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História Wild Horses - Free Spirit


Escrita por: CarolMAlves

Notas do Autor


Bem, capítulo imenso, já deu pra notar, e eu conferi que nem minha cara, como dia a minha mãe, então perdoem qualquer erro e
Divirtam-se!

Capítulo 12 - Free Spirit


Havia uma névoa seca e gélida pairando sobre a Califórnia naquela manhã nebulosa de setembro, o inverno vinha rápido e gradativamente engolia a cidade. Ainda que fosse o primeiro inverno longe de Washington D.C. eu sabia que aquele seria dos mais rigorosos que Los Angeles houvera visto nos últimos anos. As árvores denunciavam a todo instante o vento frio que sacudiam todas as suas folhas e galhos, de forma tão violenta, que mesmo com todas as esquadrias da cozinha fechadas era possível ouvi-las farfalhando, sua suplica vazia invadindo aquela atmosfera cinzenta que mais parecia o principio de inverno do que o meado do outono. Sobre as árvores era possível ouvir os pássaros. Todos migrando, deixando seus ninhos, casas e galhos tortuosos para encontrar quentes verões em outro hemisfério.   

Com a claridade queimando meus olhos, sobre as finas folhas da cortina branca, imaginei como seria a vida segundo os pássaros. Partir toda vez que as condições se tornassem ruins, retornarem quando quiserem. Eu sabia que se fosse acompanhar suas perspectivas aquele era o momento de partir para o mais distante possível.  

Sua respiração quente na pele de minha nuca acalentou aquele pensamento, despontando um arrepio descompensado que garantiam o quanto eu era sensível a sua presença. Seus lábios tocaram gentilmente meu pescoço nu, enquanto seu corpo derrubava uma quantidade imensa de calor sobre o meu. Eu adorava aquela sensação. E eram pouquíssimas as coisas no mundo a qual eu poderia me referir com tanto fervor. Mas eu adorava tê-lo tão perto de meu corpo, tão presente e tão constante em minha alma. Era como ter meu próprio sol, meus mágicos dias de verão no meio do outono. Era como me sentir em um porto seguro depois de muito tempo. 

-Você me deixa um pouco frustrado. -murmurou ele. 

-Por que? -questionei, surpresa. 

-Porque eu nunca consigo acordar antes de você e te ver dormindo. É um pouco injusto. -eu ri. Ri porque a forma simples e distinta como ele podia enxergar o mundo e suas frustrações me deixavam encantada. 

-Eu durmo pouco. Mesmo quando estou cansada. -disse a ele. -Já você...-girei meu corpo, sem deixar o aconchego de seus braços, deparando-me com seu cabelo desgrenhado, seus olhos azuis fumegantes, sua face sonolenta e um peitoral totalmente desnudo. 

-Eu, durmo como qualquer outra pessoa normal quando se sente cansada. -retrucou, e eu sorri, não do que houvera dito, mas apenas por felicidade de ainda poder desfrutar de momentos como aquele.  

Olhando Jon daquele ponto de vista, todos os seus traços retilíneos, as linhas que dedilhavam em sua face masculina, bem esculpida, seus olhos de um profundo azul oceânico, seus lábios docemente rosados, acompanhados por dois parênteses encantadores que aprofundavam toda vez que ele sorria, eu me perguntava constantemente porque não poderia ser o suficiente para me fazer desistir de meus planos. Por quê mesmo tendo tudo que eu precisava, eu não conseguia deixar aquela ideia fixa de lado. Por quê eu insistia naquilo que iria feri tanto a ele quanto a mim. Talvez, no fundo, eu precisasse mesmo da dor para constatar uma felicidade. 

Eu o beijei, torridamente, desejando aproveitar cada momento que me restaria com ele. Lancei-me sobre seu quadril, obrigando-o a caminhar até a bancada da cozinha onde sem deixar meus lábios ele me sentou- sobre os azulejos frios, pressionando minha pele sobre o robe de seda com qual passara o resto da noite. 

-Podemos ir àquela praia hoje? -murmurei, deixando seus lábios por um instante, esperando que ele rapidamente se lembrasse da pra de nosso "primeiro encontro". 

-Acho que o dia não está muito para...praia. -disse, torcendo o pescoço para as esquadrias conferindo a nebulosidade que não ameaçava uma chuva, mas resultava em um frio não coerente com um dia de praia. 

-Eu prefiro assim. -insisti. -É mais...-meus lábios sobreporão os dele, mordiscando lhe o inferior. -Romântico. -completei, com certa ironia, já que o romancismo não me era cabível. Senti seus lábios esticarem-se em uma risada, debaixo dos meus e então beijou-me, lento e demoradamente. 

-Se você acha. -sussurrou, a boca ainda pairando sobre a minha. -Então nós vamos. -completou. 

