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História Wicked Game - Sentir


Escrita por: cecistydiax

Notas do Autor


oie! vocês vão descobrir quem é na capa e essa personagem tem um papel bem importante mais pra frente.
espero que gostem (to com medo de me odiarem).
boa leitura!

Capítulo 32 - Sentir


Fanfic / Fanfiction Wicked Game - Sentir

1 semana depois

É um dia difícil para aqueles que perderam Chase.

Chegou o dia que fecha mais um mês da morte dele no acidente de carro na rodovia.

Encarando o teto do seu mais novo quarto, April não esboça nenhuma reação. Nada nela se move além de seus pensamentos, que rebobinam os momentos ao lado de Chase.

E dói.

Ela lembra-se dele todos os dias, mas nesse mesmo dia, é como estar dentro de um poço.

April somente desperta ao ouvir a interfone chamar em seu quarto.

Ela se levanta e pela câmera, vê o carro de Lydia na entrada de sua nova casa. Logo, April libera a entrada.

Diante o espelho, ela respira fundo, buscando de alguma forma aliviar a onda de tristeza que a atinge. Mas, April sabe que não adianta.

Ela sai de seu quarto, passando pelo corredor e assim que desce a escada, Lydia já entra.

É inevitável também não perceber o semblante dela abatido.

-- Dia difícil?

April comprime os lábios, recebendo um sorriso fechado.

-- Denise ligou.

Lydia diz, fechando a porta.

-- Depois de todos esses meses, eu ainda não acredito que ela quis enterrá-lo na Itália.

-- Ele nasceu lá, April – Lydia dá de ombros – Claro que a mãe dele quis ele lá.

-- Do que adianta ter nascido lá?

April indaga, caminhando com a amiga até a sozinha.

-- Ele passou a vida toda aqui.

-- Não a culpe.

Lydia revira os olhos, puxando a porta para os fundos da casa.

– Eu também gostaria de visita-lo.

April se senta no degrau da escada, sendo acompanhada por Lydia.

O silêncio entre as melhores amigas é necessário, elas sabem que é.

Mesmo seguindo suas vidas, a figura de Chase é presente para elas e não há nada no mundo que mude isso. Elas somente aprenderam a seguir em frente, quando foi preciso chegarem ao limite do luto.

-- Algumas vezes eu me sinto culpada, sabe?

Lydia diz e mesmo sem o olhar de April, a amiga oferece total atenção.

-- Essa felicidade que eu venho sentindo, essa sensação de encontrar o que sempre sonhei, às vezes parece que vai pular do meu peito.

Ela dá um sorriso entristecido.                              

-- E ele não está aqui – Lydia murmura – Ele não está aqui e eu odeio isso.

Lydia molha os lábios, desencadeando um arrepio urgente no mesmo segundo que sente à vontade urgente de chorar.

-- Eu lembro dele todos os dias e ainda... ainda sinto essa sensação de culpa.

-- Pare.

April pede, baixo.

-- Você sabe que o você está fazendo, essa felicidade, era tudo o que você desejava.

Lydia a olha.

-- Duas noites antes, nós estávamos deitados no terraço do prédio dele e eu o ouvi dizendo que estava feliz por você ter se encontrado.

Os lábios dela se separam em surpresa com o que April conta.

-- Três minutos depois, o orgulho me fez ir embora e eu o deixei lá.

-- April...  

-- Isso foi o que doeu mais, Lydia.

Finalmente, os olhos verdes dela encontram os da amiga.

-- Eu me arrependi, eu ia dizer que estava apaixonada e porra...

April para, mexendo a cabeça em negação.

O cenho dela franzido, o marejar se formando aperta o coração de Lydia por vê-la assim.

-- Todo esse tempo que pensava que tinha me recuperado, que eu estava bem.

April se abre, permitindo revelar o que escondia há muito tempo.

-- Mas eu não estou – Ela dá de ombros – E eu me odeio, mesmo que pouco, me sentir atraída do Jake.

Lydia ergue as sobrancelhas, ainda surpreendida.

-- Essa é a culpa que eu carrego, eu sinto que estou traindo a figura dele, sabe? E como? Como isso é possível quando eu sinto, no fundo do meu coração, que eu ainda estou ligada emocionalmente a uma pessoa que está morta?

As palavras saem da boca de April em uma espécie de desespero, é como se ela encontrasse o oxigênio após estar de baixo da água.

-- Você sentir isso pelo Jake pode significar algo, April.

