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História Who do you lie to? (Imagine Baekhyun) - Obsessão


Escrita por: WOTTP

Notas do Autor


Olá pessoal, finalmente terminei os vestibulares e agora é só esperar em g-deus haahahahha
Esse capítulo eu tentei focar bastante na pressão social que muitos sofrem só para tentar se enquadrar em um padrão ou grupo de amigos. Nunca se submetam a isso, sejam vocês mesmo, não importa a opinião alheia, mesmo que doa, você é bem mais que isso!!
Boa leitura!!
A letra da música desse capítulo não é literalmente relacionada com ela, e sim o sentido que ela passa, se referindo ao Yugyeom e a S/N.

Atenção !!
Os personagens que irão aparecer ao longo da Fic são maiores de idade e fictícios, não tendo relação nenhuma (somente aparência) com os idols na vida real, eles surgiram com base nas vozes da minha cabeça!! Se você tem alguma restrição a violência, conteúdos +16, por favor, não leia a fic.
Recomendação: Para você ter um melhor aproveitamento da fic, imagine o baekhyun na era Un village, Monster ou obsession, pois ele é muito fofo in real life, não se identificando muito com o personagem no início dessa fanfic.

• Obsession - Exo
Já deram views para essa obra de deus hoje??

Capítulo 5 - Obsessão


Fanfic / Fanfiction Who do you lie to? (Imagine Baekhyun) - Obsessão

(S/N) POV:

Duas semanas já se passaram desde o meu trágico encontro com Yugyeom e desastroso com Baek ou Bacon? Não consegui distinguir direito o que Lucas falava, pois estava confusa com aquela avalanche de acontecimentos que me abalavam, mas também não pude perguntar de novo, não podia demonstrar interesse ou dar pistas do que aconteceu.

Me lembro detalhadamente do dia do bar, por mais irônico que pareça, tentei inutilmente esquecer. Suas mãos quentes me envolvendo novamente, sua voz sutil e ardente ainda me provocam calafrios.

Droga, se fossemos para nos encontrar, que fossem em condições melhores que essa, Baek.

A luz da manhã ainda não se espalhou pelo meu quarto. Os dias começam mais tarde, estimulando minha sonolência e vontade de não sair da cama, mas preciso, hoje é o meu primeiro dia na faculdade.
Contemplo o meu gato dormindo preguiçosamente aos meus pés, seu pelo felpudo branco se assemelha com um travesseiro, o deixando gordinho.

Fico ansiosa conforme os segundo se esvaem do meu domínio e me instigam a experimentar mais um dia. Inseguranças como se irei fazer algum amigo transbordam nos meus pensamentos, já que o Lucas cursa Línguas estrangeiras.

Está tudo bem. Mentalizo. Não estamos mais no ensino médio, lá ninguém sabe o que aconteceu e ele não estará lá. Preciso me confortar, se eu não fizer isso, quem fará?

- Eu preciso bater em alguém? ... Você está bem? ...

O diálogo com ele surge na minha cabeça, fazendo meu coração bater mais rápido, me afogando na cena extasiante novamente. Sinto falta dele.

Agora sim eu posso receber um atestado de louca.

- Aish! Força! - Grito tentando esquecer o efeito que ele causa em mim.

Me levanto em um pulo, tirando todas as cobertas que isolam o frio do meu corpo.

- Tenho que vestir algo bonito? - A dúvida me preocupa, a memória do Lucas me chamando de feia me incomoda por um segundo.

Sei que ele só estava brincando, sei que realmente fiquei sem me cuidar durante esses meses. Mas eu só estou indo para a aula. Minha cabeça começa a doer, fico indecisa. Não preciso me arrumar tanto assim. 

Meu cabelos são medianos no momento, castanho escuro, faço um pequeno e baixo rabo de cavalo nos fios de cima, deixando o restante solto. Brincos simples são os escolhidos do dia, junto com a minha pulseira fina e sem detalhes.

- Tá, está bom assim. - Me analiso. - Não está tão frio hoje, então um moletom? ... Aish, ele é muito simples, mas não quero chamar atenção também. - Falo sozinha tentando inutilmente escolher uma roupa.

Nunca me preocupei com essas coisas simplistas, mas hoje eu quero me sentir bonita.

Por fim escolho meu macacão jeans e uma blusa preta de mangas longas estilo cropped por baixo, junto com o meu coturno.

A roupa deixa minhas pernas grossas a mostra, algo que sempre me orgulhei, mesmo não estando dentro dos padrões coreanos. Eu amo meu corpo, isso que importa.

Procuro meu celular para ligar para o meu motorista particular, já que eu não dirijo.

- Lucas? Meu honconguês preferido!! - Falo forçando minha voz fofa.

- Honconguês? Sério (S/N)? Você está se superando, o que quer agora? - Pergunta Lucas com sua primeira voz da manhã, rouca e estranhamente sexy.

-  Aigoo! Me busca? Por favorzinho..
Silêncio é minha resposta, por longo tempo. - LUCAS! - Grito. - Você dormiu mesmo? LUCAS!

- AISH! Para que gritar tanto? Que saco. - Ele murmura para si mesmo, mas consigo escutar. - Vou passar ai em 5 minutos, se você não estiver ai fora, eu te deixo.

- Obrigada, te amo mil vezes! - Rio animada, não vou precisar andar hoje.

- Não devia brincar com esse tipo de coisa. - Lucas murmura novamente.

- O quê? 

- Nada, tchau. 

A ligação desliga, fico confusa por alguns segundos mas decido deixar de lado, ele só está sonolento.

Desço as escadas da mansão rapidamente para não ter que encontrar Mi Sun, mas a mesma me espera na porta da sala de estar.

- Bom dia meu sol! Venha comer, eu mesma preparei o seu café da manhã, está ansiosa para o primeiro dia? - Ela pergunta com a voz baixa e suave, vindo na minha direção com um sorriso doce.

Olho para o celular e vejo o dia, hoje é depositado a pensão por morte que recebo dos meus pais, por isso ela está boa comigo.

- Não vou tirar o dinheiro, já te falei que eu não uso ele.

Por mais agressiva que seja minha resposta e imprudente, já que ela só me ofereceu um café da manhã, eu a jogo.

- Praga. - Sibila minha tia voltando ao seu estado normal.

- Tchau tia. - Faço uma reverência e me dirijo para a porta, esperando o Lucas do lado de fora.