Não o deixei prolongar aquela sessão de sensualismo na cozinha, pois não queria que fossemos longe demais, em vista de que Abbey estava prestes a chegar das compras. Tomou café pela bancada e então subiu para se trocar. Aproveitei para olhar as cartas que haviam sido deixadas por Abbey sobre a mesa, e entre tantas saudações endereçadas a quem agora era considera representante da basicamente extinta família Green estava uma a qual o endereço conhecia tão bem que fizera questão de abrir. 

Mrs. Green,  

Escrevo-lhe para o endereço que a senhora deixara gentilmente antes de se mudar. Primeiro agradeço a toda colaboração que família Green vem feito nos últimos anos e que a senhora insistiu em prosseguir, mesmo após a dolorosa perda de seu marido. Mas o motivo dessa carta não é só agradecer, infelizmente. 

Quando a senhora abriu mão dos cavalos dos Green, mesmo que continuasse financiando para que eles tivessem todo o tratamento especial e conforto de antes, eles foram disponibilizados para uso social do haras. Bale, o cavalo de Jack se saiu bem sendo montado por outras pessoas, embora de vez em quando notássemos que sentia falta de seu tutor. Já com Layce, sua égua, tem sido mais difícil. Ela raramente aceita ser montada ou instruída por qualquer outra pessoa. Como já sabe, desde o nascimento, Layce sempre foi uma égua difícil de lidar, com dificuldade de adaptação e traços violentos de um cavalo selvagem. Depois de alguns episódios de agressividade, chegou a cogitar-se sacrifica-la, mas a senhora apareceu e decidiu montar nela e surpreendentemente ela a aceitou. Desde então Layce se tornara tão amigável quanto os outros cavalos. Embora episódios de agressividade como aquele não tenha retornado, Layce é de novo um cavalo indomável, impossível de se montar. Todos os dias a soltamos sozinha para que possa correr e ela o faz por horas, de um lado ao outro, sem deixar que ninguém se aproxime. Às vezes é como se a esperasse. 

Essa carta tem como único e principal motivo informa-la sobre seus e nossos cavalos. Não temos a intensão de cobra-la nada, apenas acho que gostaria de ser informada sobre a atual situação.  

Atenciosamente, 

Robbert Baelish 

(espero que ainda se lembre de mim)  

Robb. A lembrança do antigo amigo de meu falecido marido por algum motivo acalentou meu coração. Não conseguia compreender a razão pela linguagem cordial considerando que conhecíamo-nos tão bem há tantos anos, embora já não nos víssemos há tanto tempo. Languidas memórias de Robb e Mary -Mary, que seria pouco depois sua ex-mulher-, sentados a mesa redonda de madeira negra, a beira da piscina dos Green enquanto conversávamos despretensiosamente sobre assuntos aleatórios e bebericávamos diferentes tipos de vinhos cujas garrafas já haviam envelhecido séculos trouxe-me um certo calor ao peito, a sensação deleitosa de uma saudade que não doía, mas era intensa e clamava por aqueles ardentes dias de verão novamente, aquelas doces reuniões de casais entre os quatro, aquelas risadas quase embriagadas, as bobagens de adolescentes já adultos.  

Robbert e Jack haviam se conhecido na infância, tão novos que muito mal se recordavam de como começara. Com a mesma idade, filhos de dois aristocratas de diferentes ramos que eram profundamente amigos, foram basicamente acostumados a crescerem juntos e em toda mutação da vida complexa de crianças ricas e abusivamente mimadas acabaram encontrando um no outro amigos que não haviam achado em mais lugar algum. Eram tão bem irmãos. Divergentes em muitos pontos, que várias vezes lhes levaram a calorosas discussões, que era rapidamente solucionadas.  Robbert, diferente de Jack, seguia o rumo dos negócios e dinheiro, finanças era o que o movia, e desde cedo, seguindo os caminhos opostos aos do pai que era um típico fazendeiro, começara suas apostas na bolsa de valores de Nova York, movimentando ações que o levavam a extremos o tempo inteiro, tinha importante papel em diferentes multinacionais e em alguns momentos chegava a lucrar muito mais do que poderia gastar. Depois da morte do pai, pouco depois do acidente que deixou Jack órfão, ele se viu obrigado a assumir os negócios da família, que sem que ele ou qualquer outra pessoa soubessem iam de mal a pior. No fim das contas manteve apenas o haras, um dos maiores amores do pai, e ponto nevrálgico na relação que construíra com o pai de Jack, Peter Green, já que Green era um apaixonado por hipismo.   

