curiosidade transbordava, queria saber o motivo que movia suas atitudes. 

O lapso foi quebrado quando Wonho a balançou, fazendo sua atenção ir para seu amigo por um segundo, mas quando retornou o olhar, ele não estava mais lá, Yugyeom. 

Ele tinha conseguido com sucesso o primeiro passo, chamar sua atenção. 

- Wonho, por que alguém iria querer esse laço ridículo? - (S/N) perguntou, não estava entendendo a situação. 

Era ele mais cedo? Por que eu não prestei atenção? As perguntas rondavam a cabeça de (S/N).

- O-o que? - Falou exasperado. - Quem pediu? Você não pode dar a ninguém.. a não ser que queira.. claro - Falou rápido demais, e suas bochechas começavam a corar, tropeçando nas palavras. - Mas você pode dar para mim, mas não de para ninguém quando te pedir, aish.. quem te pediu? não que eu queira saber, só estou perguntando por curiosidade.. 

A reação de Wonho preocupou a menina, que continuava sem entender nada, tentando inutilmente esperar o amigo se acalmar. Ele ficava a cada segundo mais tímido e falava mais baixo, irritando-a. 

- Aish! Se recomponha.- Gritou, assustando-o, que a olhava com medo. - Explica direito, o que é esse negócio do laço? É algum código? 

- Eu descobri no meu primeiro dia, após receber 20 laços. É assim, em colégios normais, as meninas dão cartas ou chocolates para declarar o seu amor, mas aqui é diferente, elas dão esse laço. - Ele aponta para o da menina. - Que na minha opinião é anti romântico, acaba com todo o clima, mas basicamente, se você der, significa que você está se doando para pessoa, que ela tem você e o seu amor, somente ela. 

- E por que ele pediria isso pra mim? - Sussurrou. 

- Quem? - Wonho perguntou, mas a menina já se levantava, jogando a comida intocada fora, tinha que saber o que ele queria com aquilo, mas não sabia ao certo o porquê.

- (S/N)! - Gritou Wonho. - Aonde está indo? 

O garoto gritava frustrado, mas era ignorado. 

(S/N) saiu do refeitório, andava apressadamente, não sabia para onde estava indo e nem o que procurava, só queria acabar com aquele sentimento de incomodo que a perturbava. 

Ela andou demais, e não conhecia a escola inteira ainda. Estava perdida, tinha a sensação de que algo a observava, desde quando saiu da cantina, algo frio e implacável, parecia estar em um filme de terror, onde era caçada pelo seu assassino. 

Seu coração estava acelerado, e ela desesperada, andava mais rápido, tentando achar a saída, quando sentiu algo a puxar pela mão. 

Não ousou abrir os olhos, o puxão foi forte e ela tinha certeza que deixaria marca. Não enxergava, mas podia sentir outro corpo próximo do seu. O calor que ele emanava era intenso e deturpava seus sentidos. Ela estava presa na parede, por dois braços que a impediam de sair. 

O perfume masculino adentrou suas narinas, ele era viciante e gostoso, trazendo a ela a vontade de ter mais dessa amostra. 

- Agora que você já descobriu, vai me dar esse laço? - A voz saiu como um sussurro, agredindo seus ouvidos delicados, o seu pior lugar, ela era muito sensível ali, sentia descargas elétricas por todo o seu corpo, e não pensou duas vezes em como devia agir. 

O cheiro era mais forte, tentando confundir os sentidos da garota, o dono desse perfume não media esforços quando se tratava de ser inebriante, mas.. 

- AI! - Gritou o menino ao levar uma cabeçada. - Você é louca? Isso é algum tipo de fetiche? - Gritava com as mãos na cabeça, seu corpo estava curvado por conta da dor, o que deu espaço para ela sair de perto dele. 

- Eu sou a louca? V-você que não devia sair puxando e encurralando as pessoas, seu pervertido! - Ela também gritava, em tom acusatório. - T-tem sorte de eu não ter feito pior! - Gaguejava, mas tentava ser forte e mostrar autoridade. 

O sorriso lascivo se espalhou pelos lábios de Yugyeom, que já se recuperava da pancada, indo em direção a menina. 

Ela tentava se afastar, com passos cegos, ainda sustentando o olhar ameaçador que o menino transbordava. 

Sentiu a parede se chocar nas suas costas, fria e gélida, mostrando que não tinha mais para onde correr. 

Ela podia espancar ele, podia xingá-lo ou correr, mas não o fez, ele prendia ela num lapso sem fim, não conseguia se mover, se sentia submissa aos seus desejos carnais. 

- E o que você vai fazer? - Seu halito ofegante atingiu seu lábios, mas os mesmos não se tocavam, sendo separados por milímetro. - Eu quero experimentar o pior. - Disse baixo, prendendo- a novamente, levando o intimo daquela pobre garota a loucura, que se contorcia e a deixava tonta. 

Sentia as lufadas na sua bochecha, o rosto de Yugyeom se virava calmamente, se aproximando sem qualquer ato brusco, suas mãos alcançaram a sua nuca, a puxando delicadamente, mas em cada toque sutil dele, a luxuria transbordava. Ela não se movia, não conseguia, e algo dentro de si pedia para continuar assim, para se deixar levar e lidar com as consequências depois. 

- Yugy! - Gritou Jungkook se aproximando. 

O casal não se afastou. Yugyeom ainda a segurava e a prendia na parede, conseguia sentir o coração da menina bater mais forte a medida que os passos do amigo se aproximava. 

- Merda.. - Resmungou baixo, sobre o lábio intocável da garota. 

- O-oque você está fazendo aí cara? - Falou se aproximando, mas ao ver que não estava sozinho, ele parou. - Aish, já no primeiro dia? - Ele riu. - E quem é essa daí?

Ele não podia ver a garota, pois seu amigo havia se virado para olhá-lo e tampava o corpo de sua companheira, que se encolhia para não ser vista. 

(S/N) pedia baixo para todos os deuses existentes para livrarem ela daquela situação, jurando que nunca mais se deixaria repetir. Suas pequenas mãos apertavam a blusa de Yugyeom, na área da cintura, não deixaria que o Jungkook a visse, estaria acabada. 

Sentia seu corpo queimar, principalmente suas bochechas, estava com vergonha, uma vergonha imensa que não era capaz de medir, que nunca a havia sentido antes. 

Como vou voltar para a escola depois disso? Pensava.

- Vai vai Jungkook, depois a gente conversa. - Disse Yugyeom, se livrando delicadamente do toque da menina e virando o seu amigo de costas, que tentava teimosamente ver quem era a menina. 

Ao conseguir empurrá-lo até o fim do corredor e convencê-lo que depois conversaria com ele, Yugyeom correu para onde a havia deixado. 

Mas ela não estava mais lá. 

Pensou em procurá-la, ou tentar de novo, mas se privou novamente. O sorriso estampava no seu rosto, estava feliz, estranhamente feliz, e ansioso, queria vê-la novamente. 

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- Por que ele estava agarrado com ela? - Se perguntava Jungkook ao se afastar, depois de muita relutância, de seu amigo. Não entendia por que Yugyeom havia tentado esconder a menina que tinha agredido ele mais cedo.

As perguntas rondavam o seu interior e o deixavam com enxaquecas, não entendia por que estava com ciúmes.