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História Will I Love You? - Vinte e oito


Escrita por: AngelLaw

Capítulo 28 - Vinte e oito


Fanfic / Fanfiction Will I Love You? - Vinte e oito

CAPÍTULO 28

ALÍCIA

A última semana de aula finalmente havia chego. Os professores já nem passavam mais tanta lição, sendo assim, toda a sobrecarga tinha saído das costas dos alunos. Alguns já começavam a ficar em casa, mas a maioria permanecia indo todos os dias só para aproveitar com os amigos. E esse era o meu caso.

Até mesmo os treinos, tanto dos jogadores quanto das líderes do time, tinham sido encerrados, mas ainda assim nós estávamos nos reunindo todos os dias na quadra após a aula para passar o tempo e também para que aqueles que fossem se formar aproveitassem o máximo que pudessem daquilo antes que tudo acabasse.

Na quarta-feira, enquanto falávamos sobre o último jogo que aconteceria no sábado, Cirilo teve a brilhante idéia de fazermos uma festa para comemorar o encerramento do ano letivo.

- Isso! E além da gente comemorar nossa vitória no jogo, podemos fazer como uma despedida para aqueles que vão embora - Majo disse, plenamente feliz com a idéia de seu (quase) namorado.

- E quem garante que vamos ganhar o jogo? - Clementina falou revirando os olhos. - Cantar vitória antes da hora nunca dá certo.

Mas ninguém deu ouvidos a ela. Em questão de segundos todos já estavam envolvidos com a idéia da festa e planejando o que poderiam fazer para que ela fosse inesquecível. Tudo estava indo bem, com todos concordando com as vontades um do outro, até Paulo dizer

- Está praticamente tudo certo, então. Só falta um lugar... Acho que não teria problema se fosse na minha casa, meus pais aceitariam na boa.

- Mas tem a sua irmã - Bibi retrucou. - Com certeza ela vai implicar com isso.

- Não se o pessoal do comitê também participar da festa. Quanto mais gente melhor - Jorge rebateu.

Por dentro eu estava torcendo, quase implorando que Paulo desistisse da idéia e outra pessoa oferecesse a casa para que a festa fosse feita. Não queria ir na casa dele. Não queria participar de uma festa que fosse lá. Mas, infelizmente, como se fosse justamente para me provocar, Paulo olhou no fundo dos meus olhos e disse que falaria com a irmã e a festa seria sim em sua casa.

Antes que eu pudesse me conter, meus olhos já estavam revirando.

- Algum problema, Gusman? - ele perguntou, atraindo não só a minha atenção, mas a de todo o resto do grupo.

- Nada que seja da sua conta - respondi mais grossa do que esperava.

- Se você não quiser ir, tudo bem, não fará falta.

Ouvir aquilo já era demais pra mim. Por isso, coloquei minha mochila nas costas e sai andando sem ao menos me despedir de todos.

*****

O sábado chegou e com ele, além de virem as férias, veio também o último jogo do time. O time oficial do colégio jogaria contra um time formado pelos alunos do terceiro ano do ensino médio, do nosso próprio colégio mesmo.

Por estarmos ansiosos demais, eu e Jaime fomos para o colégio horas antes do horário marcado para o jogo acontecer. E como grande parte do pessoal acabou tendo a mesma idéia que nós, a quadra já estava tomada por líderes e jogadores, e ali ficamos todos juntos aproveitando o tempo que restava antes que o restante do colégio começasse a chegar também.

 O clima estava muito agradável, todos estavam numa animação contagiante. Até mesmo eu, que tinha que lidar com as provocações desnecessárias de Paulo, estava sentindo uma adrenalina boa percorrer o meu corpo.

 Quando faltava só meia hora para o jogo começar e a arquibancada já começava a se encher com alunos e pais, resolvi ir logo para o vestiário colocar meu uniforme. Eu estava sozinha terminando de me arrumar, quando Clementina entrou e se aproximou de mim.

