As únicas duas vezes que viu Josette, Lydia sentiu o perfume de Harry nela.
Seus sentidos se alertaram, mas a certeza de os perfumes de Harry serem extremamente fortes apagou o pequeno incêndio que se formou em seus pensamentos. Afinal, era o namoro perfeito.
A mulher nunca a sequer olhou nos olhos, mas Lydia nunca se questionou.
Harry e Josette podem ter se apaixonado, se conhecido melhor, mas a certeza que isso é algo antigo a atormenta.
Nem Mitch consegue entender o olhar quase raivoso da ruiva.
E Josette, ela encara Harry que está petrificado.
Ela não consegue disfarçar o seu descontentamento com o olhar vulnerável que Harry oferece para Lydia.
Porém, Harry engole qualquer sentimento e invés de falar com Lydia, é para Mitch que ele olha.
-- Oi, Mitch.
Harry se aproxima, estendendo a mão para o meio-irmão, que permanece parado, assustado e sem acreditar na repentina educação dele.
-- Você está brincando, não é?!
Mitch questiona sem agressividade. Harry sabe que ele não esperava por isso.
-- Não, na verdade.
Harry franze o cenho.
O filho mais velho de William analisa Harry com o olhar, completamente relutante.
Mas, dada a educação que possui, Mitch aperta a mão de seu irmão.
É um toque tão primitivo entre eles, algo que nunca imaginou que pudessem fazer.
Um simples aperto de mão.
-- Que surpresa os ver aqui na cidade.
Harry se aproxima novamente de Josette, a abraçando de lado.
O incômodo que a presença de Harry causa em Lydia é tão forte que ela consegue sentir sua cabeça doer.
-- Vieram a passeio?
Ele pergunta, percebendo a relutância dos dois em responder.
-- Não.
Lydia responde, firmemente.
-- Viemos para a inauguração de uma galeria.
-- Galeria? – Harry franze o cenho – Alejandro Samuels?
-- Você o conhece?
Lydia pergunta, cruzando os braços.
-- É um amigo que fiz aqui – Ele dá de ombros – Dizem que vai ser um lançamento realmente inigualável.
A ruiva o ignora, passando seu olhar para Josette, que encara Lydia da mesma forma.
-- Josette, não é?
-- Sim, sra. Martin – Jo dá um sorriso falso – Quer dizer, não tenho mais necessidade de chama-la assim, certo?!
-- Certo – Lydia é irônica.
Mitch arranha a garganta.
-- Então – Harry as interrompe – Nos vemos amanhã?
Não, porra, não!
Mitch e Lydia desejariam falar isso em alto e bom som.
-- Creio que sim.
Mitch coça a barba, sem muita animação.
-- Ótimo!
Harry molha os lábios, olhando para o meio-irmão.
– Quem sabe amanhã nós conversamos? Afinal de contas, nós realmente precisamos de uma conversa, não é?!
-- Quem sabe.
Mitch é amargo, oferecendo um sorriso sem animação.
Sem jeito, Harry somente faz sinal com a cabeça, se afastando dos dois e seguindo seu caminho pela calçada ao lado de Josette.
-- Eu espero que não tenha sido ciúme, ruiva.
Mitch coloca as mãos dentro de sua jaqueta, levemente relutante por não parecer chateado ou algo do tipo.
Lydia continua a encará-los, completamente séria.
-- Lydia.
Ele a desperta do transe e ao finalmente voltar a realidade, Lydia imediatamente frita por não ter conseguido disfarçar.
-- Por favor, me diga que isso não foi ciúme.
-- Aquela é a ex-secretária dele, Mitch.
Lydia finalmente se abre.
– Eu era estúpida em acreditar que estava vendo demais os olhares dela para o Harry, que quando sentia o perfume dele nela era porque os perfumes caros dele eram fortes demais.
Ela argumenta, sob o olhar ainda sério do filho de Claire.
-- Muita coincidência, não acha?!
Lydia molha os olhos.
-- Você acha que...
-- O desgraçado me traiu o tempo todo, eu tenho certeza.
Mitch finalmente a entende e mais ainda, sente raiva de Harry.