Lydia murmura.

-- O que?

April a olha, um pouco sem paciência.

– O que isso poderia significar?

-- Que você está pronta pra seguir em frente, de fato.

-- Eu não tenho essa facilidade.

April lança um olhar até mesmo frio para Lydia.

-- Jake simplesmente jogou um balde de água fria em mim, nós somos amigos, então, sentir essa... essa coisa por ele ainda me deixa mais culpada, me sentindo uma idiota.

Ela respira fundo.

-- Ainda mesmo com ele tirando das minhas costas a culpa que eu carrego por ter levado ele até a mãe, eu ainda sinto que estou fazendo tudo errado.

-- Você não está -- Lydia afirma – April, você é minha melhor amiga e confie em mim quando eu digo que tudo que você faz, é com a mais pura das intenções e você sabe disso também.

April não responde.

Ela é observada por alguns segundos por Lydia, que lamenta profundamente a tristeza da amiga.

-- O que você acha de irmos para a cobertura do Will hoje? Podemos esfriar essa cabeça um pouco, dar ao Chase o que ele quer ver.

-- E o que seria isso?                                              

Ela comprime os lábios.

-- Diversão – Lydia sorri levemente – Você sabe que ele adorava isso.

April mexe a cabeça em negação, sem evitar de sorrir.

-- Vamos lá... é aniversário de Claire e ela nos convidou. O que acha?

-- Tudo bem.

April ergue as sobrancelhas, atraída ao convite.

– Estarei lá.

-- Ótimo.

Lydia sorri, puxando a amiga para um abraço de lado.

-- Não se sinta culpada por desejar livrar-se do luto, April – Ela diz – Tê-lo ao nosso lado pode ser perigoso.

-- Eu sei.

April sussurra, um pouco mais tranquila depois da conversa com Lydia.

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-- Mcconaughey, preste atenção no cotovelo!

Avaliando e direcionando o treino da última dupla, Mitch diz após uma rápida palma.

Há uma semana ele vem mantendo um ritmo de treino controlado para seus alunos e nesse tempo, Mitch vem se sentindo extremamente realizado com seu trabalho.

Ele sentia falta disso.

Ao perceber o desaceleramento da agilidade do soco de Mcconaughey, Mitch massageia a testa, já percebendo o aluno chegar ao seu tempo.

-- Ok, chega.

Ele diz, atraindo os olhos dos alunos.

-- Próxima aula nós continuamos e pelo amor de Deus, não esqueçam da corrida.       

-- Sim, senhor.

Todos afirmam, recebendo uma resposta de Mitch somente em um sinal com a cabeça.

-- Dispensados.

É tudo que Mitch diz, caminhando até suas coisas em um dos bancos.

Ele se senta ali, verificando seu celular e a primeira coisa que faz é responder à mensagem de Lydia, que comemora com inúmeros emojis o fato de April ir à festa de aniversário de Claire.

Ele guarda as coisas em sua mochila mala de treinamento, colocando-a cruzada.

Mitch caminha até a sala de Mike, que para o que faz ao ver o seu mais novo funcionário chegar.

-- Tudo certo, senhor.

-- Quantas vezes eu vou pedir para me chamar de Mike, Rapp?

O dono da academia o repreende, arrancando um sorriso tímido de Mitch.

-- Desculpe – Ele diz – Precisa de mim pra algo?

-- Não – Mike responde – Te vejo na próxima aula.                                       

Mitch assente com a cabeça em forma de despedida, caminhando pela academia para chegar até a porta.

Até lá, Mitch é cumprimentado por alguns de seus alunos respeitosamente.

Assim que empurra a porta, o sol quente o impede de perceber Harry de primeira, parado diante de seu carro, esperando pelo irmão.

-- Inesperado.

Mitch diz, ao vê-lo.

-- Afim de almoçar?

Harry, vestido em seu terno, pergunta.

-- Você está chique demais para almoçar comigo.

Ele brinca, vendo o irmão revirar os olhos.

-- Acabei de sair da empresa, me dê um desconto – Harry pede – E aliás, Claire também me convidou para o aniversário, então, eu adoraria que você me ajudasse em comprar algo pra ela.

-- Ela não faz muita questão dessas coisas.

-- Não corte meu clima, ok?

Harry pede, já abrindo a porta do carro para o irmão.

-- Como? – Mitch franze o cenho – Isso é o que eu mais gosto de fazer.

-- E você acha isso legal?!

