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História Wicked - Regret


Escrita por: MakiMakenshi

Notas do Autor


Eu sei que disse que pretendia atualizar a fic uma vez por semana, mas a vontade de postar esse capítulo foi maior do que eu, e resolvi aproveitar para revelar alguns segredos dos bastidores \o/

1º - Além dos 4 capítulos já postados, tenho 6 já escritos e estou atualmente trabalhando simultaneamente nos capítulos 11 e 12

2º - Apesar de ter tantos capítulos prontos, a história ainda está longe, beeeeem longe do final. KoujakuxNoiz é um par que têm de ser trabalhado aos poucos, e o enredo em si pode se tornar problemático se eu não prestar atenção.

3º - Pesquisando pra essa fic, percebi o quanto eu não sei de informática. Tipo, até com o básico do básico eu tenho problemas -.-' Mas isso me deu inspiração para uma cena, então, viva! \o/

4º - O motivo que me levou decidir por postar a fic semanalmente - esse capítulo é uma exceção - foi meu histórico de deixar fanfics em longos hiatus. Eu realmente não quero que o mesmo aconteça com Wicked, então por isso escrevi tantos capítulos antes de começar a publicar, e por isso estou tentando deixar um maior espaçamento de um capítulo para o outro, para tentar dar a mim mesma tempo de escrever ainda mais e não deixar o estoque acabar.

5º - O próximo capítulo terá o início da história pra valer. Até aqui foi mais uma introdução.

Enfim, acho que é só isso... Aproveitem a leitura! ^^

Capítulo 4 - Regret


 A dor de cabeça era algo esperado, assim como a náusea revirando seu estômago. Ele já esperava por tais consequências quando virou o sétimo copo, sabendo que mais doses estavam por vir. No entanto ele nunca poderia ter previsto o quão grande seria a onda de arrependimento que o atingiria. Um pouco de arrependimento era comum após uma bebedeira, mas não era sempre que você acordava com a vaga lembrança de ter dormido com alguém que você odeia logo após ter revelado suas fraquezas diante do mesmo.

Koujaku despertou quase na mesma posição em que dormira, a única diferença sendo a ausência do garoto louro. Aquilo fazia com que fosse impossível acreditar que tudo fora apenas um sonho. Suas calças ainda estavam abaixadas, resquícios de sêmen cobriam seu abdome e havia uma leve dor em seus quadris. Franzindo a testa, ele lembrou da fúria que tomara seu corpo, da violência com que tratara o mais novo. Por mais que não gostasse dele, aquilo fora extrapolar vários limites e uma dose extra de arrependimento percorreu seu corpo. E ele sabia que sua consciência estaria importunando-o mais ainda depois. Sentando-se, ouviu ruídos vindo da sala e voltou a cabeça naquela direção. Então ele ainda estava ali.

Daquela distância não podia ter certeza, mas os cabelos de Noiz pareciam estar molhados. Já estava vestido, mas a blusa havia sido deixada desabotoada, já que uma boa quantidade dos botões fora arrancada. Aquela visão era tão surreal que ele teve de piscar algumas vezes para absorver a situação. Tentando ignorar a náusea, ergueu as calças e fechou-as, pondo-se de pé cuidadosamente.

_Já acordou? - disse o mais novo em um tom de voz indiferente – Bom. Achei que teria de arrastá-lo até a cama.

_Não tem de fazer nada. Só sair daqui.

Noiz mirou-o direto nos olhos, suas calmas íris verdes encarando o olhar vermelho enraivecido do outro antes de encaminhar-se para a porta e sair sem um segundo de hesitação.

Finalmente sozinho, Koujaku caminhou um pouco cambaleante até seu quarto. Sua vontade era se deitar e voltar a dormir, mas de repente se viu muito consciente do quanto estava sujo. O cheiro de álcool e suor parecia já estar impregnado em sua pele, e o sêmen sobre seu abdome e em sua virilha lhe davam uma sensação muito desagradável. Apertando as têmporas em uma vã tentativa de reduzir as pontadas de dor que percorriam sua cabeça, foi até o banheiro e começou a tirar as roupas.

*     *     *     *     *

_Mizuki, nunca, nunca mais me deixe beber tanto quanto ontem a noite.

Koujaku tinha um cotovelo apoiado sobre o balcão da loja, uma expressão cansada em seu rosto normalmente sorridente. A palidez e as olheiras não afetavam em nada sua beleza, mas até mesmo suas fãs mais fervorosas admitiriam que havia algo de errado com ele.

_Teve problemas com a ressaca? Mas você normalmente lida bem com a bebida. - O tatuador inclinou-se contra o balcão, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios. A área do bar não estava muito cheia naquela hora, então podia se dar ao luxo de ter uma conversa mais despreocupada – Ou foram problemas durante a bebedeira? Deu em cima de alguma garota na frente do namorado dela? Não seria a primeira vez.