Jack o ajudara a se estabelecer, e suportar a perda do pai e mais tarde da mulher. Mary era um modelo que tendia a trabalhos medíocres como estilista, embora no fundo não fosse uma pessoa ruim, mas à medida que Robb envelhecia e passava por aquela tempestade de provações ele deixara de ser o homem festeiro, arrogante e lucrativo por quem ela se apaixonara e casara de imediato. Um segundo baque para Robb que nunca houvera se envolvido com outra mulher mais tarde -diferente de Mary que se casara alguns meses depois com uma promessa do universo tecnológico, de quarenta e poucos anos que sequer tinha conhecimento se houvera realmente vingado. Quando Jack morreu ambos haviam se afastado sem nenhum motivo claro há certo tempo. Robb aparecera uma semana depois, após a missa de sétimo dia, vestindo um terno negro, o cabelo mais cumprido em desleixado do que de costume, uma barba por fazer, chamuscada por alguns fios brancos que começavam a surgir. Em silêncio findou-me com olhos de angústia, sem ser mais o jovem, espontâneo e festivo de algum tempo antes, a face marcada por todos aqueles obstáculos difíceis que houvera enfrentado nos últimos tempos, quase dez anos mais velho do que realmente era.  

Com aquele olhar amargo, quase digno de pena ele fitou-me com devoção, e eu sabia que em minha face não havia menor destruição do que na dele. Com as mãos no bolso da calça, o paletó aberto, não pude deixar de observar o quanto houvera emagrecido -Robbert que tanto cultuava o corpo e sua beleza máscula-, era um homem sofrido e angustiado como qualquer um outro. Aquele silêncio que falou por nós jogou-nos aos braços um do outro, em um abraço que pareceu durar uma eternidade, enquanto eu desabava em lágrimas sobre seu ombro ossudo, ele choramingava próximo a minha nuca. Um dos momentos mais íntimos que havíamos vivido até então. O último deles. Robb fora embora com um "sinto muito" e desde então jamais o vira novamente. Pensara, por vezes em retornar ao haras, onde eu e Jack, havíamos vivenciado momentos maravilhosos, onde muitos daqueles encontros entre casais houverem prosseguido, onde Jack definitivamente pedira-me em casamento e posicionara um anel cravejado em diamantes em meu dedo, onde no primeiro ano de casamento me presenteara com uma égua de instinto selvagem, a encantadora Layce que já era minha antes mesmo de um papel que determinasse isto. No entanto, eu era fraca demais. Era fraca demais para pisar novamente naquela terra vermelha e lembrar das momentos que passara ali, com o homem que eu amava, com uma família que eu havia adotado, a vida que eu nunca mais teria de novo.  Eu não conseguiria de forma alguma, novamente enfrentar aquele lago, ao norte do haras, as folhas verdes  o emoldurando, enquanto o sol pendia estrategicamente por trás dos alto pinheiros imperiais, cintilando sobre a água límpida, diante da qual Jack no mais belos sorrisos ajoelhara-se em uma tarde de primavera e depositara em meu dedo anelar a concretização de uma promessa, pedindo-me em um murmuro que fosse dele para sempre. Ali não selava-se mais um pacto, e sim um romance eterno a qual havíamos adentrado de corpo e alma. 

Tentei sorrir com aquela onda de memórias, que eram muito mais boas do que ruins, mas doía tão profundamente que sem notar eu já estava com o maxilar semicerrado, preparando-me para enfrentar o sofrimento que causavam. Mesmo todos os ossos quebrados em meu corpo, não causariam a mesma dor que aquelas lembranças poderiam causar a alma. Minha única felicidade se deu pelo motivo de que finalmente tinha notícias de Robbert. 

Por trás da folha onde encontravam-se as palavras da carta estava um foto aparentemente recente da Layce. Tão bonita quanto recordava-me. A pelagem caramelizada e cintilante, uma grande e languida mancha branca que se iniciava entre os olhos e se estendia até o fim do focinho, branco que também estava no final de suas quatro patas. Posta em um pose imperial e irreverente, como ela gostava de estar, impressionava a qualquer um, com todo charme e beleza inteligíveis. Os olhos eram serenos, doces, que jamais lhe entregariam ao título de agressiva ou selvagem. Eu não a considerava por nenhum dos termos, para mim, Layce não se permitia ser domada ou controlada, ela precisava ser livre, ela precisava que quem montasse-a permitisse a liberdade e era exatamente por isso que havíamos nos reconhecido daquela maneira. Éramos ambas espíritos livres e igualmente selvagens. 

Os passos de Jon próximos trouxeram-me das matrizes de minhas lembranças. Sentou-se ao meu lado do sofá, e observou sem perguntar nada. 

-É Layce. -respondi a sua dúvida velada. 

-Você tem um cavalo? -perguntou ele, incrédulo. 

-Dois. -respondi, com um sorriso vitorioso. -Na verdade Layce é minha e Bale era do Jack. -disse-lhe. 

-E onde eles estão? -perguntou, dei-lhe a liberdade de segurar a foto. 