O mais novo brinca, já dando a volta para entrar no carro, enquanto Mitch já está dentro.

Ao colocar o cinto de segurança, Harry dá partida, já dirigindo em meio ao trânsito de Los Angeles.

-- Jo vai?

Mitch pergunta, puxando assunto.

-- Sim.

Harry responde, atento no volante.

– Ela estava um pouco tímida, mas eu a convenci a ir.

-- Tímida?

Mitch o olha, franzindo o cenho.

– Porque?

-- Eu não sei – Ele diz – Confie em mim, já tentei conversar com ela sobre isso.

-- Ela me parece ser bem legal.

-- Jo é incrível.

Harry dá um sorriso fechado.

– E realmente me entende.

Ali mesmo, Mitch não evita de sentir um pequeno desconforto, o mesmo que Lydia sentiu quando os viu juntos.

E afiado como sempre, ele não pensa duas vezes antes de perguntar.

-- Você traía a Lydia com ela, não era?

Harry é pego de surpresa, sem conseguir olhar para o irmão.

-- A única coisa que me impede de socar sua cara, é que você me parece arrependido das coisas que fez.

Mais uma vez, Mitch é direto com um pingo de leveza.

-- Mas, ainda sim, eu não consigo acreditar que você fez com a Lydia.

-- Eu cometi muitos erros na minha vida, Mitch.

Harry se abre, sob o olhar firme de seu irmão mais velho.

-- E esse foi um dos que eu mais me arrependo. Eu era idiota, acreditava que eu poderia ter tudo e quando ela não me queria, eu não sabia lidar com isso.

-- Continua sendo um idiota.

-- Eu sei que não dá pra apagar.

Harry comprime os lábios.

– Mas, podemos pelo menos esquecer isso?

-- Claro – Mitch dá de ombros – Ela tem um namorado melhor agora.

Ele esperava qualquer coisa, menos um sorriso de Harry.

-- O que?

-- Nada – Harry sorri – Queria ter essa sinceridade toda que você tem.

-- Nasceu comigo, não há nada que eu posso fazer.

-- Aliás, eu tinha esquecido de falar.

Harry diz, entrando com o carro na direita.

-- O pessoal da empresa não para de falar sobre você – Ele conta – Querem conhece-lo.

-- Eles me parecem ótimos. É tudo tão grande, como você consegue?

-- Papai me diz que eu nasci com o dom, eu não sei, eu gosto o que faço e aliás, quando eu o via entrar no escritório, eu simplesmente me sentava lá, observava ele resolver as coisas.

-- Sério?

Mitch pergunta, achando graça.

-- É – Harry sorri – Quando ele me deu o controle, eu sabia o nome de cada funcionários e eu tinha o que? Vinte e quatro anos, eu acho?!

-- Você poderia ganhar um prêmio por ser o cara mais novo a comandar uma empresa.

-- Definitivamente – Harry gargalha baixinho – Não foi fácil no início, todo mundo pensava que eu só ia brincar com a empresa.

-- Eu o admiro por isso.

Mitch murmura, atraindo o olhar de Harry, mesmo que por um breve segundo.

-- Requer muita coragem, responsabilidade – Ele continua – Eu jamais conseguiria.

-- Besteira – Harry solta – Você tiraria de letra.

Mitch sorri, observando as pessoas caminhando pela calçada.

-- Como está a Lydia?

Harry pergunta.

-- Não amanheceu no melhor dia – Ele conta – A morte do Chase.

-- Ela e Chase era algo além de presença, sabe? A faculdade acabou os afastando um pouco, mas, quando se encontravam era como se não tivessem passado um segundo longe um do outro.

-- Eu desejaria tê-lo conhecido propriamente.

Mitch respira fundo.

O celular dele treme em seu bolso e quando o pega, vê a mensagem de Lydia.

 “Venha se arrumar aqui em casa.”

Logo, ele responde.

Você construiu um closet pra mim aí?”

Mitch sorri, sozinho.

Ao seu lado, Harry percebe. Porém, ele não fala nada.

Somente aperta mais suas mãos no volante, continuando a prestar atenção no trânsito.

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-- Só olhe isso!

Andrew tem seus olhos brilhando ao retirar os cookies do forno.

Ao seu lado, Mitch sorri com a animação do sogro.

-- Me parece deliciosos, Andrew. A receita é sua?

-- Minha?

O pai de Lydia ergue as sobrancelhas.

– Deus abençoe a internet, Mitch.

