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História Why Not Me?: O Som do Coração - Catradora AU - Perfect 'N Lovely II


Escrita por: Kitty_Stick_Face e HordeScum

Notas do Autor


G-mail
De: [email protected]
Para: [email protected]
Assunto: A bad tá braba!

Hey, amorecos!

Sei que muitos estavam ansiosos pra a continuação desse flash back, e desculpem pela demora, o motivo de ter demorado a postar é que essa semana andei me sentindo um lixo.

E espero de coração que o capítulo também não tenha sido um. 😔✊

[Fanart da Adora de @SUMMER no twitter]

Ps; Nesse capítulo temos altas referências de Don't Go de Noelle Steverson.❣️

Capítulo 7 - Perfect 'N Lovely II


Fanfic / Fanfiction Why Not Me?: O Som do Coração - Catradora AU - Perfect 'N Lovely II

 

Eu, eu quero ser mansa
Essa Lua cansa
Tanto analisar me faz paralisar
Em vez de ser
Eu quero que seja simples
Como o vento toca a pele
Sem anunciar
E me marca o rosto
Levando um pouco de mim
Eu penso muito
Eu duro tudo
Sentir é luxo
Pra quem só sabe analisar
Por quê, pra quê
Pra onde vai o sentimento
Quando a gente usa o tempo
De sentir pra criticar
Aqui, em mim
Cabe tanta emoção quanto razão
Cabe tudo
Eu penso muito
Eu duro tudo
Sentir é luxo
Pra quem só sabe analisar
Você me diz para não  ouvir os astros, mas acho que você se ouve demais...


Lua Em Rita Lee

Plutão Já Foi Planeta



No fim daquele dia que tinha sido um tanto marasmo para a pobre Adora, ela voltara para casa  deixando não só o coração apaixonado no leito da amiga, mas também um rastro de lágrimas que demarcaram o longo caminho do hospital  até a porta da garagem da sua casa onde tratou de rapidamente secar os olhos antes de entrar para não dar satisfação a família o porque estava chorando, como a maioria dos adolescentes costumam fazer, esconder os conflitos internos nos pais.

 Após conter-se entrou em casa e foi jantar com a família que ainda estavam à mesa a mãe perguntara o porque ela tinha chegado tão cedo, ela apenas omitiu.

Depois de ajudar a família retirar a mesa Adora foi para seu quarto agora se encontrava sentado na beirada de sua cama pensativa com o celular em mãos ainda lutando contra as lagrimas pensando em ponto havia errado.

“O que eu devia ter respondido para ela naquela hora?”     ela se perguntava tempo todo    “Eu não entendo, o que eu fiz de errado?”    eram muitas perguntas a quais ela não conseguia uma resposta para si.

Adora então olhando o chat do WhatsApp tentada a mandar uma mensagem para Catra para pedir desculpas pelo quer que tenha  feito ou falado para deixar amiga naquele estado de iceberg como ela era, mas acabou desistindo viu que era melhor ouvir uma música para expressar um pouco sentimentos, dirigiu-se até o seu notebook, pôs o celular em cima da mesinha  de escrivaninha e acessou a página do YouTube procurando por uma das suas bandas favoritas e selecionou entre elas Apesar de Querer de Rodrigo Alarcon,  gostava de ouvir a banda quando treinava seus abdominais as vezes a noite para evitar os pensando que lhe traziam tristeza.


Não consigo tirar da minha cabeça
Esses olhos que eu nunca vi tão perto
A ponto de bater o cílio no meu
Não sai da mente o sorriso entreaberto
Penso se eu tô errado ou se eu tô certo
Em cultivar esse bem querer
O problema é que já tem alguém do seu lado
E eu me sinto tão errado por tentar me aproximar...


Ela então  foi até seu guarda-roupa numa das gavetas para  vestir-se em seu conjunto de top de alça azul e shorts cinza e  como era de costume de se fazer também deu uma boa olhada no seu físico no espelho, não era de fato vaidosa, mas gostava de acompanhar a evolução que tinha nas atividades de ginástica, se posicionou ali de frente para o espelho da  porta e deitou-se no chão pondo os braços atrás da cabeça juntando e pernas  e passou a fazer as flexões na sua contagem silenciosa de 50.


Por isso mantenho a distância necessária
Pra que não se esqueça, minha cara
Que ao meu lado é um bom lugar
Mais que isso eu não vou fazer, não
Apesar de querer
E como eu quero, e como eu quero
Apesar de querer
E como eu quero, como eu quero
Apesar de querer
E como eu quero, como eu quero...


“Seja forte Adora! Por ela! Por ela!” – se exigia mentalmente Adora ao lembrar da briga na casa da amiga, do padrasto a batendo, do calor da briga, e do quanto se sentiu útil nàquele momento em que saiu de sua bolha de proteção.

Apesar de querer
E como eu quero, e como eu quero
Apesar de querer
E como eu quero, como eu quero
Apesar de querer
E como eu quero, como eu quero
Apesar de querer...


A música dava sua repetição e Adora estava concentrada nos movimentos o suor já ia escorrendo a temporada direita de sua testa, sempre que se levantava e fitava o próprio reflexo no espelho passava a ter flash's de mais cedo, da amiga desfalecendo bem a sua a sua frente, e do quanto se sentiu inútil logo no dia seguinte do incidente na casa da amiga quando sentira a sua vida escorrer por entre suas mãos como areia fina assim como escorria a areia fina da ampulheta da professora durante aquela hora de prova sentido o coração acelerar ainda mais, a vida era algo que se perdia só de estar ela ali fazendo aqueles exercícios, sua ansiedade quis atacar, mas ela aguentou firme, por Catra.


Adora estava concentrada em seu exército mais como se fosse um botão de gatilho ativado ela se lembrou de um detalhe que no calor do resgate não se deu conta e parou os abdominais olhando pro teto do quarto totalmente suada e olhos arregalados.

