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História Why so Blue? (Imagine Min Yoongi) - Pink.


Escrita por: deepsuga

Notas do Autor


Oi meus amoreeeees, tudo bem com vocês?
Para quem não está sabendo esta semana vou fazer a Yoongi Week, ou seja, vou atualizar todas as fics que tenho com o Yoongi que no caso são Behind The Cameras, Maze, Alone, Querida (ex) Namorada e essa coisinha maravilhosa aqui :)
Esse cap. tá bem meloso porque eu tava muito sensível quando fui escrever KKKKKK
Espero que gostem <3

Capítulo 9 - Pink.


Após me afastar de Jungkook senti algo estranho, mas não era relacionado ao beijo, era mais como uma aflição.

Algo estava errado e o aperto em meu peito me dizia isso com todas as letras.

Algo estava completamente errado.

Peguei meu celular no bolso da calça com a intenção de mandar uma mensagem para Yoongi e perguntar como ele estava mas na barra de notificações sua mensagem foi a primeira a aparecer.

Yoongi:

Sinto sua falta...

Os dias são mais cinzas sem você.

Eu:

Eu também sinto sua falta, Yoonie.

Você está bem?

Quer que eu vá te ver?

Ele não costumava demorar muito para me responder e três minutos foi mais que o suficiente pra que eu insistisse em mandar mais algumas mensagens.

Eu:

Sinto que tem algo de errado com você.

Tive uma sensação esquisita e seu nome não sai da minha cabeça....

Estou indo te ver, tá bom?

Vou pedir pro Jimin me deixar aí.

Podia ser paranoia minha mas a sensação me dominava, uma agonia interna enfeitada com o seu nome, um aperto aparentemente sem motivo mas que internamente sussurrava que eu deveria te ver.

Era mais uma vez a nossa estranha conexão me dizendo que preciso te ver.

A estranha conexão que eu tive com você desde o primeiro dia em que te vi.

— Eu preciso ir — falei já me levantando.

— Foi por minha causa? — Jungkook perguntou assustado — Não era a minha...

— Não tem a ver com você, Jeon — sussurrei, passando as costas das mãos em minhas costas para limpar a sujeira causada pela grama — Só sinto que tem alguém precisando de mim.

— Alguém? — sorriu irônico — Você quer ver o carinha lá, não é?

— E se for? Algum problema?

— Não — riu fraco — Mas você prometeu que passaria o dia com a gente.

— Ele precisa de mim, Kook — repeti — E não vou me perdoar se ignorar essa sensação que estou tendo agora.

— Isso não tem a ver com o beijo? Mesmo?

— Nem tudo tem a ver com você — o encarei séria.

— Nossa! — disse fingindo-se de ofendido — Quanta grosseria...

— Me poupe — revirei os olhos e então saí correndo até Jimin.

— Eu já estava voltando — ele falou enquanto fechava o zíper de seu jeans.

— Preciso que me leve até o Yoongi — falei rapidamente.

— Por que? — me encarou preocupado — Aconteceu alguma coisa?

— Sinto que ele precisa de mim — suspirei.

— Acha que ele fez algo? — perguntou e eu logo entendi o tom de sua questão.

— Não, acho que não — respirei fundo — Mas ele me mandou uma mensagem meio estranha.

— Como assim?

— Ele disse que sente minha falta...

— E isso não é bom?

— Acho que nesse momento... não.

— Então vamos lá — disse começando a caminhar ao meu lado.

Passamos por Jungkook que logo se juntou à nós e então fomos até o carro de Jimin. Me sentei no lugar do passageiro, colocamos o cinto e logo foi dada a partida.

Peguei meu celular na esperança de que alguma mensagem nova de Yoongi estivesse entre as notificações mas não havia absolutamente nada.

— Você prometeu... — Jungkook se inclinou sobre meu banco, apoiando seu rosto no canto do apoio de cabeça.

— Eu sei o que prometi, Jeon.

— E não cumpriu.

— Eu vou cumprir mas não hoje — revirei os olhos — Prometo que nós três passaremos mais um tempo juntos outro dia.

— Nós três?

— Os três — reforcei, deixando claro que não me encontraria com Jungkook à menos que Jimin estivesse junto — Sempre fomos um trio e continuaremos assim.

— Se eu te convidasse...

— Não, não vamos sair em “casal” — o interrompi, voltando meu olhar para a janela, tentando ignorar o rosto ao meu lado.

