1. Spirit Fanfics >
  2. Wicked >
  3. Borderline

História Wicked - Borderline


Escrita por: MakiMakenshi

Capítulo 23 - Borderline


Helga ergueu sua mão em direção à porta, mas não conseguiu abri-la. Olhou novamente para Reiko, a hesitação óbvia em seus olhos discrepantes.
_Tem certeza disso?
_Absoluta. Não era você quem estava sempre reclamando que eu não valorizava seus conhecimentos em tecnologia?
_É, mas isso não quer dizer que eu quisesse me envolver ainda mais com o projeto principal. Eu...
_Você ainda acha que eu não deveria ir até o final com essa ideia.
Desviando o olhar, Helga acenou. Ela se sentia horrível por deixar que seus sentimentos influenciassem suas ações. Aquilo ainda acabaria afetando seu desempenho, e prejudicando Reiko. Se ao menos conseguisse parar de pensar no objetivo por trás daquilo tudo e focar-se somente em seu trabalho...
A pesquisa com os neurônios era promissora. Seria benéfica. Poderia ser a cura para inúmeras doenças e transtornos. Se conseguisse trabalhar na pesquisa sem pensar no uso que Reiko faria dela...
E, é claro, sua motivação inicial para ter aceitado participar daquele projeto.
Sei.
Ao ver que talvez conseguisse ajudá-lo, aliou-se a Reiko sem pensar duas vezes. As chances agora estavam mais altas do que quando trabalhava para Toue, já que Reiko lhe conferia muita mais liberdade. Ainda havia um grande empecilho em seu caminho, mas ela conseguiria, estava indo tão bem até agora...
_Helga?
A voz de Reiko trouxe-a de volta para a realidade.
_Está tudo bem. Só o que tenho de fazer é confirmar as semelhanças e diferenças entre o cérebro dele e o de um humano, não é?
_Exatamente. Eu mesma vou ajudar caso você não entenda o funcionamento de alguma estrutura. Máquinas são muito diferentes de humanos.


*     *     *     *     *     *     *     *


'Hmpf. Humanos são muito mais fáceis de serem enganados do que máquinas', pensou Noiz ao tirar um cartão de acesso do bolso do funcionário inconsciente, 'Quando máquinas são programadas para realizar uma função, elas fazem'
Olhando ao redor para conferir que não havia ninguém por perto, ele se ergueu e dirigiu-se rapidamente à porta que levava até a escada pouco utilizada. O único som que se ouvia era o de seus passos, ecoando contra as paredes brancas. Checando o horário em seu Coil, viu que ainda tinha quinze minutos restantes. Tempo mais que suficiente.
Caso não houvessem imprevistos.
E não houve nenhum. Não havia ninguém perto da porta dos fundos por onde os funcionários entravam naquele horário, a não ser o guarda que ele deixara inconsciente alguns andares acima. Indicando que os outros dois ficassem em silêncio, levou-os pela escada até o décimo primeiro andar, onde tiveram a sorte de encontrar o corredor vazio.
Quando entraram no quarto 1108, Noiz não entendeu o embabascamento dos dois mais velhos.
_... Incrível... - disse Aoba sob a respiração, seus olhos correndo sobre cada centímetro do ambiente luxuoso.
_... Vou começar a procurar informações sobre os andares superiores. Vocês podem sair e investigar se quiserem, desde que sejam discretos, não subam até o décimo segundo andar e não sejam vistos entrando nesse quarto.
_É seguro? - questionou Koujaku.
_Sim. Está havendo uma conferência no salão de festas, e todos os hóspedes que estão aqui agora vieram por causa dela. Tomei a liberdade de investigar cada um deles, nenhum parece ter envolvimento com o caso. Não é cem por cento seguro, mas é seguro o suficiente.
Aoba acenou, um olhar de determinação em seu rosto.
_Eu vou sair para dar uma olhada. Não acho que conseguiria ficar aqui sem fazer nada.
_Eu vou com você. - Koujaku conseguia entender como Aoba se sentia. Se ficassem ali sem fazer nada, se sentiriam inúteis.
_Ok, mas... seria melhor cada um ir para uma direção diferente, não é? - Aoba voltou seu olhar para Noiz, como se buscasse por sua aprovação.
_A maioria dos andares é a mesma coisa, mas do quinto ao décimo primeiro andares existem salas especiais para caso os hóspedes fiquem cansados de ficar dentro do quarto, mas não estejam afim de ir até o salão de jogos no térreo. A sala de reuniões deve estar fechada no momento, mas o restaurante e as áreas externas ficam sempre abertas. Definitivamente seria melhor se dividir.
Assim que saíram, os dois trocaram olhares.
_Vamos começar por essas tais salas especiais. - sugeriu Koujaku.
_Eu vou conferir os três andares de baixo. Você fica com os três de cima e quem terminar primeiro fica com o oitavo. Depois disso, passamos pro térreo.
Descer pelas escadas seria suspeito, então Aoba decidiu ir pelo elevador. Assim que entrou, apertou o botão do quinto andar e rezou para que ninguém mais resolvesse subir no elevador naquele momento.
Não teve tal sorte.
No oitavo andar, o elevador parou e as portas se abriram. E duas figuras familiares surgiram à sua frente.
_Olá, Aoba-san.
_Ei, Aoba.


*     *     *     *     *     *    *    


Koujaku não teve problemas em encontrar a sala que Noiz mencionara, se bem que não era exatamente uma sala. Como o edifício tinha um formato oval no lado oeste, cada um dos andares superiores possuía uma imensa área que funcionava como uma espécie de varanda gigantesca. Como a parede externa era feita de vidro, podia-se ter uma visão de 180° do exterior do prédio. Haviam poltronas e sofás de aparência cara e confortável, apoios para os pés e mesinhas de centro. A atmosfera ali era altamente agradável, e o cabeleireiro sentiu que agora entendia melhor o propósito daquele ambiente.
Mas apesar do silêncio que preenchia o local, ele não era o único ali.
Havia uma mulher em pé diante da parede de vidro, parecendo estar admirando a vista. Daquela distância, a única coisa que podia dizer sobre ela era que seu cabelo era louro, um pouco mais claro do que o de Noiz, e que suas roupas condiziam com o esperado de um hóspede daquele hotel. Mesmo sendo roupas simples, era possível dizer que custavam muito. Ela certamente não parecia suspeita, mas já que estava ali em busca de informações, não faria mal falar um pouco com ela. Tendo isso em mente, o moreno se aproximou.
Ao ouvir seus passos, a mulher virou-se para ver quem era. Ao ver o rosto dela, Koujaku teve a impressão que já a vira antes, mesmo sabendo que isso era impossível.
_Ora, quão inesperado... Mesmo estando no Japão há vários dias, essa é a primeira vez que vejo alguém usando um kimono.
Ela falou em japonês, mas havia um forte sotaque estrangeiro em sua voz.
_Não é uma vestimenta muito comum em um hotel como esse. Essa é a primeira vez que a senhorita vem ao Japão?
_É sim. Mas não sou nenhuma senhorita, embora em breve voltarei a o ser. Por ora, ainda sou a senhora Kiesel. Mas pode me chamar de Leona.

Notas Finais


Aviso: eu vou estar viajando amanhã e só volto dia oito. É claro que vou dar meu melhor pra continuar postando regularmente, mas eu não sei ao certo se vou ter o tempo e o acesso à internet necessários T.T


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...