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História Wind Broken Wings - Ventos Concussivos


Escrita por: Farya_chan

Notas do Autor


Hey, galera, voltei! Aqui está mais um capítulo pra vocês, aproveitem!

Capítulo 3 - Ventos Concussivos


Riven se enfiara diretamente sob as cobertas, algo nele a deixou um pouco inquieta, se indagava o que seria. Seus devaneios foram interrompidos pela entrada de Yasuo no aposento, em busca de uma rede que estava guardada. Nas noites quentes, gostava de dormir ao ar livre, a visitante não seria uma desculpa para tal. Acendeu uma vela e deixou sobre o criado mudo ao lado da cama, pegou sua rede, as cordas, sua flauta e dirigiu-se para os bambus. Riven fingira que estava dormindo, aquela inquietação lhe bagunçava a mente, não sabia ao certo sobre o que conversar com o espadachim, então, preferia o silêncio.

Enquanto esperava os cabelos secarem, Yasuo se perdia mais uma vez em suas lembranças agradáveis ao mesmo tempo em que tocava a melodia favorita de seu irmão. A brisa suave que começou a soprar trouxe consigo o sono, e o espadachim logo adormeceu. Seus sonhos sempre envolviam seu passado: morte, vergonha, dor; porém, nesta noite, a temática fora outra: uma jovem garota de olhos vermelhos e cabelo grisalho, trajada de um belo vestido branco, corria por entre um enorme campo florido despreocupada, esbanjando o mais belo sorriso. Essa Riven não tinha nada a ver com a garota que estava em sua cabana. Toda aquela grosseria parecia nunca ter existido. A expressão de dor e ódio que carregava nos olhos deram lugar para um brilho espetacular, onde apenas coisas boas refletiam. Definitivamente, aquela não era a Riven que conhecia.

Dentro da cabana, Riven, pela primeira vez em tanto tempo, se dera ao luxo de sonhar com algo que não fosse a tragédia vivida em Ionia. Os dias prestigiosos em Noxus inundavam sua mente, de como se tornara líder de seu povo, de quando ganhara sua espada do Alto Comando Noxiano. Ah, os velhos tempos, quando lutava pela dignidade que acreditava que Noxus tinha, a glória que sentia só em pronunciar o nome de sua terra natal... E, mais uma vez, seus sonhos rumariam para o extermínio que marcou sua vida, mas a garota despertou e encarou o teto por alguns minutos até decidir se levantar e dar uma volta.

Julgando pela claridade quase imperceptível que dava as caras no horizonte, Riven suspirou por mais um fracasso na tentativa de acordar depois do Sol. Caminhou para a árvore a beira do lago, decidiu subir em um galho para avistar o amanhecer do dia. No meio do caminho, estava Yasuo dormindo feito um bebê... Ou quase isso...

–" Cara, como ele brinca de contorcionismo enquanto dorme? Uma perna pra um lado, um braço pro outro..."– pensava enquanto balançava a cabeça fazendo um sinal negativo.

Ao se acomodar sobre o galho, Riven pousara os cotovelos sobre o quadril, juntando as mãos para apoiar seu queixo sobre elas. Olhava fixamente para o horizonte, numa tentativa de espantar de sua mente os pensamentos que a acordaram. E, no meio dessas tentativas, surgiu Yasuo. A jovem começara a se questionar sobre esse desconhecido que a salvou. O que ele fazia morando numa floresta como essa? O que o fez vir pra cá? A quanto tempo será que vive aqui? Consumida por seus devaneios, demorou a notar os roncos provenientes de seu estômago. Decidiu ir atrás do café da manhã, queria agradecer ao espadachim por cuidar dela. Desceu da árvore e seguiu em direção à cabana para pegar sua espada. "Guarda-roupas, é... Haha". Seguiu para dentro da floresta em busca de comida.

Os raios solares já estavam batendo diretamente no rosto de Yasuo, aquela luminosidade estava incomodando-o. Discutir com o Sol não adiantava, se deu por vencido e levantou. "Cara... É um saco ter que acordar com 200 Centelhas Finais na cara". Recolheu a rede e rumou para a cabana.

– Er... Riven? Já acordou? - perguntou antes de entrar. - Riiiiiven? - olhou para a cama e notou que ela saiu. - Beeeem.... - espreguiçou-se - De volta à rotina!

Deixou suas coisas em seus devidos lugares e seguiu para seu costumeiro local de meditação. Apesar das inúmeras tentativas, não conseguia se concentrar. Aquele sonho da noite passada ainda o inquietava. Por que raios estaria sonhando com ela? Ainda mais com uma personalidade tão antagônica à verdadeira. Uma criatura doce e sorridente. Essa não era Riven. "Mas bem que poderia ser... Simpatia nunca fez mal a ninguém...". Depois de meia hora de tentativas, desistiu e se deitou na grama, com os braços apoiando a cabeça. As nuvens deixavam aquela manhã mais suave, porém, prometiam uma noite fria mais tarde.

