André, estacionou o carro e esperou uma reacção vinda de Nina, que olhava admirada para o Mercedes Benz branco, estacionado na porta de sua casa. Se entreolharam e depois desviaram o olhar, até que Nina quebrou o silêncio.
- Eu acho que conheço aquele carro - Apontou para o carro.
- Eu também se você quer saber. Bom, você vai lá para ver ou vai ficar aqui?
A moça riu e olhou para o mocinho ao seu lado.
- Eu vou, porque aquela é a minha casa, e não porque estou querendo fazer fofoca.
- Claro! Eu até já me esqueci dessa parte.
- Adeusinho - Deu um beijo na bochecha de André, que ficou rosa como uma flor.
- Adeusinho! - Disse sorridente - Depois me conta o que acontecer.
- Pode deixar.
Entrou no quintal, e avistou logo Mário e Ann na porta da casa. O mesmo estava tentando convencer a namorada a entrar.
- Boa noite - Nina cumprimentou admirada - Ann! Você por aqui?
- Nem eu sei o que estou fazendo aqui - Reparou o lugar com nojo.
- Mas eu sei - Mário interveio - Nina, a Ann veio aqui com o objectivo de dizer algumas coisas para a sua família - Disse sério_ Sei que a vossa relação não é das melhores, mas Ann está disposta a fazer isso, em prol de uma relação saudável com vocês.
- O que? - Ann olhou indignada para Mário - Por isso você me trouxe aqui? Para pedir desculpas para eles?
- Sim meu amor! Essa é a minha condição - Deu um beijo no rosto da namorada.
- Vamos entrar então! - Nina abriu a porta e deu passajem para o casal.
Na sala…
Romeu, Helena e a esposa estavam jantando quando viram a porta abrir. A primeira vista, foi de Nina , que entrou e cumprimentou sua família “ Boa noite família” e deu espaço para Mário e Ann entrarem. A prima rica estava com dificuldades de estar completamente á vontade dentro de uma casa sem o luxo e nem metade do tamanho da sua. Helena, reagiu assim que os viu.
- A que devo a desonra da vossa presença? - Cruzou os braços, toda séria.
- Boa noite Senhor Romeu…Dona Madalena…
- Boa noite Mário - O casal respondeu - Ann! Que surpresa! - Madalena saudou a sobrinha do esposo.
- Eu também estou surpresa por estar aqui. Porquê me trouxe aqui Mário? - Olhou fixamente para o namorado.
- Bom… sentem-se - Nina fez o gesto, e eles sentaram-se .
Após um minuto de silêncio, Mário finalmente desembuchou.
- É… eu trouxe a Ann aqui, para que ela possa pedir desculpas por todo o mal que ela causou para todos vocês, principalmente para a Helena e a Nina que com certeza passaram por momentos humilhantes por conta da má relação que têm.
- E o que faz você pensar que ela vai sair do pedestal para pedir desculpas? Digo…perdão por tudo o que causou - Helena atirou as palavras para fora simplesmente.
Mário olhou para Ann. - Porque eu sei que ela vai pedir perdão porque, lá no fundo ela lamenta por ter dito coisas que magoaram vocês.
Ann até achou graça daquilo tudo, mas ficou séria e decidiu se manter em silêncio até que finalmente Helena se pronunciou:
- Ta muda?...ah Mário, a sua atitude é muito louvável, mas a sua namorada… não! - Se levantou e caminhou em direcção ao seu quarto quando Ann finalmente decidiu falar.
- Não precisa!...Não precisa ir embora Helena, eu é quem vou - Ann levantou - Com licença. A moça orgulhosa, se retirou da sala e saiu porta fora deixando a todos menos Helena boquiabertos. Mário, indignado e envergonhado com a atitude da namorada se sentiu na obrigação de se desculpar.
- Gente…eu nem sei o que dizer.
- Mas eu sei! - Respondeu Lena.
- Por favor Helena! - Madalena se pronunciou - Não piore as coisas filha. Mário, você teve a melhor intenção do mundo isso nós sabemos, mas ela foi criada assim e não vai mudar tão facilmente - Abraçou o rapaz.
- Eu nunca pensei que ela fosse tão orgulhosa. Bom… adeus gente e desculpem o incómodo.
- Sem problema - Nina confortou-o - Eu te acompanho até lá fora.
E assim o fez. Ao olhar para dentro do seu carro Mário viu que Ann limpava as lágrimas com um lenço branco.
- Seja razoável ela nunca teve que pedir desculpas por nada, e nem para ninguém. Sempre fez as coisas do jeito que queria, nunca negaram algum pedido para ela na vida… Ao contrário de você que não nasceu no bem bom - Riram juntos.