“Ai Deus!” — ela pensa “ Eu toquei  nos seios da Catra!” — Adora corou na hora  ao lembrar do acontecido e cobriu o rosto com as mãos  totalmente envergonhada. — “Calma Adora! Calma você fez aquilo para socorrer, você não fez com nenhuma intenção de se aproveitar dela!” — ela tentava se acalmar diante do sentimento agora que lhe conflita entre o desejo que lhe tomava e o moralmente correto, o coração atacou novemente numa desritimia.

E diante também de sentir aquele sentimento de como ficara as coisas e agora como tinha uma desculpa pra lhe enviar o e-mail Ela Então foi até o seu notebook e acertou sua barra de e-mail parando a play list do YouTube.


G-mail

De : [email protected]

Para[email protected]

Assunto:  Eu sinto muito!

Hey, Catra!
Sim, eu vacilei
Sim, te magoei
E não gostei
Me condenei
Também me machuquei
Fruto de imaturidade
Mas só te prometo carinho e felicidade
Mas dê mais uma chance, eu a honrarei...

PS; Eu acabei meio que vendo seus... Eh... seios, mas juro que foi sem querer!

Sorry My friend!



Adoro esperou por  alguns minutos a resposta do e-mail, mas sabia que provavelmente amiga não responderia naquela hora por estar dormindo ou por está chateada ainda com sua pessoa, ela então voltou para sua cama e deitou-se queria descansar estava muito exausta naquele dia que realmente tinha sido  muito corrido para si. 

Ela buscou  ali dentro do móvel próximo à cabeceira da cama o seu tubo de remédio para ansiedade e tomou um dos comprimidos devolvendo o tubo de volta a gaveta e relaxou ali na cama.


Uma coisa que poucos sabiam sobre Adora  era sobre seu passado um tanto quanto triste,  no  qual saira somente ela sobrevivente de um acidente de carro perdendo então os dois pais biológicos e o irmão gêmeo, sendo ela afilhada e mais próximo  da família dos Sparklings acabara sendo adotada por Ângella, mas desde o acidente a pequena Adora passou a sofrer  de ansiedade e a necessidade de organização e de fazer tudo da forma perfeita, tendo um cronograma de coisas para todos os dias da semana era uma forma de manter-se no sentimento de ter o controle sobre sua condição, Ângella então incentivada pela  Doutora e Terapêutica Brigitte Pérfuma acabara pondo Adora nas atividades de ginástica a qual ela passou a amar fazer.

Apesar dela não se lembrar muito bem dos pais ou do irmão, seguia sua vida mesmo sob tais circunstâncias um tanto traumáticas, e a amiga Catra sabia da condição de Adora mas às vezes por ser tão desgarrada e sem papas na língua  acabava se esquecendo   que Adora é o tipo de pessoa que tem o jeito certo de ser abordada e nenhum deles envolvia ser do jeito furacão Catra, o qual fazia a garota inibir seus sentimentos ainda mais.


 No hospital Catra até tinha recebido aquele e-mail, mas se encontrava distraída conversando com a amiga Scorpia, contara pra  ela sobre o acontecido mais cedo e quem havia lhe socorrido quando lutava entre a vida e a morte, apesar da conversa entre elas e da mãe ter voltado depois de um tempo as vendo conversando distraídas resolvera aguardar na sala de espera, já que a filha não gostava muito do fato dela escutar seus assuntos pessoais com as amigas que para a mãe além de Adora, não tomava conta de quem seriam as outras nem suas intenções.

 Ambas seguiam a conversar ali quando Scorpia nota a afeição entristecida da amiga que parece sólida, mesmo entre tantas conversas cômicas do que aprontaram durante o show da banda de rock.

— Ei gatinha selvagem... — ela chama atenção de Catra que estava ali deitada em seu leito olhando fixo para uma parede - ... não que eu queira me intrometer, mas já me intrometendo.. — Catra volta sua atenção para a amiga — Você tá muito calada hoje, ainda tá sentindo alguma coisa? — Scorpia que se encontrava sentada na cadeira ali vai até a cama hospitalar e senta na beirada, Catra a olha nos olhos via-se uma notável tristeza neles. —  Tá com fome? Quer comer alguma coisa? Quer beber água? E só dizer que eu trato de providenciar!

— Não Scorpia... — Catra busca se ajeitar sentando na cama  ainda conectada aos aparelhos, foi ajudada pela amiga  — Eu tô... — ela busca resposta, o coração estava confuso — Bem, eu acho... É só que... — ela traz os joelhos os abraçando cabeça encostada — Ah, deixa pra lá!

— Ei Best! Qual é? — Scorpia toca em seu ombro — Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?

— Eu sei... — Catra novamente busca o olhos da amiga meio cabisbaixa — Mas é que eu não tenho certeza!

— Vamos, vem cá! – Scorpia levanta-se da cama e pega Catra enrolada aos lençóis a pondo no colo como um bebê — Me conta tudo vai! O que tá te incomodando?

— Hey, Scorpia! Para com isso! — Catra se irrita se sacudindo para  livrar dos braços da amiga — Me solta, eu não sou um bebê, mas que caralhos! — Ela luta — Coisa sem graça! Me solta a agulha do soro táa pinicando! —   a amiga então a põe de volta na cama.

— Ok! Ok! — ela aponta pra Catra que buscava se arrumar na cama — Mas conta vai, se não te enrolo de novo, como um suchi de gatinha! 

— Bem...  sabe a Adora ela veio aqui mais cedo, e sabe eu acho que... — Ela franze o cenho  abraçando os joelhos contra o corpo, o bip do medidor cardíaco quis descompassar — Bem eu acho que... — ela suspira – ... eu sinto que Adora quer me conta algo, mas não tem coragem...

— Como assim gatinha?

— Não sei Scorpia! Ela tem andando estranha e sabe...  — ela lembra da vez que a amiga arremessou o padrasto contra a estante de CD’s e de ver seus pés correndo até si quando passou mal na rua, seu coração acelerou, o bip acompanhou — Foi ela que me ajudou, ontem com o Merdak e me socorreu mais cedo. — seu coração apertou no peito  o sentiu doer mais do que doeu ao parar quando seus sentidos colapsaram — ... E eu a tratei super mal mais cedo e eu meio que tô me sentindo confusa em respeito a Adora, sei lá! — Ela olha para a amiga — Me sinto vazia, mais do que eu já me sinto, sabe?

