História Who I Am - I... enjoyed listening to it.

Melissa Sullivan P.O.V

            Qual seria a definição de vida normal e perfeita para a maioria das pessoas? Já ouvi dizer que é ser rico e nadar em , ter uma casa grande com piscina e um cachorro miúdo de raça pura, é ter tudo de bom e do melhor sempre à disposição sem qualquer preocupação. Existem aqueles que acreditam que a vida acadêmica é tudo, e eles lutam bravamente como cavaleiros para entrar nas melhores faculdades do país e no futuro ser prestigiado e conhecido profissionalmente. E ainda tem aqueles que defendem que tudo para ter uma vida perfeita é ter um casamento feliz e três lindos filhos, que acordam todos os dias de manhã sorrindo como se estivessem em um comercial de margarina.

            Então o que há de errado comigo? As três opções de vida normal e perfeita que tanto já escutei falar não me agradam nem um pouco. Nadar em dinheiro nunca resolveriam meus problemas, nunca me preocupei se eu seria aceita em todas as faculdades que me inscrevi, assim como casar e ter filhos nunca esteve em minhas prioridades. A vida perfeita é aquilo que não temos e sempre estamos correndo atrás. Por isso, a dois anos atrás, quando eu tinha apenas 14 anos decidi parar de sonhar e pensar em como minha vida poderia ser e aceitar do jeito que ela é: simples e monótona.

            Todos vivem de sonhos, alimenta-os com a esperança de que um dia eles iram se realizar, do jeito que imaginam. E é aí onde as pessoas erram: criam expectativas sobre um momento que sequer sabem se irá acontecer. E daí nascem as decepções, os corações partidos, a mudança na personalidade, o fechamento e a frieza em relação a sentimento.

            E pode-se dizer que sou um exemplo da mistura de todas essas consequências da decepção.

            - Melissa? – meu nome sendo pronunciado me faz erguer a cabeça no mesmo instante.

            - Hm?

            - Onde está com a cabeça, querida? - Sra. Chase pergunta.

            - Estava apenas pensando na vida... – respondi simplesmente observando mais um cliente entrar na Starbucks e vir em minha direção. – O que vai querer? – perguntei.

            - Apenas um capuccino. – o cliente respondeu casualmente. Preparei de acordo com o que ele pediu e entreguei. – Obrigado.

            Só sorri em resposta e me concentrei na televisão, onde começava o The X Factor agora. Peguei o pano que estava em minhas mãos e entreguei ao Fred.

            - Pode cobrir meu turno por um tempo? – perguntei com os olhos pidões.

            - Quer ver o programa? – ele perguntou já sabendo a resposta. Assenti e ele riu. – Tudo bem, vai lá ver.

            Sorri e me sentei na cadeira que tinha de frente a televisão e aumentei o volume. Peguei um donut que tinha do lado, não me preocupando se eu estava em hora de trabalho e ainda comendo, já que a minha patroa é bastante suave quanto a essas coisas. Mastigava o donut enquanto via sendo anunciado quem cantaria primeiro, e como na semana passado, seria a Savannah Bieber, me animei com isso. Mostrava alguns pequenos vídeos gravados por ela durante a semana, as pequena entrevistas e coisas do tipo. Eu sou um tipo de admiradora dela. Pelas coisas que ela faz, parece que ela teve uma vida bastante conturbada, sempre fala de libertação e calma do espírito enquanto canta; mas carrega um olhar confiante. Acho que nesse quesito ela é um pouco parecido com a Demi Lovato; as duas devem se dar muito bem.

            Assim que o vídeo acabou mostrou o palco do programa, e lá estava ela, sentada em uma espécie de balanço, indo para trás e para frente calmamente, enquanto carregava um sorriso tímido nos lábios. Não demorou para os primeiros acordes da música começar e ela começar a cantar. Logo reconheci a música If i ain’t got you da Alicia Keys.

http://www.youtube.com/watch?v=gZdR1CHxZcg

A música acabou em poucos minutos e a plateia começou a aplaudir, comecei a aplaudir junto, mas parei segundos depois lembrando de onde eu estava. Ela foi julgada, tendo a maioria das críticas positivas, apenas o Simon falando que foi uma ótima apresentação, porém ele acha que a Demi ainda não encontrou um estilo que realmente combine com ela, os dois discutiram um pouco, para variar, e então a Savannah já estava de volta ao backstage sendo entrevistada. Ela respondeu algumas perguntas dos fãs, uma delas era sobre seu envolvimento com os garotos do Emblem3, e ela gaguejou no começo para responder que eram ótimos amigos e depois falar sobre cada um deles. Aí tem.

