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História Will I Love You? - Quatro


Escrita por: AngelLaw

Notas do Autor


💟

Capítulo 4 - Quatro


Fanfic / Fanfiction Will I Love You? - Quatro

Capítulo 4

ALÍCIA

Entrar na sala de aula foi uma das piores coisas que eu pude ter feito no dia. Eu nem tinha entrado direito e as pessoas já me encaravam. Algumas com um olhar furioso, outras com um olhar de pena. E eu não sabia qual era o pior.

Todos ainda comentavam sobre a matéria do jornal. Pensei em ler tudo que ela dizia, mas eu sabia que deviam ser coisas totalmente diferentes do que realmente tinha acontecido, então poupei o meu tempo.

Assim que me sentei na cadeira Valéria apareceu do meu lado e se sentou em minha mesa. Ela me encarava e eu não conseguia fazer o mesmo pois olhar para sua cara me dava, infelizmente, um certo nojo.

- Sabia que depois que eu postei o vídeo sobre sua saída do comitê meu canal bateu 200 mil inscritos?

- Uau! Ganhar fama às custas dos outros é fácil - respondi seca. - E ganhar fama difamando os outros em todos os lugares é mais fácil ainda. Continua! Logo chega a 1 milhão.

- Nada disso foi graças a você! Eu conquistei todas essas pessoas, não você!

- Então porque quando você postava só coisas relacionadas ao seu dia-a-dia entediante, seu canal era mais parado que uma tartaruga? Ele está crescendo agora por conta das fofocas que você decidiu expor. As pessoas gostam das fofocas, não de você!

Por um segundo eu achei que Valéria fosse explodir. Ela se levantou da mesa e ficou me encarando de pé, fazendo com que eu me levantasse e ficasse frente a frente com ela.

- Que tipo de amiga você é? - perguntou.

- Que tipo de amiga você é? - devolvi a pergunta - Ah, já sei! A mais falsa do mundo. Porque se você fosse mesmo minha amiga teria me defendido aquele dia. Teria ficado do meu lado! E também não teria postado merda nenhuma em vlog nem distorcido a minha imagem no jornal.

- Eu apenas passei a informação, isso sempre foi meu dever no comitê. A culpa não é minha se você quis abandonar tudo do nada!

- Abandonar? Vocês praticamente me expulsaram de lá!

Valéria me encarou e logo soltou uma risadinha cínica.

- Quer saber? Quem saiu perdendo foi você! Estamos muito bem nesse novo comitê. E pelo menos, eu continuo sendo útil, continuo fazendo algo de bom para o colégio. Já você, não tem mais importância em nada.

Mais uma vez me senti fraca. Porém me esforcei para que nenhuma lágrima escorresse naquele momento. Enquanto isso, Valéria continuou a falar

- Você sempre se achou a dona da razão. Sempre jogou a verdade na cara de todo mundo. Deve ser terrível ver tudo isso se voltando contra você agora. Deve ser mais terrível ainda saber que agora ninguém depende de você para nada. O colégio continua a mesma coisa com ou sem você, porque ninguém precisa mais de você aqui...

Imediatamente peguei minha mochila na cadeira e empurrei Valéria com o ombro, saindo da sala em seguida. Aquele não era mais o meu lugar. Talvez eu não devesse nunca mais sair de casa!

****

Cheguei em casa muito mais cedo do que o normal, afinal, eu não tinha conseguido ficar para a aula. Encontrei minha mãe na cozinha. Expliquei a ela o motivo de eu ter cabulado as aulas, e mesmo sem querer, ela me entendeu. Agora, eu me encontrava sentada em cima do balcão, apenas observando ela tentar fazer uma de suas receitas malucas.

- Mãe - falei cortando o silêncio e atraindo sua atenção - Você acha que eu sou um ser humano inútil? Que não faz nada de bom para o mundo?

- Que tipo de pergunta é essa, minha filha? Todos nós somos úteis, cada um da sua devida forma. Sei que está se sentindo assim por ter saído do comitê, mas acontece, certo? Não fique se punindo por dentro.

Concordei e logo outra pergunta veio em minha mente. Eu não costumava conversar muito com a minha mãe, mas ela era a única pessoa que eu tinha no momento.