— Como assim, Best? — Scorpia ergue o cenho e se aproxima mais um pouco de Catra — Me explica direitinho!

— Scorpia eu vou contar algo que nunca contei pra ninguém... — Catra respira profundo a fechar os olhos para acalmar os batimentos e revelar algo que  sempre guardara para si — E  por favor não vai rir de mim, não estraga isso, tá legal?

— Jamais eu faria isso, Best! – Scorpia jura mostrando os dois dedos indicadores cruzados os beijando e garante — Pode se abrir comigo!

— Sabe a Adora sempre foi uma pessoa tão boa pra mim, sempre esteve lá quando eu mais precisei... — ela franze o cenho entristecida seus olhos brilhavam com lágrimas querendo nascer  — ... e eu meio que a  magoei hoje quando veio me ver mais cedo, e isso tá me doendo tanto!

— Então chama ela pra conversar, pede desculpa! — Scorpia dá a ideia, Catra apesar de não ser do tipo que não pede desculpas sabia que daquela vez ela tinha pegado pesado com a amiga a interrogando de súbito sobre suas intenções mesmo sabendo ela que Adora sempre fora ansiosa diante das coisas.

— É, você tem razão... — ela concorda a limpar os olhos entristecidos e olha para a amiga — ... Embora eu não gosto muito desse papo de desculpa, acho  que ela não mereceu a forma como a tratei. — ela deita-se sobre o travesseiro a cobrir a face informada — Argh! – Ela rosna a pegar o travesseiro da cabeça cobrindo o rosto — Cara eu sou toda ferrada! – A voz saiu abafada pela pressão que fazia contra a face, ela então descobre — Mas sabe, posso te contar um segredo?

— Claro que sim, gatinha! – Scorpia se anima, adorava saber mais sobre a amiga mais nova — Você sabe que eu sou ótima em guardar segredos! — ela cruza as mãos sob o queixo empolgada.

— Nem tanto! – Catra discorda a rodar os olhos nas orbes dos olhos — Mas vou te contar, e também eu preciso tirar isso de dentro de mim...

— Sim! — Scorpia se recompõe — Sou todas ouvidos!

— Bem... Eu sinto... — Catra hesita, era um assunto delicado até para ela — Sinto... Ah sei lá! Eu sinto que dentro de mim, eu... — A face da garota formiga em vergonha em assumir o sentimento que não costumava admitir — G-gosto da Adora... — ela dispara de uma vez a cobrir novamente a face — ...mais do que como uma melhor amiga!

Houve um silêncio no quarto, Scorpia apenas a observava silenciosa a respeitando, até que ela sai debaixo do travesseiro hospitalar ainda meio corada com a revelação.

— E sabe acho que sempre gostei... — ela confessa — ... mas depois que meu pai morreu e ela passou a focar nos objetivos dela pra vida dela... — ela suspira ao lembrar dos primeiros anos tão difíceis de seu luto — ... a gente  meio que se afastou e eu segui uma vida completamente diferente e empurrei esses sentimentos pra bem fundo pra não mais senti-los, mas agora eles parece querer voltar... — ela olha nos olhos da amiga, seus olhos já brilhavam dando indícios de lágrimas nascendo — E eu sinto... Que eu posso acabar ferrando tudo!

— Então conta pra ela!

— Por acaso você tá louca? Que parte de que somos totalmente diferente você não entendeu? — ela se irrita limpando os olhos —E se eu acabar com a amizade que nós temos?

— Mas você tem a mim, Best! —Scorpia se aponta com o polegar.

— Mas não é a mesma coisa, Scorpia! — ela revela deixando a amiga meio cabisbaixa, mas lamenta na hora por parece grossa  e se retrata — Olha, não me leva a mal, pois eu gosto muito de você, mas a Adora, ela tem um lugar especial no meu coração, desde pequenas ela sempre cuidou de mim.

— Onwt isso é lindo! — Scorpia cruza as mãos novamente sob o queixo emocionada — Minha gatinha selvagem tá apaixonada!

— Hey, não exagera, Scorpia sua idiota! — Catra se irrita atacando a amiga com o travesseiro — Eu não disse que tô apaixonada! Só disse que sinto algo diferente, só isso! — ela dá uma rabissaca a cruzar os braços contra o peito.

— Isso já é um começo... — Scorpia ria do chilique da amiga, e prossegue contendo os risos — Olha quando eu e a minha mulher nos conhecemos, éramos totalmente diferentes! — ela da seu testemunho e pega a mão esquerda de Catra onde tinha o medidor cárdiaco conectado — Nos nós conhecemos na faculdade, eu era da galera punk motoqueira cursando engenharia mecânica e ela delicada como um flor, fazia psicólogia... — Scorpia seguia como uma verdadeira irmã mais velha a aconselhar a caçula, Catra sentia-se reconfortada diante daquele tratamento, embora não fosse acostumada.

 — E sabe, no dia que a gente se viu, foi tão mágico e ela é tão delicada que tipo, eu tinha medo até de toca-la pra não quebrar, mas ela me tratava tão bem de uma forma que nenhuma garota que eu fiquei ou namorei antes tinha me tratado... —  ela então solta a mão da amiga delicadamente. — ... e meio que isso me conquistou, hoje a gente é casada depois de um tempo namorando. E posso dizer que não posso me ver viver sem ela. — ela finaliza com um belo sorriso no rosto ao lembrar da esposa.

— Então...  — Catra baixou a cabeça a segura firma a barra do lençol — Como é? Tipo, viver com uma pessoa só, Scorpia? Tipo namorar sério como é a sensação?

Catra levanta a face a olhar para a amiga, estava realmente interessada em saber como era se dedicar a uma só pessoa invés de se entregar a tantas naquela vida  de camas ocupadas e coração vazio que vivia.

— Olha, minha  ideia de relacionamento sério é mimar, ter carinho, ser atencioso, ter ciúmes, demonstrar que aquela pessoa amada é importante pra gente. — Scorpia ia dando seu testemunho de um vida madura e  e Catra prestava atenção, Scorpia prosseguia.