Quando paramos em um semáforo vi Jimin tirar seu celular rapidamente do bolso e digitar algo, então senti o meu próprio telefone vibrar em meu colo.

Jimin:

Aconteceu alguma coisa?

O clima entre vocês tá meio esquisito.

Eu:

Jungkook me beijou.

Jimin:

Que merda...

E como você se sentiu com isso?

Eu:

Nem sei como deveria me sentir.

Foi estranho.

Jimin:

Vou conversar com ele depois.

Quem sabe convenço ele de parar de forçar tanto a barra...

Eu:

Vou te agradecer eternamente se conseguir fazer esse milagre.

Jimin:

Vou dar meu melhor.

O sinal abriu e então Jimin largou seu celular de qualquer jeito sobre suas coxas e sorriu rapidamente em minha direção logo voltando o olhar para frente.

Alguns minutos de viagem e então chegamos na frente da casa azulada.

— Muito obrigada, Minnie — sorri e então dei um beijo em sua bochecha.

— Nossa, e eu? Não ganho beijinho? — Jungkook perguntou com um sorriso sarcástico.

Dei um beijo na palma da minha mão e então encostei a mão em sua bochecha.

— Até mais! — falei assim que abri a porta do carro.

— Até mais, fedorenta — Jimin praticamente gritou.

— Tchau feioso — contornei o carro e então fui em passos longos até a porta da casa.

Bati algumas vezes mas não houveram respostas.

— Será que ele saiu?

Vi uma fresta da janela da sala aberta e então a empurrei, invadindo sua casa alguns segundos depois.

— Yoon? — o chamei mas a única resposta que tive foi a de Min Holly latindo estridentemente ao me ver.

— Oi neném — falei fazendo carinho em sua cabeça — Cadê seu papai?

Holly latiu mais algumas vezes e então saiu correndo em direção ao quarto de Yoongi.

Como ele não era um cachorro que latia com tanta frequência era estranha ver sua necessidade em causar tanto barulho naquele momento, então decidi seguí-lo.

Yoongi estava deitado de lado completamente encolhido em sua cama, ao seu lado havia uma xícara tombada que logo identifiquei como sendo de café por causa da mancha bege que havia se formado no edredom branco.

— Yoon? — chamei mais uma vez mas ele não respondeu.

Me aproximei da cama e então vi seu rosto vermelho e inchado, com os olhinhos fechados com força mostrando que ele provavelmente dormiu chorando ou estava com dor.

Coloquei a mão em seu peito para sentir seu coração e então me afastei.

Voltei até a sala e então com a adrenalina um pouco mais baixa já que eu sabia que ele estava seguro fui capaz de analisar melhor a situação.

Um maço de cigarros estava caído perto de seu piano, o que mostrava que mais uma vez ele havia sentido necessidade de revisitar seu vício. Ele escondia os cigarros mas eu sabia exatamente quando ele havia fumado, seja pelo cheiro em sua roupa ou pelas cinzas discretas que acabavam caindo pela casa, mas decidi que não iria pegar em seu pé pois vícios não são tão simples de abandonar.

Porém eu sabia exatamente o esconderijo no fundo de seu armário de pratos e contava os cigarros sempre que tinha uma chance para saber se ele está diminuindo a quantidade, e felizmente, ele está.

Yoongi realmente estava se esforçando para dar seu melhor, mas como Seokjin já havia alertado, algumas recaídas seriam inevitáveis.

Peguei o cigarro do chão e o coloquei sobre o balcão da cozinha antes de começar a arrumar algo para o garoto comer já que o conheço o suficiente para saber que ele provavelmente não comeu nada desde que voltou da aula.

“Eu esqueci” repetia todas as vezes em que questionava o motivo de não comer.

Mas eu não esqueço, nunca esqueço de pedir para que ele se esforce um pouquinho mais pra comer melhor.

E nunca esqueceria do sorriso frouxo que ele me dá enquanto caminha até a cozinha.

Depois de cortar várias frutas como pêssegos, mangas, maçãs, abacaxis e bananas, montei um prato colorido com elas, duas torradas e um copo de chá bem geladinho pra refrescar o garoto quentinho que estava encorujado na cama.

Fui até seu quarto, coloquei o prato e o copo sobre sua cômoda e então sentei ao seu lado.

— Yoonie — sussurrei enquanto tocava em seus lisos cabelos azuis, fazendo um cafuné lento no garoto que até então dormia tão profundamente — Acorda...