A visão ao entrar no carro me surpreende. Meu melhor amigo está com uma faixa que prende seu cabelo, mas ela tem orelhas, de urso. A roupa que molda seu corpo é no mínimo vergonhosa, ele está de pijama com vários símbolos do Twice, seu grupo favorito.

Fico perplexa e não consigo falar nada, explodo em risadas, tentando cobrir minha boca para não piorar a situação.

Seu olhar cínico e com sono se estaciona em mim, me encarando sério.

- Desce do carro. - Sua voz saí sem expressão, a não ser pela raiva iminente e ele desliga o carro.

Ignoro-o e coloco o cinto, ainda rindo da situação. Viro o rosto para encarar meu amigo, formando uma linha fina com a boca para prender o riso. Olheiras marcam o seu rosto mas o que me chama atenção é o tecido fofo e caro de sua calça que me faz instintivamente esticar a mão para tocá-lo.

Lucas joga o seu corpo contra a porta, envolvendo seu corpo com os braços, assustado.

- Aish pervertida, o que você está fazendo? Aqui? Agora? Eu não estou pronto ainda, vai ter que esperar mais e eu prefiro um quarto. - Lucas joga as palavras contra mim rapidamente enquanto passa a mão pelo corpo o protegendo.

Reviro os olhos.

- Você me cansa. - Rio mais. - Mas qual é dessa roupa?

Lucas liga o carro novamente e gira o volante de forma sexy para sair do lugar que estacionou, as veias de sua mão marcar conforme ele faz pressão no volante.

Espera. Desde quando girar o volante é sexy? Deus me guarde.

- Minha aula só começa as 11, vou te deixar e voltar a dormir. - Ele responde sem me olhar.

- Você não vai para a aula geral? Todos os cursos vão estar lá. - Pergunto, claramente preocupada por ter que ficar sozinha.

- Aish, não. Isso é bobeira, eu volto depois.

- Se você tivesse me avisado antes, não te daria o trabalho de me levar agora. - Falo envergonhada por incomodá-lo

O sinal vermelho nos para e seus olhos encontram os meus.

- Eu não me importo, sabe que sempre estarei aqui por você. - Suas palavras fazem meu coração palpitar, sinto meu rosto esquentar.

Transfiro um tapa em seu ombro para quebrar o gelo que se instalou.

- Anda logo, o sinal abriu. - Falo rindo e viro o rosto para admirar a paisagem, mas ainda sinto seu olhar me queimar.

- É, já vou.

Não falamos mais nada durante o percurso. O carro estaciona na frente da grande universidade e sinto as pessoas olhando.

- Por que tinha que ser um carro tão extravagante Lucas? Aish.. - Fico com vergonha de sair do carro, pode parecer bobeira, mas não quero olhares sobre mim, não me sinto confortável.

- Eu venho as 11, não se preocupe. - Lucas se estica e deposita um beijo casto na minha bochecha. - Vai dar tudo certo, me liga se precisar de qualquer coisa, mesmo se não precisar, eu venho na hora.

Seu rosto comporta um sorriso carinhoso e seus olhos refletem sua alma doce. 

Seu beijo inesperado e incomum me surpreende, mas não me incomoda, me trazendo animação e confiança de que tudo vai dar certo.

Tem que dar.

- Tem certeza que não namoramos? - Rio brincando com ele. - Te ligo sim, namorado. - Mando um beijo para ele, descendo do carro. Vejo seu último sorriso antes de fechar a porta. Assisto o carro ir embora e entro no grande prédio, ansiosa e com bolhas no estômago.

Que dê tudo certo.

Baekhyun POV: 

Estar na Coréia realmente me faz feliz, mas ter que voltar a estudar acaba comigo.

Durante essas duas semanas só consegui pensar nela. Poder ver ela novamente foi como um sonho para mim, mas eu tinha tantas perguntas e não pude fazer nenhuma.

Queria saber sua relação com Yugyeom, o porquê do Jungkook a odiar tanto, e o principal, o motivo pelo qual ela tanto chora, queria poder cuidar dela e não sei o porquê desse sentimento, mas me dói toda vez que ela chora, e só nos encontramos duas vezes. 

A única pista que tive foi o seu nome, gritado pela boca do Lucas, e que para o meu azar, era o Lucas da minha infância e eu o conhecia. 

Queria saber o motivo por trás desse cuidado excessivo que vi que ambos dividiam, se o Lucas ainda me odeia pelo bullying que eu não impedi ele de sofrer.

Essas perguntas rondam a minha cabeça e me torturam, me deixando aflito a cada dia que passa.

Saio com os meus amigos durante a noite, nossos encontros se revezam entre a casa do Wonho e bares cheio de garotas desconhecidas. Mas sei que alguma coisa está errada, o clima não é o mesmo, ninguém cita a (S/N), Mino sempre demonstra estar desconfortável, Wonho nos acompanha poucas vezes, e todas as noites acabam do mesmo jeito, cada um escolhe uma garota ou bebem até dormir.

Acordei cedo e já vim para a faculdade com o Mino, já que os meninos iriam vir separados. Estar aqui logo cedo é horrível, está cheio de pessoas e a aula será para todos os alunos de todos os cursos, que entraram na faculdade esse ano, mas Mino insistiu em ver essa maldita aula geral.

O prédio é grande e aparenta ser antigo, por conta de seus detalhes arcaicos de madeira, mas essa é a melhor faculdade da região e eu tive sorte de poder entrar com as minhas notas. O corredor está lotado de estudantes, mas Mino consegue ver Yugy e Jungkook de longe e me puxa para ir de encontro com eles. 

Continuo olhando para o meio da multidão enquanto caminho entre as pessoas com meu amigo para encontrar os outros, não achando nada de interessante.

- Aquela é a sala, acabei de confirmar. - Diz Jungkook olhando um papel com horários na sua mão. - Temos que entrar agora ou não vamos pegar lugar.

- Você sabe sobre o que vai ser essa aula geral kook? - Mino pergunta. 

- Hm, é alguma coisa sobre sociologia, mas engloba todos os assuntos, pelo que eu entendi é uma aula interativa, que vai convidar alunos de diversos cursos para falar sobre temas aleatórios propostos na hora, tipo aquelas provas orais que a gente fazia no colégio, eu não entendo a necessidade disso, mas vou dormir o tempo todo mesmo. - Jungkook ri e mostra o travesseiro que trouxe na sua bolsa, fazendo todos rirem.