— É Fazer com que o dia daquela pessoa que amamos fique melhor...– Catra sentia isso, como se seus dias difíceis fossem muito mais suportáveis quando estava ao lado de Adora, Scorpia prosseguia em seu discurso.

—  Fazer brincadeiras, sair... E tal é muito legal, mas também ficar em casa, ver filme, ficar juntos é melhor ainda... — Catra lembrou-se das tantas vezes que ambas tiravam brincadeiras e aprontavam, das sessões de filmes de terror que fazia junto com a irmã mais nova da amiga e do amigo Sam Lowe Bow, que a um tempo não faziam, porquê Catra sempre vivia saindo sem rumo, a garota passou a nostalgia bater forte no peito com a falta que fazia o "super esquadrão dos amigos pra sempre" — era como se chamavam — , mesmo ela achando aquilo uma palhaçada e notara o quanto fazia falta de ser menos intensa e entregue ao mundo como era, a amiga Shennon então ia dando sua conclusão.

— Namorar não é hoje estar com aquela pessoa e amanhã já estar se separando. Não são só ser iguais as ideias  ou gostos diferentes, mas sentimentos iguais! – ela finaliza, Catra se viu perdida em tantos momentos bons que passara junto com Adora, agora se questionando o porque dispensava tanto a companhia de uma noite tranquila e leve pra se entregar aos prazeres e os vícios que lhe destruíam aos poucos.

 Ela então teve uma breve lembrança, sua face corou ela então decidiu se abrir pra amiga que estava ali atenta já que havia aberto as portas de sua fortaleza não havia motivos para não revelar mais uma coisa sobre si.


— Sabe Scorpia, uma vez quando éramos crianças ainda, uma vizinha nossa chamada Otávia, ficava mexendo comigo e um dia ela me deixou super mal porque eu tenho essa condição genética em meus olhos, ela me chamou de olho trocado, e eu me senti uma aberração e fui chorar no meu quarto enrolada na minha coberta, a Adora veio falar comigo  e quando eu contei pra ela sabe o que ela me disse?

— O quê? —pergunta Scorpia vendo a amiga sendo tão aberta a conversa como não faziam a muito tempo, 

— Ela me disse... — Catra abriu um sorriso involuntário. — Me disse que não era problema meus olhos terem cores diferentes, e de eu ser diferente e que não era um defeito e se eu tinha nascido assim era porque segundo ela, quando Deus me fez ele ficou em dúvida qual cor pôr nos meus olhos e acabou me dando um de cada cor porque não sabia qual ficava mais bonito. — ela finalizou totalmente corada, o medidor cárdioaco acelerou o bip.

— Que lindo, Best!  Essa Adora deve ser maravilhosa!

— Ela é! —Catra confirma ao lembrar dos olhos azuis da loira idiota que não se via vivendo sem — Sabe  depois  ela me levou até onde a Otávia estava e gritou na cara dela que ela tinha cara de idiota! — ela deixou passar um sorriso — A gente perturbou tanto aquela garota que os pais dela se mudaram da rua.

 Catra passar a sorrir um pouco mais alto até que Scorpia a acompanha contagiada com risada da amiga até que ambas então caem na gargalhadas, até limparem os olhos, Catra parou aos pois ainda estava se recuperando e se sentia cansada por fazer muito esforço.

— Nossa! — Scorpia limpava os olhos marejados, o ambiente no quarto se iluminou — A Adora deve ser um garota realmente incrível!

— Sim. — Catra novamente corou — Ela é! E sempre foi, ela é tudo aquilo que eu nunca vou conseguir ser ou conquistar...— novamente uma tristeza nublou as afeições de Catra que recolheu-se — Por isso eu nunca considerei a possibilidade de sei lá... — ela suspira — De ter ela, mas ontem na festa... — ela lembra da loira estranha que beijara —  aquela menina do banheiro que eu estava me agarrando eu estava super bêbada e vi ela ali... Eu vi a Adora, por isso eu a beijei. — ela se envergonha – Eu no sei porquê, mas sei la! Não sei explicar, mas será que esse sentimento ainda tá guardado aqui de alguma forma?

— Então, gatinha selvagem.... Se você sente que ainda esse sentimento tá vivendo, não acha que você deve sim falar com ela? Se abre, poxa!

— Não é tao fácil assim, Scorpia. Eu preciso ver a situação e eu não quero me machucar e se ela só vê como uma irmã, sem falar que Adora é quase um rato, não pode me ver chegando perto que sai correndo.

— Então seja sutil! – Scorpia exclama, e prossegue – Tipo, você tem a Felina a sua gata certo? Como ela faz quando quer pegar um ratinho? — Scorpia usa o exemplo da gata da amiga, Catra então analisa.

— Ela observa ele por um tempo, se aproxima de vagar pra não ser percebida, e prepara o bote e pega ele quando ele menos espera. — ela responde e logo fecha os olhos de sobrancelhas arqueadas orgulhosa — Aliás ela uma ótima predadora, modéstia parte! — ela se orgulha da gata que tinha.

— Entao, você é como a Felina então bola uma estratégia, seja sutil como ela e prepara a armadilha, assim você vai descobrir sobre o que Adora pensa a respeito de você.

— Bem, essa parte de ser sutil é dificil pra mim. Até parece que não me conhece Scorpia! - Catra ergue uma solbracelha — Se não se lembra eu tenho a sutileza de um furação.

— Verdade! — Scorpia concorda tocando o queixo com o indicador pensativa — Você não é nada sútil, mas tenta ir como dizem...— ela bola um plano para a amiga —... ir comendo pelas beiradas, vai vendo qual a dela, se ela gosta de você como você gosta dela, uma hora ela vai acabar deixando escapar.

— Você acha? — indaga Catra ainda meio insegura daquele plano — Acha que eu devo me arriscar? E se a gente não for pra ser? E se eu estragar o que já temos? — Catra sentia a insegurança apertar no peito — Adora é muito importante pra mim, se eu perder ela, eu não sei o que vou fazer da minha vida Scorpia, não aguentaria.

