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História Winter Flower - Capítulo 15


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que deixam seu favorito e comentam! \(^0^)/ ヾ(^▽^*)

Mais informações, nas “Notas Finais”.

Boa leitura!

AVISO DE CONTEÚDO: Conversa sobre Câncer / Sintomas físicos de Câncer; Conversa sobre saúde mental, Depressão

Capítulo 15 - Capítulo 15


Yoongi observava uma ruga no meio dos olhos de Hoseok e não gostava de tal coisa. Ultimamente, ele estava estranho e seus sorrisos não pareciam tão verdadeiros como antes, o que deixava-o pensando e pensando, mas sem descobrir a resposta para o possível problema.

— Ei. — Yoongi decidiu que seria direto. O tal Jungkook que agora moraria com eles acabara de chegar com malas e caixas, mas logo avisando que sairia para trabalhar, então estavam sozinhos outra vez, a poucos minutos de saírem para trabalhar. — O que foi? O que aconteceu?

Hm? — Hoseok olhou para Yoongi, terminando de arrumar a sua bolsa. Ele sacudiu a cabeça e sorriu. — Não aconteceu nada.

Yoongi viu um sorriso falso no rosto de Hoseok mais uma vez.

— Aí, você está mentindo! O que foi? É… por causa do nosso encontro hoje com o príncipe e o duque? Você mudou de ideia?

Hoseok negou com a cabeça outra vez.

— Não é nada, eu só… tenho que encontrar minha irmã antes do nosso ensaio. Ela me pediu um favor no apartamento novo…

— Oh! Eu posso ir junto para ajudar.

— Nada… é só para furar uma parede rapidinho. E é perto do clube, nem irei me atrasar.

Yoongi suspirou.

— Não estou preocupado com o seu horário no trabalho, estou preocupado com você!

Hoseok fitou o outro, deixando um suspiro escapar antes de se aproximar de Yoongi, as mãos logo encontrando o caminho para a cintura dele.

— Desculpa, Yoon. Não queria te preocupar.

— O que está acontecendo, Hobi? É a dor? Ela não foi embora?

Hoseok sorriu.

— Foi sim, bebê. Estou um pouco preocupado com essa festa hoje na casa do príncipe — disse Hoseok, mesmo que não fosse a verdade. Suas preocupações nada tinham relação com o trabalho que teriam que fazer naquela noite.

— Você acha que será uma festa?

— Ué, você acha que é algo particular?

— Talvez… — Yoongi murmurou. — Mas, mesmo que seja festa, nós estamos acostumados a dançar na frente de tanta gente.

— É… Mas mesmo assim, dá um nervosinho. — Hoseok sorriu. — Mas, vou superar, okay? Vamos ser espetaculares e o príncipe não vai deixar de nos chamar.

Yoongi se viu sorrindo, um tanto mais relaxado agora que percebia algo verdadeiro no rosto de Hoseok.

— Que foi? — Hoseok questionou, risonho. — Que carinha é essa?

— Eu só te acho muito lindo, não resisto a ficar te olhando.

Hoseok sorriu, segurando o rosto de Yoongi e o beijando. Ele pensou como era tudo fácil quando esquecia por alguns segundos todas as preocupações e somente tinha ao outro em sua mente, gostaria de ficar para sempre assim.

Hm… podemos escapar do ensaio e nos perder no quarto… — murmurou Yoongi, deixando seus dedos brincarem na barriga de Hoseok. — Tem tanto tempo que não fazemos nada.

Hoseok deixou sua língua passar no lábio inferior e não resistiu a puxar Yoongi para perto, tomando a boca do outro para si, deixando sua marca nele da maneira que gostava: com força e sensualidade. Contudo, rápido demais, na opinião de Yoongi, eles se separaram.

— Eu tenho que ajudar minha irmã e é melhor ensaiarmos, como disse, pode ser uma festa e não podemos errar em nada.

O desapontamento foi visível no rosto de Yoongi, porém ele somente concordou com a cabeça.

— Você tem razão, Hobi. É melhor ensaiarmos…

— Olha, mas se pudéssemos, eu ia te amar inteirinho, okay, baby?

Yoongi sorriu.

— Jura?

Hm-hm… Não teria quem me parasse…

Yoongi deu outro sorriso quando Hoseok o beijou uma vez mais para em seguida segurar na sua mão com carinho.

— Vamos, está na hora de ensaiar.

