História Why you obsessed with me? (drarry) - Conhecer o Basilisco

– Por que está tão sorridente? – Pansy questionou. Ela, Theodore, Blaise, Crabble e Goyle estavam monopolizando as poltronas do salão comunal sonserino, alguns alunos estudavam nas mesas e um pequeno grupo de primeiranistas jogavam xadrez bruxo sentados no tapete perto da lareira.

– Por que não cuida da sua vida? – sentou ao lado dela, ignorando o ex-namorado.

– Porque a sua parece mais interessante, principalmente com esse chupão enfeitando seu lindo e aristocrático pescocinho. – tocou a pele do ômega. Nott quase quebrou o pescoço para encará-lo. Malfoy riu, cruzando as pernas expostas pela saia do uniforme. 

– Você demorou a chegar, sendo que foi o primeiro a abandonar o treino. – Zabini o acusou. – Com quem estava?

– Desde quando vocês são tão fofoqueiros?

– A influência é sua, Draco. – Pansy riu, beliscou com força ela no braço. – Aí!

– Podem parar? – Blaise resmungou, ele parecia mal humorado.

– Que bicho te mordeu? Você nunca se importa com as nossas brigas. – Pansy abraçou Draco pelos ombros e ele assentiu. 

– É, você fica rindo enquanto a gente briga. 

Zabini bateu nos ombros dos dois gigantes, que assentiram e saíram. Theo os encarou meio perdido, mas entendeu o recado. Os três sozinhos sentaram-se mais pertos.

– Vou contar isso somente a vocês porque são meus melhores amigos. – puxou a capa ao redor do corpo comicamente. – Chamei Ronald Weasley para ir ao baile.

– O QU- – Draco gritou, mas Pansy cobriu a boca dele com a palma.

– Sim, enfim. Ele ainda não me respondeu. – deu de ombros, mas sua expressão era chateada.

– Eu chamei Hermione para o baile. – a morena soltou Draco, que riu alto, chocado e feliz com as coisas que ouvia. Antes estava temeroso, mas agora não poderia ser julgado pelos seus amigos. 

Porém eles falavam sobre o baile e Potter nem citou o assunto, não tiveram tempo para isso, mas o lado invejoso de Draco cutucava sua pele. Ele também queria expor o romance aos amigos, não somente dizer que era um buraco que Harry Potter iria foder.

Queria ir ao baile. E também queria ser fodido, não era hipócrita de fingir que não.

– E você, o vampiro que te chupou te convidou? – Blaise se dirigiu a ele.

– Não ainda, mas sei que vai. – pareceu descontraído, mas internamente estava tenso. Ele iria? Harry iria mostrar ao mundo ele? Um ex-comensal como parceiro? – A Granger aceitou? – tentou desviar sua mente das inseguranças, focando no maior babado em tempos que chegava aos seus ouvidos.

– Sim e vocês nem sabem, eu e ela estamos saindo escondidas há um tempo e hoje nos encontramos após as aulas, ela me contou que a Ginevra Weasley está em hut. 

– Hut?! – os meninos exclamaram, Draco continuou: – Achei que ela seria ômega.

– Os Weasley mais velhos são alfas, acho que Rony é a única exceção. – Blaise opinou.

– Seu obsessivo! Você pesquisou a árvore genealógica dele?

– Você fala como se ninguém soubesse que todos os Weasley mais velhos são alfas. Nós até mesmo estudamos em Hogwarts ao mesmo tempo que três deles. 

– Cinco se contar a chata e o insuportável dos mais novos. – Draco encarou as unhas. 

– Depois que eu tiver com o Ron não vou deixar você falar assim dele.

– Weasley com um sonserino? Eu duvido.

– Pois bem, vamos apostar! – estendeu a mão grande ao loiro.

– Feito! 

[...]

– Não acredito! – Harry cobriu os lábios com as mãos após ouvir de Hermione que Luna estava auxiliando Gina na Torre dos Períodos. 

– Gina está com muita dor ainda, seu hut não se iniciou cem por cento, por ser uma mulher alfa seu membro está se desenvolvendo. – Hermione era séria enquanto falava, os trio de ouro caminhavam em direção a cozinha.

– Não fale do pau da minha irmã, por favor! – cobriu os ouvidos, fazendo os morenos gargalharem.