O aperto em meu peito nem ao menos ousava existir naquele momento.

Apenas a sensação de paz, de leveza, de segurança, da mais pura plenitude...

A sensação de estar em casa que apenas sua presença era capaz de me fazer sentir nesses últimos tempos.

Eu ultimamente morava naquele olhar, naquele abraço, naquele sorriso, naqueles cabelos azuis, naquele corpo que se tornava tão pequenininho comparado ao amor que ele exalava...

Era como se parte dele morasse dentro de mim.

Yoongi lentamente se tornava meu lar e eu nem sabia que isso era possível.

— Yoon — chamei mais uma vez enquanto meus dedos ainda deslizavam entre os fios.

Seus brilhantes olhos se abriram e então um sorriso bobo formou-se no rosto redondinho.

— Você veio — se levantou lentamente e me abraçou com força.

— Sempre que você me chamar vou dar um jeito de vir te ver — o abracei com a mesma intensidade.

— Jura?

— Juro — sorri e me afastei — Mas agora eu quero que você coma porque tenho certeza que você não comeu nada.

— Você me conhece bem demais. Chega a ser estranho — riu fraco.

— Acho que é um dom — falei indo buscar o prato e o copo de chá para ele — Se senta direitinho porque minha habilidade em ressuscitação não foi aprimorada e se você se afogar vai morrer aí mesmo.

— Melhor não arriscar então — sorriu, sentou-se com as costas coladas na cabeceira de sua cama.

— Te garanto que não — entreguei o prato pra ele e então sentei-me em sua frente, cruzando as pernas em posição de lótus.

Ele logo mordeu um pedaço da torrada e bebeu um grande gole do chá.

— Do que é isso? — perguntou balançando o copo.

— Maçã verde — sorri — Comprei da última vez que fomos no mercado, lembra?

— Não — riu fraco — Mas é muito bom.

— Achei que ia gostar...

Roubei um pedaço de abacaxi de seu prato e comi rapidamente.

— O que aconteceu, Yoon? — criei coragem de perguntar, mesmo sabendo que ele provavelmente não responderia direito.

— Tive uma crise de novo — respirou fundo — Deve ter sido por causa do café.

— Acho que você não tomou o suficiente pra isso pelo que vi na sua xícara e pelo que tinha lá na cafeteira — comentei — Aconteceu alguma coisa além disso? Teve algum pensamento ruim? Viu algo ruim?

— Não foi nada demais — sorriu fraco, sorriso esse que eu sabia que era a sua forma secreta de dizer “não vou contar”.

— Tive uma sensação ruim — decidi contar — Achei que precisava de ajuda e então sua mensagem chegou no meu celular.

— Sério? — perguntou confuso — Que sensação?

— Não sei explicar, só sentia que precisava te ver.

— Talvez fosse saudade — disse sorrindo sem graça.

— Se fosse assim teria essa sensação sempre que saísse por aquela porta.

Ele me encarou com os olhos brilhantes por mais alguns segundos e então voltou a comer, provavelmente sem graça pelo meu comentário.

Eu sentia que devia insistir um pouco mais pra saber o que tinha acontecido naquela tarde mas talvez não naquele momento. Não quando tudo tinha acabado de acontecer.

Acreditava que haveria um momento melhor pra isso ou que até mesmo ele se sentiria mais confortável pra contar o que lhe aflingia tanto naquela tarde quente, o que lhe fez querer mandar aquela mensagem pra mim e que me fez correr ao seu encontro assim que a vi.

— Sua mensagem mexeu bastante comigo — confessei.

— Por que?

— Não sabia que se sentia assim. Me pegou de surpresa.

— Assim como? — perguntou enquanto pegava mais um pedaço de maçã.

— Sozinho — praticamente sussurrei.

— É estranho ficar sem você por perto — sorriu fraco — Acho que viciei na sua companhia.

— Acho tão lindo quando você fala sobre seus sentimentos — falei, colocando a mão em sua coxa — É bom saber a importância que tenho pra você.

— Ah é? Você gosta de ouvir?

— Eu amo — sorri.

— Prometo que vou tentar falar mais então.

— Obrigada!

Suspirei e então olhei diretamente em seus olhos.

— Sei que não quer falar sobre o que aconteceu... Mas você já está melhor?

— Estou bem melhor — sorriu fraco — Ainda mais sendo mimado desse jeito.

— Vou parar de te mimar — falei risonha — Estou te deixando mal acostumado.