Ele ri.

-- Maggie duvidou da minha capacidade e olhe somente isso!

Ele retira a luva, colocando em cima da mesa.

– Uma obra de arte!

É inevitável para Mitch não rir na presença do sogro. Andrew transmite uma tranquilidade e liberdade que o deixa completamente à vontade.

-- Aonde ela está?

-- Foi comprar uma roupa para o aniversário de Claire.

Andrew diz, pegando pratos no armário.

– Estou feliz a aproximação das duas.

-- É – Mitch concorda – Desde que a melhor amiga dela foi embora em trabalho, ela comentou comigo que se sentia um pouco só.

-- Eu tenho que dizer, eu estou muito satisfeito como as coisas estão indo entre você e a Lydia.

-- Obrigado, senhor – Mitch sorri, tímido – Ela me faz muito feliz.

-- E você, o mesmo.

Andrew diz, fazendo sinal para Mitch sentar-se.

Quando faz, coloca café para ele, sentando de frente ao genro.

-- Café com biscoitos.

Andrew diz, fitando o biscoito em sua mão.

– E os britânicos ainda preferem chá.

Mitch sorri.

Ali, na cozinha grandiosa dos Martin, os dois conversam enquanto tomam seu café com biscoito.

E assim que chega da galeria, Lydia não evita de achar adorável a cena dos dois juntos.

-- Estou guardando essa imagem na minha memória para sempre.

Ela diz, fazendo-os olhá-la.

-- O que posso fazer se seu namorado é bem mais legal que você.

Andrew brinca.

-- Lide com isso.

Mitch completa, ao terminar de mastigar o biscoito.

-- Andrew fez.

Ele diz, percebendo o olhar da namorada para os biscoitos.

– Estão deliciosos.

-- Eu vou aceitar.

-- Eu não ofereci.

Andrew cutuca.

-- Meu pai tem dez anos, você vê isso?

Lydia fala, ao lado do namorado.

Seu pai, ao terminar de comer, se levanta, dando um beijo rápido na bochecha da filha.

-- Vou deixa-lo os pombinhos a sós.

Andrew diz, afastando-se e saindo da cozinha.

Delicadamente, Mitch a puxa mais para perto, fazendo Lydia sentar-se em seu colo de lado.

Ele passa sua mão no cabelo dela, fitando-a.

-- Está melhor? – Mitch pergunta – Saiu um pouco abatida hoje do loft.

-- Sim – Ela sussurra – Acho que esse aniversário hoje da Claire vai nos ajudar.

-- Eu tenho certeza que vai.

Rapp sussurra, dando um sorriso de canto.

– É uma pena que vocês não possam visita-lo.

-- É.

Lydia comprime os lábios, lamentando.

– Mas, Denise fez sua escolha.

Mitch assente com a cabeça.

-- Eu almocei com o Harry hoje.

-- Sério?

-- Achava que seria um pouco estranho, mas as vezes me sinto mais acostumado com ele.

Ele conta, sob a atenção da namorada.

– Aliás, eu perguntei a ele sobre a Jo.

-- Ele negou.

Lydia afirma, já sabendo do que se trata.

-- Ele basicamente afirmou.

Mitch revela, fazendo a ruiva franzir o cenho em estranhamento.

– Você... você ainda se importa com isso?

Ela dá de ombros.

-- Não – Lydia sussurra – Eu estou feliz demais com você pra me importar com o que Harry fez ou deixou de fazer no passado.

-- Isso é bom.

Lydia sorri, pondo sua mão no pescoço de Mitch.

-- É.

A troca de olhares entre os dois os levam a selarem seus lábios, desfrutando da calmaria.

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É impossível não sorrir em uma mesa cheia de pessoas incríveis.

Eles sorriem, gargalham, lançam olhares um para o outro, desfrutando de uma noite realmente memorável.

William, em particular, vislumbra a imagem de seus filhos sentados um ao lado do outro, conversando baixinho em alguns momentos e para ele, é inevitável não se apegar ao que vê.

E a cada vez que April abre um sorriso, Lydia admira, feliz por vê-la um pouco mais tranquila. Mas, ela não é a única.

Só que Jake, ele se perde nos sorrisos dela.

Eles jantam e graças a grande varanda da cobertura, eles se reúnem ali.

-- Eu gostaria de falar algumas coisas.

Claire, ao lado de Will, diz, sob o olhar de todos.        

-- Vai, mãe!