- Vamos esperar diminuir a passagem na porta. - Yugyeom fala pela primeira vez.

Todos concordam e ficamos parados, literalmente, no meio do corredor, esperando o tumulto diminuir. Continuo olhando as pessoas que passam, todas parecem iguais, algumas riem com seus amigos, outras estão sozinhas. 

Meu olhar se prende a uma menina, que me encara de volta, seu rosto está vermelho e ela não desvia o olhar por nenhum segundo. É ela. (S/N). 

Não sei por quanto tempo continuamos a nos olhar, estáticos, mas assim que me dou conta de que a achei novamente, meu corpo se move na sua direção e eu tento atravessar a multidão para ir em seu encontro. 

Essa é a terceira vez que nos encontramos, e se isso não é um sinal de todos os seres divinos, eu não sei o que é, preciso chegar até ela.

Os corpos da multidão me impede de chegar mais rápido até ela, mas o que me para é o puxão que recebo no meu braço. 

Mino novamente, que cara chato.

- Não Baek, temos que entrar agora. - Seu olhar transborda agonia e preocupação.

- Mas..

-Vamos. - Diz Mino me puxando com mais força em direção a sala. Me rendo a sua pressa e o sigo, perdendo o contato visual com ela. 

Yugyeom POV: Minutos mais cedo. 

- Você tem certeza que deseja ir para essa faculdade Yugy? A Omma poderia te mandar para o exterior, você conheceria pessoas novas, e já poderia começar a administrar a empresa meu amor. - Fala Omma colocando café na minha xícara enquanto alisa meu braço.

Sou rico, tenho uma empresa para herdar e pais extremamente atenciosos, que me proporcionam de tudo, todo amor, riqueza e afeto que alguém poderia ter. 

Mas não posso ir embora enquanto ela continua aqui, não posso permitir deixá-la sozinha ou que se apaixone por alguém.

- Eu tenho certeza, Omma. Essa faculdade é a melhor de Seul e eu não quero ir para longe tão cedo. - Falo sem ligar muito, para poder encerrar o assunto logo. - Enfim, tenho que ir, preciso buscar o Jungkook.

Me levanto deixando todo o café da manhã intocável, que foi preparado para mim.

- Mas você nem comeu ainda.. - Omma se levanta tentando me fazer ficar.

- Eu volto de tarde, até mais. - Me afasto e vou em direção ao meu carro.

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- Ela está aqui, não é? - Pergunta Jungkook sem me olhar, enquanto entramos no prédio em busca dos nossos amigos. - Não existe outro motivo para estarmos aqui a essa hora.

Paro no meio do corredor e encaro meu amigo que continua a andar sem perceber que não o estou acompanhando. Quando ele nota, corre em minha direção novamente.

- O quê? - Pergunta me encarando.

- Já falei para não falar mais sobre isso Jungkook. - Continuo a andar até parar próximo a entrada, na intenção de que eu possa vê-la quando chegar.

Os meninos chegam e começam a conversar entre si, mas não dou muita importância, pois o assunto não me interessa, estou a sua procura.

Sinto que há alguém olhando, calafrios percorrem o meu corpo me deixando aflito, mas não acho quem é o culpado por essa sensação, há pessoas de mais aqui. 

Estico a minha cabeça disfarçadamente para olhar as pessoas que passam, e como se fosse um imã, sou atraído pela sua áurea e a encontro. 

Ela está com seu macacão e o penteado que costumava usar na escola durante o colegial, suas bochechas estão levemente coradas e seu olhar se dirige a mim, por muito tempo.

Sorrio satisfeito, ela me olha e eu aceno para ela, apontando com a cabeça para nos encontrarmos no final do corredor.

Eu venci novamente. 

Mas ela não retribui o aceno e continua me olhando, me deixando extremamente envergonhado, sei que sou atraente, mas não é para tanto. Passo a mão pelo cabelo e sorrio lascivo, ela está completamente apaixonada por mim.

Ela está..

Ela..

Ela está olhando para mim? 

Viro o meu pescoço e vejo que alguém atrás de mim compartilha o mesmo olhar. Byun Baek-hyun. Ele também esta olhando para ela, e ela para ele. O ódio, fúria, e todos os sentimentos possíveis de se sentirem dominam o meu ser. Minha respiração começa a ficar ofegante e preciso pressionar a mão para controlar a raiva. 

Sinto ardência nos meus olhos, mas não é vontade de chorar, é ódio no seu estado mais puro. Ele começa a andar em direção a ela e eu percebo o que está acontecendo. 

Não foi só o encontro no bar, eles se conheceram antes, mas eu não sei como. Tirando o Lucas, eu sempre controlei todos que estavam a sua volta, alguma coisa está acontecendo e eu não vou aceitar isso.

Mino o para, seu olhar se reveza entre mim e Baekhyun, e ele sorri amarelo para mim enquanto puxa Baek para a sala. Ele sabe de tudo, sabe seu limite e sabe o que eu faria se Baekhyun chegasse até ela.

A olho novamente e vejo a frustração clara no seu rosto, e isso acaba comigo.

O ciúmes obsessivo não passa, só se aprimora. 

(S/N) POV: 

Eu o encontrei novamente. 

Não acredito no que está diante dos meus olhos, ele está aqui. Eu achei que a faculdade seria um recomeço, conheceria pessoas novas e poderia viver bem. Mas ele está aqui.

Isso não é um sinal claro de que ele é o meu recomeço? Óbvio que sim, por qual mais motivo nos reencontraríamos pela terceira vez? 

Ele ainda não me viu, e eu não tenho certeza dos meus sentimentos, mas acho que quero tentar, ele foi muito bom para mim na outra noite, e tenho que agradecer e me desculpar ao mesmo tempo por tudo o que aconteceu com o Lucas. 

A ansiedade e felicidade me dominam, continuo olhando para ele para ver se nossos olhos se encontram, mas estou com vergonha também, ele está tão lindo. Em nenhum dos nosso encontros pude reparar por tanto tempo nele como estou fazendo agora.

Seu cabelo é cinza e tem o rosto fino, o jeito que ri me faz sorrir também, e eu não sei o por quê, só sei que tenho vontade de rir e estar com ele, de o conhecer mais. Essa vontade e esperança iluminam o meu dia e eu vejo que tudo está para melhorar.

Ele finalmente me olha, e se prende a mim, mas não sorri e nem demonstra qualquer sentimento pela sua expressão.