— Também acho, mas não precisa parar não. Podemos achar um equilíbrio, o que acha?

— E qual seria ele?

— Eu posso te mimar também, aí ficaremos igualmente mal acostumados.

— Hum — cruzei os braços com uma expressão pensativa — Até que eu gostei dessa ideia.

Sorri e então me levantei da cama.

— Eu vou ter que deixar meus mimos pra outro dia — falei — Tenho que ir pra casa agora...

— Não pode ficar pro jantar?

— Hoje não — fiz biquinho — Minha mãe vai sair mais cedo do trabalho e quer aproveitar o tempo livre comigo.

— Ah, tudo bem — sorriu — Pela sua mãe posso abrir uma excessão... Eu te deixo ir.

— Mas eu nem pedi sua permissão — ri.

— Mas é assim que funciona aqui em casa. Só entra quem eu quero e só sai quem eu quero.

— Eu invadi sua casa, então já quebrei essa regra por hoje — falei dando tapinhas leves em suas costas — Agora vou ter que embora mesmo sem a sua permissão.

— Pode ficar só mais um pouquinho? — pediu com um olhar de cachorrinho abandonado e eu sorri.

— Só um pouquinho?

— Uns minutinhos.

— Eu fico — falei logo me jogando ao seu lado na cama — Dez minutinhos.

— Vinte?

— Dezenove.

— É o suficiente — ele sorriu e então deitei minha cabeça em seu ombro.

— Você tá com cheirinho de café — comentei.

— Derrubei tudo em cima de mim — falou rindo fraco — Era meio difícil não ficar com cheiro...

Ele passava a mão pela manga de sua camisa que havia manchado também, como se tentasse tirar o cheiro do café que já estava impregnado em si nesse instante.

— Eu gosto — sussurrei.

— De café?

— Não, de você.

[...]

Cheguei em casa após os contados dezenove minutos ao lado de Yoongi e encontrei minha mãe saindo de seu quarto com uma toalha enrolada em sua cabeça

— Achei que tinha decidido ficar na casa do Jimin — ela comentou enquanto secava os cabelos.

— Não, definitivamente não — revirei os olhos.

— Aconteceu alguma coisa? Brigaram?

— Entre eu e o Jimin? Jamais.

— O que foi então?

— Longa história...

— Eu tenho todo o tempo do mundo — sorriu — Ou pelo menos até umas duas horas da manhã...

— Lembra do garoto que te contei?

— O tal Yoongi?

— O próprio.

— O que tem ele?

— Eu tenho me aproximado muito dele esses últimos tempos e hoje foi o primeiro dia que não fiquei com ele.

— Ficou como?

— Ficar no sentido de estar perto, na mesma casa e tal...

— Ah — sorriu — Ficou com saudades?

— Mais do que isso.

— Como assim?

— Eu deveria ter curtido o passeio com o Jimin e o Jeon mas não parei de pensar nele em momento nenhum.

— Você está apaixonada, filha, é normal.

— Eu não sei se estou apaixonada, bom, na verdade eu acho que estou mas o Jungkook me confundiu antes que eu chegasse numa conclusão.

— O que ele fez?

— Me beijou, hoje à tarde.

— E como foi pra você? Afinal vocês tem uma história juntos e é normal que tenha trazido essas memórias à tona...

— Eu amava o Jungkook antes dele ir embora mas acho que o amor foi embora com ele naquele avião.

— Foi ruim?

— Não, o beijo foi bom mas nem se compara ao beijo do Yoongi.

— Minha filha — falou colocando a mão sobre o coração — Você tá beijando todo mundo agora? Só me falta dizer que beijou o Jimin também.

— Não que eu não tenha pensado nisso...

— Filha?!

— Tô zoando — ri.

— Jesus! Quer matar sua mãe? — riu — E como foi o beijo com o tal Yoongi?

— Único — sussurrei — Nunca senti algo minimamente parecido, aconteceu no momento certo, com a pessoa perfeita e a química entre nós foi absurda.

— Então seja sincera com você e com o Jungkook — disse sentando-se no sofá — Fale que você está interessada no Yoongi e que o namoro de vocês vai se limitar à um período do passado, um período bom mas que chegou ao seu fim definitivamente.

— Acho difícil ele me ouvir — comentei.

— E o outro garoto? Ele sabe disso?

— Do que?

— Do beijo...

— Não e nem vai ficar sabendo — respondi.

— Por que?