-Virginia. No Haras de um amigo da família Green. O dono morreu há alguns anos. O filho mais velho, Robb herdou o Haras e decidiu mantê-lo. Jack e Robb eram melhores amigos e Jack era apaixonado por cavalos, então o ajudou financeiramente. Depois que o Jack morreu eu não tive coragem de vender  Bale e Layce, mas nunca mais consegui voltar lá. Então eu mantenho uma ajuda financeira, pago para que eles tem tudo de melhor e estejam disponíveis para o uso geral do Haras, como por exemplo, na associação que o hospital da família Green tem com Haras. Crianças e adultos com doenças como o câncer, são levadas até lá e instruídas a cavalgar. Eles aprendem, gostam e isso os ajuda a enfrentar o tratamento e deixa os cavalos felizes. -contei-lhe, tendo sua total atenção.  

-E você não deveria ir lá de vez em quando? -questionou, com a cautela de escolher as palavras, temendo tocar em algum ponto que não me agradasse. Por tal fato sorri vagamente, embora sem muito humor. 

-Não. Eu não tenho coragem. Meu passado está muito atrelado aquele lugar. Foi um do primeiros lugares que Jack me levou para conhecer. Ele ia até lá sempre que podia, e passava horas montado em Bale, cavalgando todas as extremidades do terreno. Foi lá que ele me pediu em casamento definitivamente. Toda vez que ele conseguia uma folga do hospital, entravamos em um jatinho e íamos até Virginia. Era pra onde eu gostava de ir quando não estava bem. Gostava  de montar em Layce e correr, sentir o vento batendo no rosto e toda aquela sensação de liberdade. -havia um centelha fumegando em seus olhos enquanto eu contava minhas memórias, submersas nas mesmas. 

-E qual o motivo deles terem mandado essa carta? Algo de errado com a Layce? -perguntou, curioso. 

-Ela não superou. -balbuciei, sentindo uma pontada de culpa afligir-me. Eu estava obrigando aquele pobre animal a sofrer uma perda bem como eu. -Ela não aceita ser montada. Layce tem um espirito selvagem. Não aceita ser domada. Eu era a única que conseguia montar nela.  

-Talvez porque ela seja parecida com você. Talvez vocês se identifiquem. Ela deve ser o que você tem dentro do corpo. -findei-o, surpresa. Os olhos ardendo em um azul profundo, intenso, que vasculhava-me, invadia-me com uma violência que me satisfazia.  

De repente, era como se eu estivesse despida diante dele, como se houvesse sido capaz de enxergar minha alma e então se dava minha maior surpresa. Sobre todas mentiras, sobre as coisas não constadas, Jon ainda conseguia me enxergar como ninguém era capaz de fazer. Ele desvendava-me como uma mapa de criança, uma brincadeira boba, lia coesamente todas as minhas entrelinhas invisíveis. Era como se Jon houvesse me conhecido por toda a vida, houvesse visto-me em várias faces, formas, nomes, idades, quem havia por trás da mulher madura, da viúva angustiada, até mesmo da vingativa amargurada. Com aquele olhar, levou-me a acreditar que conhecia-me até os mais inconfessáveis segredos. Não só corpo, mas mente e alma. Os cânions vermelhos protegendo os pensamentos que me convinha necessários não era um obstáculo para ele. Ainda que todo o meu ceticismo adquirido não permitisse que eu acreditasse nesse tipo de coisa e tive certeza que havia alguma arraigada ligação entre nossas almas, e todas as nossas histórias, memórias e crendices estavam simultaneamente compartilhadas, sem que nenhum de nós dois soubesse.  

Pus-me repentinamente de joelhos sobre o sofá, totalmente virada para ele, deixando de lado a carta que tinha em mãos, sem desprender meu olhar investigativo do dele. Sua face mostrou sulcos de dúvida. 

-O que foi? -perguntou. Precisei de quase um minuto. 

-Eu não sei. -murmurei. -Você me faz sentir coisas que eu nunca senti. -disse a ele, um tom ingênuo de uma criança buscando descobrir o mundo. 

O teor de seu sorriso mudou, quando seus olhos escorregaram para minha boca. 

-Acho que só estamos descobrindo o mundo juntos. Por um novo ponto de vista. -sua voz aflorou em minha pele com o mesmo efeito de um vento frio no fim de tarde, trazendo um arrepio e ao mesmo instante uma leveza que poderia levar-me a flutuar.  

Definitivamente, Jon parecia encontrar novas nuances para coisas que eu já conhecia. 

 

Jack era uma miragem cintilando em meio a paisagem atordoante e quase inacreditável do lago. Em uma forma perfeitamente redonda, a agua abraçava misticamente o terreno de superfície rochosa, envolvido por pinheiros imperiais tão altos quanto qualquer arranha-céu nova iorquino. Por trás da cadeia circular de verde oliva estavam os montes, pontudos rochosos, com uma rara vegetação rasteira, cumes pontudos, desengrenados e desalinhados, elevando-se o suficiente para chegarem a ser encobertos pelas nuvens diáfanas passageiras do dia límpido, onde o crepúsculo jazia em forma dupla, aos céus e sobre as águas refletoras e inócuas do lago do haras. Uma arquitetura moderna e ousada da natureza que parecia ter recolhido um só espaço para despejar toda sua inigualável criatividade.  