Isso me entristece. Seu olhar não é desviado, mas não vem até mim. 

Baekhyun vira o rosto para Mino,

Mino..

Noto quem o acompanha, detalhe que não tinha importância para mim antes, só ele importava segundos atrás. 

O que vejo estimula o aviso do Lucas na minha cabeça, quem ele é e com quem ele anda. Ele está com Yugyeom e os outros meninos.

Seu grupo começa a andar em direção a sala de aula e perco o contato visual com ele, ficando sozinha novamente. A decepção e frustração me nocauteiam.

Por que ele viria falar comigo mesmo? Não temos assunto e nem somos amigos, está tudo bem. Aperto a alça da minha bolsa com mais força.

Tento pela segunda vez no dia me confortar e lidar com as esperanças destruídas. Meu sentimento parece infantil, ele só não me cumprimentou.

Mas.. eu queria que ele fizesse isso, e isso importa para mim.

Entro na sala e observo a multidão, tentando o encontrar novamente, para poder me afastar e encontro seu grupo no fundo da sala.

Obrigada Buda, Deus, por não fazer eles sentarem na frente. 

Vou em direção a única cadeira vaga, ao lado de um moço que aparenta ser alto e usa óculos, mas é extremamente atraente, seus ombros são largos e ele transborda elegância.

Será que sou eu que sou pervertida ou todo mundo aqui é muito bonito assim mesmo? 

Me animo com a minha companhia ao lado. 

Talvez seja assim na faculdade.. 

- Tem alguém sentado aqui? - Pergunto para o moço de óculos.

- Ah, pode sentar. - Ele sorri para mim enquanto eu me sento. - Está ansiosa? Fiquei sabendo que vai ser uma aula interativa, odeio falar, ainda mais na frente dos outros. 

Ele começa uma conversa e me surpreende com a velocidade que fala, tudo que eu posso fazer é sorrir.

 - Meu deus, desculpa, eu comecei a falar assim do nada. - Ele ri mais. - Eu sou o Mingyu, curso Química, prazer. - Ele abre um sorriso para mim que me derrete. 

Ele é meu tipo, com certeza, se não era antes, eu atualizei meu tipo ideal, e se caracteriza por ''Mingyu".

É, minhas dúvidas acharam sua maldita resposta agora, eu sou uma pervertida. 

- Tudo bem. - Rio. - Me chamo (S/N), curso Química e também odeio apresentar qualquer coisa, espero que deus nos poupe disso. 

Mingyu ri, mas paramos de conversar quando o professor entra na sala.

Yugyeom POV: 

- Isso vai funcionar como um debate, onde os alunos escolhidos falarão sobre um tema e a platéia tem total liberdade de fazer perguntas. - Fala o professor baixo de cabelos grisalhos. - Meu nome é Kim Seong su e sou professor de biologia. Bom, vamos começar.

Observo-a rir com o moço ao seu lado, o que só piora o meu estado. Minhas mãos treme e sinto meus olhos pesarem a medida que a aula continua.

- Quem será o escolhido para começar o debate? Preciso de alguém para falar brevemente sobre o assunto e depois começamos a debater.

O Professor olha uma pauta com o que eu acho ser a nota dos alunos, os mesmo abaixam a cabeça ou desviam o olhar.

 - (S/N)? Está aqui?

O silêncio se propaga pela sala e meu coração palpita, a vejo colocar a mão na testa e levantar calmamente o braço, sei que vai ser uma tortura para ela.

- (S/N)? - Grita novamente o professor.

- Aqui. - Sua voz soa como um sussurro.

- Aish! Venha, venha! - O Sr. Kim se digire até a carteira a puxando pela mão. - Não precisa ter vergonha, você tem as melhores notas de todos esses idiotas aí. - O professor ri ao gesticular para a sala e é vaiado pelos demais alunos. - O seu tema é fácil, relacionado a biologia, você irá falar sobre DSTs, simples, pode começar. 

O professor se senta na sua carteira após levar (S/N) ao palco perto da lousa, Jungkook resolve acordar de seu cochilo e assistir a aula.

- Bom.. Meu nome é (S/N). - Ela fala entre pausas ao olhar o chão. - As Doenças Sexualmente Transmissíveis, são causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual..

- Parece que você sabe bastante disso. - Finjo cochichar, mas minha intenção é atrair a atenção de todos, sei que minha atitude é infantil, mas estou com raiva dela, e consigo o olhar de todos, inclusive o dela, que caem sobre mim. 

- Você tem alguma observação que queira compartilhar com a sala? - O professor se dirige para mim, olhando sobre o óculos, mas não respondo. - Pode continuar (S/N).

Jungkook sorri com a minha iniciativa e eu retribuo, mostrando para ele que pode começar. Mino abaixa a cabeça e suspira, enquanto Baekhyun demonstra estar perdido.

- Por que não compartilha suas experiências sexuais com a gente (S/N)? - Jungkook grita e os olhos dela se arregalam, consigo ver o constrangimento pelos detrás deles, que estão prestes a transbordar.

Gostou de sentir essa sensação? É a mesma que você me deu hoje cedo.

Me afundo a cada respiração.

- Me contaram que você é bem experiente em! Nos dê os detalhes, eu imploro. - Continua Jungkook atraindo o olhar de todos, que revezam entre nós e (S/N).

Vejo Baekhyun de soslaio cochichando com o Mino, desesperado, perguntando o que está acontecendo, se ninguém vai nos parar.

Viro o rosto e encaro Mino, que não responde Baek e só abaixa a cabeça, mandando-o ficar quieto.

- Você não está mais nos EUA Hyun. - Falo sem olhar diretamente para ele, com a respiração curta.

- O quê? - Ele pergunta sem voz.

- Sabe, aquilo que aconteceu no final do ano passado, em setembro? Ou em agosto Yugy? - Ele se vira para mim e dou de ombros.

- Aigoo, não lembro, teve tantas.. 

Faço minha melhor expressão de dúvida e finjo pensar. Sei que estou sendo extremamente babaca, isso me corroí por dentro, e sei que nunca vou ter ela se continuar assim, mas posso concerta isso depois, o importante é afastar todos dela e esse é o melhor momento.

- Desculpa interromper professor, mas acredito que essa discussão não tem fundamento algum.

O homem que sentava ao lado dela se levanta e nos interrompe, ele nos olha com desprezo e continua a falar. 