— Ele fica meio inseguro quando falo sobre o Jungkook e acho que não seria uma boa.

— Tem razão, talvez seja melhor mesmo — sorriu — E você já contou para ele sobre seus sentimentos?

— Eu falei essa tarde que gosto dele.

— E o que ele falou?

— Nada — sorri sem graça.

— Como assim nada?

— Acho que ele não se sente da mesma forma ou ficou com vergonha de falar alguma coisa — comentei.

— Ele vai falar, com certeza.

— Espero que sim — sorri.

O estrondo dos trovões me assustou e então pude vir alguns raios distantes pela janela.

— Vai ser uma tempestade daquelas — minha mãe falou olhando na mesma direção que eu — Sabe com o que essa chuvinha vai combinar?

— Filme?

— Você pega um cobertor e eu faço a pipoca — ela disse sorridente.

— Perfeito!

Fui até meu quarto em busca de mantas e encontrei uma grande e cor-de-rosa bem no fundo de meu guarda-roupa.

Era incrível como até mesmo um cobertor era capaz de me trazer aquele garoto para minha mente novamente.

Minha avó dizia que rosa é uma cor delicada e que demonstra o amor puro, romantismo e ternura. Enquanto o vermelho se encarregava de demonstrar paixão e desejo, o rosa mostrava o lado leve e ingênuo de um amor.

Eu me imaginei abraçada com ele, o azul de seu cabelo contrastando com a manta rosa que seria responsável por manter nossos toques suaves escondidos. Os momentos de doçura e os momentos em que o mimava com cafunés e recebia em troca alguns carinhos em minhas mãos.

O cor-de-rosa cobriria os melosos segundos em que Yoongi se permitia mostrar que eu não estava maluca e que ele também gostava de mim igualmente.

Fui até a sala e joguei a coberta no sofá indo até a cozinha para ajudar minha mãe a levar os baldes de pipoca até a sala.

Carregamos três baldes até o sofá, nos sentamos e logo fui colocando um filme de suspense para passar na Netflix enquanto me deitava sobre o meu colo favorito.

Minha mãe passava as mãos em meus cabelos assim como eu tinha passado sobre os fios azulados de Yoongi horas mais cedo.

Eu o mimava por saber o quão maravilhoso é ser mimada de vez em quando.

Uma hora e meia depois o filme estava quase acabando mas acabou sendo interrompido por batidas na porta.

Pausei, me descobri, joguei o controle no sofá e então me dirigi até a porta. Olhei pelo olho mágico e então abri instantaneamente.

— Yoon — falei assustada — O que você tá fazendo aqui? Você não devia sair nessa chuva...

— Eu não consegui dormir porque precisava falar com você — seus cabelos pingavam assim como suas roupas.

— Por que não esperou até amanhã? Eu ia pra lá cedinho até mesmo pra arrumar as coisas do jantar.

— Não consegui, eu precisava te ver...

Corri até o quarto pegando a primeira coberta que encontrei.

Arranquei sua jaqueta meio sem jeito e joguei no chão, colocando a coberta ao seu redor ao mesmo tempo que o puxava pra dentro de casa.

— Você tá maluco? Quer ficar doente? — perguntei nervosa — Podia ter me ligado.

— Eu precisava falar olhando nos seus olhos e não iria conseguir dormir enquanto não fizesse isso.

— Mas nessa tempestade...

— Já falei que você não precisa se preocupar tanto comigo.

— É inevitável — sorri enquanto esfregava as mãos em seus ombros, numa tentativa de esquentar um pouco o garoto.

— Senti que deveria falar logo e por isso vou falar tudo o que passou na minha cabeça antes que eu perca a coragem de novo — falou como uma autoafirmação.

Fiquei em silêncio ainda esfregando as mãos sobre o cobertor.

— Eu tive muito medo quando você falou que sairia com o Jungkook.

Sabia.

— Achei que finalmente veria que ele é uma opção muito mais interessante que eu e talvez nem ao menos fosse voltar pra se despedir.

O trauma pelo ocorrido com o Hoseok mais uma vez tinha assombrado sua mente.

— Mandei aquela mensagem assim que comecei a ter uma crise de ansiedade. Minha mente me convenceu de que a verdade absoluta era a de que você iria ficar com ele, iria embora e eu voltaria a ficar sozinho.

Yoongi começou a chorar e eu o abracei ignorando o fato de que o cobertor que o envolvia estava começando a ficar molhado e logo me molharia também.

