P.O.V – Faye
Estou terminando a sessão de fotos com outras modelos para o catálogo de outono-inverno de uma nova grife, quando ouço meu celular tocar dentro de minha bolsa. Basicamente, a sessão já encerrou. Só estamos revisando as fotos por via das dúvidas. Abro a bolsa e vejo um nome na tela do celular que há muito tempo não aparecia ali; é Hilary. Me afasto das pessoas para não chamar muita atenção.
Decido atender, curiosa para saber do que se trata.
- Que prazer ter você me ligando, sra. Hudson-Bieber. Ou a devo chamar apenas de sra. Hudson? – Provoco.
- Faye, por favor. Dispenso as formalidades.
- Então me diga, por que está me ligando? Sentiu a minha falta?
- Não é pra tanto. Estou precisando de um favor que talvez só você possa me ajudar.
- Eu? Em que posso ser útil? – Fico atenta a conversa.
- Me passa o seu endereço por mensagem que combinamos de nos encontrar. Aí eu poderei lhe explicar melhor.
- Hmmm. Isso não me parece boa coisa.
- Não me desaponte – diz Hilary antes de encerrar a ligação.
Aposto como esse favor envolve Justin e Kimberly.
Obviamente, não marquei com Hilary em meu apartamento. Leva-la à minha casa seria como entregar o ouro na mão do bandido. Marquei com ela em uma cafeteria que fica próximo da onde resido.
- Vamos direto ao ponto? – Começa sem mais delongas. – Eu tenho quase certeza que você conhece a garçonete com quem o Justin resolveu tirar umas férias. Portanto, seria de suma importância que você se aproximasse dela.
- De suma importância para quem? Pois para mim não faz a mínima diferença.
- Ora, Faye. Fazendo isso você vai me ajudar e muito a ferrar com aqueles dois.
- Olha, Hilary, eu já consegui me vingar do Justin. Não tenho tempo, nem vontade de tentar algo mais contra ele. Além do mais, a Kimberly e ele formam um bonito casal, você não acha? Shippo mais Jimberly do que Jilary – sorrio contente ao vê-la franzir o cenho de raiva.
- Quem diabos é Jimberly ou Jilary? De qualquer maneira, não me interessa. Eu pago o quanto você quiser, te garanto.
- Estou muito bem financeiramente, obrigada.
- Que merda, Faye! Não vim aqui para brincar ou ser motivo de chacota! – Irrita-se, socando a mesa que nos separa.
Bufo, revirando os olhos. Às vezes, Hilary pode ser mais entediante que o suportável.
Mimada e fútil.
Mas, como eu não sou santa e quero ver o circo pegar fogo, decido contar o que sei para ela me deixar em paz.
- Ela é muito insegura quanto ao Justin. Melhor dizendo, ela não acredita tanto assim que ele goste dela.
- Pelo menos ela tem senso, não é? Onde já se viu, um empresário interessado numa mera garçonete? – Desdenha ela, rindo pelo nariz.
- Pelo visto, ela também tem alguns podres guardados.
- Como assim?
Hilary se debruça sobre a mesa, entretida, chegando um pouco mais perto para ouvir melhor.
- Bom, há coisas no passado da Kimberly que ela não quer que ninguém saiba. Talvez nem o próprio Justin saiba – continuo.
Ela sorri como se já tivesse ganho essa causa, exalando prepotência.
- É claro que ela esconde alguma coisa! Gente dessa laia quanto mais você escava, mais podres aparecem – fala consigo mesma, pensativa. – Você tem noção do que possa ser?
- Não. Isso é tudo o que eu sei.
- Já está de bom tamanho. Ótimo trabalho, Faye. Me passa a sua conta para que eu possa lhe transferir o dinheiro.
- Eu não quero o seu dinheiro – torço o nariz em reprovação. – Agora, por favor, me deixe bem longe desse assunto. Pois ele acaba aqui.
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