Estava uma manhã chuvosa em Dortmund, era um dia especial para Helena que completava mais um ano de vida. Estava a dormir “calma” o que era estranho quando se tratava de Helena Bromel que sempre fora uma moça agitada. Seus pais estavam na cozinha preparando a surpresa para a filha.
- Você acha que ela vai gostar?_ Madalena perguntou ao marido enquanto terminava de colocar as velinhas no bolo.
- Não é um super bolo mas…com ela a gente se entende_ Romeu pegou na caixinha de veludo rosa.
- Como se você não conhecesse a sua filha. Romeu, a Helena, vive em conflito com a vida e com a prima.
- Isso só acontece porque ela tem uma prima dos infernos que vive para tirar a paz da nossa filha e, para piorar elas completam anos no mesmo dia.
- Eu me esqueci dessa parte.
- Como é que você permitiu isso mulher?- Perguntou com uma das mãos na cintura.
- Eu é quem sei? - Disse indo ao quarto da filha seguida pelo marido.
A casa era pequena nem era de um piso nem nada por isso, foi muito fácil chegarem ao quarto que ficava á uns metros da sala. Entraram esperando que a filha estivesse dormindo mas já foi tarde, quem também se juntou foi Nina sua irmã mais velha.
- Parabéns Helena!!!! - Gritaram todos felizes.
- Epa!!, será possível que nem no dia do meu aniversário eu tenha um pouquinho de paz? - Respondeu com uma alegria falsa.
- Ai Helena a gente só quer comemorar com você - Nina disse gentil como sempre.
- Ta bom, desculpa madre Teresa - Levantou da cama e foi abraçar seus pais.
- Vamos na sala, a gente fez um pequeno almoço para você querida - Romeu disse levando a filha.
….
Na mesa da sala, estava posta uma mesa modesta com um bolo de chocolate , leite, pão , ovos mexidos, sumo, café…
- Caramba!! Esse ano vocês se esmeraram mesmo tem até leite importado, to gostando de ver hein? - Disse enquanto cortava um pedaço de salsicha e colocando na boca.
- Ta delicioso? - Nina perguntou sabendo que a irmã era sempre implicante com tudo.
- Claro que tá foi minha mãe que fez! - Disse e, todos a encararam - Que foi minha gente da delicioso sim tem como mentir?
- Bom, a gente preparou um presente para você - Romeu pegou na caixinha e entregou para Helena.
- Que isso? - Disse enquanto observava a caixinha - É algum anel ou algo assim? E de ouro? Prata? Platina?
- Abre logo a caixa e para com isso, mesmo que fosse de ferro sendo um presente dos pais nada mais importante.
- Eu sei, eu sei. Só que, se for para suportar a Ann o resto do ano se gabando sobre a festa dela ser do melhor que há… é melhor que o que está nessa caixa seja algo que evite que aquela desgraçada tire sarro de mim.
- Essa sua briga com a Ann se tornou ridícula com o tempo sabia? - Nina falou.
- Comigo? Já esqueceu que ela vive se metendo com você também?
- PRONTO JÁ CHEGA!!. Helena abra de uma vez a droga da caixinha.
- Eu só quero ver o que tem aqui - Helena abriu e era uma corrente com uma medalha que tinha o desenho de uma folha da sorte, e outra medalha com uma rosa dos ventos.
- E aí? - Romeu perguntou.
- É lindo papai obrigada!! - Helena abraçou o pai que se sentiu feliz por tê-la feito feliz pelo menos naquele dia.
- Verdade mesmo que você gostou? E nem tem diamantes nem nada! - Nina admirou.
- Ah madre! Eu sinto que essa pena nessa corrente e essa rosa dos ventos significam algo importante na minha vida e, ninguém melhor que o meu papá para entender isso.
- Esqueceu que tem sangue celta? - Madalena disse meio sem graça e chamou Romeu para uma conversa.
Quando chegou com o marido á cozinha perguntou:
- O que era aquilo? Pensei que fosse dar um terço para ela ou uma Bíblia.
- Você sabe que ela ficaria frustrada novamente, sei que te preocupa o facto de a nossa filha almejar coisas que não pode ter. - Romeu tentou acalmar a esposa.
- E você acha que aquela corrente vai melhorar alguma coisa? Pior ainda, ela vai criar ideias malucas eu tenho a certeza.
- Nossa filha não é uma má pessoa Madalena, ela apenas tem objectivos na vida.
- E como ela vai fazer isso? A custa de que? E de quem?
- Pode parar, a gente nunca vai chegar a um consenso portanto…
- Eu acho bom - Madalena ia sair mas, excitou - Você já contou para ela sobre a festa da Ann?
- Melhor não, pela primeira vez ela se sente feliz no dia de anos não vamos estragar isso - Romeu abraçou a esposa e foram se arrumar para ir trabalhar.
- Bom, o que você quer fazer o resto do dia?
- Eu gostaria de ir para Berlim e me instalar num dos Hotéis da nossa família sabe, só que tem um problemazinho, aquela gente não deixa a gente sequer chegar perto do passeio.
- É melhor você esquecer isso, porquê não vamos passear pela cidade? - Nina sugeriu.
- Vida de pobre é foda mesmo hein? Prefiro morrer!
- O seu namorado já ligou para você?
- O Mário? Não - Helena lembrou do mais importante - Mas ele vai ligar ainda é cedo - O telefone tocou e Helena sorriu.