Ele caminhava com tranquilidade sobre a grama alta, as mãos aos bolsos da calça caqui, os cabelos alçados pela ventania momentânea. Seguia a frente, observando, com não tamanha devoção quanto eu, os arredores da paisagem. Não sentia dificuldade com o terreno acidentado, embora minha total desatenção em meus próprios pés quase havia me feito afetar a paz daquele momento por diversas vezes.  

O perfume úmido das folhas e dos musgos inflavam meus pulmões, junto a rastro do cheiro de Jack, aumentando a alucinógena sensação de preenchimento e absoluto prazer. Então, as margens encharcadas do lago ele finalmente parou, virando-se para mim, provavelmente muito mais distante do que ele houvera imaginado e riu, seu riso quente e contagiante retratando-se nos quatro cantos daquele refúgio divino. Jack era o próprio anjo naquele paraíso perdido. Sorri. Mas diferente dele houvera sorrido de incredulidade. Ainda era um tanto quanto difícil compreender e acreditar em situações como aquela. Acreditar que eu tinha uma vida nova, que estava em lugar como aquele junto a um homem como Jack. Acreditar em como a vida pode atingir diferentes extremos em tão pouco tempo. Eu havia chegado ao melhor deles. Estava no pódio, pronta a receber meu prêmio, mesmo depois de todos os acontecimentos recentes que houveram marcado tão profundamente. As feridas ainda estavam todas lá, mas Jack as fazia menores, cessava a dor que me causavam com apenas um sorriso.  

Observou-me imóvel, um sorriso pendurado aos lábios, a face iluminada pelas nuances amareladas que sobrepunham o céu, despiam em uma noite próxima. E finalmente eu agarrei quase tremula a suas mãos, a beirada do lago. 

-É lindo. -murmurei, e ele sorriu-me, o mais genuíno dos sorrisos. 

-Era aqui que eu gostava de ficar quando não estava cavalgando. Eu me sentia mais perto do paraíso. -contou-me, seus olhos escuros inundados por centelhas douradas.  

-Obrigada. -sussurrei. Sondou-me, incrédulo. 

-Pelo que? -perguntou-me. Era justamente aquilo que mais amava nele. A tamanha ingenuidade, a delicadeza e suavidade em dar sem esperar nada em troca. 

-Por tudo isso. Por me apresentar a tudo isso. Eu nem sei o que seria de mim...-ele interrompeu-me, a mão afagando-me a face e o polegar estacionado sobre meus lábios. 

-Eu não sei o que seria de mim sem você. -murmurou, a face atingindo um tom límpido, franco, de maneira que eu poderia enxergar aquelas palavras transcorrendo de sua alma aos seus lábios. -Eu não sei se deveria acontecer dessa forma, se isso está certo ou não, mas eu amo você. Sempre foi pra cá que eu gostei de vir quando as coisas ficavam ruins, porque eu me sentia bem aqui, mas há muito tempo eu não preciso mais desse lago para me sentir bem. Eu preciso de você e basta. E não importa se de uma forma contratual ou não, por causa de um acordo ou não, eu quero passar todos os próximos dias da minha vida ao seu lado.  

A mão que deixou minha face voltou ao bolso da calça, enquanto meu coração saltava até a garganta e minhas pernas eram incapazes de suportar o peso de meu próprio corpo. Tirou uma pequena caixa preta aveludada, ajoelhando-se enquanto abria para mim. 

-Então me deixe fazer isso do jeito certo. Tudo nas nossas vidas aconteceu muito rápido, mas apesar de tudo eu tive a chance de te conhecer e sentir algo que eu nunca tinha sentido antes, e essa a melhor maneira que eu achei de garantir que você vai estar do meu lado por muito tempo e permitir que eu conviva com essa sensação maravilhosa de amar a mulher mais encantadora da face da Terra enquanto eu estiver vivo. Casa comigo?

  

As ondas estavam mais violentas do que de costume naquela tarde nebulosa de outono. A frente da linha tênue do horizonte tornavam-se colossais garras de um profundo azul, crescendo cada vez mais em direção a areia, enquanto fechava-se gradativamente e então engolindo tudo o que encontravam pela frente junto a uma espuma branca em um som estrondoso que chamava a atenção de todos os poucos que bem como nós haviam tomado a decisão de ir a praia em um dia tão inapropriado. Aquela agressividade, que unia o céu cinzento e um oceano em fúria não me assustava. Pelo contrário, me atraía, porque repentinamente eu encontrava-me totalmente dentro daquela personalidade imprevisível oceânica. E alguns instantes aquelas ondas cessavam, mesmo debaixo do anuncio de tempestade, e para um ingênuo, observando-o de longe o mar parecia de extrema calmaria, e então vinha as ondas, duras, altas, inabaláveis, causando um pavor extremo, o medo até mesmo de se aproximar. Aquela intempestividade de alguma maneira também me habitava.  

