História Why Can't This Be Love? - Jonchie AU - Atualizações

Por volta de dez da manhã, Dr Bongiovi acordou, vestiu seu roupão por cima do pijama que usava e lavou seu rosto, em seguida desceu as escadas e olhou ao redor na cozinha, pegou alguns ingredientes, começando a preparar um café da manhã simples enquanto os outros ainda não tinham acordado. Algum tempo depois, Jon e Richie desceram até o local também, o loiro se espreguiçou lentamente e se encostou na bancada, logo sorrindo para seu homem e conectando seus lábios devagar, em um beijo calmo de bom dia. Logo Robot Sambora se sentou em um dos banquinhos ao redor da mesa, Jon fez o mesmo.

  - Bom dia, meninos - Dr Bongiovi disse assim que os percebeu ali, voltando sua atenção para eles - Dormiram bem?

  - Bom dia, Doc, dormimos sim - Richie respondeu sorrindo, segurando a mão do loiro

  - E você, pai? - Jon perguntou em seguida, ainda olhando admirado para aquela casa enorme

  - Dormi que nem uma pedra - o cientista respondeu em tom de brincadeira, dando uma risada breve

  - Aqui tem cereal, daquele que você comprava? - o loiro questionou abrindo as portas dos armários à procura do produto

  - Está na última porta - Doc disse apontando em direção ao local

Continuaram a conversar enquanto tomavam seu café da manhã, assim que terminaram Doc se levantou e começou a caminhar em direção ao seu quarto, mas antes que pudesse subir as escadas, Jon lhe chamou.

  - Pai, você não vai contar a história do Dr Ohm para nós? - o loiro questionou com expectativa, apoiando seu rosto entre as mãos e balançando seus pés na cadeira

  - Ah é verdade - o cientista respondeu, pensando por um pouco - Eu vou pegar as peças pra atualizar o Richie e conto a história enquanto isso

Jon e Richie se entre olharam animados, indo até a sala para aguardarem pela volta do outro. Se sentaram no grande sofá e o moreno segurou as mãos de seu parceiro entre as suas, olhando para o rosto dele por um pouco, admirando seus detalhes sem pressa, até Jon dar uma risada tímida com suas bochechas coradas, olhando para baixo. O loiro pousou sua mão no peito de seu homem e aproximou seus lábios dos dele devagar, conectando-os algumas vezes antes de iniciar um beijo lento. Sentiram saudades de ficarem juntos e poderem se amar sem medo ou temor.
Richie segurou o maxilar de Jon com delicadeza e acariciou a bochecha desse com o polegar, aprofundando o beijo aos poucos, envolvendo suas línguas em um ritmo lento e desejoso. O homem mais novo colocou suas pernas sob as pernas do outro, abraçando seu pescoço e colando mais seus corpos, trocando o calor íntimo e familiar que tanto amavam. Seus lábios iam e vinham cheios de carinho, Jon segurou as mechas escuras de Richie entre seus dedos em meio ao beijo, puxando-as com delicadeza.
Mesmo o casal estando tão inerte em seu topor, ouviram os passos de Dr Bongiovi descendo as escadas. Então, finalizaram o beijo com selinhos demorados e sorriram amplamente um para o outro, observando suas bochechas coradas e lábios molhados. Robot Sambora correu seus dedos pelas mechas douradas de seu amado loiro. Logo ambos voltaram a atenção para o homem mais velho que chegava na sala com suas ferramentas e as novas peças para o android.

  - Tudo bem, vou começar a mexer no seu sistema, Richie... Vou desligar essa parte aqui, se doer me avisa - Dr Bongiovi disse se sentando no sofá ao lado do moreno, abrindo com cuidado o local onde ficavam a configuração dele, desligando a parte esquerda de seu corpo

  - Está bem, Doc - Richie concordou e voltou sua atenção para Johnny, ignorando o leve incômodo que sentia nesses momentos

  - Pode segurar minha mão, amor - Jon deu um sorriso terno e segurou a mão do outro entre as suas - Então, pai, vai contar a história?

  - Você realmente está curioso com essa história, hein? - o cientista disse rindo, desparafusando alguns componentes - Vamos lá então...

