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História Wild Horses - The Children - Part 1


Escrita por: MarieBM

Capítulo 12 - The Children - Part 1


[Perrie]

 "Aconteceu alguma coisa?" Perguntei ao chegar em casa e ver uma cena não usual. Estavam os três reunidos; minha mãe em uma poltrona, meu pai em outra e Lilly no sofá de três lugares. Não parecia que estavam tendo um momento divertido. Todos estavam sérios. 

 "Perrie..." Meu pai falou. "Foi bom você ter chegado... Acho que podemos adiantar a conversa inevitável..." Ele concluiu, com um pequeno suspiro no final.

 "Err... Alguém morreu?" Perguntei. Minha mãe acenou negativamente com a cabeça e fez um gesto para que eu me sentasse.

 Sentei ao lado de minha pequena irmã. Ela parecia confusa. 

 "Lilly, minha princesa..." Meu pai começou o discurso e a atenção de ambos foi para minha irmã. "Você sabe que eu e sua mãe te amamos, certo?" 

 Lilly acenou. 

 "Amor de pai pra filho é pra sempre... Nunca acaba. A gente sempre vai te amar. Você entende isso, né?" Somente meu pai falava. Lilly balançou a cabeça novamente. "Acontece que o amor entre papais e mamães pode acabar..."

 Chacoalhei a cabeça. Isso é um papo sobre divórcio! Como que eu não percebi isso antes? Acho que na minha cabeça eu pensava que isso nunca fosse acontecer. "Espera aí, isso é..." 

 Minha mãe acenou com a cabeça. Dessa vez positivamente. 

 Eu sei que sempre torcia pra esse dia chegar... Não aguentava mais ver minha irmã chorando todos os dias por causa das brigas, mas... Não sei, uma sensação estranha tomou conta de mim. Acho que eu preferia ver eles resolvendo todos os problemas e voltando a viver em paz...

 "Com quem que a gente vai morar?" Eu perguntei, interrompendo meu pai. Era a única coisa que passava pela minha cabeça.

 "Bem... Judicialmente sua mãe tem o direito a guarda de vocês, mas..." Meu pai começou, mas foi interrompido.

 "Mas o que?" Minha mãe disse em um tom um pouco alterado. "As meninas vão morar comigo. Isso já está definido."

 "O que eu quero dizer é que se elas quiserem, elas vão morar comigo!" Meu pai disse, quase gritando.

 "Ah, ótimo..." Minha mãe deu uma risada sarcástica. "Agora você vai fazer até o impossível pra virar elas contra eu e pegar a guarda..."

 "Não coloca palavras na minha boca, pelo amor de Deus!" Dessa vez um grito.

 E como que por instinto, sem pensar, levantei do sofá e saí da casa. Corri rua abaixo, sem destino, porém sabendo exatamente onde estava indo. Dessa vez eu poderia usar a desculpa de que fiquei fragilizada com a ideia de divórcio. Acho que eles vão entender. Quanto mais corria, mais sentia algo me sufocando. Queria desabar. Não sabia o porquê exato. Não estava triste pelo divórcio. Acho que estava apenas... Cansada.

 Finalmente achei o lugar que procurava, todo decorado de amarelo e vermelho. Zayn estava atrás do balcão. Sem me importar com o quão estranho aquela cena poderia parecer, passei pela pequena porta que dava acesso ao outro lado e me joguei nos braços dele. Com a cabeça escondida em seu pescoço, desabei. Chorei todas as lágrimas que estavam dentro de mim. Talvez isso não faça sentido, mas eram lágrimas secas.

 "Pezz... O que--" ele começou a tentar me consolar.

 "Um mês..." Sussurrei em seu ouvido. 

 Um quase não visível sorriso apareceu em seu rosto. "É serio?" Ele fez questão de garantir. 

 Balancei a cabeça. "E que seja o melhor das nossas vidas..."

 Zayn me abraçou forte. "Eu prometo que será..."

 [Niall]

 A aula já tinha acabado. Decidi fazer um pequeno desvio antes de ir para casa - uma revistaria. Adorava aquele lugar... Ia lá em todos os momentos de tédio. Passava pela seção de quadrinhos, folheava uma revista de herói - Homem-aranha é o meu preferido. Depois era a seção de carros, passava bem rápido. Não sabia metade do significado das palavras das manchetes e além disso, não conhecia muitas marcas de carro... Se perguntassem qual era o meu carro dos sonhos eu simplesmente responderia Ferrari ou Lamborghini... Depois era a seção teen. Passava o olho em várias capas só pra ficar por dentro de qual era a nova banda fazendo sucesso entre a galera. E finalmente, chegava a minha seção preferida - esportes. 

 Esportes era o nome da seção, mas metade das revistas falavam exclusivamente sobre futebol. E isso era o que importava. Sempre gostei de futebol e entendi tudo. Seria capaz de dizer o nome de todos os jogadores da seleção de um país o qual eu não saberia o nome da capital.

 Fui com a intenção de comprar apenas uma revista, mas uma outra vinha com a tabela de jogos do campeonato regional. Irresistível. Resolvi gastar um pouco mais da minha mesada. Fui até o balcão para pagar. Foi quando tive uma surpresa não muito agradável. Um amigo de Josh chegou por trás e me deu um tapa na cabeça. "Qual é, viadinho?" Jurei pra mim mesmo que permaneceria calmo. Ele pegou a revista de minha mão. "Futebol?! Isso não combina com a sua raça..." Ele ria. Aquele riso me dava nojo. Permaneci em silêncio, apenas fechei os olhos.