Que idiota é capaz de trair a mulher mais linda de todo o mundo?
-- Mal me deixava respirar e ainda me traía.
Lydia mexe a cabeça em negação, revoltada.
-- Alguns homens não prestam.
Mitch dá de ombros.
-- Ainda bem que você sabe – Lydia o olha, dando um sorriso de canto – E ainda bem que eu dei a sorte grande de conseguir um dos poucos que prestam.
-- É?
Ele ergue as sobrancelhas, fazendo charme.
Lydia o puxa pela jaqueta, escondendo suas mãos dentro do tecido para abraça-lo.
-- Como você pode ter tanta certeza disso, Martin?
-- Eu só tenho.
Ela o beija delicadamente, sorrindo após o carinho.
Jake e April retornam do petshop em meio a risadas, interrompendo inocentemente o momento entre os dois.
-- Vocês estavam conversando com alguém? – April pergunta – Não vi o rosto.
-- Era o Harry – Mitch respira fundo – Que sorte, não?
-- Pelo amor de Deus, e eu jurando que o cheiro de merda era do cocô do cachorro lá dentro.
April fala tão sério que faz Mitch, Lydia e Jake gargalharem.
-- O que?!
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Jenna não disfarçou seu aborrecimento com o encontro de Harry e Lydia e desde que se deu por encerrado, está calada.
Harry nota e assim que entram no apartamento dele, ele massageia a testa, visivelmente impaciente com o ciúme da loira.
-- Você está quieta, Jo.
Ela continua em silêncio, tirando seus saltos enquanto está sentada no sofá.
Ele respira fundo, molhando os lábios.
-- Eu não sabia que íamos a encontrar, Jo, pelo amor de Deus!
-- Eu sei disso! – Ela quebra seu silêncio, o olhando – Você acha que eu não sei disso, Harry?!
-- E porque diabos você está tão chateada?
Jo reluta em falar.
Ela sempre foi tão devota de Harry, que a simples ideia da chateá-lo e colocar o relacionamento em risco a assusta.
Harry se aproxima dela, sentando-se ao lado dela.
Delicadamente, ele passa seu dedo no rosto dela, acariciando-a.
-- Você pode falar comigo – Ele sussurra – Você sabe disso.
Josette o olha.
Harry está tão diferente, tão mais carinhoso que é tudo novo para ela.
-- Eu vi o jeito que você olhou pra ela, Harry.
Jo desabafa, soltando um sorriso entristecido.
Os primeiros meses, Harry contava cada dia que estava longe de Lydia e sofria por não acreditar que realmente a perdeu.
Aos poucos, viu o sofrimento diminuir e aceitou que seus caminhos se dividiram e então, ele passou a focar mais ainda na empresa de seu pai.
Para Harry, foi inevitável não sentir seu coração bater mais forte ao revê-la e mais ainda, vê-la acompanhada de Mitch.
Mas, ele engoliu a onda de sentimentos.
Harry conseguiu.
-- Eu passei quatro anos com ela – Ele murmura – Eu a amava tanto que não sabia lidar com a fúria desse amor, era algo perigoso.
Ela desvia o olhar, incomodada.
Harry não desiste e por isso, segura o queixo dela para Jo o olhar.
-- Lydia está no meu passado, Jo – Harry sussurra – E eu não me importo mais com ele.
Josette assente com a cabeça, acreditando nas palavras dele.
-- Você... você não se incomodou em vê-la com seu irmão?
Harry engole o seco, trincando o maxilar.
-- Não.
Uma simples pergunta o leva a um conflito interno.
-- Eu te disse, ela está no meu passado.
-- Mitch não está -- Jo afirma, dando de ombros -- Ele é seu irmão e por mais que eu não seja a pessoa certa a dar esse palpite, eu realmente acho que você deveria fazer as pazes com ele.
-- Eu vou tentar – Harry sorri de canto – Prometo.
Ele dá um beijo rápido na testa dela, afastando-se da namorada.
Josette o encara, em silêncio, implorando mentalmente por Harry estar sendo completamente sincero e verdadeiro com ela.
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Dia seguinte, 19:32
Diante do espelho, Mitch ajeita a manga de sua camisa.