- Por favor, paute outro assunto.

- S-sim, claro. Pode se sentar (S/N), vamos terminar aqui por hoje, muito obrigada pela colaboração.

Vejo-a olhar fixamente para Baek novamente e morder a bloca aflita, antes de se sentar perto do rapaz, que lhe dá um sorriso e indica para ela sentar ao seu lado.

O sinal bate.

(S/N) POV:

- Você vai para o almoço agora? -

Mingyu me pergunta, me acordando do torpor intenso e doloroso em que eu estava.

Lágrimas brotam nos meus olhos, tudo que eu pensei que iria me livrar na faculdade, retornou igual no colégio, e da pior maneira possível. Na frente de todos os estudantes, fui humilhada, novamente. 

Sei que não posso chorar, mas estou com raiva, raiva por não ter falado nada, por ter me limitado a um estado de choque ridículo, que me incapacitou de abrir a boca, ou me mexer.

O que mais me machuca, é ter tudo comprovado. Por mais que ele não tenha falado nada, ele foi complacente, não me ajudou em nenhum momento ou parou seus amigos. 

Por que me importo tanto com o que o Baek faz ou deixa de fazer? Por que espero tanto dele? 

- (S/N)? - Mingyu me cutuca, me fazendo pular. - Aigoo, desculpa ter te tocado, é que você está com essa carinha. - Ele gesticula na frente do próprio rosto. - Você quer almoçar comigo? 

- Aish, me desculpe. - Finalmente consigo enxergar as coisas normalmente, o bolo na minha garganta por causa do choro se dissipa. - Obrigada por não perguntar sobre o que aconteceu, e por acima de tudo me ajudar. - Suspiro. - Vamos almoçar juntos sim, podemos esperar até que todo mundo saia da sala? Está muito tumultuado.

- Claro! - Ele me presenteia com um sorriso imenso, semelhante ao de mais cedo, o que me faz sorrir também.

Talvez a faculdade não seja tão ruim assim. Penso enquanto me recomponho.

A sala se esvazia aos poucos, mas mantenho uma conversa simples com Mingyu, sobre coisas do curso que iremos fazer juntos, pois sei que eles irão passar e eu não quero ter que vê-los, o clube do inferno.

- Vamos? - Pergunto para o meu mais novo amigo, que me acompanha se levantando. Mas a cena me surpreende, olho para o fundo da sala e eles ainda estão lá.

Yugyeom está com os braços cruzados e olha ameaçadoramente para nós, nos analisando.

Ridículo. 

Sei que tudo isso foi ideia dele ou do Jungkook. Não sei xingar e em situações que se constituem com muitas pessoas, eu congelo. Não sei brigar também, sou uma barata do mar, mas sei mostrar o dedo do meio, por mais simples que essa ofensa seja

 E faço. Mostro para Jungkook que se levanta e bate a mão na carteira. 

Não preciso de uma plateia como ele para ofender alguém.

 Vejo Yugyeom segurá-lo pelo braço, fazendo-o sentar novamente. Viro para Mingyu e o acompanho para fora da sala. 

O corredor está lotado, mas consigo ver a figura reluzente no final dele. Ele atrai a atenção de todos a sua volta por sua beleza e carisma, mas parece preocupado procurando por algo. Ele não está mais de pijama, e sim com uma roupa estilosa, que molda seu corpo, Lucas.

Ele me vê e vem correndo na minha direção, empurrando a todos e soltando pedidos de desculpas aleatórios. 

- (S/N)!!! AMOR DA MINHA VIDA!! - Ele grita e todos nos olham e desaprovam seu comportamento escandaloso, sinto meu corpo esquentar pela vergonha.

Abaixo a cabeça e vou para atrás de Mingyu, para não ver Lucas chegando. Ele abaixa a cabeça em um ato que presumo ser de preocupado e a coça.

- Você está bem? - Sua atitude me deixa curiosa e relo no seu braço ao falar, meu toque o assusta fazendo-o se afastar.

- E-er, eu só.. É que.. Você namora com ele? - Ele me pergunta, mas não me olha. Sua altura é muito maior que a minha, mas a pergunta constrangedora o diminui, dando aparência pueril para ele.

Rio com a situação, o que o deixa extremamente sem graça.
- Ele é meu melhor amigo. - Cubro a boca com a mão conforme Mingyu pragueja baixinho, tímido.

- E você? Quem é? - Lucas pergunta sem fôlego se aproximando de mim, com a mão no peito. - Eu juro que não ia me atrasar, desculpa (S/N), eu dormi demais.

Grupos de pessoas passam ao nosso lado, uns cochicham com a mão na boca enquanto me olham, outros riem.

- YA! - Lucas grita para as meninas que passam, claramente ofendido, as assustando. - O que está acontecendo? - Ele pergunta virando para mim.

- Lucas, são só pessoas rindo, o que você está fazendo? - Respondo na tentativa de não atrair mais de suas paranoias.

- Pessoas rindo e olhando para cá, ainda acha que consegue mentir para mim? Estou vendo todos cochicharem de longe, o que você fez? 

Não consigo fugir de seu temperamento protetor e impulsivo.

- É que eu que tive que participar da aula interativa, deve ser por isso, fiquei com vergonha lá na frente. - Rio para tranquilizá-lo. - Você me conhece, sabe que não sou tanto de interagir.

- Isso é mentira. - Mingyu nos lembra que ainda está presente. - Você não precisa ter vergonha de ter sido intimidada por aqueles babacas, você não está errada.

Lucas observa-o falar e eu abaixo a cabeça calmamente, desejando bater no meu novo amigo.

- Não foi bem isso, né Mingyu? - Tento indicar na minha fala uma súplica para que ele concorde comigo e esqueça esse ocorrido.

- Foi aquele cara ali? - Lucas me ignora e conversa com Mingyu, apontando para Yugyeom, no meio do grupo que saia da sala de aula. - Como ele intimidou ela? 

- Lucas, por favor.. - Tento conversar com ele.

- Depois eu me resolvo com você. - Ele finalmente me olha e vejo raiva transbordar pela sua respiração acelerada e olhos arregalados.

- Fazendo perguntas sexuais sem sentido algu.. - Mingyu esbraveja, mas Lucas não espera ele terminar e sai em direção a Yugyeom.

Meu coração acelera e eu chamo por meu amigo, que me ignora e continua a andar em direção ao grupo. 

Vejo a cena decorrer em câmera lenta.