*Dr Bongiovi's POV - Flashback*

Faltavam algumas semanas para terminar a faculdade, e estava tudo indo muito bem. Havia me casado com a mulher mais incrível do mundo há alguns meses e assim que me formasse já teria um emprego na área que gostava. Eu e Dr Ohm estávamos trabalhando em um projeto grande, junto com os outros alunos da nossa classe. O mundo ainda não podia saber mas nossas ideias iam muito além do qualquer um já havia visto.
Algum tempo depois, o laboratório que havíamos alugado já estava repleto de cientistas construindo suas próprias versões de androides para a nova era tecnológica. Tudo estava correndo incrivelmente bem, todos cientistas estavam muito empenhados em seus inventos e nosso pequeno negócio rendia cada vez mais, o que era muito bom, já que Carol estava grávida de nosso filho, não poderíamos estar mais felizes.
Mas certo dia, eu, Dr Ohm e nossos companheiros de trabalho decidimos que precisávamos ir além. Nossos compradores gostariam de um android que pudesse ter as mesmas memórias de pessoas que já se foram ou que não estavam em estados avançados de doença terminais. Era um trabalho complicado e extremamente complexo, depois de meses de trabalho só conseguíamos extrair partes remotas para pen drives e nem sempre funcionava.
Apesar de tudo, Dr Ohm era muito mais determinado e o mais experiente entre todos nós. Apareceu com uma tecnologia que, em teoria, conseguiria transferir memórias de uma pessoa viva ou morta para a mente de um android por meio de uma ligação direta, sem muita dificuldade. O problema é que ninguém havia testado, e não fazíamos ideia se era seguro o suficiente para ser vendido. Sabia que alguém tinha que testar e eu me ofereci para isso, apesar de não ter certeza da eficácia, confiava em meu companheiro de trabalho. Por um mero infortúnio do destino, Dr Ohm se colocou em meu lugar. Disse que era arriscado demais, e que eu tinha muita coisa a perder.
Ele mesmo se sentou na cadeira e conectou os fios em seu corpo, com ajuda de alguns outros cientistas fez mais algumas conexões em seu cérebro. Depois, liguei os fios no android. Pensei por pouco antes de puxar aquela alavanca, e sei que nunca deveria ter feito aquilo, mas Dr Ohm insistiu.
Uma descarga intensa de energia atingiu de uma vez o android e o cientista, causando um blackout na cidade inteira. A sala toda estava escura, a única coisa que todos podíamos ver eram os raios elétricos percorrendo o corpo desacordado de Dr Ohm. Ninguém conseguia chegar perto dele, muito menos ajudar a levá-lo para algum hospital. Com alguma dificuldade, conseguimos envolvê-lo com um lençol térmico e ligar para a ambulância, acompanhamos por breves momentos a emergência levá-lo para o hospital.
Logo ouvimos o barulho das sirenes da polícia vindo em nossa direção, fechamos tudo e escondemos nossos experimentos o mais rápido possível. Cheguei em casa pouco tempo depois, não podia deixar que as autoridades soubessem onde era minha casa, não poderia colocar em risco Carol e nosso filho.
Depois de alguns dias, consegui ir visitar meu amigo no hospital. Infelizmente, Dr Ohm estava em coma induzido, era o único modo possível para reduzir a dor que ele sentia. As enfermeiras me disseram que a dor era tanta que podiam ouvir seus gritos durante noites a fio até que ele finalmente desmaiou e os médicos conseguiram ajudá-lo de alguma forma, tentando reduzir os raios elétricos que corriam pelo seu corpo. Enquanto estava lá, vi uma pequena garotinha sentada ao canto do quarto, olhando preocupada para o homem desacordado. Sabia que era a filha dele, e tentei apoiá-la como consegui, a mãe dela tinha ido embora depois de saber do estado do Dr Ohm.
Fiz o que pude por ela e seu pai naquele dia, só nos encontraríamos novamente anos depois. Quando Dr Ohm saiu do hospital, voltou para sua casa e nunca mais voltou a ser o que era. Isolado em seu próprio mundo, criou um local de refúgio para os androides espalhados pela cidade, que fugiam da dominação dos empresários, como Sr Lawrence. Poucos conseguiram chegar lá e os que chegavam eram capturados pelos seguranças antes de atingirem sua liberdade. Por isso, Dr Ohm e sua filha vivem sozinhos no porão da lojinha de eletrônicos.
Depois que Carol morreu, e que tive que cuidar de nosso pequeno de cinco anos, desisti desse tipo de experiência, precisava me concentrar em dar a ele uma vida melhor.

*Dr Bongiovi's POV - End of Flashback*

Após terminar sua narrativa, Dr Bongiovi deu um sorriso fraco para os dois que o encaravam espantados, sem conseguir ainda compreender muito bem tudo o que tinham acabado de ouvir. Principalmente, Jon que não imaginava o passado que seu pai possuía.

  - Mas o que aconteceu com os outros androides? - Robot Sambora questionou um tanto preocupado, olhando rapidamente para o cientista que terminava de ligar seus fios

  - Bom, ninguém sabe direito... Alguns dizem que trabalham no sub mundo para os poderosos da cidade - Dr Bongiovi respondeu, parafusando as placas de volta

  - Mas nós precisamos fazer alguma coisa! Não podemos deixar isso assim! - Jon disse determinado, alternando seu olhar entre seu pai e o moreno

  - O que você está pensando, baby? - Richie perguntou curioso, tocando a coxa do loiro

  - Em uma revolução, como a mãe dele... - o cientista disse com um sorriso de canto, entendo as intenções de seu filho

  - Eu acho uma ótima ideia - o android concordou e ficou em silêncio por um pouco, olhando para seu criador em seguida - Doc, eu estou com fome...

  - É maravilhoso ouvir isso! Sua atualização deu certo! - Dr Bongiovi comemorou, se levantando do sofá - Vamos fazer um almoço caprichado para sua primeira refeição!