Ela é manga longa, em que ele puxa um pouco mais para cima, um pouco mais abaixo da altura do cotovelo. O tecido é grosso e de cor azul escuro.
Ele veste uma calça bege e um sapato preto.
Mitch sente-se confortável, mas não está acostumado a se arrumar assim.
Por trás dele, Lydia finalmente sai do banheiro e ao olhá-la pelo reflexo do espelho, os lábios dele se partem com a beleza da ruiva.
Lydia usa um macacão longo verde, com um decote aberto e um salto de bico fino quase visível.
O cabelo dela está ondulado, jogados para frente e em seu rosto, uma maquiagem delicada.
Ela simplesmente tira o fôlego dele e quando Mitch se vira, ele a olha dos pés a cabeça, exalando admiração e encantamento com a beleza de Lydia.
A ruiva entorta a cabeça, oferecendo um sorriso tímido.
-- O que?
Ela pergunta.
-- Você... você está linda.
-- Obrigada.
A voz levemente rouca dela sai baixinho.
Ela se aproxima dele e quando o puxa pela camisa delicadamente, Lydia o abraça, selando seus braços ao redor do pescoço dele.
As mãos de Mitch tocam a cintura dela.
-- Você está um charme, Rapp – Ela ergue as sobrancelhas – Jesus Cristo.
Ele ri.
-- Você está bem?
Lydia pergunta, lembrando da relutância dele em ir.
-- Estou bem, na verdade – Mitch molha os lábios – Não estar enfiado dentro de um terno já é ótimo pra mim.
-- Pelo o que eu me lembre, você fica extremamente lindo usando um terno.
-- É?
Automaticamente, os braços dele a apertam em os unir mais assim que seus lábios se encontram.
As batidas na porta do quarto os interrompem, fazendo ambos revirarem os olhos.
-- Nós realmente temos que ir? – Mitch massageia os braços dela – Não podemos ficar aqui, aproveitando?
-- Cala boca.
Lydia passa sua mão no rosto dele, rindo.
É ela que vai até a porta, abrindo a porta e já se deparando com April e Jake, bem vestidos.
Jake veste uma camisa básica e por cima, uma jeans de botões.
Usa uma calça preta e tênis branco.
Enquanto April, tem um vestido de seda amarelo curto, de alça fina. O cabelo jogado para o lado e uma maquiagem leve.
-- Uma deusa!
Lydia reage animada com a amiga, abraçando-a.
Mitch se aproxima.
-- Quem diria, Jake?!
-- Eu dei o meu melhor!
É Mitch que fecha a porta do quarto e os quatro descem pelo elevador. No hall, eles pedem pelo carro e após cinco minutos de espera, seguem para a galeria.
O caminho é um pouco mais demorado por causa do trânsito, mas, chegam e se deparam com uma entrada bastante iluminada.
Na porta, as pessoas dão seus nomes.
Eles descem do carro, seguindo para a entrada e assim que é conferido o nome deles, caminham para o interior da galeria.
A entrada é como de um museu e cada um deles admira a beleza do lugar. Mas, dentro, é de uma estrutura simplesmente magnânima, quase de um castelo.
O teto é transparente, é possível ver o céu estrelado.
Não há aglomeração, mas há uma boa quantidade de pessoas.
Nas paredes, em pequenas caixas no meio do salão, há pinturas, obras realmente belíssimas.
São músicas lentas e ao mesmo tempo com batidas que toca.
-- Puta merda.
Jake murmura, encantado com a beleza do lugar.
Lydia e April se entreolham, completamente felizes com o resultado de seus trabalhos.
Estarem ali, colocando em exposição suas obras junto com de um pintor tão conhecido as enche de felicidade.
A ruiva percebe Mitch um pouco distante, observando uma das pinturas na parede. Imediatamente, ela percebe ser sua.
-- Gostou? – Lydia pergunta, aproximando-se dele.
-- É perfeita.
Mitch ergue as sobrancelhas, sorrindo.
-- Eu... eu penso como se já conhecesse.
Lydia massageia seus lábios, sabendo perfeitamente de onde tirou a inspiração. Porém, ela guarda para si.