Passaram-se quase meia hora quando foi a vez dos mesmos, Emblem3, tocarem no palco. Senti um sorriso se abrindo em meu rosto enquanto eu observava cada um deles cantar... A verdade é que eu tenho uma queda por esses meninos. Algumas pessoas podem achar que eles são metidos, porque eles parecem ter a certeza de que irão ganhar o programa, mas para mim eles estão apenas sendo otimistas e tendo auto confiança, o que no meu ponto de vista, não é nada negativo.

A apresentação deles também não demorou a acabar, e eles foram julgados, e Demi ficou com uma implicação com eles, mas eles levaram na boa. E então eles voltaram para o backstage para serem entrevistados. A entrevista estava super interessante até que a entrevistadora pergunta:

- Então meninos, vocês preferem loiras ou morenas?

- Loiras. – Keaton foi o primeiro a responder.

- Eu gosto de mulheres. – Drew falou.

- No momento estou preferindo as ruivas. – Wesley falou por último e ele olhou para algum lugar atrás da câmera, que seguiu o olhar do Wesley e parou justamente na única pessoa ruiva do lugar: Savannah.

Savannah Louise P.O.V

            Sabe aquela sensação meio incomoda de sentir que estão te observando? Então. Me virei para o lado esquerdo e encontro Drew, Keaton, Wesley, a entrevistadora e o câmera todos virados para mim. Drew ria abertamente, Keaton sorria um pouco sem graça enquanto o Wesley sorria mordendo o lábio inferior. Dei uma olhada para trás para ver se era para mim mesma que eles estavam olhando, e não encontrei ninguém mais. Fiquei sem graça e eles voltaram a dar a entrevista deles.

            - Como eu ia dizendo... – voltei minha atenção para a Cece. – Eu fico um pouco confusa quando o Simon disse que o que eu canto não é exatamente o meu estilo... Se não for esse, qual vai ser?

            - Também não sei. Eu acho que você se dá bem cantando pop. Mas ele vê mais o lado técnico...

            - Quais são minhas outras opções? Rap, indie, rock? – perguntei irônica e ela riu. – Gostei da sua apresentação hoje. – comentei mudando de assunto.

            - Que bom que gostou, semana passada foi meio exagerado segundo os jurados... – ela falou entortando a boca.

            - Relaxa, e esquece aquilo, hoje foi super positivo. – afirmei e ela sorriu.

            Alguns minutos depois os meninos acabaram com a entrevista, e eu pedi licença á Cece para ir falar com eles.

            - Foi minha impressão ou vocês estavam realmente olhando pra mim? – perguntei.

            - É, o Wesley apenas que confessou o que não deveria ter confessado em rede nacional. – Drew falou cínico passando um braço pelos ombros do amigo.

            - Wesley? – chamei e ele me olhou com um sorriso mínimo. – O que você fez? – perguntei estreitando os olhos.

            - Eu? Nada. – respondeu se soltando do amigo.

            - O. Que. Você. Falou? – perguntei pausadamente, colocando uma mão no peito dele e o empurrando até ele apoiar as costas na parede mais próxima.

            - Ui.

            - Por favor, você não disse nenhuma besteira, certo? – perguntei.

            - Claro que não, nada do que comprometeria sua vida. – respondeu calmamente olhando para a minha boca.

Fiquei sem graça com isso e o soltei, fazendo ele ficar livre para sair. Mas quem acabou o fazendo fui eu, me virei pronta para sair, só que ele puxou meu braço para eu ficar de frente a ele, e meu corpo acabou colidindo levemente com o dele, e eu por reflexo pus as mãos no peitoral dele. Senti meu corpo ficar tenso enquanto sentia suas mãos em minha cintura e eu olhei em seus olhos. Ficamos naquela posição por alguns segundos, enquanto eu sentia a respiração quente dele bater levemente em meu rosto, como uma carícia.