Algumas verduras, raízes e o que sobrara do preá armazenado na cabana seriam o bastante para esta manhã, conhecia uma receita de ensopado simples que sua mãe a ensinara quando pequena, um segredo de família. Retornou à casa e, vendo que ainda se encontrava vazia, tratou de começar a preparar a comida. Depois de cortar as verduras e a carne, pegou um pouquinho da lenha estocada e acendeu uma fogueira, circundou-a com alguns tijolos que encontrou guardados e, tcharam, um fogão à lenha improvisado! Buscou um pouco de água e colocou-a para ferver, revirou a despensa em busca de alguns temperos e começou a juntar os ingredientes.

– Aaaah, esse manjericão tá fresquinho! Vai deixar um sabor maravilhoso. - Riven sorria, cozinhar era uma das poucas coisas que a distraiam de verdade.

No caminho de volta, Yasuo pensava no motivo que levou Riven àquela situação. Um cheiro delicioso invadiu suas narinas e fizeram seu estômago se manifestar. Ao chegar, deu de cara com a garota cozinhando.

– Nossa, esse cheiro está maravilhoso! - disse enquanto se aproximava da jovem - O que você tá aprontando aí?

– É uma receita da minha mãe. Senta aí, tá quase pronto.

– Vou buscar os pratos, então - Yasuo nem se lembrava porque tinha mais de um prato, mas agradeceu por ele existir.

Serviram-se e começaram a comer.

– Caramba, o gosto está ainda melhor!


– Eu sei, afinal, minha mãe era impecável na cozinha - ainda tá pra nascer uma criatura mais orgulhosa que a Riven.

Trocaram poucas palavras enquanto comiam e, ao término, Yasuo se responsabilizou por lavar tudo. Seguiu para uma parte do rio em que a corrente levaria a água "suja" para longe dali e terminou sua tarefa. Guardou tudo e pegou sua espada para seguir com seu treinamento diário.

– Onde vai? - indagou Riven

– Treinar, faço isso todos os dias nesse horário.

– Posso ir assistir? - descobrir a habilidade do rapaz lhe despertara a curiosidade.

– Claro... Se conseguir ver alguma coisa - virou de costas em meio a risos e saiu andando.

– Não me subestime, você não me conhece! - disse seguindo-o.

Ao chegarem no lugar, Riven se sentou e procurou o observar atentamente para absorver tudo que pudesse sobre ele. Uma leve corrente de vento passou a destacar no ar assim que Yasuo desembainhou sua espada e a segurou em frente ao corpo. Com o olhos fechados, cortou um dos babus próximos e pulou nele, equilibrando-se apenas na ponta de um pé. O vento que o circundava se expandia a cada segundo e, afiado como uma lâmina, fatiou um caule até se tornar farpas que pairavam no ar. Riven assistia a cena boquiaberta, nunca testemunhara um controle tão fluente sobre os ventos. Era como se as correntes de ar fizessem parte do seu corpo, obedecendo a risca cada comando daquele homem. O domínio da técnica do elemento permitia a Yasuo se locomover tão rápida e discretamente que ele parecia voar. Tocava o chão de forma tão sutil que, se não fosse pelo árduo treino na vida, Riven sequer perceberia a movimentação do espadachim. Ela não estava gostando do resultado de suas observações. Demorava alguns segundos para notar que ele tinha se movido, percebendo apenas quando um pedaço de um caule caía no chão. Ele era forte, muito mais do que ela poderia supor olhando pra ele. Ela tinha muito orgulho de sua Lâmina do Vento, mas aquilo excedia muito as suas expectativas. Deveria tomar cuidado com ele, muito cuidado!

– Então, o que achou? - perguntou Yasuo embainhando sua espada.

– Surpreendente, você tem um controle impecável sobre o vento. - "Não posso subestimá-lo, seria trabalhoso tê-lo como inimigo..."

– Hm... - Yasuo olhou para o Sol que se encontrava no zênite - Acho que devemos ir, hora do almoço!

– Realmente, só assistir esse treino me deu fome - "Acho melhor ficar mais um pouco e investigá-lo direito".

Como Riven havia preparado o café, Yasuo fez questão de fazer o almoço. Enquanto cozinhava, respondia algumas perguntas feitas por Riven. "Ela me parece bem curiosa... Bom, pelo menos, está mais falante.". A conversa se estendeu durante a refeição, a lutadora fazia apenas questionamentos corriqueiros, nada que pudesse deixá-lo alerta.

A tarde seguiu como de costume para Yasuo, na companhia de sua flauta. Riven assistia concetrada aquela "apresentação". A suavidade da melodia fez Riven relaxar ao ponto de fechar os olhos e se deixar levar pelo som, com a mente em branco, apenas aproveitando cada nota de cada música que era tocada. Uma paz interior a invadiu subitamente, e ela estava amando essa sensação. Aquilo estava lhe fazendo tão bem que mal notara a noite chegando. Sentiu todo seu corpo se arrepiar com a brisa gelada que a acariciou, esta noite seria fria.