É Alejandro Samuels que se aproxima, parando exatamente no meio do espaço entre Lydia e April.
-- Lydia Martin e April Winterbottom!
Ele as anuncia com um sorriso sincero em seu rosto, abrindo os braços. O seu sotaque italiano é pesado e adorável.
-- Vocês não têm a ideia do prazer que é recebe-las aqui.
Enquanto as duas se aproximam do pintor e o cumprimentam, Jake e Mitch observam a parede somente de pintura delas.
-- Nós ficamos honradas pelo convite, sr. Samuels.
-- Sem formalidades, por favor.
Alejandro é de um carisma arrebatador.
O homem tem seus cinquenta anos, alguns fios brancos em meio dos pretos. Ele veste-se elegantemente.
-- Eu estava simplesmente caminhando na calçada movimentada de Los Angeles e parei diante uma das galerias mais lindas que já vi. Eu entrei, observei cada uma delas e quando eu as vi conversando com clientes, tão belas... eu tive certeza que estava no paraíso.
-- Perdão por não o ter atendido, Alejandro.
April diz.
-- Não se incomodem, por favor – Ele sorri – Com tantas obras lindas, é esperado estarem cem por cento ocupadas.
-- Obrigada, Alejandro, de verdade – Lydia segura a mão dele – Você não tem ideia de como nós o admiramos.
-- Fico feliz, Lydia – Alejandro assente com a cabeça em sinal de respeito – E pensar que eu demorei tanto para aceitar que esse era o meu destino.
Mitch, que está por perto, escuta as palavras de Alejandro e não evita de sentir total compatibilidade com o senhor.
Mas, invés das pinturas, o destino de Mitch é Lydia.
-- Nós vamos manter tudo como combinado, certo?
Ele pergunta.
-- Claro.
April e Lydia respondem juntas.
Um dos assistentes de Alejandro se aproximam, falando algo para o pintor, que escuta atentamente.
-- Com licença, garotas, mas o show deve começar.
Ele diz, arrancando sorrisos das duas.
Quando as luzes se apagam, as pessoas dão espaço para Alejandro caminhar entre elas, sob muitos aplausos e um canhão de luz guiado somente para ele.
Mitch e Jake se aproximam das meninas.
Lydia abraça o filho de Claire, prestando atenção no início do lançamento.
Alejandro sobe a grande escadaria, ficando no meio dela e recebendo um microfone brilhante de seu assistente.
Os aplausos logo cessam, em educação.
-- Obrigado, obrigado.
Alejandro faz sinal de reverência, sorrindo.
-- Itália é meu berço, certo? Duas galerias em Milão e Palermo e provavelmente vocês podem estar pergunta o porquê de construir uma aqui em São Francisco.
Ele pausa, sob o olhar das pessoas bem vestidas.
-- Eu tinha somente dezessete anos quando meus pais decidiram vir para cá e eu estava tão revoltado, contrariado e desejava com todas as minhas forças retornar ao meu país.
O pintor conta, enquanto caminha pelo degrau.
-- Mas, uma coisa me fez viver aqui para sempre.
Alejandro sorri sozinho, quase como se embarcasse em seu mundo.
– Nathaniel, o meu mais verdadeiro e único amor.
O que ele conta arranca olhares emocionados de algumas pessoas.
Inevitavelmente, no meio do breve silêncio, Mitch e Lydia se entreolham.
-- Eu desejaria estar com ele hoje, mas ele faleceu há alguns anos atrás e em todo o luto, eu esqueci tudo sobre a minha vida, principalmente meus propósitos.
Alejandro se cala novamente, dando um longo suspiro.
-- Ele é a razão por trazer minha arte para cá – Alejandro diz – Essa é a minha homenagem ao meu amor.
Imediatamente, todos aplaudem as palavras do pintor, que as recebe com um sorriso emocionado.
-- Hoje é sobre celebrar – Ele continua – Não os quero passeando por cada pedaço desse chão, quero que se divirtam rodeados de obras tão inspiradoras.
O olhar de Alejandro pousa perfeitamente nas duas amigas, paradas uma ao outro da outra.
-- Essas pinturas não são somente minhas – Alejandro conta – Eu fiz questão de trazê-los obras de duas artistas realmente incríveis.