Mitch, abraçado com Lydia, ergue a taça, arrancando sorrisos.

-- Eu não sei, eu só... eu só gostaria de dizer que estou muito feliz por tê-los aqui.

Claire pousa seus olhos em April e Lydia, que estão próximas.

-- Eu sei que hoje é um dia difícil também.

Ela oferece um sorriso entristecido para as duas.

– Mas, eu acredito que quando nós estamos reunidos com pessoas que gostamos, apreciamos, é um alívio para a alma, é o remédio para a dor que sentimos em alguns momentos.

As amigas se entreolham e delicadamente, elas dão as mãos em forma de apoio para a outra.

-- Quando eu estava doente, eu não sabia qual seria o meu futuro, mas definitivamente, estar com o meu filho era justamente um alívio, era como respirar ar puro meio de uma floresta.

Mitch sorri, sentindo seu coração apertar.

As lembranças de Claire debilitada, cansada são dolorosas.

-- Durante a doença, depois ao reafirmar minha vida, meu combustível todos os dias, sempre foi estar com as pessoas que amo.

April olha para Will.

– Esse é o maior presente que podemos receber.

Com seus olhos levemente marejados, April ergue sua taça e em seguida, os outros.

-- Esse é um brinde à vida, que por mais que nos tire pessoas que amamos, ela nos dá o privilégio do recomeço todos os dias.

Todos brindam, completamente absortos pela beleza do simples discurso de Claire.

E ao fitar o esposo mais uma vez, Claire sussurra para ele a mais pura verdade.

-- Eu te amo, Will.

Ele sorri e delicadamente, dá um beijo demorado na testa de sua mulher.

-- Eu te amo, Claire.

É Andrew que com o talher, bate na taça, atraindo o olhar de todos.

-- Podemos celebrar a vida dançando?

Ele pergunta, fazendo-os rir.

-- É nossa obrigação, meu amigo.          

Will diz, animado.

Todos retornam para a sala e quando Will liga o sistema de som, não há escapatória para uma das melhores noites de suas vidas.

Eles dançam, gargalham, bebem de sua própria maneira.

Para Lydia, ela simplesmente não consegue parar de sorrir ao ver Mitch dançando.

E definitivamente, ver ele mudar a música para uma mais lenta, seguindo de uma frase bêbada, é ainda mais engraçado.

-- Essa é para os casais apaixonados!

-- Ai meu Deus.

Lydia gargalha, quando o namorado já a puxa para dançar.

(Daughter – Smother)

Ao retornar do banheiro, Jake percebe April não mais ali e ao olhar para a varanda, a vê encostada.

Sem pensar duas vezes, ele caminha até ela.

-- April?

Jake a chama, tocando as costas dela delicadamente e quando April o olha, o coração dele é esmagado por vê-la chorando.

-- Ei.

Angustiado, Jake toca o rosto dela.

-- O que aconteceu?

As lágrimas de April são resultado do susto que é sentir-se pronta para seguir em frente de fato.

Ela sente as memórias com Chase se afastarem, diminuírem o impacto em sua vida, perderem um pouco do brilho.

Até mesmo o fato de ter a certeza que nunca sorriu tanto em sua vida a faz chorar.

Ela o amou. April o amou com todo o seu coração, mas ela não quer mais sentir isso, ela sente que seu momento de liberdade chegou.

April deseja aproveitar sua vida sem sentir-se culpada. Ela deseja abraçar Jake sem sentir-se culpada. Ela deseja sentir algo por ele sem sentir-se culpada.

E até mesmo o fato dele não a corresponder não a atinge, porque o simples fato de April simplesmente sentir algo é a sua maior felicidade.

April finalmente é capaz de sentir novamente.

Vê-la entristecida, agoniada é algo que Jake não havia notado ser tão doloroso para ele.

Ele busca alguma forma de confortá-la, acalmá-la e guiado por isso, Jake a toma em seus braços, a abraçando.

-- Eu estou aqui, April.

Jake sussurra.

Ele é domado por uma maior vontade de tê-la mais perto e ao fazer isso, April fica de ponta de pés, respondendo a maior intensidade do afago.

Ela chora sentindo as batidas do coração de Jake.

E nunca o ter tão perto foi tão bom.

Tão reconfortante.

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A cabeça de Mitch lateja assim que ele desperta de sua noite de sono, resultado da grande quantidade de álcool que bebeu.

Cansado, ele se senta na ponta da cama, massageando a testa em uma forma, inútil, de tentar aliviar a dor de cabeça.