A umidade espalmava minha pele, escorria densa para minhas narinas e junto ao perfume árido da maresia inundava meus pulmões. O vento constante e intenso chicoteava-me com fios de cabelo, grãos suspensos de areia e o frio cortante arranhando as mação de minha face.  Caminhei com dificuldade, olhos semicerrados para enfrentar o incomodo, pelas margens da areia encharcada, as espuma marítima lambendo com a água morbidamente fria meus pés que gradativamente endureciam, os músculos congelando um a um. Jon seguia-me, sem perguntas, até que eu finalmente chegasse a algum lugar. Um ponto que poderia ser dito como o centro daquele extensão litorânea, os olhos submergidos na linha distinta que separava cruelmente céu e mar, ambos em um dia de extremo mal humor. Apertei a pele escondida por baixo do casaco de lã branca, com as unhas que ultrapassavam os fios e feriam-me levemente. Eu não sentia aquela dor, mesmo que em algum momento pudesse sangrar, eu não sentia pois há muito tempo não estava ali, meu espírito não mais ligado por completo ao meu corpo, e sem exilado dentro de mim mesma, impedido de operar por algo maior. A dor interna. Meu domínio total sucumbindo aquele sofrimento acumulado por anos. 

Nem por um segundo as novas questões ocultamente impostas pela carta de Robbert haviam deixado o epicentro de minha mente. Layce e as doces lembranças de pôr-me sobre o seu dorso e cavalgar por infinitas horas, todas as extremidades do terreno do haras dos Baelish. A liberdade do vento rasgando minha face, dos saltos erguendo meus cabelos. A paz extrema e a liberação instantânea de pensamento perturbadores. Talvez nenhum daqueles sentimentos pudessem ser mais sentidos depois de tantos acontecimentos de marcas profundas e dolorosas. Talvez o haras Baelish não me aguardasse mais com paz e sim com o sofrimento das lembranças que haviam sido deixadas ali.  Jack e Bale cortando com inigualável e esplendor o campo verde, emoldurado pelas colinas nortenhas; uma lembranças persistente que se tornaria mais viva se revesse o cenário que as compunham. A pergunta de Jon, no carro, durante o percurso até ali repercutiu em minha cabeça "Não seria melhor voltar? Ver Layce, resolver tudo isso?" Não era o melhor para mim, nem para as minhas forças. E mais uma vez eu era aquele ser egoísta que mesmo dez anos ao lado do homem mais solidário não haviam apagado. Eu deveria voltar por honra a Jack, por honra a tudo aquilo que me confiara ao casar-se comigo, deixando em minhas mãos tudo que era dele, para que tivesse alguém que pudesse cuidar do que amava quando estivesse ausente. Eu não estava cumprindo minha verdadeira missão, somente para satisfazer meus instintos. Instinto de sede; sede por vingança; o desejo irrefutável de cobrar repostas ao passado, de fazer sofrer, mesmo que a dor viesse a mim também, de ferir a quem me ferira direta e indiretamente.  

Não era hora de voltar. E com essa conclusão suspirei, os olhos ainda congelados sobre a linha horizontal. Layce e Jack, eram de enorme importância para mim, mas havia algo a mais pendente em minha vida. Algo que clamava por ser solucionado primeiro. O que prendera meus sonhos por todos esses anos, o que fizera todas aquelas feridas sangrarem sem chance de serem eternamente cicatrizadas. Eu o faria sentir o que eu senti. E então eu poderia saber que eu não fui a única. Ele iria sim carregar aquela dor para o resto da vida, a amargura no fundo da alma, como eu fora obrigada a fazer. Ainda que não pela justiça dos homens eu faria Axl pagar por tudo aquilo que ele havia arrancado de mim. Minha vida, minha paz, meus sonhos, meus pais. Eu o faria pagar por cada perda que ele causara em minha vida, sem que fosse importante as consequências que aquela vingança teria.  

-Você sabe que uma relação comigo pode ter muitas consequências ruins, não é? -murmurei e imediatamente tive seus olhos sondando-me, cenho franzido em dúvida, os cabelos ateados pelo vento. 

-Não vejo nenhum lado ruim. -disse, com humor. -Mas por que está falando isso? -hesitei, de repente desejei poder conta-lo toda a verdade. 

Fitei meus próprios pés descalços cobertos pela areia, ganhando tempo para filtrar aquilo que deveria ser dito. 

-Eu não sou a pessoa certa, Jon. Não sou o que você merece. -disse a ele, com um tom intenso de mágoa. 

-O que você está dizendo? Por que está dizendo isso?  

Pôs-se diante de mim, de costas para o mar, segurando minha face entre suas mãos, como o rosto de uma criança assustada, todavia o que estava em minha expressão não tinha nada e ingenuidade nem medo, havia convicção e rancor, os traços duros e impermeáveis que ele demorou para interpretar, parecendo não chegar a lugar a algum. 