– Eu vou pegar um pouco de lenha - anunciou Yasuo ao interromper o som - Esta noite será bem fria.

– Certo.

Ao retornar, Riven percebeu que ele trazia mais do que apenas a lenha: uma garrafa e dois copos ocupavam uma das mãos dele.

– Acho que apenas a fogueira não será o bastante. - disse enquanto organizava os galhos e ateava fogo neles.

– O que você trouxe aí?

– Sakê - respondeu enquanto preenchia o copo - Servida? - ofeceu a bebida.

– Claro, adoro sakê! - deu seu primeiro gole - Ahn, que saudade desse sabor... Faz um tempinho já. - fitou o chão - Aquele festival foi ótimo.

– O Festival Lunar?

– Sim. A anfitriã escolhida para essa edição foi a Diana, foi o melhor festival de todos os tempos.

– O lendário Escárnio da Lua, por que eu ainda me surpreendo?

– O festival teve como intuito condecorá-la como Deusa Lunar. Ah... Aquela noite foi maravilhosa... - a exilada tomava o sakê rapidamente enquanto se lembrava da festa - Tryndamere e Gragas sabem mesmo como animar uma noite. Nunca tinha bebido tanto na vida.

– Oooh, então esta delicada senhorita diante dos meus olhos é uma cachaceira de carteirinha? 

O tom provocativo na voz de Yasuo fez Riven o encarar com um semblante assassino.

– Delicada? - Riven colocou-se de pé ainda - Delicada? Eu? - e lá se foi o copo. 
Riven caminhou em direção à ele, puxando-o pelo cachecol, deixando seu rosto a poucos milímetros de distância do dele.

– Cuidado com o que diz...

– Sabia que você fica mais bonita ainda de perto? - a diversão dançava nos olhos de Yasuo.

O comentário fora tão inesperado que Riven ruborizou e, sem saber como reagir, jogou Yasuo no chão e saiu correndo em direção à floresta.

"O que diabos esse homem tem? Ele me desarma tão facilmente... Mas que droga!". Riven estava tão dispersa que não percebeu um singelo e desgraçado barranco a poucos metros na sua frente.

– Riiiven, cuidado! - Yasuo a seguia, tentando evitar que ela despencasse.

Mas ela sequer prestou atenção no que estava a sua frente, virou-se pra trás pra ter certeza de que Yasuo estava a seguindo, tendo um de seus braços seguros pela mão dele, mas não fora o suficiente e Riven, quando percebeu o barranco, tentou segurar-se no espadachim; talvez pelo excesso de força, acabou puxando ele junto, e ambos rolaram rampa abaixo.

Yasuo, na tentativa de proteger Riven, jogou-se na frente dela. Chocou-se de costas contra uma árvore, amortecendo a pancada com um fluxo de vento e, logo em seguida, veio Riven de cara na sua barriga. O lutador não se conteve, era mais forte do que ele.

– Mas você sequer me dá um beijo e já quer cair de boca em outras coisas?

Riven estava imobilizada. Talvez de ódio, talvez de vergonha, nem ela sabia. Mas essa foi a gota d'água. Como ele teve coragem de ter tais pensamentos a respeito dela? Certo que ela havia caído de cara onde realmente não devia, mas não foi culpa dela. A lutadora se levantou, e deu um belo tapa na cara de Yasuo.

– Ai! É assim que você me agradece por evitar que você fosse de cara na árvore?

– VOCÊ É UM IDIOTA! EU ODEIO VOCÊ! - a vergonha que sentia era tanta, que seus olhos começaram a marejar.

Riven, novamente, saiu andando sem ver pra onde ia. Yasuo, ainda atônito com o tapa, permanecia sentado no mesmo local, com a mão sobre o rosto.

Era como se tudo tivesse conspirando contra Riven. O fato de estar levemente alcoolizada a fez passar despercebida por uma plantinha pontuda que a furou. Mal se passaram 10 minutos e Riven sentiu a vista escurecer rapidamente, sequer tivera tempo de pensar em qualquer coisa e caiu no chão, inconsciente.

Yasuo não precisou andar muito para encontrá-la, mas não esperava vê-la desmaiada novamente. Sem muitas opções, pegou-a no colo e levou de volta para a cabana.

Ao deitá-la na cama, começou a procurar por algum sinal da origem do desmaio. Um pequeno furo no antebraço direito, por onde um filete de sangue escorria sem parar. Ao examinar mais de perto, o ferimento estava começando a inchar e tomar uma coloração arroxeada. Apenas essas três constatações foram o bastante para Yasuo saber que ela fora envenenada por uma planta, e qual foi a bendita. Por sorte ou destino, tinha o antídoto para tal veneno. Após ministrá-lo, retornou para a área da fogueira e seguiu com sua tradicional noite de bebedeira.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, deixem suas dúvidas e observações nos comentários :* Beijos, amores, até semana que vem!


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