- Porquê a Helena não é como você? – Riu - De Verdade, ela é tão cabeça dura e difícil…
- Ela é uma boa pessoa, só que prefere esconder isso para não se machucar. Você sabe, aquelas pessoas que têm medo de quebrar a cara.
- Não parece que ela tenha medo. Já está até ficando amiguinha do Marco e tudo.
- Eles não têm nada um com o outro. Ele só mandou algumas flores para ela e nada mais.
- Nada mesmo? - Olhou curioso.
- Bom…
Eis que um Aston Martin aparece e estaciona bem na frente da casa de Nina que ficou sem palavras.
- Com que então eles não têm nada!
- Não me olhe assim eu juro que não sabia que ele estava vindo.
- Chausinho Nina. E me conte tudo o que acontecer aqui -Beijou a moça no rosto e foi.
- Porquê que todo o mundo quer que eu de algum tipo de informação?
Marco se aproximou um pouco sem graça e cumprimentou.
- Boa noite - Coçou a nuca - Aqui é…
- É! - Nina deu um sorriso largo - Está procurando a Helena?
- Sim, ela está?
- Está! Vai entrar ou quer que eu a chame?.
- Se não se importar… prefiro que a chame, seus pais podem não gostar muito de garotos estranhos procurando pelas filhas.
- No seu caso o meu pai piraria sabe, ele é o teu maior fã e está com problemas no coração por isso…
- Eu espero aqui - Disse conformado.
- Aqui não! - Puxou-o pelo braço esquerdo e o arrastou até ao banco que fica na varanda - Aqui sim! Senta que eu já a trago. Quer beber alguma coisa? Ou comer?
Marco se acanhou um pouco, mas estava com fome e não pode resistir.
- Não me importaria se me trouxesse um pedaço do bolo de amendoim que está em cima da mesa. Só to falando! E aquela mousse tem um bom aspecto.
- Um cara majerrimo como você tem tanto apetite assim?
- Eu já fui mais magricela te garanto - “riram”.
Nina subiu e foi chamar a irmã que estava sentada no sofá e assistindo “Hannah Montana” , com uma tigela de mousse de chocolate numa mão e outra segurando uma colher.
- O Marco veio te procurar, está sentado lá fora, e quer que você leve uma fatia de bolo ou uma chávena com mousse porque ele está morrendo de fome - Esperou uma reacção por parte da irmã que parecia perplexa de mais com a informação.
- Repete isso? - Disse com a boca cheia de mousse - Que Marco? Eu só conheço um, e ele jamais colocaria os pés nesse lugar.
- O que você conhece é loiro, alto e magricela?
- … - Encarou a irmã - É sim pq?
- Se diz porquê e não pq!. É que ele está na nossa varanda como eu te disse , é melhor que você vá ter com ele acompanhada de uma bandeja com bolo e mousse - foi para o quarto rindo da situação da irmã.
Helena, preparou uma bandeja com uma fatia de bolo, uma taça com mousse, e um copo com água com uma flor amarela (tulipa). É uma tradição da Renânia, para quando receberem visitas inesperadas, elas se sentirem bem vindas.
- Boa noite! A que devo a sua visita? - Depositou a bandeja em cima da mesinha e arrastou mais para o lado do Marco.
- Gostou da minha visita!
- Porquê você acha isso?
- Essa flor amarela diz tudo. Pelo menos aqui na nossa terra.
- É, aqui as pessoas não são arrogantes como os de Munique.
- Realmente somos mais simpáticos e amigáveis mas não vejo até onde você quer chegar - pegou na taça com a mouse e na colher, partiu para cima do doce.
- Em lugar nenhum - Tirou o pires com o bolo e começou a comer.
- Deve estar se perguntando o porquê de eu estar aqui.
- Na Verdade sim Marco.
- Eu vim pedir perdão para você.
- Perdão? Uau! Isso é muito profundo sabia?
- Minha mãe sempre diz que desculpa é coisa de gente orgulhosa e perdão é coisa de gente sincera - “Nina ficou sem jeito”
- Eu nem sei o que dizer…
- Diga o que sente só isso.
- Passar por aquilo sempre que eu vou para um sítio onde todo o mundo adora a minha prima, é deprimente Marco.
- Não sabe como me sinto mal com tudo isso sabendo que em parte a culpa é minha.
- Sinta-se livre dessa culpa. Sabe, eu já fui muito amargurada. Quando era criança, eu via as pessoas ao meu redor sofrendo por não ter dinheiro, a Nina quase morreu por causa de uma Pneumonia filha da mãe que ia levando a minha irmã para o outro mundo - Marco ficou com uma expressão de tristeza ao ouvir Helena toda emocionada a falar - A minha família está com uma dívida enorme com o banco. Estamos pagando aos poucos mas acho que vamos levar mais uns anos para quitar a dívida.