 - A Bibi conversou comigo - disse atraindo toda minha atenção. - Se você quer que seja assim, tudo bem. Acho que já não mando em mais nada que diga respeito as líderes de torcida, então hoje, logo após o jogo, eu me despeço do time e passo a palavra pra você. Daí você faz o que quiser.

 - Obrigada, Clementina. E obrigada também por ter pensado em mim como capitã das líderes de torcida. Não sei o que te deu na cabeça para decidir isso, mas eu fiquei muito emocionada, de verdade.

 - De nada - ela respondeu com seu típico ar superior. - Mesmo que seja muito díficil para mim admitir isso, você é boa.

 Acabei soltando uma risada com aquele comentário. Não existia nada mais estranho no mundo do que receber um elogio de Clementina.

 - Sinto muito pelo término com o Paulo - falou logo quando parei de rir. Suas palavras sairam em um tom até sensível, mas seus lábios não conseguiam conter um pequeno sorriso.

 Eu até teria ficado chateada com seu 'ataque', mas Clementina conseguia ser tão engraçada às vezes que eu acabei rindo novamente.

 - Obrigada. Mas nem em um milhão de anos eu conseguiria acreditar que você realmente sente muito por isso - respondi.

 - Que bom. Significa que você é esperta.

 Ri e ela riu de volta, e então saímos juntas do vestiário. O jogo já iria começar.

*****

E claro que o jogo acabou sendo extremamente emocionante, como todos que eu já havia presenciado ali. Por pouco nós quase perdemos, mas a vitória veio com um placar de 4×3.

 O treinador esperou até que todos se acalmassem por conta do final do jogo e então explicou a todos que estavam na torcida para que esperassem mais um pouco, só para acompanharem a despedida dos capitães e a entrada dos novos. De longe, pude ver minha mãe transbordando de orgulho ao me observar. A notícia de que eu, supostamente, seria a capitã das líderes já tinha chegado até ela e eu sabia perfeitamente o quanto ela estava feliz por saber que, novamente, eu ocuparia um cargo de grande importância.

 Estava tão ansiosa com tudo que estava acontecendo que nem sequer prestei atenção no discurso que Paulo fez ao se despedir e ao apresentar Jorge como mais novo capitão do time. Só despertei porque ouvi os gritos de todo mundo, especialmente o de Margarida, que saiu da arquibancada correndo para dar um beijo em Jorge.

 - Chegou sua hora, amiga - Maria Joaquina sussurrou em meu ouvido quando Clementina se colocou a frente de todos e começou a falar.

 Finalmente resolvi prestar atenção no que aconteceria a seguir.

 - Eu não tenho muito o que dizer, até porque nunca fui muito boa com palavras. Mas só quero que saibam que eu sentirei muita falta de tudo isso aqui. Entrei para o grupo das líderes no meu primeiro ano de ensino médio, me tornei capitã quando já estava no segundo ano e assim fiquei até hoje. E mesmo que tenham sido anos complicados, com diversas intrigas e dores de cabeça, eu sou imensamente grata a tudo porque, bom, eu não seria nada sem o time. Então, obrigada ao colégio, aos meus colegas, ao meu Paulinho que sempre esteve ao meu lado durante esses anos. E obrigada a mim mesma por ter sido a melhor líder e capitã que o time já teve.

 Foi impossível não rir com as últimas palavras de seu discurso. Praticamente todos que estavam ali na quadra soltaram um risinho. Eu tinha total razão quando dizia que Clementina era engraçada.

 - Enfim - ela continuou. - Não morram de saudades de mim, tudo bem? Agora, passo minhas palavras para Alícia Gusman.

 Imediatamente ajeitei minha postura e respirei fundo. Fazia tanto tempo que eu não falava em público que agora o nervosismo estava tomando conta de mim.

 - Ela não tinha que te anunciar como nova capitã? - Maria Joaquina perguntou, sussurrando no meu ouvindo, levemente confusa.