— Então tão ai mais um motivo pra você arriscar, já pensou se ela arruma alguém que  queira ficar com ela e você  nem  tentou? — ela questiona a amiga que sente em cheio aquela pergunta, lembrando que Adora sempre viviam rodeada de garotas na ginástica e que não fora só uma vez que ouvira nos corredores sobre algumas delas comentarem o quanto Adora era bonita e interessante. 

Scorpia então prossegue motivando a menor.

— Olha eu tenho certeza  que você ia acabar se lamentando por não ter tentado, e não é você mesmo que diz que é adepta do “quem não arrsica não petisca?”

— Você tem razão! — ela então se convence.

— Então, faz isso! — Scorpia toca novamente no ombro da amiga lhe olhando nos olhos — Seja mais presente na vida da Adora, a apoie nas coisas que ela gosta de fazer, sei lá!  Faça um programa de amigas juntas, saia pra comer algo, e a conquiste aos poucos, eu sei que você consegue, gatinha! — Catra a olhava no fundo dos olhos sentia um esperança crescer dentro do peito ao vê a amiga lhe dar toda confiança que ninguém antes lhe deu.

—Tá bem! Eu vou ser... – Ela faz aspas com os dedos — Sutil, na medida do possível, mas se eu ver que eu tô indo cruzar uma linha perigosa eu vou abortar essa missão!

— Isso faz isso sim! — ela concorda — E Sabe posso te dar mais dicas sobre coisas fofas e românticas se quiser.

— Perai Scorpia! — Catra recua ao ver que a amiga já ia exagerar — Uma coisa de cada vez né, querida?!

— Certo, vamos começar assim...


Scorpia segue então explicando o plano de abordagem para a amiga Catra que passa a atender que pra conseguir tirar algo de Adora ela não tinha que agir como furacão Catra que arrasa onde passa, mas no ritmo de Adora, o modo Catraruga indo  de vagar quase parando.


( No domingo...)


Adora apesar de não ter nada programado para o fim de semana se sentia ainda insegura a respeito de ir até o hospital para ver a amiga por sentir culpada por algo como se de fato fosse responsável pelo mal humor da amiga no outro dia, estava agora a escutar James Blunt deitada em sua cama que tocava a música  High. Ela olhava insistemente o chat do WhatsApp esperando respostas de Catra.

Belo amanhecer
Ilumina a beira da praia para mim
Não há mais nada no mundo
Que eu prefira acordar e ver com você
Belo amanhecer
Eu só estou correndo atrás do tempo
Pensei que morreria sozinho, numa noite sem fim...

 No hospital Catra também olhava a mesma tela tentada a mandar uma mensagem para Adora para vir vê-la e conversarem e lhe pedir desculpas, mas se sentia ela a "porra de uma idiota" por ter magoado a loirinha cremosa que talvez fosse a verdadeira dona de seu coração.


Mas agora estou nas alturas
Correndo alegre no meio das estrelas lá em cima
Às vezes, é difícil de acreditar que você lembra de mim
Belo amanhecer
Se mistura com as estrelas outra vez
Você lembra do dia, quando a minha jornada começou?
Você lembrará do fim do tempo?
Belo amanhecer
Você está apenas avivando minha memória, outra vez
Pensei que tivesse nascido numa noite sem fim, até você brilhar...


Catra pensou profundamente buscando fôlego queria Adora ali, e tinha que engolir o orgulho se quisesse enfim por seu plano em prática.

Subindo
Correndo alegre entre todas as estrelas lá em cima
Às vezes, é difícil de acreditar que você lembra de mim
Alto
Correndo alegre no meio de todas as estrelas lá em cima
Às vezes, é difícil de acreditar que você lembra de mim...


Catra não resistiu vendo o medidor cardíaco já ia mais de 100 batimentos precisava acalmar seu coração selvagem, ela então começou a digitar na barra da mensagem.

Adora viu então os três pontinhos pulando com o nome "Catra está digitando...", O coração disparou no peito também a mais de 100 por minuto até a mensagem chegar.

Hey, Adora Zor-el! ✌️
Que tal sair um pouco da fortaleza da solidão 
e passar aqui lá L Corp pra me visitar? 
Tô com saudade! 😿💔


O coração de Adora se iluminou perante o convite e então respondeu;


Contanto que não tenha nenhuma Kriptonita por aí... Rsrsrsrs
Logo chego voando, deixa a janela aberta! 
😁✌️❤️


Catra também recebendo aquela reposta sentiu o peito aliviando com a resposta ser positiva, buscou então a janela da conversa com a  "velha carcomida".

Hey, Velha!
Fica em casa hoje, se não o coronga te pega, tu é grupo de risco! 😹
Adora vem aqui, preciso conversar com ela em particular.
😼


Cinco minutos depois a mãe respondera;


Vai tentar se entender com a garota?
😕🤔


Catra se surpreendeu como a mãe era observadora e pergunta em texto.


Oxe? 🙀 
Tu tá metida com macumba, véia?
Que santo tá de contando as coisas?
😌



Não! 😡
Deu pra notar nessa sua cara de quem comeu uma b*** e não gostou!
Juízo! Lembre-se que está no hospital e não num hotel, garota! 💢🙎‍♀️


Catra apenas sorriu e então pôs o celular na mesinha de medicamentos e deitou-se na expectativa da chagada de Adora, mas acabou adormecendo.




Adora não demorou muito tempo para chegar ao hospital, mas quando chegou encontrou Catra adormecida, porém compreendia que podia ser efeito da medição pesada que estava tomando pra repor as vitaminas ela então se aproximou do leito da amiga que dormia tranquila, olhou em volta observando cada detalhe do quarto particular e por alguns instantes tentou entender a conversa que tivera com a mãe da amiga sobre as condições financeiras e do que tinha que aguentar do marido para manter as coisas em "ordem" e de certa forma aquilo era por Catra, pois só de imaginar o fato da amiga ser atendida num hospital público nos tempos de crise que a classe mais baixa de Etheria vivia era assombroso com o atual índice de mortes por falta de recursos que os hospitais passavam por falta de medicamentos e leitos quase sempre cheios, não que fosse um meio ruim de atendimento mas que era poucos recursos pra uma grande demanda, poderia ter o risco de perder a amiga por falta de um atendimento imediato.