-Porque eu não quero ter de machucar você. -disse a ele com um vago remorso. -Você não me conhece, Jon. Você não sabe nada sobre quem eu sou...  

-Ei! Kate! Onde está querendo chegar? -perguntou, meu rosto ainda envolvido pelo dedos quentes, mantendo meus olhos sobre os dele, de forma que pudesse varrer todo seu interior até mesmo sua alma. Uma pontada de dor atravessou meu peito, um sentimento profundo, indistinto, inteligível, quase levando lágrimas aos meus olhos. Uma sensação intensa e descontrolada que não estava planejada. 

-Eu tenho medo...De perder você.  

O espirito rebelado, exilado, perdido em meu interior tomou-me as rédeas e confessou-lhe, palavras doces e suaves que não pertenciam a verdade Katherine, e sim a alma afagada pelos escombros de destruição dentro de mim. Demorou um instante para digerir o que havia ouvido e visto de mim, uma Katherine totalmente diferente do usual, então com um sorriso satisfeito beijou-me delicadamente, em seguida envolvendo-me com força contra o seu corpo quente, um abraço que não rejeitei, e que desejei ter feito perdurar por uma eternidade. 

Naquela manhã caímos na areia, Jon levou-me contra minha vontade até a água fria, caçou-me em uma cansativa corrida pela areia, fez-me esquecer não só do horário do almoço, mas também de quem eu era e de todas as lembranças que carregava para todos os cantos como bagagem. Eu era só uma mulher, totalmente sua, sucumbindo a uma ensandecida paixão. E eu estava apaixonada pela sensação de pertencê-lo. Enquanto voltamos para casa, de vidros abertos e vestígios de sorrisos no rosto ele foi cauteloso ao dizer-me que teria de viajara naquele final de semana, resolver questões pendentes da banda, sobre lançamento de CD e turnês, com certa fragilidade ao argumentar, o que quase poderia indicar-me que havia algo omitido, uma maior razão para aquela repentina viagem. Não pude me preocupar com isso, assim que enxerguei na tal viagem a brecha que procurava. E mesmo a lamúria despejado sobre Jon durante aquela manhã não haviam mudado em nada aquele desejo irrevogável que suprira nos últimos dez anos. Eu usaria aquele momento de ausência de Jon para alçar voo aos meus reais objetivos. Um desejo que só se expandiu, quando enquanto conversávamos, madrugada a dentro, nus sob os lençóis de minha cama Jon decidiu ser mais profundo e tocar no ponto que mais me doía: 

-E os seus pais? A sua família? Você nunca fala de sua vida, Kate. -silenciei-me, do vestígio de sorriso restou aspereza. Pensei nas respostas prontas, que modulavam minha língua, embora não fosse elas que queria dizer. Eu queria verdade. Jon fazia de mim réu confessa, explorava-me com pouco e quase tinha tudo. Suspirei, a expressão alterando-se bruscamente. 

-Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha dezesseis anos, como eu te disse uma vez. -indaguei. 

-Mas como era sua relação com eles? Nunca vi nenhuma foto deles por aqui. -Jon não temeu ir mais a fundo e discretamente o reprendi por meu de um olhar. Mas precisava responder. 

-Minha mãe era normal. Carinhosa e cuidadosa como toda mãe. Quando eu era muito pequena não tínhamos muito, só o suficiente, então ela e meu pai trabalhavam para manter uma vida de classe média com um certo conforto. E meu pai...meu pai havia feito parte do exército americano, mas se afastou depois que eu nasci, a pedido da minha mãe, depois ele começou a trabalhar como eletricista em uma fábrica. Ele não falava muito, nem era muito sentimental. Na verdade ele sempre estava meio carrancudo, lendo todas as páginas do jornal do dia na poltrona antiga e gasta da nossa sala. -permiti-me lembrar daqueles trechos totalmente verídicos de minha infância que não me importava conta-lo. 

Lembrei-me com um vago sorriso dos almoços de domingo, quando papai até sorria depois que mamãe colocava a grande travessa de lasanha no centro de nossa velha mesa de jantar. De quando os ouvia conversar durante a noite, fazendo veladas declarações de amor, entre caricias e sorrisos, parecendo muito mais um casal de adolescentes do que os meus pais maduros e sérios. Do cheiro do café nas manhãs de sábado, a luz emitida pelas flores brancas que mamãe comprava sábado após sábado. Copo d'leite era como ela as chamas. Maiores que tulipas, tinha pétalas delicadas, altas e robustas, formando um cilindro desalinhado totalmente branco, sem nenhum perfume, mas de enorme beleza visual. 

-Minha mãe todo sábado fazia algum bolo e comprava flores brancas. Copo d'leite. Minhas prediletas. -comentei, sorridente. 

-Achei que não gostasse de flores. -interviu. 