Lucas grita xingando o Yugyeom que estava de costas, indo em direção a saída, puxando-o pela sua bolsa. Sua mão fecha lentamente no formato de um soco e acerta no rosto de Yugy, o desequilibrando.

Jungkook, seu cão de guarda, é o primeiro a reagir e parte para cima de Lucas, o derrubando e transferindo socos compulsivos. E do nada eu estou aqui, puxando o Lucas enquanto Mingyu tenta tirar Jungkook de cima dele. 

Yugyeom continua entorpecido, esfregando a mão no rosto, apoiado por Mino e Baek, que ficam sem reação. Jeon realmente tem um força magnífica, pois continua agredindo-o mesmo com a intervenção de Mingyu.

- Para! Ele não está mais reagindo! - Grito implorando para Jungkook parar de agredir meu amigo que se encontra no chão, ensanguentado. Mas sou ignorada.

Lucas não responde mais e eu não sei o que fazer.

Jogo meu corpo por cima do seu, na tentativa de ajudá-lo, mas sou atingida na maçã do rosto por Jungkook. A dor lateja por cada centímetro do meu rosto e sinto uma filete de sangue escorrer pela minha bochecha.

- SEU IDIOTA! - Yugyeom intervém, empurrando seu amigo para longe. - Você está bem (S/N)? - Suas mãos tremulas encontram o meu rosto e seu polegar direito limpa o sangue que escorre. Empurro sua mão para longe.

- Mingyu, me ajuda com o Lucas. - Ignoro Yugyeom e tento inutilmente levantar o dorso do meu melhor amigo impulsivo e idiota, que não agride uma mosca, mas se envolveu nessa briga babaca.

Mingyu vem em minha direção e levanta o corpo semi acordado do meu amigo.

Ótimo primeiro dia na faculdade. 

Tento ajudá-lo, mas ele dispensa a minha ajuda e carrega Lucas para a enfermaria. Pego minha bolsa caída aos pés dos nossos telespectadores e saio pelo corredor.

Yugyeom tenta me segurar, mas empurro sua mão, o deixando parado no meio da multidão. Não vejo Baek, somente Mino que fica ao lado de Yugy. 

Ótimo, pelo menos ele não viu mais esse show de horror. 

Estou com raiva, minha pele queima e o corte grita em ardência. Estou suada por conta da confusão, tirando o pouco de pó que resolvi passar no início da aula, estou andando desorientada pelos corredores, só quero sair dos centro das atenções.

Me deparo no meio de um setor desativado da faculdade e sinto uma mão me puxar para dentro de uma das salas escuras. 

O medo corre por minhas veias e não enxergo nada, somente o breu que me abraça e me preenche.

- Nossos encontros são realmente desastrosos. - Sua voz calma e rouca sussurra contra o meu rosto machucado e consigo sentir sua respiração pesada e seu cheiro excitante.

Baekhyun. 

Ele liga a lanterna do seu celular no seu rosto, igual aos filmes de terror e me assusto com a cena. Ele ri gostosamente.

- Desculpa pelo lugar, pensei que você iria querer ficar sozinha em uma hora dessas. - Ele ainda está próximo demais de mim no micro armário que estamos, que acredito ser de limpeza, pois sinto uma vassoura em minha coxa e o cheiro intoxicante de desinfetante impregna em meu nariz.

- Isso não é exatamente sozinha.. - Murmuro.

- Aigoo, eu sei. É que eu não podia te deixar nesse estado. - Ele aponta para o meu rosto. - Desculpa não ter feito nada, é que eu entro em estado de choque nessas situações e viro um total inútil.

- Tudo bem, não tem importância. - Sorrio.

Por que eu estou consolando ele quando sou quem está machucada? 

- Aqui, segura. - Ele joga seu celular em minhas mãos e agacha, fazendo seu cabelo roçar pelas minhas pernas nuas, me causando intensos calafrios. 

Ele se levanta novamente, mas o sorrio se desfaz do seu rosto.

- Aigoo, por que está com essa carinha? Está doendo muito? Calma, eu vou cuidar de você. - Ele sorri carinhosamente e coloca os fios de cabelo que escaparam do meu penteado atrás da minha orelha, sei que estou corada, por mais que ele não veja.

E não Baekhyun, não está doendo, este é o poder que você tem sobre mim, você me fomenta todos os tipos de pensamentos.

Uma caixinha mal iluminada pela lanterna do seu celular surge em suas mãos, com mini unicórnios e o nome ''byun'' talhado nela. 

Ele retira lenços e se aproxima mais do meu rosto, ficando a milímetros de distância.

Podia facilmente sentir o gosto dele agora. 

O desejo me abate, mas me controlo, transpirando por conta da intensa necessidade.

Ele levemente limpa o meu corte superficial e tenta colocar uma band-aid.

- Você poderia levantar mais um pouco o celular? Não consigo enxergar direito. - Faço como pedido e ele conclui seu trabalho. - Aigoo, consegui. Bem melhor agora, né? 

Seus olhos caem sobre o meu, que estão fixados no seus. Devo estar parecendo uma idiota agora. O silêncio nos domina novamente. 

É agora.

A sensação de beijá-lo de novo retorna para o meu intimo e já posso senti-lo sem ao menos tocá-lo.

- Você não sabe como está assustadora agora. - Ele ri, quebrando qualquer esperança minha. - Sabe, parecendo aqueles filmes de terror. - Sua mão acompanha seu riso, com gestos na frente no seu rosto.

Isso só pode ser uma piada. Estou extremamente chocada. 

- Não precisa fazer essa carinha. - Ele gargalha. - Continua lindinha mesmo assim. - Sua mão afaga o topo da minha cabeça e eu me sinto uma criança.

Estou em um drama coreano? Finalmente vivendo meu romance de princesa?

A ideia anima meu coração e sorrio.

- É, hm, eu tenho que ir agora. - Falo entre sorrisos. - Obrigada por isso aqui. - Aponto para o meu rosto e entrego seu celular. - Ah, eu amei a caixinha. - Pisco para ele antes de me espremer para sair da salinha. 

Sua mão segura o meu pulso, me fazendo parar e olha-lo.

- Se cuida viu? - Ele me olha sério, como se me ditasse uma ordem.

- Eu vou. - Concordo sem pestanejar e saio da sala.