 "Raça?" A mulher no caixa perguntou. Ela era uma atendente jovem, talvez da nossa idade, e mascava um chiclete, não fazendo questão de ficar com a boca fechada para isso. Sua blusa era bem decotada, realçando seus fartos seios. Na melhor das descrições, vadia. 

 O amigo de Josh olhou para ela como em um flerte. "É... O amiguinho aqui joga no seu time..."

 Ela revirou os olhos em desprezo. "Dez pratas..."

 Peguei uma nota em meu bolso e a joguei no balcão. Saí da loja o mais rápido que pude. Comecei a correr, só queria me afastar daquele lugar, mas sabia exatamente onde queria chegar. 

 (...)

 "Você vai ter coragem de me abandonar?" Eu disse, entrando no restaurante e já com lágrimas nos olhos. Todos os atendentes e os poucos clientes do lugar voltaram sua atenção para mim. 

 "Ni..." Zayn saiu de trás do balcão e foi até mim. "O que aconteceu?"

 "O de sempre, Zayn... O de sempre..." Eu lacrimejava e ele me abraçou. 

 "Vamos comigo, Ni... Se você for tudo isso vai acabar..." Não sabia se ele estava tentando me consolar ou persuadir.

 "Eu não posso deixar mamãe sozinha!" Eu gemia. 

 "Só por um mês, Niall..." Ele insistia. 

 "Ai o mês acaba, eu volto, você continua na jornada sem rumo e minha vida vira um inferno! Eu não consigo fazer isso sem você!" Acho que tive uma reação um pouco desesperada. 

 Zayn respirou fundo. "Olha... Eu prometo que fico só um mês. Quando você quiser voltar, eu volto."

 Olhei nos olhos dele. "Sério?" 

 Ele balançou a cabeça.

 E uma voz desconhecida interrompeu nossa conversa. "Você só pode estar de brincadeira, Zayn! É a segunda vez que isso acontece só hoje! Se continuar assim eu vou ter que te despedir..." Nós dois nos viramos para ver quem era. Um homem de uns quarenta anos, baixo. Tinha um crachá diferente dos demais, portanto acho que era gerente. 

 Zayn o ignorou e se dirigiu a mim. "E então, você topa?" 

 Suspirei, mas acenei com a cabeça. Então, Zayn voltou sua atenção ao gerente. "Não precisa. Eu me demito." Ele disse, tirando o avental e o boné da empresa.

 Ele sorriu para mim. Espero que eu não me arrependa.

 [Cara]

 O jantar já estava no final. Era o prato preferido de meu pai, então ele estava de bom humor. Talvez essa fosse a chance.

 Não costumamos conversar muito durante refeições em família, portanto todos focamos o olhar em meu pai quando ele começou a falar. "O acampamento da igreja é no próximo final de semana... Você precisa dar a reposta se vai ou não no máximo até amanhã..." A palavra foi dirigida a mim. 

 Odeio essas atitudes do meu pai. Ele fala como se eu pudesse escolher livremente entre ir ou não no tal acampamento, mas se minha opção for 'não', ele transforma minha vida em um inferno.

 Minha mãe me encarou disfarçadamente para que eu dissesse sim. Pensar naquele lugar chegava a revirar meu estômago, foi então que uma ideia veio sobre minha cabeça. Como uma luz. Em questão de milésimos a chance perfeita apareceu.

 "Ah sim, eu esqueci de te falar sobre isso, pai..." Comecei. "Infelizmente não vai dar pra eu ir nesse acampamento... Você sabe que eu queria muito e é realmente uma pena, mas..."

 Ganhei olhares indiscretos de todos na mesa. "Sabe o Harry?" Perguntei. 

 "Que Harry?" Meu pai perguntou, erguendo uma sobrancelha. 

 "Ah é, esqueci que eu não te falei dele..." Comecei a usar toda a minha capacidade de atuação. "Harry é um cara da escola... Ele é muito legal e--"

 "Você está namorando ele?" Meu pai fechou a cara. 

 "Não! Não! Pff..." Comecei a ficar nervosa. "É o seguinte... Ele me chamou pra participar de um retiro espiritual nesse mesmo final de semana..." 

 E em um segundo o rosto de meu pai ficou mais sereno do que o de um santo. "Cara... Filha... Isso é ótimo..." Ele sorriu. 

 "Só tem um probleminha..." Cocei a nuca. "O retiro dura uma semana..."

 "Não vejo problema nisso... Quer dizer, a não ser que você esteja apertada na escola..." Ele continuou sereno. 

 "Não, não... É semana de provas e eu já conversei com o coordenador... Ele disse que eu posso fazer segunda chamada sem nenhum problema..."

 Ele sorriu de novo. "Então está fechado... Saiba que eu me orgulho muito de você por isso, filha..."

 "Obrigada, pai..." Olhei para baixo. "Err, tipo... Eu esqueci de falar que o retiro é em Durham..."

 "Tudo bem... Vocês não devem gastar duas horas daqui até lá..." O entusiasmo dele ainda era evidente. Ainda bem que tudo estava dando certo. "Vocês vão em um ônibus?"

 "Na verdade o Harry dirige..." Desviei o olhar.

 "E ele te chamou pra ir com ele? Só vocês dois? Viajando juntos? Sozinhos?" Nessa hora o entusiasmo diminuiu consideravelmente do rosto de meu pai.

 "Não, não... Na verdade vai eu, Harry e mais três amigos... Como em uma excursão. Nós vamos por conta própria... Nossa escola não é muito ligada a essas coisas..." Revirei os olhos em desprezo.

 Meu pai sorriu novamente. "Bem... Depois do retiro acho que vou querer ter uma conversa com esse tal de Harry..."

 "Você vai amar ele!" Sorri.



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