- Então... – ele quebrou o gelo. Desviei o olhar enquanto minhas mão deslizavam indo para suas mãos. – Como está se sentindo?

Demorei dois segundos para pensar em responder.

- Maravilhosamente bem. Realmente muito bem, eu seria capaz de te beijar. – falei sem pensar e arregalei os olhos assim que ouvi o que falei.

- Então por que você não beija? – ele perguntou num sussurro com a voz mais rouca que o normal, como se me desafiasse. Fiquei encarando ele, enquanto sentia minha boca se entreabrir para falar mas nada sair desta.

            Senti meu coração se acelerar e minhas mãos começarem a soar.

            - Eu realmente disse isso, não é mesmo? – perguntei por fim e ele apenas assentiu. – Desculpe.

            - Não se desculpe... – ele falou soltando suas mãos devagar de minha cintura e olhando em meus olhos ao falar: – Eu... gostei de ouvir.

            Olhei para baixo e mordi o lábio, visivelmente constrangida. Wesley pôs um dedo em meu rosto fazendo eu olhar para ele novamente e eu o fiz.

            - Não se preocupe... – ele respondeu à pergunta que eu não tinha feito e depois beijou levemente a minha testa.

Apenas balancei a cabeça e mudei meu rumo, indo direto para a Jennel, que estava sentada em um canto pensativa.

- Eu vi. – ela falou olhando pra mim, assim que me sentei ao seu lado.

- Não vamos falar disso. – falei prontamente. – O que você tem? Anda pensativa...

- Eu só estou com um pressentimento ruim. – ela respondeu dando de ombros.

Jennel Garcia P.O.V

Eu observava aquele dono dos olhos azuis mais bonitos que eu já vira, do outro lado do salão, sem me importar em ser pega o observando, já que ele fazia o mesmo comigo com uma frequência ainda maior. Meus olhos percorriam cada centímetro de seu corpo, os cabelos arrepiados, o franzido de sua testa quando estava ouvindo alguém falar alguma coisa, os lábios rosados prensados um sobre o outro, a barba mal feita que deixava ele com um grande charme, os músculos de seus grandiosos braços estavam com um maior destaque já que ele estava os flexionando.

Suspirei balançando a cabeça levemente ao deduzir ao pecado que aquele homem era, e como eu já havia me deixado levar por esse pecado.

Flashback

Drew se sentou ao meu lado e me ofereceu um dos copos que estava em sua mão. Aceitei de bom grado e olhei para o liquido em minha mão.

- Do jeito que pedi? – perguntei sorrindo desconfiada.

- Exatamente. De morango, sem álcool. Como se a gente pudesse. – ele respondeu e eu ri.

- Como se a gente nunca tivesse experimentado também. – falei e ele concordou tomando um gole de sua bebida enquanto eu fazia o mesmo.

- Bom. – ele comentou passando um braço pelos meus ombros, fazendo minha temperatura corporal subir no mesmo instante.

- Por um segundo eu pensei que você ia colocar álcool nisso... – comentei.

- Eu não faria isso. – ele respondeu e olhou pra mim, me deixando tensa por nossa aproximação. E ele fez o favor de acabar com qualquer distância entre nós...

Flashback

Senti meus braços se arrepiando com a lembrança e eu esfreguei os mesmo.

- Com frio? – Savannah perguntou ao meu lado e eu dei de ombros sem graça.

- Antes fosse. – respondi.

- Garotas, vamos para o palco? Vão anunciar quem vai sair... – Camila chamou. Assentimos e a Savannah segurou minha mão para irmos juntas e eu apertei a mão dela com força, eu não estava com um pressentimento bom.

Olhei para toda a plateia atentamente, como sempre faço, para eu me lembrar de como é, caso o pior aconteça. E dessa vez aconteceu.

Fechei os olhos e apertei a mão da Savannah mais forte enquanto ouvia Mario Lopez anuncia:

- E o participante que será eliminado esta noite, quem não conseguiu votos suficientes para passar para a próxima fase é... – ele deu uma pausa dramática. – Jennel Garcia. Eu sinto muito. 

***

Melissa: http://www.vagalume.com.br/avril-lavigne/images/g91986.png

Savannah: http://31.media.tumblr.com/33d2e3bbce6199ca58be9cfdee2e850b/tumblr_mskufxpID11rjsaruo1_500.jpg