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História Wildfire - Joes


Escrita por: MyLittlee

Notas do Autor


OOOOOOI gente, como cês estão? eu ainda não respondi o comentário porque tô escrevendo o capítulo de Implossible Desire, mas assim que terminar já respondo, já li todos, eu fico online nesse site 24h só pra ve-los chegando kkkkk Muito obrigada por eles mesmo, e por toda a motivação <3

Capítulo 17 - Joes


—Arizona...

Engulo em seco.

 

—Calliope... eu vim conversar com você, mas podemos deixar isso para outra hora se você estiver... hm... ocupada. - Olho Mark de cima abaixo com as sobrancelhas erguidas.

 

—Não, tudo bem. Mark já estava de saída. - Calliope diz.

—Estava? - ele pergunta confuso.

—Sim. - Ela diz séria, o encarando como se ele tivesse dito algo de errado.

 

—Ah... Eu estava mesmo. - Ele passa por mim pela porta, só de toalha. - Beijo Robbins, até depois.

 

—Até.

 

Assim que Mark sai, ficamos apenas eu e Calliope em silêncio, paradas, nos encarando.

 

—Você vai ficar ai parada na porta, ou quer entrar?.

 

Ao invés de responder eu apenas entro no apartamento, ela fecha a porta atrás de mim.

 

—Que você supera as pessoas rápido, eu já sabia. Mas que você era bissexual, bem, isso é novidade pra mim. - Eu digo de forma áspera, e se minhas palavras fossem laminas, eu claramente as estaria jogando nela agora.

 

—É, eu sou bi. Mas Mark é apenas um affair. - Calliope responde com tranquilidade, e eu a encaro incrédula. - Ué, você esperava o que? Que eu fosse me declarar para você, levar um fora, e ficar chorando pelas paredes?

 

—Você tem razão. Talvez você saiba lidar com foras, e eu que não entenda nada sobre o assunto.

 

—Não foi isso que eu quis dizer, Arizona.

—Eu tambem não quis dizer nada. - É só o que eu respondo.

 

—O que veio fazer aqui? - Calliope pergunta.

 

—Acho melhor conversarmos no hospital, esse lugar está cheirando a sexo. Além disso, Charlotte está me esperando no Joe´s. - Eu falo, passando por ela e indo em direção a porta.

 

—Parece que eu não sou a única aqui a superar as coisas rápido. - Calliope fala de forma amarga.

 

—Eu demorei mais de 15 anos para superar alguém. Não se comete o mesmo erro duas vezes, não é mesmo? - respondo abrindo a porta.

 

—Espere! - ela fala em minhas costas, eu sequer me viro. Apenas paro e espero sua próxima fala. Ela vem pouco tempo depois.

 

—Eu vou ao Joe´s também. - Calliope fala passando ao meu lado, fechando a porta e a trancando.

 

—O que? Eu não te convidei para ir.

 

—Bom, até onde eu sei o bar é do Joe e não seu, portanto não preciso do seu convite ou permissão.

 

—Uau, parece que na arte da delicadeza você é mestre, heim! - eu digo ao lado dela, já no elevaodr barulhento.

 

—Tão boa quanto em outras partes! - ela diz com um sorriso torto malicioso. Sinto meu corpo inteiro arrepiar.

 

—Engraçadinha. - é só o que eu digo.

 

—Eu sou mesmo, obrigada.

 

—x-

 

CALLIOPE TORRES

 

 

Quando chegamos no Joe´s, eu logo vou na direção contrária a de Arizona. Ela me olha com a testa franzida, e eu finjo que não estou fazendo o mesmo. Não quero que ela pense que eu estava ali porque me importava com sua relação com Charlotte, ou porque queria fiscaliza-la. Eu mesma não sabia porque tinha ido, e já no elevador a ideia me pareceu péssima. Eu ficaria ali, beberia algo e depois iria embora. Seria bom esquecer de tudo que estava acontecendo.

 

Assim que entro no Joe´s, me sento na mesa do canto, a qual tenho visão quase privilegiada de Arizona e Charlotte, sentadas em uma mesa central. Charlotte está de costas para mim, mas Arizona consegue me ver se desviar o olhar da mulher. No começo ela não o faz. Elas pedem uma rodada de bebidas e peticos, que chegam rápido. Brindam algo, comem, bebem, riem. Eu já estou no meu quarto drink quando elas começam a se aproximar. Arizona empurra a cadeira mais para o canto, afim de se aproximar de Charlotte, e isso da a ela, também, uma visão privilegiada de mim. Ela me encara por alguns segundos, e eu imagino quão deploravel é a minha imagem. Bebendo sozinha numa mesa do canto, se ninguém, obsrrvando a ex namorada com a sua futura nova namorada. Eu me sinto deplorável nesse momento.

 

Arizona sorri, e Charlotte se aproxima, beijando seu pescoço e falando algo em seu ouvido. Aquilo faz com que eu sinta um enjoo absurdo, e eu decido levantar na mesma hora. Mas, assim que levanto sinto uma tontura enorme e todo peso do meu corpo se volta para trás, fazendo com que eu caia. Ou quase caia, pois mãos fortes me seguram antes que eu o faça.

 

—Opa. - Alguém fala. - Cuidado ai. - A pessoa me ajuda a sentar. Eu ainda estou de olhos fechados tonta.