- Mãe, o que você acha das líderes de torcida?

Ela torceu o nariz ao ouvir minha pergunta.

- Desvalorizadas, todas desvalorizadas. Quando eu estava no ensino médio, todas as líderes de torcida eram conhecidas por transarem com três na mesma noite. Péssimo isso!

- Meu Deus! Mas é que eu queria continuar contribuindo em alguma coisa no colégio, sabe, e pensei em ser uma!

Ela me olhou de um jeito que parecia que ia me matar.

- E essa contribuição tem que ser dançar semi nua para o colégio todo, com um bando de garotas dadas? Por favor, Alícia! Sugiro que vá para o seu quarto e pense melhor sobre suas escolhas.

Aqueles comentários da minha mãe, só fazia com que eu me arrependesse cada vez mais de tudo que tinha dito sobre as líderes.

****

Toda a família estava na mesa almoçando. Sentia minha mãe ainda mais distante de mim. Eu estava decepcionando muito ela e me sentia mal por isso.

- Filha, sua mãe me contou sobre sua nova idéia - disse meu pai.

Me encolhi na cadeira, imaginando que teria um sermão duplo, mas meu pai apenas falou

- Querida, a escolha é sua. Pode entrar no time se quiser, só precisa estar preparada para aguentar toda a pressão. Você deve saber que não é fácil conviver no meio de um bando de garotas, sempre dá briga. Mas você consegue qualquer coisa!

Sorri com aquilo. Meu pai sempre tinha os melhores conselhos. Porém eu ainda não sabia ao certo o que fazer.

- Isso, Luiz! Deixe que sua filha vire uma vagabunda! - exclamou minha mãe.

- Anna, você era líder de torcida e nem por isso era uma vagabunda.

Engasguei com minha própria saliva. Então minha mãe tinha sido líder de torcida? No mesmo segundo comecei a imaginar ela transando com três na mesma noite.

Os dois começaram a discutir sobre o assunto e eu já não estava entendendo mais nada. Do outro lado da mesa, Jaime ria igual um idiota e nem sequer tentava me ajudava a resolver aquilo. De repente, tudo ficou em completo silêncio, até minha mãe falar

- Faça o que quiser, Alícia. Mas se suas notas caírem e seu desempenho no colégio piorar, eu te tiro de lá. Estamos resolvidas?

Concordei com a cabeça e logo me retirei da mesa. Escovei os dentes e subi para o meu quarto a fim de pensar um pouco em que rumo dar para a minha vida.

Logo, como de costume, Jaime invadiu meu quarto.

- Não era você a menina que disse que nunca seria líder de torcida? O que te fez mudar de idéia tão rápido?

- Valéria me disse umas coisas hoje. E como ela sempre quis ser uma líder, pensei em ser uma só para calar a boca dela - respondi.

- Espera aí, você precisa aceitar isso porque realmente quer e não por causa da Valéria!

- Não pode ser pelos dois motivos?

Jaime riu e me abraçou.

- Vai ser bom ter você conosco. Só não sei se vou aturar aqueles malas falando de você o tempo inteiro.

- Eles falam de mim? Me conta!

- E como! Mas nunca te contaria, é papo de homem. Mas eu não sei como podem te achar bonita, a beleza da família sou eu!

Ataquei uma almofada nele, que saiu correndo em direção à porta.

- Eu vou indo, vou dar um rolê com os meninos. E ah, eu não queria falar isso mas, Paulo te mandou um beijo... na boca!

Minhas bochechas começaram a esquentar, e eu me afundei no meio dos travesseiros tentando esconder aquele sorriso idiota que tinha nascido nos meus lábios.

Talvez realmente não fosse má idéia ser uma líder de torcida.


Notas Finais


Eu queria postar mais tarde, porém não terei tempo. Mas aí está, o capítulo ficou pequeno, mas eu quis postar ele para explorar um pouco a relação da Alícia com a Valéria e com a mãe dela. Espero que vcs gostem e comentem. 💟

Desde já eu já desejo um Feliz Natal a todos vocês, e agradeço demais por me acompanharem sempre. Eu amo vocês ❤


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