-----

Entro no refeitório com dores na barriga, a fome já consumiu todo o meu ser e estou só o pó. Minha sorte é que a faculdade é grande e os boatos sobre a aula desastrosa e a briga não se espalharam, pelo menos isso.

Encho minha bandeja com tudo o que vejo na frente e conforme sobra espaço nela.

Não ligo, eu que estou pagando. 

Avisto o Mingyu de longe, mas não sei se devo me sentar com ele, não quero prejudicá-lo ainda mais, só esteve comigo por uma hora e já sofreu tudo.

Decido me sentar na mesa mais próxima, lhe dando um sorriso amarelo quando seus olhos encontram o meu. Mas sua atitude me surpreende, vejo-o pegar sua bandeja intocada e seguir na minha direção.

- Estava te esperando para comer, você tinha prometido almoçar comigo. - Ele inclina o rosto e sorri, formando linhas finas com os seus olhos. - Eu te vi de longe, não ia sentar comigo né? 

- Estou com a consiciência pesada. - Sorrio cabisbaixa. - Não queria te causar mais problemas.

Sua expressão se torna fria e séria.

 - Quando você vai parar de se culpar por brigas dos outros? Você não discutiu e nem agrediu ninguém hoje, foram esses caras infantis a sua volta. Não se menospreze e se trate assim. - Mingyu joga as palavras duramente em mim, mas continua. - O único problema que você me causou deste que eu te conheci, é ser encantadora. - Ele sorri e pisca para mim, me fazendo engasgar com a comida. 

Nós rimos e ele continua a falar.

- Seu amigo está bem, a mãe dele veio buscar ele e falou algo sobre processo com o reitor e blablablá, não entendi direito esse assunto de gente rica e importante, então vim te esperar para o almoço. Ele perguntou se eu posso te levar embora, tudo bem para você vir comigo? - Ele me pergunta sem me olhar, enquanto brinca com a sua comida timidamente, esperando minha resposta.

- Uhum, Sr. Uber. Obrigada.

Ele me olha e há brilho em seus olhos, o que me cativa, que homem, não posso negar o que eu vejo.

- Você come bem em. - Ele aponta os seus hashis para o meu prato, erguendo as sobrancelhas. 

- Você quer morrer? - Transfiro um olhar mortífero por alguns segundos, o que o assusta e começamos a rir.

Talvez a faculdade não seja tão ruim assim.

Yugyeom POV: Minutos antes 

Encontro me no chão atordoado. O meu mais novo machucado no canto do lábio inferior sangra, se mostrando presente.

Vejo (S/N) andando rápido para o final do corredor após me empurrar. Jungkook está no chão ao meu lado perguntando se está tudo bem comigo e Mino está parado nos olhando, não há sinal de Baek.

Meu olhar fuzila Jungkook. 

- Você quer morrer? Como ousa relar nela? - Grito fazendo-o se encolher em súbita submissão. Ridículo. 

- D-desculpa Yugy, é que ela entrou no meio e eu não vi.. - Ele gagueja ao se explicar, tentando escolher as palavras certas. 

Sorrio em puro cinismo, sinto uma forte pressão em minha cabeça e a inclino, encarando-o. Meu olhos sorriem e o ódio ocupa o lugar de meu sangue em minhas veias, me dominando e circulando por todo o meu corpo. 

- Vamos gente, todo mundo está olhando. - Mino, como sempre, me corta, nos fazendo levantar.

Jungkook pega minha bolsa, mas tomo-a, o empurrando ao andar ao seu lado. 

Me viro e o olho novamente, seu rosto está sangrando, mas não com muitas fraturas ou cortes, ele sabe brigar.

- Eu me resolvo com você depois. - Viro meu corpo e vou em direção a ela.

----- 

Ando por muito tempo, mas a perco de vista e me confundo com a quantidade de corredores da grande universidade.

 Decido procurá-la no refeitório.

Acho o restaurante com muita dificuldade. Sinto vários olhares e murmúrios conforme adentro o ambiente, mas continuo andando confiante, não me importo com isso. Avisto meu amigos em uma mesa e sigo em direção a ela.

- Eu não acredito que você ainda tem essa caixinha de primeiros socorros Baek. - Mino ri. - Ela é um tanto feminina, não acha? 

- Aigoo Mino, ele trouxe para cuidar de mim, não foi meu amor? - Jungkook ri e tenta tirar a caixinha da mão de Baek.

- Aish, sai daqui. - Baek toma a caixinha de novo. - Não é para você.

- Mas eu estou machucado. - Kook faz um bico e choraminga para nosso amigo. - Me dá um desses seus curativos de unicórnio, não tem problema, tudo fica bem em mim. - Ele pisca e sorri sugestivamente. 

Me sento na mesa sem falar nada e respondo desatentamente as conversas superficiais que os meninos conversam.

Ainda a procuro.

 Penso em ligar para ela, mas ela não me atenderia. A preocupação dela estar ferida invade meus pensamentos incontáveis vezes, me deixando ansioso e sem conseguir respirar. Isso é tudo minha culpa, eu causei tudo isso.

Observo seu novo amigo de longe. Mingyu. Descobri o nome dele em menos de cinco minutos, popular mas anti social, rico, inteligente, reservado e o tipo ideal entre as garotas, essas foram as características que me deram dele. Sigo seu trajeto com a cabeça, pois sinto que ele irá me levar até ela. 

E o previsto acontece, a vejo sentar em uma mesa e ser seguida por ele.

O que ele está pensando? Ela não sentou com ele mesmo o vendo, por que ele foi até lá? 

A observo para ver seus ferimentos, mas não encontro sangue ou machucado aberto, somente o curativo que o Baekhyun tem. 

O curativo de Baekhyun.

Me surpreendo com o que estou vendo, não é paranoia, por que somente ele tem esses curativos que sua avó faz. Os fatos começam a se ligar no meu subconsciente.

O desaparecimento dele após a briga, ele estar com a caixinha e negar ser para o Jungkook, eu perder ela de vista e a sua imagem atual, após os cuidados dele, mesmo com tudo o que aconteceu, ela parece estranhamente radiante, como se suas energias tivessem sido recarregadas.

Olho para baixo e rio. 

Fantástico. Ele realmente acha que pode voltar depois de três anos e tomar o que é meu? 

- Está rindo do que Yugy? - Jungkook pergunta, me fazendo erguer os olhos, para Baekhyun, que desvia o olhar. 

Começo.

Me inclino na cadeira e suspiro, fazendo minha melhor expressão de deboche.