-Não gosto. -rebati. -Apenas dessas. Elas me levam pros tempos mais felizes da minha vida. -contei, e ele sorriu, como uma criança que acaba de fazer uma descoberta. 

-As coisas começaram a mudar quando eu era muito nova. Mamãe ficou grávida uma, duas, três vezes. Por três vezes ela contou-me que carregava alguém em sua barriga, por três vezes ela chorou tentando explicar que aquele alguém não estava mais lá. Mas ela sempre se recuperava, voltávamos a nossas vidas meses depois. Então houve a quarta e esse alguém finalmente ganhou forma. Ela passava mal todos os dias, acabou abandonando o emprego e nem se parecia mais com a minha mãe. Eu achei que uma hora ela não suportaria mais, mas ela suportou. -meus olhos tornaram-se distantes, enquanto o sorriso de antes desaparecia por completo, e um expressão sofrida. -Damien. Nasceu quando eu tinha 8 anos e morreu menos de um anos depois. Nossa vida nunca mais foi a mesma. 

-Oh, Kate! Me desculpe! Eu sinto muito. -Jon sentou-se, de frente para mim, tomando para si minhas duas mãos. 

-Não tem problema. -balancei a cabeça, afastando as memórias. -Eu mal me lembro dele.  

-E não tem mais ninguém? Tios? Avós? -insistiu. 

-Minha mãe tinha um irmão que faleceu sem filhos, antes de eu nascer. Ela foi criada por mãe solteira, que morreu quando ela ainda era adolescente. Meus avós paternos também já eram mortos quando eu nasci, meu pai não tinha irmãos. Talvez eu tenha tias-avós, primos de segundo grau, mas meus pais nunca disseram nada a respeito. Antes de Jack aparecer eu era sozinha. Ele se tornou tudo que eu tinha e depois me deixou também.  

O abandono era a maior verdade daquela história. O abandono velado que sofrera de meus pais com a morte de meu irmão doente, depois o abandono de ambos com suas ausências, o abandono de Jack com sua morte. Talvez me destino pertencesse a uma dolorosa e eterna solidão. E de qualquer forma eu sabia, que Jon uma hora me abandonaria também por suas claras razões.


Notas Finais


Disse na sexta, depois no sábado de manhã, e são quase 19:00 da noite. Mas esse atraso tem nome e sobrenome. Não foi bem por falta de tempo, e sim porque passei a tarde e a noite inteira de sábado agarrada no computador vendo todos os rounds do Pipe Masters, que para quem não sabe é uma etapa (a mais importante), da competição mundial de surfe e para quem também não sabe eu sou apaixonada por surfe, embora eu não consiga praticar o esporte, eu sou louca por tudo que envolva surfe, assisto o campeonato mundial todo, todos os programas correlacionados, documentários e etc...E desde o final do ano passado pra cá eu tenho suprido uma paixonite pelo Gabriel Medina. Eu sou completamente deslumbrada pela forma que ele surfa, a interação dele com o mar e com a prancha, eu já tinha acompanhado um pedacinho da trajetória de monstros do surfe como o Kelly Slater, mas nunca vi nada como o Gabriel. Acho que mesmo pra quem não gosta vale muito a pena parar para assistir uma bateria com ele. E ontem, ficou claro que ASP estava fazendo de tudo para definir logo um campeão, um título que já era basicamente dele, já que ele era quem tinha maior chance de se tornar campeão mundial. Mas ainda assim foi eletrizante e emocionante assistir o Gabriel ganhando as baterias até chegar a derrota do Mick Fanning por meio do Alejo Muniz que é outro surfista brasileiro incrível, e definir o título, tornando o Gabriel o primeiro surfista brasileiro campeão mundial (detalhe para: ele só tem 20 anos). Eu nem sei quem chorava mais depois que ele ganhou, eu ou ele (tenho uma leve impressão que foi eu), e enfim, tô tão orgulhosa que passei o dia falando disso pra Deus e o mundo, e ouvindo programas de televisão contando a história dele, o que me irrita um pouco, essa mania nacional, principalmente da mídia brasileira de dar mais espaço ao futebol do que qualquer outro esporte, acompanhei o Gabriel desde o começo da competição sem ouvir nada a respeito na TV aberta (o Gabriel tem um programa em um canal de esportes radicais na TV acabo, o Off, canal que pouquíssimas pessoas conhecem ou tem acesso), ganhando ou perdendo, e quando ele chega ao título ele se torna o ídolo nacional pela mídia. Infelizmente, vai ser sempre assim.
Enfim, já dei minhas explicações, falei sobre coisas que não tem nada a ver com a fanfic (NADA MESMO!), consegui mais uma vez falar do Gabriel Medina, então agora eu vou embora e volto semana que vem, provavelmente no fim de semana (Deem um desconto para o feriado, eu preciso me recuperar de tanta comida no dia 24 e 25).
Obrigada por lerem e desculpem qualquer erro.
Beijos!


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