Adora então resolvera sentar-se ali na cadeira de acompanhante e buscou seu smartphone conectando seus headfones que quase sempre levava consigo para  ouvir suas músicas no modo aleatório que deu início com a música Caos de Mariana Foes.

Planeta terra e sua energia caótica
Sua beleza seu poder letal
Seres humanos ilusão de ótica
Tão diferentes respirando igual
Alguns com nada
Outros com tão pouco
Num mundo regido por loucos
Quem se atreve a aparecer
Não sabe de nada
E sabe de tudo
Pois é criança do mundo
Nascida pra morrer...


Adora fechou seus olhos encostando a cabeça no apoio da cadeira e passaria então a refletir profundo as condições sociais das desigualdades do mundo e do quanto essa balança era tão desequilibrada e justamente para o lado dos mais necessitados...

Planeta terra na ilusão de ótica
De um ser humano que quer ser igual
Toda beleza tudo que há de exótico
Visto por fora através de um vitral
Viemos com nada
E vamos também
Mas que bom que a gente se tem
Que bom que a gente se tem...


 Se viu ela mesma como sendo uma egoísta, tendo ela tantas coisas enquanto muitos por sinal tinha sequer 1/3 do que possuía dentro de seu quarto onde tinha coisas mais caras que o que uma família de baixa renda possuía na casa inteira e muitas vezes até mesmo dentro da dispensa, se sentira ela como parte da verdade escória no mundo...

É tudo um sopro
Vento da manhã
E a chuva refresca a mente
Da incerteza do amanhã
Planeta terra e sua energia exótica
Seres humanos com poder letal
Sentindo a vida em gotas caóticas
Dentro de cada um temporal


Ela então reflexiva passou a pensar em que becos Catra andava, se era entre ricos e pobres, empresários e marginalizados, Catra podia até ser uma jovem que possuíam tudo, mas andava humildemente se esgueirando em becos onde os mais leprosos viviam a catar nas latas de lixo seu alimento, e embora tivesse condições de tomar da bebida mais cara, escolhia ela sua velha vodca barata.

E sim! Catra podia ser até chamada no colégio como a escória da Horda por suas atitudes rebeldes, mas a verdadeira escória do mundo era onde os que como Adora, vivam na zona de conforto da  bolha da desigualdade entre ricos e pobres.

Depois de refletir sobre si e de sentir-se um latão de lixo, Adora abriu seus olhos e deparou-se com Catra que a observava em silêncio em seu momento, a garota rebelde sabia reconhecer quando alguém estava em alto reflexão sobre as coisas, pois ela era uma das que vivia entregue nesses momentos quase que o tempo todo quando fumava seus cigarros ou dava um belo gole da bebida alcoólica.

 Adora retirou os fone do ouvido quando Catra lhe olhava com olhos  sonolentos lhe chama em voz suave com aquela  tão conhecida frase que lhe sacudiam as  barras assimétricas particulares, ou como os jovens costumavam chamar as tão conhecidas “ Placas Bucetônicas”

— Hey, Adora. — Catra a chama.

 Adora notou que a morena que lhe olhava com olhar estranhamento sereno.

Ela então desligou a playlist pondo os seus headfones envolta do pescoço, e pegou a cadeira levando para mais perto de Catra que observava chegar mais perto.

— Você tá bem? — Adora lhe pergunta com um sorriso singelo.

 Os dois olhares se encontraram de forma mais passiva.

— Sim, eu tô bem... — Catra lhe responde, seu olhar não estava em interrogação como fizeram antes. — Eu só preciso descansar, dormir e repor as energias,  pois esses medicamentos são fortes.

Adora concorda um “sim” e levanta-se da cadeira indo em direção a porta, mas Catra lhe agarra a parando agora a segurar na sua mão, não no punho como fizera antes pra mostrar que não estava querendo a pôr contra a parede.

Adora parou, e lhe olhou,  daquela vez não se via nenhuma afeição de nervosismo com aquele ato da amiga, que buscava não lhe olhar no fundo de seus olhos e passar aquela impressão de julgamento que eles eram capazes de dar.

“Não vai Adora! Fica, por favor!” — Catra pensa, mas sem conseguir fazer o pedido verbalmente apenas segurava firme sua mão.

“O que significam isso?”  Se pergunta Adora ao ver Catra com o olhar desviado de si, tentava entender o porque foi parada. “ O que Catra quer? Não importa! Não se mexe daqui Adora, não fuja dessa vez!” — ela se insentiva.

“Vai Catra, pede pra ela ficar sua idiota! Pede desculpas, não seja uma cuzona com ela de novo!” — Catra se condenava por não conseguir gesticular o que seu coração pedia, não era acostumada a coisas fofas, mas Adora toma dianteira.

— Hey, Catra. — Chama Adora a atenção da amiga que a olha surpresa — É... Será que... – Adora buscava ser mais comunicativa. — Será que eu poderia passar a noite aqui com você? — Ela pede.

 Catra ergueu o cenho surpresa se perguntando se Adora sabia realmente ler mentes.

Adora prossegue com o polegar apontado a porta:

 — É que tá ficando um pouco tarde, e fica perigoso dirigir no trânsito com a Darla. — ela finaliza o pedido com o sorriso sem jeito e a desculpa esfarrapada.

 Catra apenas rir, sabia das desculpas meia boca da amiga, mas estava ela feliz em ter sua companhia naquela noite.

— Se você quiser... — ela consente — Você pode ficar aqui, eu te protejo, sua boba! 

Adora cora um pouco com aquela brincadeira mas se anima, seu rosto reluz uma felicidade, ela se solta da mão Catra que lhe segurava até aquele momento.

— Eu vou pegar um lençou e um travesseiro então... — Ela aponta novamente para a porta — Eu vi um quarto vazio aqui ao lado, eu vou lá! 

Adora vai em direção a saida em passos rápidos, mas é parada por Catra que a chama se sentando no colchão.

— Adora!