Ao ouvir o barulho do liquidificador, ele se levanta e já descendo a escada, vê Lydia na cozinha.

-- Você dançou Single Ladies ontem à noite.

Ela conta.

-- Jesus.

Ele murmura, com sua voz ainda grossa.

– Não terem filmado está de bom tamanho.    

Lydia sorri, revirando os olhos.

-- Foi uma noite especial – Ela diz, atenta no que faz – Bem divertida.

-- Todo mundo precisa dessa dose de diversão, certo?

Ele se aproxima, abraçando-a por trás.

-- O que você está fazendo?

-- Tentando uma receita que vi na internet.      

-- Tentando? – Mitch dá um beijo no pescoço dela – Eu sou a cobaia?

-- Não exagere.

-- Desculpe.

Ele dá outro beijo, fazendo-a sorrir.

-- Vou tomar um banho.    

Mitch se afasta, caminhando até a escada, mas o som da campainha o impede de subir.

-- Quem será?

Ele franze o cenho, indo até a porta.

Ao abri-la, os lábios de Mitch se partem em completa surpresa.

Diante dele, Jenna.

E não há nada no mundo que mude a sensação que ele sente que algo está por vir. É imediato.

-- Oi, Mitch.

Jenna, visivelmente envergonhada, murmura.

Ele demora para raciocinar, sem entender a presença da colega ali.

-- Quem é?

Lydia, da cozinha, pergunta e imediatamente, Jenna se envergonha ainda mais.

Parado, Mitch não consegue responder.

-- Desculpe aparecer tão cedo.

Jenna diz, segurando a alça de sua bolsa com força.

– Eu realmente preciso conversar com você.

-- Ok – Ele diz, engolindo o seco – Entre, por favor.

Educadamente, Mitch dá o espaço para Jenna entrar no loft e assim que ela fica diante da visão de Lydia, a ruiva para imediatamente de fazer o que estava empenhada a fazer.

-- Oi.

Jenna diz.

-- Quem é você?     

Lydia pergunta, direta.

Ela não é grosseira, mas, é impossível não esconder o nervosismo diante da pessoa desconhecida para ela.

-- Essa é a Jenna, Lydia.

É Mitch que responde, fazendo os olhos assustados de Lydia pousarem nele.

-- Jenna?

Ela indaga, baixo.

-- É.

Mitch molha os lábios, desconfortável com a situação.

-- Eu sinto muito.

Jenna mexe a cabeça em negação.

– Eu não deveria ter vindo, desculpa.

-- Se você veio, tem algum motivo -- Lydia dá de ombros – Precisando da companhia dele?

-- Lydia.

Mitch a repreende, percebendo a irritação da namorada.

-- Eu só vim porque eu tenho um assunto importante para tratar com você, Mitch – Jenna diz, o olhando – Eu posso vir outra hora.

-- Não – Ele pede – Você é uma amiga, eu nunca a deixaria sair por essa porta sem dizer o que aconteceu.

-- Eu não...

-- Ela é minha namorada, Jenna – Mitch cerra os olhos – Ela pode saber.

Mas, não é tão simples, Jenna sabe.

Ela se cala, abaixando sua cabeça sob os olhares de Mitch e Lydia, confusos ainda com a presença da garçonete.

-- Jenna, o que aconteceu?

Ele pergunta, em seu olhar já trêmulo.

-- Eu...

Jenna, ao levantar a cabeça, deixa visível seus olhos marejados e sua expressão abatida.

-- Eu estou grávida, Mitch.

Jenna diz, se entregando a um choro controlado.

– É seu.

E ali mesmo, a bomba acaba de explodir.


Notas Finais


CALMA.
primeiro de tudo, pra quem não lembra, jenna é o pequeno rolo do mitch antes dele voltar para los angeles, ok?
segundo, NÃO ME ODEIEM.
terceiro, não é o fim do mundo.
confesso que quando pensei nisso, eu pensei MUITAS vezes antes de escrever, mas decidi seguir essa linha porque eu realmente acho que é um "teste" para mitch e lydia. a relação deles pode estremecer ou pode ficar ainda mais forte depois dessa revelação que nem o próprio mitch esperava.
talvez vocês estejam cheias de perguntas e teorias, mas vai tudo ser explicadinho, ok?
como vocês acham que a lydia vai reagir? o mitch? eu to ansiosa demais pra mostrar essa nova etapa pra vocês!!
até o próximo, amores


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