 Não a respondi, apenas tomei o lugar de Clementina. Todos me encaravam curiosos, provavelmente sem entender nada do que estava acontecendo. Olhei para os lados, tentando ganhar tempo para organizar minha palavras e também para me acalmar. Primeiro vi Majo com as sobrancelhas franzidas. Depois vi Paulo, que me perguntava atráves dos olhos o que eu faria. Mas só tomei coragem mesmo quando vi Bibi sorrindo para mim e fazendo um sinal para que eu prosseguisse.

 - Boa tarde - comecei. - Eu sou Alícia. Alguns de vocês devem me conhecer por conta do comitê, já que eu passei longos anos sendo presidente de lá. Mas agora sou uma líder de torcida do time e queria muito que todos vocês me conhecessem por isso, sem me associar mais ao comitê. Acho que alguns de vocês ficaram sabendo que eu seria a nova capitã das líderes, no lugar da Clementina. Mas não é bem assim. 

Comecei a ouvir uns burburinhos e em meio a eles, ouvi Paulo sussurrar para mim: "o que você está fazendo, Alícia?", mas não dei atenção.

- Eu ouvi dizer que uma capitã precisa ser focada, responsável, fazer tudo muito bem e ter muito talento. E realmente, isso é verdade. E por sorte, nós já temos uma pessoa exatamente assim conosco, no time, que mais do que qualquer outra, é perfeita para ocupar esse cargo - respirei fundo, tentando manter a calma. - Por isso, com o consenso da Clementina, eu anuncio a vocês a nova capitã das líderes de torcida, Maria Joaquina Medsen.

E então a quadra inteira explodiu em gritos. Maria Joaquina já era muito popular no colégio por ser uma das meninas mais bonitas, então aquilo foi só mais um motivo para que as pessoas a admirassem ainda mais. Todos do time foram até ela para parabeniza-la, mas a mesma veio até mim com um sorriso travado no rosto.

- Alícia, o que você fez?

- Desde que eu cheguei aqui foi você que sempre me ajudou. Você que sempre foi a minha capitã, Majo, era o mínimo que eu podia fazer por você.

Ela me abraçou forte enquanto agradecia milhares de vezes. Logo Bibi se juntou a nós e juntas ficamos abraçadas por um tempo, até Majo se afastar para ir agradecer a todos que estavam vibrando por ela. Sorri comigo mesma e dei um toquinho na mão de Bibi, em forma de agradecimento por ela ter me ajudado com aquilo.

Quando tudo já estava mais calmo e as pessoas começaram a ir embora, Jaime me chamou para que fôssemos para casa também. Eu já estava indo atrás dele quando Paulo apareceu na minha frente, me impedindo de andar.

- Foi bonito o que você fez, quer dizer, foi surpreendente. Você tem o dom de sempre surpreender todo mundo.

- Não fiz isso para surpreender ninguém - respondi seca. - Fiz porque, desde que entrei aqui, sei o quanto a Maria Joaquina merecia isso.

- Claro, eu compreendo.

Sorri sem vontade e tentei passar por ele, mas sua mão me segurou.

- Você vai na festa, não vai? - perguntou e por incrível que pareça não havia nenhum sentimento obscuro por trás de suas palavras.

- Eu não sei, Paulo. Achei que você tivesse dito que eu não faria falta.

Ele engoliu em seco, aparentemente arrependido. Mas logo voltou com a pose de garanhão indiferente.

- Sim, verdade. Só perguntei porque acho que o restante do pessoal ia querer te ver lá, sabe como é, todo mundo gosta de você.

Concordei com a cabeça mas não me dei o trabalho de responder. Deixei Paulo pra trás e fui, finalmente, embora com meu irmão. 


Notas Finais


Gente, preciso dizer que a amizade da Alícia com a Maria Joaquina é simplesmente tudo pra mim! Por isso eu tô amando muito esse capítulo 🥺💖

E vêm aí... A festa! Aguardem ❤️


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