E, por mais que a vontade de Yoongi fosse ficar o dia inteiro na cama com o corpo colado ao de Hoseok, ele foi.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 

Hoseok se despediu de Yoongi próximo ao clube e fez o caminho para o apartamento da irmã, porém, assim que não estava mais na visão do amigo, virou a esquina e fez outro caminho. Dawon não precisava de ninguém para furar uma parede, nunca precisou de tal coisa, porém Hoseok tinha que ir a um lugar que Yoongi não poderia saber, então a mentira havia sido a sua única solução.

Ele não demorou para chegar no prédio que já visitara dias antes, deixando sua identificação com o porteiro e seguindo para o décimo andar.

Suspirando pesado, Hoseok parou em frente a porta e deu uma batidinha, vendo a moça sentada em sua mesa o mandar entrar através da porta de vidro.

— Senhor Jung, certo? Ele já está esperando…

Hoseok fez uma rápida reverência, batendo na outra porta e finalmente entrando no consultório médico.

— Senhor Jung, que bom que você pode vir! Sente-se, por favor.

Outra reverência foi o que conseguiu fazer antes de se sentar de qualquer maneira na cadeira indicada, desviando o olhar quando o médico lhe deu um meio sorriso.

— Senhor Jung…

— Pode me chamar de Hoseok — murmurou, interrompendo a fala do médico.

— Claro… — o médico disse com calma. — Hm… eu sei que a situação é complicada, mas você poderia olhar para mim, Hoseok?

Hoseok não queria olhar para o outro. Na verdade, nem queria estar ali, mas ainda assim levantou o olhar, realmente encarando o médico pela primeira vez. O homem era novo, não chegava aos seus trinta e cinco anos, em qualquer outra situação, iria achar a pele amorenada e as expressões duras, bastante atraentes, porém desde a semana anterior, sentia que se olhasse aquele homem, estava olhando a sua sentença de morte.

— Hoseok, eu sei que não é fácil, que a notícia foi um baque grande, porém podemos lutar juntos contra isso, okay? Hm… vejo que você não trouxe uma companhia, como eu recomendei.

— N-não… Eu não quero que ninguém saiba.

— E por que não? É bom ter a família e amigos do seu lado em momentos como esses.

— Eu não quero que sintam pena de mim.

O médico se recostou na cadeira, fazendo-a se movimentar de uma lado para o outro enquanto observava Hoseok. Aquele seria um caso difícil por conta das atitudes do paciente, já conseguia perceber tal coisa.

— Carinho não é pena, Hoseok.

— Doutor Kim, por favor, podemos falar sobre o tratamento?

— Você pode me chamar de Kyungnam — afirmou o homem, dando um fraco sorriso. — Bem, antes de falar do tratamento, deveríamos falar de todos os exames que você deve fazer.

Hoseok negou com a cabeça.

— Quero saber primeiro do tratamento, doutor.

Kyungnam o olhou, suspirando pesado.

— Hoseok, depende muito do diagnóstico detalhado e isso só conseguirei com todos os exames em mãos. Eu posso te falar algo aqui e ser outra coisa.

— Por favor, só… fala algo. Por favor! — Hoseok fitou o médico com uma expressão cheia de súplica. Ele precisava saber de algo, qualquer coisa. — S-se não, eu vou passar horas e horas no Google surtando. Por favor…

— Olha, o básico, básico mesmo é quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Mas, dependendo do tumor, talvez você só precise operar ou ter pouquíssimas sessões de quimio, mas para isso, eu preciso primeiro de uma biópsia.

Hoseok concordou rapidamente com a cabeça, apertando uma mão na outra, voltando a desviar os olhos do médico.

— Doutor, essa operação… É arriscada?

— Hoseok, e—

— Por favor! — Hoseok interrompeu o médico, mordendo o lábio inferior com força em seguida. — Só me diz isso…

— Uma operação tem sempre os seus riscos, porém a medicina avançou muito, a maioria das coisas é feita por computador. Então, as chances são boas.

— Eu posso ficar sem andar?

— Hoseok… por favor, você está surtando antes de saber de tudo. Eu não vou te falar isso, okay? Você vai me fazer a biópsia, irei pedir urgência no resultado e depois disso, conversamos melhor suas opções.

Hoseok sentiu algumas lágrimas em seus olhos e mesmo tentando ser forte, elas não ficaram paradas no lugar. Ele escutou o médico se mexer e em seguida, tinha uma caixa de lenço de papéis sendo esticada na sua direção. Ele pegou alguns lenços, secando o rosto e se sentindo patético.