– Mas enfim, a parte sexual não começou, mas Luna está lá aguardando, medicando ela e ajudando a comer. 

– Legal – Harry deu de ombros. – Elas são um casal fofo, vai ser legal vê-las no baile. Pena que a Gina não vai jogar.

– Minha irmã está morrendo de dor e Harry só pensa em quadribol. – Ron bufou, fazendo cócega na pêra, que se tornou uma maçaneta verde, empurrou, sendo o primeiro a entrar na cozinha lotada de elfos domésticos.

– Não posso mudar o que Gina é, mas o placar do jogo de sábado ainda está em branco. – sentou em uma das banquetas, uma súbita tristeza cercou os três. Era a falta de Dobby.

– É tão triste como as coisas terminaram. – Hermione pareceu ler a mente dos amigos, que assentiram. 

Rony cobriu o rosto com as mãos, seus momentos com Fred passando por sua mente. Harry o apertou em seus braços, beijando os cabelos ruivos. 

– Voldemort está morto, ele não irá tirar mais nenhum irmão de nós, okay? 

– Obrigado, Harry. – o mais baixo se afastou, escondendo as lágrimas. 

Winky se aproximou deles com um bolo de chocolate nas mãozinhas magras e pequenas. Os três agradeceram, emendando uma conversa com a elfa, que atualmente comandava a cozinha de Hogwarts, onde todos os elfos passaram a usar roupas novas e de escolha própria. Foi difícil os convencer, mas ali estava uma cozinha mil vezes mais feliz e colorida. Elfos, amavam trabalhar para os bruxos, mas agora estavam o fazendo com dignidade - pelo menos em Hogwarts. 

– Vai ao baile com o Zabini? – Potter questionou ao ruivo com a boca cheia de chocolate.

– Não li o bilhete ainda. – balançou a cabeça.

– Leremos então. – Granger enfiou a mão dentro da capa do ruivo, usurpando a carta e a jogando para Harry do outro lado do balcão.

– Hey! – Weasley levantou, mas Harry já partia o selo.

– Chega de enrolação Rony, seja um grifinório corajoso. – começou a caminhar ao redor do balcão enquanto o ruivo de orelhas vermelhas tentava o alcançar. Começou a ler: – Querido Ronald, gostaria de convidá-lo neste final de semana para sair comigo em um encontro em Hogsmeade após o jogo. Também gostaria de ter sua confirmação sobre a ida em conjunto ao baile. Assinado: Blaise Zabini. – Harry leu pomposo. – Ui, me senti lendo uma carta de 1800.

– Vai a merda! – conseguiu arrancar a carta das mãos do alfa.

– Que fofo, ele quer que vocês se conheçam melhor antes do baile! – Hermione disse animada. – Vá, por favor, o de uma chance.

– Ai que chatice do caralho! – enfiou a carta de volta ao bolso. – Eu vou nessa porra!

– Se isso o deixar mais feliz, podemos fazer um encontro duplo. Eu, você, ele e Pansy.

– Ou um triplo. – Harry se intrometeu, aliás não haviam segredos entre ele, Hermione e Rony. – Com Malfoy.

Ronald ia dizer algo, mas Hermione cobriu a boca dele.

– Certo, vou falar com a Pansy! 

– Não esqueça que eu sei onde você dorme, Harry Potter! – empurrou a mão da ômega. – E eu exijo explicações.

– Quando eu tiver afim. – piscou. – Mas digamos que Malfoy tem fetiche com banheiros.

Virou de costas para os ômegas e saiu da cozinha, queria passar mais tempo com os melhores amigos, mas gostava de ser dramático.

Puxou o mapa do maroto do bolso, murmurou "Juro solenemente não fazer nada de bom", procurando pelo pontinho com o nome Draco Malfoy quando o mapa surgiu. Ele estava no Salão Comunal, bufou, correndo para o corujal.

"Me encontre no banheiro dos ômegas do segundo andar à meia-noite. Vou te levar pra brincar com o basilisco :p" 

Foi o bilhete que escreveu, fazendo questão de desenhar a carinha que nomeou como "carinha sapeca". Gargalhou relendo, se sentindo tão idiota e genial quando prendeu o pedaço de pergaminho na perna de sua coruja.  

Voltou para seu dormitório para pegar sua capa de invisibilidade, mesmo ainda estando no horário permitido para perambular pela escola, mas sua ansiedade estava o fazendo quase saltitar. E o jantar nem havia ocorrido ainda.