Alejandro faz sinal com a mão.
-- Lydia e April, subam aqui, por favor.
Os aplausos são urgentes.
Envergonhadas, as duas demoram para agir.
Mitch, orgulhoso, troca um olhar de confiança com Lydia, a incitando.
Ela e April dão as mãos, passando pelos espaços que as pessoas oferecem educadamente. Muitos sorrisos são dirigidos a elas e taças erguidas em sinal de respeito.
As pintoras sobem as escadas, cumprimentando Alejandro.
-- Eu estava conversando com elas há dois minutos atrás e comentei que eu demorei para aceitar que a arte é o meu destino.
Alejandro diz, olhando diretamente para as duas.
-- E olhando para elas, eu realmente me emociono por ter duas artistas tão jovens e ao mesmo tempo tão experientes e extremamente talentosas. Lydia Martin e April Winterbottom atingiram tão bem o que eu demorei para conseguir e confie em mim quando eu digo que estou honrado em recebe-las.
Mitch admira a cena com tanto brilho em seu olhar. O orgulho que sente de Lydia, a felicidade por imaginar perfeitamente como ela está completa e feliz.
Ao olhar de relance para o lado, no espaço vazio entre duas pessoas, Mitch percebe Harry encarando a cena no palco com um olhar extremamente encantado.
O maxilar de Mitch trinca, incomodado.
Mas, os aplausos o acordam do transe.
Ele funga, coçando a barba em um momento nervoso depois de perceber o olhar de antes de Harry.
-- Incríveis, não?
Jake diz, aplaudindo.
-- Sim – Mitch comprime os lábios – Incríveis.
Os amigos ficam juntos, esperando pelo retorno de April e Lydia, que são imediatamente alvos de conversas e comprimentos.
É The Last Day de Moby que toca pelo ambiente.
Quando Lydia retorna, os olhos verdes dela fitam Mitch.
Ela segura a mão dele, o puxando.
-- O que é isso? – Ele pergunta, aéreo.
-- Alejandro liberou a pista para todos – Ela franze o cenho – Você não ouviu?
-- Desculpe – Mitch se envergonha – Viajei por alguns segundos.
-- Tudo bem.
Lydia sussurra.
Sem pensar duas vezes, ela entrelaça seus dedos aos de Mitch, tocando o ombro dele.
Em resposta e em meio a um sorriso, ele responde ao toque, pousando sua mão na cintura dela.
Mitch está envergonhado e Lydia acha adorável, sorrindo.
-- Eu estou tão feliz – Ela murmura – Nunca estive tão bem.
-- Eu estou orgulhoso de você, ruiva.
Ele deixa suas palavras saírem acompanhadas de um olhar verdadeiro.
-- Obrigada por estar aqui comigo.
Lydia toca o rosto dele, acariciando a bochecha de Mitch.
Os olhos dele imediatamente fecham por alguns segundos, entregue ao carinho tão leve e delicado de Lydia.
Assim que ela encosta sua testa na de Mitch, ela oferece o conforto que é não precisar de uma resposta dele.
O ato diz por si só.
Eles dançam calmamente, seguindo o toque da música, mas o silêncio é entre eles dois.
Mitch e Lydia estão flutuando, cercados por uma grande bolha que os leva para longe das pessoas.
O perfume, a respiração controlada, a mão dele firme em sua cintura e especialmente a presença de Mitch a deixa desfrutando da uma sensação calma, tranquila.
Nenhum dos dois jamais sonhou em viver isso.
A sensação de culminação em seus sentimentos um pelo outro, em relação suas vidas.
É o caminho certo que eles seguem, em que nada vai separá-los.
Há tanto a ser dito, mas tudo o que eles construíram no meio de todas já são as palavras não ditas.
Mas, em um segundo, em um lapso de alívio, Mitch deseja dizer as mais poderosas palavras.
E ele teria dito, se a voz de Harry não os atrapalhasse.
A raiva de Mitch é imediata, já o olhando e Lydia percebe, temendo pela reação do rapaz.
-- Você a me empresta por um minuto, Mitch?
A pergunta de Harry é simples, mas extremamente importuna.
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