— Sei que é um baque, Hoseok. Mas, com tratamento correto, suas chances são grandes. Você é jovem, saudável, tem uma boa alimentação, se exercita… O mundo parece injusto agora, mas você vai superar isso.

Hoseok fitou o médico, sacudindo a cabeça em negação.

— Nem dinheiro eu tenho, doutor… Kyungnam — Hoseok fungou ao se lembrar que não precisava daquele tipo de tratamento com o médico. — Você é muito legal, mas… eu não vou conseguir.

Kyungnam se levantou e Hoseok o seguiu, até perceber que o médico puxou a outra cadeira e se sentou ao seu lado.

— Então, vamos pensar juntos nas alternativas para o dinheiro. O tratamento de quimio e radio pode ser feito pelo governo, totalmente pago por eles. Alguns dos exames também.

— M-mas a biópsia não é, eu já pesquisei. Nem os remédios e a operação só uma parte. E-eu não tenho dinheiro para isso tudo, doutor.

— Okay. Mas, existem ONGs que podem ajudar com isso, tenho contato direto com várias delas, você pode se candidatar.

Hoseok deu um riso cínico.

— Você quer dizer que eu devo me humilhar, né? Eu já vi como essas ONGs funcionam. Vão enfiar um tanto de câmeras na minha cara, eles vão falar da minha vida, de como eu ainda tenho blá, blá, blá de anos e vão levantar dinheiro. Minha tia passou por isso e olha onde estamos hoje: ela morreu como uma coitadinha que não pode ser ajudada.

— Hoseok…

O dançarino negou com a cabeça.

— Só… me dá as receitas e os encaminhamentos, vou dar um jeito no dinheiro.

— Você tem certeza?

— Não, mas fazer o quê? Ao menos eu vou tentar e se eu morrer… Pelo menos será com dignidade.

Hoseok viu Kyungnam o fitando tão intensamente, sabendo que o médico tinha muito para falar, mas por fim, o homem desistiu, voltando para a sua cadeira atrás da mesa e começando a escrever o necessário.

— A Oxicodona está ajudando nas dores?

Hoseok fungou, concordando com a cabeça.

— Eu mal sinto dor, às vezes até me esqueço que estou com o pé na cova.

— Não fale isso. Você irá viver, Hoseok.

— Se você diz…

Kyungnam suspirou e voltou a escrever. Hoseok tentou se distrair, pensando em outras coisas, porém sua mente não o deixou fugir daquela realidade, pois somente imagina tudo de errado que aconteceria e como morreria em uma mesa de cirurgia, nunca fazendo nada do que sonhou na vida.

Os minutos se passaram e quando Hoseok voltou a prestar atenção no médico era quando ele lhe entregava várias folhas. Ele viu uma nova receita de Oxicodona e alguns encaminhamentos para exames, porém a última folha lhe chamou atenção.

— Encaminhamento para acompanhamento psicológico?

— É indicado para todos, Hoseok. Seria bom ter alguém para conversar, também existem alguns grupos para trocar experiências…

— Não, obrigado — Hoseok disse rapidamente, colocando os papéis na sua bolsa. — Eu não irei precisar.

— Hoseok…

— Doutor, eu sinto muito, mas eu mal tenho dinheiro para os exames, imagine para gastar com psicólogo! — Hoseok ficou de pé. — Irei fazer os exames e volto assim que eu puder. Agora tenho que ir trabalhar. Hm… obrigado por tudo — emendou, sem saber se deveria ou não falar tal coisa.

O médico também se levantou, encarando-o.

— Por favor… Converse com alguém, familiares, amigos e volte com companhia da próxima vez.

— Okay.

Hoseok não esperou o médico falar algo a mais e somente saiu do consultório de uma vez, passando para secretária sem ao menos cumprimentar.

Sua mente estava confusa e seu coração acreditava no pior de tudo, de que estava andando para a sua sentença de morte. Iria morrer jovem, sem ter feito nada de significativo na vida, tendo desperdiçado o seu trabalho duro sendo stripper ao invés de ter lutado mais para ter a sua arte valorizada. Sua vida estava se esvaindo por seus dedos e não conseguira realizar nenhum mísero sonho.

E, daquela maneira, Hoseok não pegou o elevador. Ele foi direto para as escadas e assim que se certificou estar sozinho, sentou-se em um dos degraus e chorou.

 

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Notas Finais


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