_Quem me dera... - Koujaku não se deixou influenciar pelo bom humor do outro, levando a mão até a cabeça que ainda doía e suspirando – Por favor, não me faça falar sobre isso. Foi terrível o suficiente para que eu evite colocar até mesmo uma gota de álcool na boca. Bom, talvez uma ou duas. Só pra não te tirar um cliente. - ele sorriu de leve, mas seu olhar ainda estava apreensivo. Por mais que tentasse esquecer, as memórias insistiam em assombrá-lo, como se estivessem gravadas a fogo no interior de suas pálpebras. E não apenas sua mente se rebelava, seu corpo parecia ter guardado as lembranças ainda melhor que o cérebro. Se ao menos ele não tivesse ido visitar Aoba na Heibon... Se ao menos ele não tivesse decidido passar na Black Needle mais tarde... Se ao menos ele não tivesse bebido tanto... Se ao menos Mizuki não tivesse deixado que ele voltasse pra casa sozinho...

Bom, ele não voltara para casa sozinho. Esse era o problema.

Mizuki achou melhor não importuná-lo mais a respeito disso, mas não pode evitar que diversas possibilidades do que teria acontecido passassem por sua mente. Nenhuma delas chegou perto da realidade.

_Tuuuudo bem, já que não quer falar sobre isso e certamente não vai querer um drinque, que tal se eu fechar a loja mais cedo e sairmos como antigamente? Eu, você e o Aoba.

Aquele era um tópico delicado, mas Mizuki resolveu arriscar. Afinal, a situação não poderia continuar do jeito que estava. Ele já suspeitava daquilo a um bom tempo, mas os acontecimentos da noite anterior fizeram com que ele tivesse certeza.

_Desculpe, mas não acho que seja uma boa ideia. - o cabeleireiro sentiu seu rosto esquentar um pouco ao pensar na possibilidade de Aoba descobrir o que acontecera. Mas estava determinado a não deixar ninguém saber, não importa o que tivesse de fazer para manter a boca do pirralho louro fechada. De todas as pessoas, tinha de ser ele a testemunhar seu momento de fraqueza? - Acho que vou simplesmente relaxar sozinho em casa, até que minha mente se aquiete um pouco. Não quero incomodar ninguém. Especialmente Aoba.

Mizuki sorriu de leve. Era tão óbvio que os sentimentos de Koujaku pelo amigo mais novo ultrapassavam muito a amizade, mas ele demorara demais para perceber isso. E Aoba certamente também fora cego a esses sentimentos. Agora era tarde. Mizuki já saíra com Aoba e Clear, e a relação dos dois, apesar de lhe parecer confusa, não era algo que fosse acabar rapidamente, ou facilmente, se é que acabaria. Ele se lembrava, e com certeza Koujaku também, os tempos em que Clear estava no conserto, sem que ninguém soubesse se ele realmente voltaria a funcionar. Nenhum dos dois queria ver Aoba daquela forma de novo. A única solução para Koujaku era acostumar-se com aquela situação, seguir em frente. Ele deveria saber que algum dia Aoba encontraria alguém e se apaixonaria, mais cedo ou mais tarde.

Com um sorriso e um aceno de despedida, ele saiu da Black Needle e caminhou de volta para casa, cumprimentando algumas de suas clientes no caminho e despistando-as com gentileza toda vez que elas pareciam perceber que algo estava errado, ou quando ofereciam-lhe companhia. Assim que fechou a porta de sua casa, suspirou. Estava cansado, mais do que normalmente, e aquilo não tinha nada a ver com a ressaca. A caminhada até ali ajudara a diminuir sua dor de cabeça, e como Mizuki dissera, seu organismo lidava bem com álcool. Ao contrário de Aoba. Um pequeno sorriso curvou seus lábios, a despeito do aperto em seu peito. As boas lembranças muitas vezes machucam mais que as más lembranças, pois com elas sabemos que já tivemos dias melhores que dificilmente voltarão.

_Vai ficar parado aí o dia todo?

Koujaku virou-se imediatamente, o cansaço em seus olhos sendo rapidamente substituído pela fúria ao ver que já havia uma pessoa em sua casa.

_O que está fazendo aqui, pirralho?! Como entrou aqui?

Ignorando os questionamentos do mais velho, Noiz sorriu maldosamente.

_Você me deve um favor, lembra? Achei que era uma boa hora pra vir aqui e cobrar.

_Favor? - O mais velho cerrou as mãos em punhos com força, suas unhas chegando a lhe arranhar a pele. - Chama o que aconteceu de favor? Eu não lhe devo nada!

O louro não se deixou abalar pela fúria do outro, seu olhar frio como gelo.

_Eu o ajudei a chegar em casa são e salvo. Bem, não completamente são, mas nesse aspecto o álcool recebe a culpa. E não disse uma palavra sequer para quem quer que fosse sobre o que aconteceu depois...

_O que vai continuar assim.

Um sorriso curvou os lábios do mais novo.

_Não de graça.



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