Adora para com a porta aberta prestes a sair, e olha para Catra como se ela lhe chamando fosse um gatilho para lhe deter em qualquer situação.

 Catra prossegue:

— Não seja estúpida. — Ela dá tapinhas no colchão ao seu lado como um convite — A cama é firme!

 — Uau! — Adora suspira para si mesma e então fecha a porta do quarto e volta até a cadeira.

 Estava sem jeito mas passa a tirar a roupa de cima.

Ela põe o moletom ali em cima da cadeira já que estava com seu conjunto por baixo das roupas, logo despindo-se  das calças e o tênis vermelho.

Catra a acompanhava sentindo-se estranha com a cena da amiga se despindo  diante de si, e o quanto corpo de Adora era bem feito.

Ela então procura desviar o olhar ,embora quisesse muito assistir aquela cena que lhe causava um certo calor interno.

Adora então se aproxima da cama, e Catra cede espaço para que ela deite a o seu lado, ambas deitam-se uma de frente para a outra, os olhares novamente se encaram, e o silêncio novamente se dá entre as duas.

“Ai Deus! Eu não acredito eu tô deitada do lado da Catra! Espera! Calma Adora! Não se desesperar vocês já dormiram juntas antes, mesmo que já tenha bastante tempo desde a última vez” – pensava Adora de olhos arregalados fitando os olhos de Catra que lhe olhava de volta  piscando lentamente, quando ela dá um breve sorriso despertando Adora de seus pensamentos.

— Ei, idiota! Tira esse rabo de cavalo estupido se não vai perder seus cabelos antes de se tornar campeã olímpica, e olha não vai ser nada bonito uma atleta careca rodando no ar! — Catra zoa.

Adora abriu um sorriso com a piada da amiga e levou a mão sobre o rabo de cavalo libertando suas madeixas, seus cabelos se espalharam pelo colchão. 

Catra sentiu o coração pulsar forte diante do quanto a amiga loira era bonita de cabelos soltos.

"Desde quando seus cabelos ficaram tão grandes?”  —  Se perguntou mentalmente Catra  “ E quando ficou tão linda?” 

O medidor cardíaco quase entregou os sentimentos de Catra, que buscou conter-se, quando foi pega de surpresa pelo toque de Adora que mexeu em uma das madeixas de seus cabelos morenos.

 Adora recuou com o susto que amiga teve.

— Desculpa, eu só...— Diz Adora, meio intimidada com a reação da morena.— Gosto do seu cabelo! Ele é bonito! 

 Catra transmite uma supresa a se perguntar se por acaso Adora realmente sabia ler mentes por falar algo que estava ela  pensando nàquele exato momento.

— Bem, isso é pra mostrar que não preciso ter seus produtos caros pra ter um cabelo bonito não é mesmo? — Brinca Catra arrancando um sorriso de Adora.

— Verdade. — Concorda Adora e prossegue — Você sempre teve um cabelo bonito, embora quando éramos crianças vivesse com ele esgrouvinhado andando pela vizinhança. 

 Ambas começam a rir mais alto pelas lembranças de infância.

— Não acredito que você se lembra disso! — diz incrédula, Catra, a limpar os olhos cheios de água .— Faz tanto tempo! — Catra lutava contra o risos — E o que diabo é “esgrouvinhado?”

Adora passa a rir mais, se esquecera que ela usava termos poucos conhecidos pelos outros jovens.

— Significa "bagunçados." — ela explica ainda a limpar os olhos — Não tinha quem te fizesse pentear os cabelos!

— Verdade! — Catra concorda. — E do que você se lembra mais? — ela pergunta a limpar os olhos.

 Catra estava totalmente esquecida do dia anterior, e como ele fora péssimo para si.

— Eu me lembro que você ficava entrando dentro do jardim da Senhora Razz,  subia nos galhos da árvore,e se pendurava de cabeça pra baixo dizendo: “Olha pra mim Adora, eu sou a gata aranha!” 

 Catra não conteve os risos e passou a rir ainda mais.

 Sentiu o pescoço doer um pouco pelo ponto que levou, mas não ligou.

— Cê acredita que até hoje a Razz me chama de Cátia? — Ela pergunta entre risos.—Ela nunca acertou meu nome.

— A senhora Razz tem problemas de memória, mas é legal! — afirma Adora.

— Sim ela é! —Catra concorda.

 Os sorrisos cessam, e novamente o silêncio se fez no ambiente hospitalar, os olhares novamente se encontram, não se sabiam qual era a necessidade que ambos  sentiam de sempre procurarem um ao outro tão insistentes.

“Vai Catra! Se desculpa com ela!”  Catra novamente pensa buscando coragem para dizer aquela palavra que para si era difícil de pronunciar.

— Adora, obrigada! — Ela então agradece sem jeito levando a mão atrás da nuca sentindo o curativo — Sabe, por ter me salvado... — ela sorrir sem jeito para Adora que a olha atentamente — Por ter me defendido ontem do Merdak. E por tudo que você faz por mim.

— Eu não podia te deixar partir, Catra! — Adora responde — Não podia deixar ele te bater. — Catra até gostou daquela resposta, embora não fosse exatamente a que estava buscando, mas já era um começo.

Catra novamente buscou coragem pra prosseguir, precisava limpar seu coração da culpa de ter tratado tão mal Adora no dia anterior.

“Vai Catra! Não seja covarde, não volta atrás!” – ela se motiva mentalmente mais uma vez.

— Eu vou melhorar, logo... — ela dá início — E eu sei que eu só te magoei esses últimos tempos, Adora. — 

O olhar de Catra ficou cabisbaixo ao lembrar das vezes que fora tão grosseira com a amiga que sempre lhe fora como um anjo de guarda.

 — Me desculpa por ter sido arrogante com você ontem, eu sei que te magoei muito, Adora. E eu sei que pedir desculpas não vai ser suficiente pra mudar como as coisas ficaram entre nós, mas eu vou tentar ser melhor que isso, eu prometo. — Catra pausa.

Estava sendo difícil assumir todas as merdas que fizera nesse últimos meses 

Ela prossegue:

 — Mas eu sei que só promessas não são suficientes pra consertar as coisas, e eu vou entender se você não quiser mais falar comigo. Se quiser que eu me afaste...