Que dia longo.

Caminhou diretamente para a Câmara Secreta, precisava arrumar as coisas por lá e falar com alguém sobre o visitante da noite. 

A descida foi rápida, e para ele que estava acostumado a sempre se perder pelos corredores da escola, hoje havia conseguido ir tranquilamente sem a ajuda do mapa. Quantos anos seu pai, seu padrinho e Remus (não consideraria o nojento Pettigrew um maroto, jamais) haviam levado para criar aquele mapa incrível?

A passarela e o espaço em frente a estátua estavam limpos, sem nenhum resto de Basilisco, coisa que Harry fez assim que passou a usar o espaço na metade de seu quinto ano, quando procurava um lugar para se esconder de Umbridge e dos amigos. Em resumo, onde poderia surtar em paz.

Havia ouvido falar alguma vez que presas de basiliscos eram necessárias para muitas coisas, então as guardou e incinerou o resto do esqueleto. Vasculhou a Câmara por vários dias, descobrindo entradas secretas e um escritório - onde passava a maior parte de seu tempo ali. Era o antigo escritório de Salazar Slytherin, havia também um quarto e um criadouro de cobras, onde encontrou uma única sobrevivente, ainda filhote, que nomeou Catarina. 

Eram amigos desde então, Catarina se deixou ser cuidada por ele e Harry disse a ela que poderia caçar pelo castelo, mas longe das crianças e dos animais das mesmas. A escassez de animais pequenos foi o que condenou as outras cobras à extinção, e como Harry era uma pessoa com muita atenção sobre, não poderia andar por aí com ratos mortos nos bolsos. Quando foi para a guerra, não pôde avisar o animal, mas ela não era burra e sabia o que estava acontecendo no mundo, principalmente após as muitas conversas e desabafos.

- Cata! - sibilou.

A cobra preta surgiu entre duas pedras, deslizando até os pés do humano.

– Quanto tempo, senti saudades! 

– Quase dois anos, sinto muito Cata, mas nesse início de ano ainda não tive tempo para vir! – riu quando ela deslizou pelo seu corpo. – Olha, vou trazer um amigo hoje a noite e gostaria de pedir para que ficasse no seu quartinho. – o quartinho de Catarina era o antigo viveiro onde várias outras cobras moravam junto dela, Harry limpava sempre os restos mortais de animais mortos e havia uma almofada e algumas plantas que fez questão, mesmo que não fizesse diferença nenhuma para sua cobra. 

– É o tal Ronaldo?

– Não é Ron. – se arrepiou quando a cobra parou ao redor do seu pescoço. – É outro tipo de amigo.

– Ah, porque eu não gosto desse Ronaldo, ele fez um escândalo quando me conheceu. 

– É um ômega, Cata. – a puxou para seus braços e encarou os olhinhos pretos dela. – Ele é meio fresco, mas acho que gosta de cobras, porque é da Sonserina. Mas a visita dele hoje é diferente, vamos usar o quarto... Eu acho...

– Entendi... – deitou a cabeça no ombro do humano. – Até que enfim um sonserino nesta Câmara, a sangue ruim e o ruivo fedem a Grifinória. Você tem menos desse cheiro podre.

Potter revirou os olhos. – Já disse para não chamar Hermione de sangue ruim.

– Mas é o que ela é. – desceu para o chão. – Vou ficar em meu quarto em silêncio e fingindo que não existo.

Harry riu, com um sentimento de nostalgia. Arrumou a cama dossel de Salazar, pensando nos pergaminhos que um dia leu no escritório, trocados entre Slytherin e Gryffindor, que não ficaram juntos, porém deveriam ter passado muitos momentos naquela cama. Era curioso e gostaria de saber mais sobre esse assunto, mas os dois homens estavam mortos e aparentemente era um segredo que só ele e os dois partilhavam - e talvez Tom Riddle Jr. se fosse tão curioso quanto ele e também houvesse lido as cartas mal escondidas do casal Romeu e Julieta versão bruxos e homens.

Saiu da Câmara para o jantar, chegou atrasado como padrão, sentindo os olhares em si, principalmente do ômega loiro na mesa da Sonserina que o encarava com os olhos apertados.