- Ta esperando o que? Atende! - Nina disse sorridente.
Chamada ligada.
- Mário finalmente ligou para mim! - Disse feliz.
- É, eu liguei para te dizer que precisamos conversar Helena.
- Sobre o que? - Perguntou preocupada.
- Sobre nós.
- O que é que tem nós? - Sua expressão facial mudou radicalmente.
- Só venha ter comigo daqui a pouco no parque pode ser?
- Claro, tudo bem, adeus.
Chamada desligada.
- O que foi? - Nina perguntou observando a irmã.
- O Mário quer terminar comigo - Helena sentou no cadeirão triste.
- Como assim? Ele não ligou para te desejar feliz aniversário?
- Não, esqueceu que a Ann completa anos hoje? Uma de nós tinha que passar esse dia completamente triste e não ia ser a princesa linda iria? - Helena levantou bruscamente e foi no seu quarto encontrar algo para vestir, Nina a seguiu.
- Helena não fica assim, mas, ele te disse isso pelo telefone?
- Não, mais vai ser homem o suficiente para dizer na minha cara que vai me trocar por ela como todos fazem.
- Todos não! - Nina contestou.
- Claro que não Nina, eu não. Então to bonita?
- Se preocupa demais para alguém que vai perder o namorado. - Nina riu.
- Já que vai terminar comigo, que veja o que vai deixar. Fui!
Ann & Mário
Mário estava em casa de Ann, afinal foi lá que passou á noite, estavam na enorme sala decorada como um verdadeiro palácio. Mário, já estava de saída.
- Meu amor, finalmente a gente vai ficar em paz - Ann disse agarrada no namorado.
- Mas, primeiro eu tenho que terminar com a Helena, não é justo para ela.
- Ah! Para com isso, ambas gostamos de você. A diferença é que eu tenho mais bagagem para lutar por você.
- Eu sei. Deixa eu ir ,se despeça dos seus pais por mim - Beijou-a e saiu.
Mário, entrou em seu carro, deu partida , e foi em direção ao park. Quando chegou , Helena, já o esperava com cara de poucos amigos. Mário se aproximou e cumprimentou Helena meio que sem jeito.
- Olá - Disse normal.
- Oi Mário - Helena disse sem esperar - Não vai me desejar feliz aniversário?
- Aniversário? O que…você completa anos hoje? - Disse confuso.
- Pensei que já soubesse, como hoje também é o aniversário da…dela.
- Ela tem um nome, e se chama Ann_ Mário disse sério.
- Bolas! Como a defende!. Olha, você também fica assim quando falam de mim desse jeito?
- O que te deu hoje? Você ta estranha - Mário se apoximou.
- É que eu não gosto que me façam de otária - Disse séria.
- Não entendi - Mário cruzou os braços realmente não entendendo tal comportamento.
- Você diz que me ama mas, aparece em capinhas de revista cor de rosa junto da minha priminha há séculos com imagem de todo o tipo desde encontros em jantares chiques a festas de grandes empresas e o mais engraçado é que você tem a cara de pau de me dizer que me ama ou gosta sei lá.
- OK. Aonde você quer chegar com essa conversa? - Mário disse sentando no banco da praça.
- Você não gosta nem nunca gostou de mim Mário Gotze. Você é igualzinho a todos os outros da alta sociedade que dizem que gostam de mim. Depois é só descobrir que eu pertenço ao lado menos afortunado da família que, sai tudo correndo atraz da pomba gira da minha prima! - Helena deixou cair uma lágrima.
- Eu não usei você Helena - Mário tentou de justificar - Aconteceu que eu me apaixonei pela Ann.
- Claro que se apaixonou, todo o mundo se apaixona pela minha querida Ann e eu como sempre ficando com as sobras como se fosse um animal sarnento!
- É engraçado que a Ann disse que até gosta de você_ Mário disse decepcionado e Helena riu.
- Isso ela diz para você! - Helena respirou fundo e continuou - Então o que te trouxe aqui mesmo?
- Como assim? A gente combinou, Helena você está bem?
- Claro que estou, é que eu tenho andado um pouquinho nervosa mas nada demais - Disse mais calma.
- De repente você ficou estranha eu me assustei.
- Para com esse drama e desembucha logo!
- Desculpa mas, você estragou todo o clima que tinha para eu falar com você - Mário se levantou - Eu acho melhor isso ficar para um outro dia.
- Olha, se você vai terminar comigo melhor que seja sem rodeios Mário!
- Helena, você se engana se pensa que eu não gostei de você. Na verdade eu não consegui enfrentar a pressão que os meus pais fariam se descobrissem que a garota da família Bromel que eu namorava não era a Ann.
- Eu já sabia disso. Já comentei com a tua mãe uma vez e ela não reagiu muito bem a isso - Helena sentiu um aperto no coração.
- Nós não podemos continuar assim, você sabe que se eu pudesse eu os faria mudar de ideias mas, meus pais já foram educados assim.
- Quantas pessoas eu vou perder por causa da falta de dinheiro? - Helena engoliu o choro.
- Pode chorar a vontade não seja orgunlhosa.
- Quer saber? Eu não vou mais chorar por ninguém não, ninguém chora por mim mesmo.
- Então ficamos por aqui - Mário disse quase chorando.
- É, ela ganha sempre, a infeliz tem o rabo virado para a lua. Adeus Mário.
Helena foi andando até chegar em casa.
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