  Catra sentido o peito apertar com o que estava prestes a propor.

— Eu me afastarei de você. – Catra finaliza entristecida ali entregando sua sentença nas mãos de Adora que agora era a juíza daquela situação.

Adora não respondeu de imediato, apenas se aproximou de Catra mais um pouco a ponto dela sentir sua respiração perto de seu rosto com aquele hálito de cheiro de hortelã e dentes perfeitamente escovados.

— Eu não quero que você se afaste de mim, Catra.— Adora finalmente responde.

 O que aliviou o peso sobre o coração de Catra.

Adora buscou suas mãos e as segurou firme quando lhe disse convicta:

— Eu quero que você fique aqui, perto de mim! 

 Adora deu um sorriso sincero para Catra, que levantou seu olhar de novo em encontro do de Adora sentido o coração muito mais leve, como se aquelas palavras lhe confortassem a alma magoada, e fizesse aquele buraco negro que estava em seu peito diminuir.

 Sentiu-se pela primeira vez importante na vida de alguém.

Catra acabou não resistindo, e tratou de diminuí o resto da pouca distância entre as duas e abraçou-se a Adora, que foi pega de surpresa, mas retribuiu a envolvendo aos seus braços como um abrigo e encostou o rosto sobre os cabelos macios e sedosos de Catra, sentido o cheiro lhe invadir o olfato como a muito queria tê-la em seus braços.

Catra precisava daquilo, e teve a certeza que sim sentia algo especial por Adora, mas precisava por seu plano de sutileza em prática de descobrir sobre o que Adora sentia a respeito de si, antes de avançar o sinal e estragar as coisas, ou acabar perdendo a amiga de vez por agir de forma precipitada.

 Mas se sentia bem, bem e acolhida como  jamais se sentira desde que o pai faleceu, e acabou adormecendo ali num sono que não conseguia ter há muito tempo.

 Coisa que só o abrigo dos braços de Adora era capaz de lhe dar, e não aquelas camas vazias das tantas garotas que ela dormia sempre cheias de corações vazios.


Na terça feira Catra de recuperou totalmente quase como um milagre, ou talvez pelo sentimento que agora passara a sentir nascendo em seu coração, decidiu ser mais presente na vida de Adora para tentar descobrir o que a amiga temia tanto lhe dizer, e andando no centro da cidade quando fora comprar os remédios que deveria tomar para acompanhamento ainda de seu tratamento acabou passando numa loja de artigos Geek e para sua surpresa encontrara uma forma perfeita de agradecer a amiga por ser sido a heroína  da sua vida e também serviria como recado pra lhe lançar uma indireta, sabia que Adora apesar de andar num ritmo de tartaruga era inteligente e uma hora ou outra  iria entender o recado.

 Voltara para casa animada com a surpresa e finalmente viu o e-mail que a amiga mandara no domingo e a respondeu.

Adora que estava em seu quarto limpando seu tênis e preparando os equipamentos do treino de ginástica ouviu a notificação vindo de seu celular um “Hey, Adora!”  e a abriu aquele e-mail.

G-mail

De : [email protected]

Para [email protected]

Resposta:  Eu sinto muito!

Hey, Adora!

Viu meus peitinhos foi? Sua tarada!

Então tem uma forma de se redimir. Sessão de cinema de terror na sua casa, que tal? Faz tempo que a gente não faz uma, né? Chama sua irmã purpurina e o garoto das flechas também.

 Eu levo a pipoca!

Ah! Já que viu os meus peitinhos, quero ver os seus também é lei da troca equivalente Adorada!

Ps; Hey! Aparece aí na janela que quero te dar uma coisa!  E não se preocupa que não é uma linguada na janela não, tá?

Adora sorriu ao ler aquele e-mail que carregava um tom diferente mesmo que aquela mensagem fosse só escrita lhe passava uma sensação boa em seu coração ao pensar em ter novamente uma sessão de filmes com a amiga que a muito não faziam juntas, ela então responde.

G-mail

De : [email protected]

Para[email protected]

RespostaEu sinto muito!

Hey, Catra!

Combinando! Vamos marcar um dia amanhã no colégio.

Ps; Estou indo pra janela, o que será que vai me aprontar dessa vez, hein?

Catra leu o e- mail e deu um sorriso no canto dos lábios pegou duas camisetas que estava dentro da sua mochila jeans uma de cor preta e outra em cor azul, foi até a janela enrolando a camisa de cor azul e arremessou-a os três metros, Adora a pegou e ao desenrolar viu que era uma camisa de manga longa com o símbolo de “S” da heroína super girl, Adora amou a camisa e a olhou em todos os detalhes quando recebeu uma mensagem via WhatsApp e tratou de olhar.


Hey, Adora!
Vamos oficializar você
como minha heroína pessoal...
 Que tal?
Super Adora ou Adora Zor'el?
Ah! Veste e volta pra janela!


Adora sem entender tratou de abedecer, tirou a camisa que estava por baixo de sua jaqueta do time de ginástica e vestiu a nova a camisa que incrívelmente lhe coube perfeitamente no seu corpo bem treinando assim como o uniforme era no corpo da heroína, ela então pôs sua jaqueta de volta  e voltou até a janela e deparou-se com a amiga vestida uma camisa com o nome “L Corp” apontando com os dois indicadores para si mesma, depois fez um símbolo de um coração com as  mãos únidas sobre o peito.

Adora sentiu o coração disparar na hora, de certa forma entendeu o recado e embora quisesse se sabotar novamente a respondeu com um coração sobre o seu peito também.

Catra sorriu diante da resposta, sabia que todos podiam ter um amor na sua vida para lhes confortar nos dias difíceis,  por que não ela?

Afinal, se o “S” da camisa da heroína representava a esperança, o “A” no peito da jaqueta de Adora também podia significar “Amor”


Fim do Flash Back


Notas Finais


Até o próximo capítulo!
Gente se demorar a sair me desculpa, tá? e que não ando muito bem!

Vejo vocês nos comentários meus lindes!
💋


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