- Vocês vão conseguir - Tocou na mão de Helena.
- Estamos trabalhando muito para isso. Por isso, minha irmã e eu ajudamos na Padaria - Comeu mais um pouco do bolo.
- Aquela padaria na entrada do bairro?
- Sim. Agora que vamos entrar na Universidade, meu tio quer ajudar a gente mas o meu pai… ele não quer, simplesmente se recusa a aceitar que o irmão pague os nossos estudos.
- Deve ser muito difícil para ele. Como pai, é suposto ele pagar os vossos estudos e cuidar de vocês até que chegue a hora de irem para a casa dos vossos maridos.
- Porquê todo o mundo diz isso? - Colocou mais um pedaço de bolo na boca.
- Porque é assim que as coisas funcionam, ele talvez se sinta humilhado caso aceitem a proposta do vosso tio - Deu uma colherada da mousse.
- Pensando bem, talvez eu esteja sendo egoísta “espera eu disse isso?”- Marco assentiu - Eu vou falar com a Nina sobre isso e amanhã eu vou com ela na casa do meu tio.
- No final das contas você consegue pensar com o coração - Sorriu de lado.
- E você não é tão arrogante como eu pensava - Riram.
Ficaram a conversar até Marco se dar conta de que estava tarde e tinha que ir. Enquanto isso, Nina atendeu uma chamada no telefone da sala.
- Residência da família Romeu, com quem tenho o prazer de lalar? - Falou querida.
- É assim que você atende o telefone para o meu namorado? Hein sua vagabunda! - Cuspiu Sara do outro lado da linha.
- Com quem estou falando? - Nina perguntou com um frio na barriga.
- Já não reconhece a minha voz? – Riu - Se fosse a do Bast, essa sua vozinha passaria para um guincho de carneiro.
- Sara! Eu não acredito que gastou o seu tempo e a sua língua poluída para ligar para mim e me ofender - Disse irritada.
- Ah querida ta irritada é? - gargalhou.
- Você ainda não tem o dom de me irritar de verdade Sara. Me diga o que você quer?
- É o seguinte desgraçada. O Bastian e eu demos um tempo na nossa relação, não ouse se aproveitar da situação entendeu?
- Vocês deram um tempo? - Colocou a mão no peito.
Sara furiosa do outro lado da linha - Sim! Mas só um tempo mesmo queridinha, se você é assim tão boa não vai ficar se encantando com as cantadas dele porque eu sei que ele vai atrás de você.
- Isso é um problema seu e dele, não tem porquê ficar preocupada comigo.
- Não se finja de sonsa que eu não suporto! Mas, pensando bem, você não vai fazer nada mesmo - Riu alto - Afinal está namorando aquele loiro lá.
- O que acontece entre o Shurrle e eu não é problema seu.
- Então estão mesmo namorando!!! - Disse alegre - Não sabe como isso me deixa feliz Nininha. Agora o capítulo Scheini está encerrado certo?
Nina respirou fundo antes de responder - Não Sara, ainda não - Desligou deixando Sara preocupada.
Helena que estava na porta reagiu ao ouvir isso.
- Eu ouvi bem? Você ainda ama o Bastian?...Se não tava com o André?
- Estamos tentando, e sinceramente estou gostando muito - Disse calma.
- Então porquê disse aquilo para a Sara?
- Porque, ela ligou e saiu chingando, eu tive que dizer algo para fazer ela me deixar em paz..
- Então… já não ama mais o Shweini?
- Não! Eu cansei de ficar esperando por ele mana. O André gosta de mim e eu estou gostando dele também, está nos meus Direitos amar de novo.
- Estou vendo que você está mudando para melhor.
Nina olhou para a irmã e franziu o senho_ Como assim?
- Manja! Nina você vivia toda tímida, esperando o dia em que o príncipe Schewinsteiger viesse receber você de braços bem abertos. Agora - Sentou perto da irmã na cama - É uma mulher que consegue decidir sobre a própria vida sem ter que ficar dando explicações nem para a Sara! Tó orgulhosa de você maninha - Abraçou a irmã.
- O que foi que te deu? - Estranhou mas achou engraçado - Parece que está mais simpática do que o costume. Que foi? A conversa com o Marco te fez bem?
- Quie? É ruim ein!? Eu vou tomar um banho antes que você fique falando bestera o resto da noite.
- Vai fugir ne! Eu te pego sua fujona! - Jogou uma almofada na irmã que atirou de volta, era possível ouvir o riso de Helena pelo corredor.
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