 

—Ai... quase cai. - Eu digo, como se não fosse óbvio. Abro os olhos devagar e encaro quem havia me ajudado. É uma mulher, uns dez anos mais velha que eu. O cabelo loiro platinado channel fazia a parecer mais velha, ao mesmo tempo que dava um toque angelical a sua pele com poucas rugas. A boca dela tinha um batom vermelho, que a fazia parecer uma mistura perfeita do old com o novo. Meus olhos descem pelo seu corpo e o vestido prata que abraçava suas curvas.

 

—Obrigada por me ajudar. - É só o que eu digo.

 

—De nada. - Ela responde sorrindo. Os dentes perfeitamente brancos brilham na escuridão. - Mas o que uma moça tão bonita faz bebendo sozinha? Isso, além de perigoso, é uma blasfêmia. - Ela responde se sentando na cadeira em frente a minha.

 

—Apenas falta de companhia. - Eu digo, me sentindo mal por ela ter sentado ali. Embora ela fosse muito bonita, sentada ali atrapalhava minha visão de Arizona.

 

—Então, agora tem uma. - Ela sorri. - Qual seu nome?

 

—Calliope Torres, e o seu? - Pergunto sorrindo amigável.

 

—Helena.

 

—x-

 

Helena me conta toda sua vida. Ela era casada há 20 anos com um homem muito rico, que vivia viajando com suas amantes e a deixando sozinha. Tinha três filhos, todos trabalhando na empresa do pai, e uma filha que não tinha mais o contato.

 

 

—Quando eu tinha 14 anos, eu me apaixonei por uma mulher. - Ela disse, logo após contar minha orientação sexual. - Aos 16, por um homem. Aos 19, por uma mulher. E aos 20, me casei com Philip e pensei que ali seria o fim da minha confusão. Para mim na época bissexualidade ainda era um Tabu, e eu realmente pensava que estava apenas confusa. Não casei com Philip por amor, mas para acabar com aquilo, pois me fazia sentir muito culpada. Quando tivemos nossa primeira filha, Linda, eu me senti completa pela primeira vez. Mesmo não amando Philip e constantemente desejar outras mulheres e outros homens, Linda me fazia sentir completamente feliz. Depois, vieram os gêmeos, e aquilo tudo fazia mais sentido ainda. Por fim, quando Linda já tinha 15 anos, dei a luz ao meu último filho, Paul. Eu o amava como uma mãe ama seu filho, mas sempre me assustei com a maldade de seu coração. Ele era ruim com todas as pessoas em volta, tratava os empregados como ninguém, e me fazia sentir infeliz por ser incapaz de mudar aquilo. Não era criação, era o seu coração. Coisa de outras vidas, sei lá. - Ela suspira. - Quando Linda tinha 22 anos, Paul tinha apenas 7 anos e a viu beijando uma garota em seu quarto. Eu, como mãe, já sabia que ela era lésbica desde pequena, e nós sempre falamos disso abertamente. Ela sempre soube da minha orientação sexual também, e isso sempre foi um segredo nosso. Mas assim que Paul viu aquilo, foi correndo contar para Philip.

 

—E ai? - eu pergunto curiosa.

 

—Foi horrível. Philip esbravejou que filha dele não comia mulher, disse palavras chulas para Linda, e falou que se ela se assumisse seria expulsa de casa.

 

—E o que ela fez?

 

—Esperou amanhecer, pegou suas malas e foi embora. - Helena diz triste. - ela me culpava por não ter ido com ela, e eu quis segui-la depois, mas Philip deixou claro que apenas ele se separava de uma mulher, se eu o fizesse, ele me matava. Eu não ligo de morrer, sabe? Meus filhos estão criados, trabalhando, bem de vida, nunca passarão necessidade alguma. Mas eu me mantenho viva por Linda, para reencontra-la um dia. Eu sinto que vou fazer isso.

 

—Quantos anos faz que ela foi embora?

 

—10 anos. - Ela responde.

—Eu sinto muito. - É só o que eu consigo dizer. - eu tenho certeza que vai reencontra-la um dia.

 

—Eu sei que vou. - Ela sorri. - Bom, Calliope, preciso ir. Aqui está meu cartão para quando você quiser me ligar e conversar, ou marcarmos de nos vermos. Eu preciso ir agora.

 

—Até mais, Helena. - Me levanto e a abraço, dando um beijo em sua bochecha. Depois a observo sair pela porta.

 

 

É só depois que Helena sai, que volto a encarar Arizona. Ela ainda está rindo, bebendo, e sua boca está a centimetros de Charlotte. Após ouvir a história de Helena aquilo se torna ainda mais futil e patético, então eu decido ir embora. Pago a conta e vou cambaleando até a porta.

 

—Hey Callie. - Joe grita do bar, chamando a atenção para mim. - Vai sozinha assim para casa?

 

—Eu sei me cuidar Joe. Adeus. - Respondo com a voz toda enrolada, e abro a porta pronta para sair. Novamente alguém me segura.

 

—Espera, deixa que eu te acompanho. - Arizona fala, já segurando meu braço.

 

—Não precisa, eu sei me virar.

 

—Não, Calliope. Você está bêbada. Deixe-me ajuda-la.

 

—Não Arizona, qual o seu problema?

 

—Eu não vou deixa-la ir nesse estado sozinha para casa! - ela fala alto.

 

—Por que não? - eu pergunto indignada.

 

Ela suspira, e por fim fala:

 

 

—Porque foi assim que eu matei meu irmão.



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