— Eu confio tanto em você — sussurrou — Mas não consigo confiar em mim mesmo e aí minha mente tenta me convencer de que você vai enxergar que está perdendo tempo comigo e nunca mais vai voltar.

— Eu não estou perdendo tempo — falei passando a mão em sua bochecha — E apesar de você não enxergar isso, você é a melhor pessoa que já passou pela minha vida e eu não trocaria sua companhia por nenhuma outra.

— Jura?

— Claro, afinal, quem vai te mimar se eu for embora? — sorri fraco e o abracei.

— Você me disse hoje a tarde que gosta de ouvir sobre meus sentimentos.

— Uhum — concordei.

— Você sabe que não é fácil pra mim...

— Eu sei.

— Mas eu decidi que vou por pra fora o que acho que você precisa saber.

Fiquei em silêncio ainda o abraçando, sentindo seu coração palpitar enquanto ele respirava fundo em uma forma de encontrar coragem para proferir as palavras que tanto guardava para si.

— Eu sempre fui muito sozinho e achei que gostava dessa solidão, mas hoje notei que não gosto dela, só nunca tive outra opção além de seguir só — suas lágrimas caiam em meus cabelos e eu o encarei — Eu não gostava de ficar sozinho mas não sabia o que fazer para evitar a solidão.

Meus olhos encheram de lágrimas pois eu finalmente começava a entender um pouco de sua mente que sempre foi um mistério pra mim.

— Quando você falou sobre o Jungkook foi como se eu sentisse que depois de todo o esforço para tirar a ideia de que a solidão era minha melhor opção, eu teria que voltar a cultivar esse pensamento. A minha insegurança triplicou desde que ele apareceu. De repente meu rosto pareceu mais redondo, meu corpo pareceu imperfeito, minha companhia pareceu ser insuficiente e até meu jeito pareceu completamente errado. Eu encontrei defeitos em mim que nem sabia que tinha apenas porque não consegui encontrar defeitos nele.

Eu poderia interrompê-lo e dizer que ele estava completamente errado e que Jungkook tinha sim muitos defeitos, mas sabia que ele precisava desabafar então apenas fiquei em silêncio.

— Agora que eu tenho a opção de ficar ao seu lado, dói muito pensar que você pode não estar perto de mim no dia seguinte.

— Você sempre terá essa opção — sussurrei — Sempre.

— Eu inicialmente te achei mandona com sua mania de sumir com meus cigarros, contar meus remédios pra saber se eu tomei e até mesmo de me ligar pra saber se eu tinha comido. Achei que você queria ter controle sobre mim — sorriu fraco — Agora vejo que essa é a sua forma de mostrar que se importa, que se preocupa, que quer me ver bem e que minha vida tem um significado muito maior pra você do que tinha até mesmo pra mim.

Enxuguei as lágrimas que começavam a escorrer e então sorri.

— Eu achei que você queria me controlar, sabe por que? Porque eu não sabia como era ser protegido, ser mimado, ser tratado com carinho por alguém. Não sabia o que era se sentir amado.

Abaixei a cabeça e o abracei com ainda mais força.

— Agradeço por tudo que tem feito por mim, por estar acompanhando meu tratamento, por fazer minha vida ganhar novos sentidos, por encher o meu saco para que eu pare de fumar e que tome meus remédios no horário — riu — Obrigado por estar ao meu lado em dias cinzentos como esse e espero que esteja aqui para me ajudar a pintá-los com todas as suas cores.

Me afastei para enxergar melhor seu rosto, então enxuguei as lágrimas que rolavam em suas bochechas.

— Você é muito melhor nessa coisa de demonstrar sentimentos.

— Você foi incrível — sorri.

— Acho que você esperou uma resposta pelo que me disse essa tarde...

— Pois é.

Yoongi com as bochechas rosadas e a boca formando um biquinho enquanto falava era uma das coisas mais lindas que já havia visto na vida.

Ele traz consigo o verdadeiro significado do cor-de-rosa.

A ingenuidade em seu sorriso.

A ternura em seu olhar.

O carinho em seus abraços.

A delicadeza em seus toques.

O amor que transmitia em suas palavras.

Essa é a minha desastrosa forma de dizer que também gosto de você.


Notas Finais


A declaraçãozinha do Yoongi me derreteu todinha :(
Sou apaixonada demais por esses dois
Espero que tenham gostado!
Logo logo tem mais <3
Amo vocês!

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