- Aigoo, sobre tudo o que aconteceu hoje Kook. - Coloco as mãos no bolso e continuo o encarando, Jungkook percebe minha postura e fica rígido, Mino abaixa a cabeça novamente e bufa. - Parece que não está se adaptando a Coréia, não é Baek? Você conhece ela? - Decido ir direto, sem joguinhos agora.

Baekhyun POV:

- Ela quem Yugy? - Decido mentir, percebi na aula que alguma coisa em relação a ela não está certo e pela sua atitude de antes, de mentir para o Lucas, não posso decidir isso sozinho. 

- (S/N) Baek, não a conhece? - A cabeça de Yugyeom pende de forma ameaçadora, enquanto ele ri. - Aish, me desculpa então pelo erro.

Olho para Mino, que nunca fala nada desde que voltei, para Jungkook, mas não posso esperar nada dele, ele é a cadelinha de Yugy.

- Hm, mas ainda acho que você não está se sentindo confortável aqui. - Ele apoia seu queixo em suas mãos e me encara.

- Eu estou sim, é impressã..

Tento falar mas ele me corta.

- Eu tive uma ideia, por que não voltamos aos velhos tempos? De apostas? Para provar que você está de volta ao nosso grupo. O que acha Jungkook? Mino? - Ele vira o rosto para os rapazes que concordam com um aceno de cabeça.

Não quero voltar para os velhos tempo, era divertido estar com eles, mas quando estavam no meio de outras pessoas, viravam monstros. Bullying, apostas, agressão, tudo rodeava meus amigos, e nenhum era menos culpado que o outro, inclusive eu.

- Ah não sei.. - Tento contornar a situação.

- Qual é Baek? Não gosta mais de estar com a gente? - Ele provoca, e todos me olham. - Vamos lá! Para animar nossa entrada na universidade. - Sua risada me assusta, mas sorrio concordando. - Você disse que não conhece ela mesmo, minha aposta é você ficar com a (S/N), o que acha?

Ele analisa cada centímetro do meu rosto, como se estivesse a procura de algo.

- Hm, eu gostei, não gosto dela mesmo, podia dormir com ela também, seria engraçado. - Jungkook entra na conversa e cospe suas ideias nojentas.

- Não, por que faria isso com uma pessoa? - Pergunto pasmo com a sugestão.

- E você já beijou quantas pessoas Baek? É só mais uma, a não ser que você tenha mentido para nós e se importe com ela. É isso? - Sinto a pressão me sufocar e passo a língua pela boca em uma mania viciante, juntando os meus lábios e me calando. - Hm, acho que isso foi um sim para a nossa aposta então, depois conversamos sobre o prêmio. 

Yugyeom sorri, se levantando da mesa e se retirando, com Jungkook o seguindo fielmente, nos deixando a sós. 

Mino finalmente levanta seu rosto e posso ver o cansaço transparecer, banhado por olheiras enquanto suspira sério. Vejo seu pombo de adão subir e descer rapidamente e ele vira para mim.

- Enquanto você estava fora. - Ele começa, entre pausas curtas e uma respiração pesada e desregulada. - Muitas coisas aconteceram Baek, e tudo se refere a ela. Não posso entrar em detalhes ainda, mas fuja dessa aposta. Tenho certeza que percebeu que ela sempre está somente com o Lucas, por que é assim que deve ser.. Yugyeom não deixa ninguém chegar perto dela, falar com ela ou sobre ela, a não ser ele mesmo, nem nós podemos tocar no assunto, Jungkook faz as vezes para provocar ele. - Seu rosto transborda uma súplica indecifrável. - Na nossa antiga escola, no final do ano, foi quando ele surtou, quando aconteceu o acidente dos pais dela, ele ameaçava a todos que ousavam falar com ela e ela acabou assim, sozinha, Lucas foi o único corajoso o suficiente para desobedecer o Yugy. Eu realmente não sei o intuito dessa aposta, mas só de julgar pelo pouco que você viu do Yugyeom, coisa boa não é.

Mino se levanta depois de seu discurso e sai da lanchonete, deixando sua comida intocada.

A felicidade de ter estado com ela naquele armário, nossas respirações compartilhadas por conta da nossa proximidade, realmente tinham feito o meu dia melhor, poder pela primeira vez cuidar dela, acalentou meu coração.

Mas tudo isso se desfez, não quero brincar com ninguém, especialmente com ela, mas não consigo ir contra meus amigos, não consigo me comportar como eu quero.

Não sei mais o que é certo, eu realmente sou assim? Como eles? 

Eu vivi, cresci com eles, muitas vezes foram minhas únicas companhias, por que estou tão atordoado por conta de uma aposta ridícula? É só uma garota, não há mal nenhum em acabar logo com isso. 

Yugyeom POV:

- O que está pensando Yugy? Você odeia quando eu falo dela, mas decide assim, de uma hora para outra juntar ela e o Baek? - Jungkook me pergunta conforme andamos.

Demoro para responder, me deliciando do silêncio. Paro enfrente ao meu carro e olho para o meu amigo.

- Você não percebeu Jungkook? Ela estava usando o curativo dele, o comportamento estranho dele durante a aula, na casa de Wonho, realmente não notou que eles tem alguma relação? - Procuro minha chave e introduzo na porta. - Eu não deixei eles ficarem juntos, isso vai durar o que? Dois? Três meses? Depois ela vai descobrir tudo. - Rio com satisfação. - E você acha que ela vai aceitar alguém que brincou e manipulou ela esse tempo todo? Eu a conheço e sei que não. Posso perder ela por uns meses, mas em recompensa, ele nunca a terá e é melhor acabar com isso agora.

- Por que tanto esforço por alguém como ela? Você devia esquecer essa idiotice de uma vez por todas. - Ele esbraveja. - Mas se essa é sua decisão, eu vou te ajudar.

Vejo meu amigo virar e ir embora enquanto entro no carro. Sei que isso não irá longe de mais e me sinto satisfeito. A felicidade incha meus pulmões e o ódio abandona meus corpo. Tudo vai dar certo, e essa palhaçada vai acabar de uma vez por todas.


Notas Finais


Espero que gostem!!
Ficou um pouco GIGANTE, perdão, vou começar a escrever menos.
Edit: Gente eu estava super feliz no 3 capítulo com 12 visu e agora no 5 estou com 303???? Muitooo obrigada mesmo por lerem!!!


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