Draco cruzou as pernas, apoiando o rosto na mão. Por que Potter estava atrasado? Estaria ele com algum ou alguma ômega? 

– Talvez o ômega que ele convide para o baile... – enfiou a faca em seu peito de frango, cortando o pedaço em dois, cravou o garfo com tanta força que arranhou a porcelana. 

– Calma, o franguinho já está morto. – Blaise riu, Draco o olhou raivoso. 

– Mas você ainda não, e está a somente um metro da minha faca. 

Mas então lembrou do bilhete e enquanto Pansy ria de sua ameaça ao alfa, acalmava seu mau humor. Conjurou um feitiço de tempo e conferiu que estava longe da meia noite, faria alguns temas e então se arrumaria.

– Com que roupa vocês me acham mais bonito? – indagou aos amigos alfas.

– Aquela blusa de gola alta branca e a calça preta. – Pansy bebericou seu suco de maçã.

– Com a bota preta. – o negro completou.

Assentiu, voltando ao seu frango mutilado.

Três horas depois se escondia entre as sombras da escola, passou pelas escadas, temendo Filch, mas graças a Merlin, não viu nem rastro do zelador, chegando em segurança ao banheiro da Murta. 

O que faria agora? 

Potter surgiu diante de seus olhos, não se assustou, porque sabia que ele possuía uma capa de invisibilidade – essa que colocava no bolso enquanto olhava o ômega.

Ele estava lindo, a blusa branca, ao contrário do esperado, destacava ainda mais a tez pálida e os olhos prateados.

– Oi... – colocou as mãos nos bolsos, vestia as roupas que seus amigos recomendaram. 

– Oi. – os olhos do alfa passaram por todo seu corpo, deu um passo à frente. 

– É estranho... Não sei... – balançou os ombros pequenos.

– Não se sinta pressionado a nada, desculpa se a minha brincadeira te incomodou. – coçou a nuca.

– Não incomodou, apenas... Nunca conversamos como pessoas de verdade, quero dizer que nunca conversamos com respeito.

Harry assentiu, então estendeu sua mão a Draco.

– Sei que não é o passeio mais romântico do mundo, mas você deseja conhecer a Câmara Secreta?

Draco entrelaçou seus dedos. – Se não tiver nenhum basilisco, eu quero. – riu.

Potter beijou a união de suas mãos. – Não terá.

O passeio deles foi emocionante e pela primeira vez conversaram sem ofensas, conversaram até mesmo sobre as partes difíceis de suas vidas, onde viram que ao invés de terem sido inimigos, poderiam ter se apoiado desde o início, pois passaram por coisas semelhantes.

– Então você tem uma cobra? Por que não me mostrou ela? – Draco sorria enquanto caminhavam pelo túnel de volta ao banheiro. 

– Quer ver minha cobra é? – beliscou a cintura do ômega.

– Não estrague tudo, Harry. 

– Hum... Harry... - beijou a nuca do ômega, o abraçando por trás, Draco permitiu, apreciando a sensação. – Gosto quando me chama assim.

– Okay, Harry. – se encolheu entre os braços do maior. 

– Okay, Draco. – levantou o ômega, que passou pela abertura de volta ao banheiro, se assustando com Murta.

– Humm... O que estavam fazendo, danadinhos? – ela riu, logo em seguida ameaçando chorar. – Eu queria ter alguém para contar o que vejo. 

Harry puxou Draco para fora do banheiro antes que Murta surtasse. Malfoy não se importou, o mais novo os cobriu com a capa e o abraçou, levando-o até as masmorras.

– Tchau. – Draco se desvencilhou em frente a abertura para o Salão Comunal da Sonserina.

– Não ganho nem um beijinho? – fez um bico, o ômega revirou os olhos, ficando na pontinha dos pés para beijar o alfa. Somente um selinho, então se afastou com um sorriso sapeca. – Mais uma coisa, Draco.

– Sim? – cruzou os braços.

– Aceita ir ao baile comigo? – coçou a nuca, meio tímido, meio com medo da rejeição. 

Malfoy o avaliou de cima a baixo.

– Quando você aparecer com um buquê talvez, mas por enquanto não. –  sorriu, dando as costas a Harry e murmurando a senha para a parede, que se abriu.

O alfa revirou os olhos, voltando a se cobrir com a capa.

Onde arranjaria um buquê?

Ah, Neville... Você teria que ser um bom amigo.