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História Winter Flower - Capítulo 27


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que deixam seu favorito e comentam! \(^0^)/ ヾ(^▽^*)

Mais informações, nas “Notas Finais”.

Boa leitura!

AVISO DE CONTEÚDO: menção a tentativa de estupro; menção a abuso sexual.

Capítulo 27 - Capítulo 27


Jimin deixara um segurança amigo e de confiança para tomar conta de Jungkook enquanto tinha que ir ao cemitério.

A morte de Kim Chungho pegou a todos de surpresa e por conta do momento delicado, tudo foi feito em menor escala e isso ficava claro na cerimônia montada às pressas, sem a presença de muitas pessoas da nobreza. Outro fato importante é que não teriam os três dias de duração característicos e todo o processo fúnebre seria feito naquele mesmo dia.

Jimin pensou em tudo aquilo quando passou pela porta, fazendo reverência para a Viscondessa, mãe de Chungho, que estava recebendo os convidados. Ela estava ali sozinha, pois, o rapaz foi o último familiar próximo vivo, seu marido morrera há uns anos e Chungho era filho único. Agora, ela estava desolada, que isso ficava claro na sua fisionomia.

Após pegar uma flor que ofereciam, Jimin colocou em frente a foto do morto, fazendo uma reverência rápida, era a sua forma de demonstrar respeito. Conhecera Chungho de longe, uma vez, porém ainda assim sentia pela vida perdida tão cedo.

Depois do respeito prestado, Jimin procurou por Taehyung. Ahri ligou na noite anterior, assustada e pedindo pela ajuda dele com o filho, pois, Taehyung não estava bem. Segundo ela, o jovem príncipe somente dormiu com o sedativo e isso assustou a Jimin.

Ele encontrou a família real em uma parte reservada para eles no velório, era mais afastada e discreta, tanto que Jimin teve que se identificar antes de passar pelo portal pintado de branco e lá encontrá-los.

Seus olhos logo captaram Namjoon e Seokjin, a rainha e o rei, mas ele somente focou em Taehyung, que estava com a cabeça deitada no ombro da mãe, o rosto totalmente inchado e em suas mãos tendo um lenço branco que apertava com força.

Jimin se adiantou para ir até Taehyung, fazendo uma rápida reverência para a nobreza antes de se sentar ao lado do melhor amigo.

Taehyung o olhou por alguns segundos como se não o reconhecesse e depois o abraçou com força, voltando a chorar enquanto agarrado em seu corpo. Jimin se assombrou com a reação, contudo não deixou de apertar o príncipe em seu braço e murmurar estar ali para ele.

A tristeza de Taehyung era imensa, mas a presença de Jimin o ajudou de alguma maneira. Ele se agarrou a ele até sentir o seu coração ficar mais calmo, pelo menos por alguns segundos. Seu melhor amigo sempre seria a sua fortaleza.

Diferente de outras cerimônias, onde os convidados conversavam, principalmente para falarem sobre a pessoa que morreu, aquela era coberta de silêncio. Jimin não soube explicar o porquê tudo parecia tão atípico, então focou em manter Taehyung bem na melhor maneira que conseguia.

Os minutos foram passando e quando Jimin percebeu, estavam se movendo para a outra área. Ele ajudou a Taehyung a se levantar e não largou a mão do príncipe em nenhum momento.

Todos se sentaram para contarem histórias e se relembrarem do Visconde que ali estava para ser homenageado. Porém, a cada nova fala, Taehyung parecia ficar pior, encolhendo-se na cadeira, trêmulo de uma maneira que assustou todos que estavam próximos.

Ahri não aguentou ver o sofrimento do filho e fez um gesto para Jimin, que logo compreendeu o que a rainha queria, por isso com cuidado, retirou Taehyung dali. O rapaz, tão mal quanto estava, até tropeçou no traje tradicional que usava, porém, Jimin o manteve no lugar, seguro.

A rainha apareceu com um copo de água com açúcar e Jimin ajudou Taehyung a tomar, mesmo que o príncipe não quisesse tal coisa. Ele não queria se acalmar, não quando era o culpado por tudo o que estava acontecendo.

— Jimin… — Ahri chamou o segurança, tocando em seu ombro. — Pode vir aqui?

Ele concordou, seguindo a rainha até um dos cantos da sala. Os dois olharam Taehyung de longe, com seus corações apertados.

— Você pode tentar conversar com ele um pouco? Voltarei lá para dentro… e dar espaço para vocês. — A rainha suspirou pesado. — Estou assustada, Jimin, com a reação dele.

— Tudo bem, tentarei conversar com ele.

— Vocês dois sempre foram tão unidos, talvez com você ele se abra…

— Claro, Vossa Majestade. Farei o possível para ajudar.

— Por favor… Sem títulos comigo. — Ahri sorriu, apertando de leve o ombro de Jimin. — Você é da família.

Jimin somente deu um sorriso. Ele não era da família, sabia daquilo, mas não discutiria com a rainha, ainda mais no local onde estavam no momento.

Ela então olhou para o filho uma última vez antes de deixá-los sozinhos. Jimin  caminhou para se sentar ao lado do melhor amigo, logo segurando a mão de Taehyung contra a sua.

— Estou aqui, TaeTae.

Taehyung concordou com a cabeça, fungando com força e utilizando o lenço que tinha na mão para passar no nariz. Não fazia ideia de como suas expressões estavam, mas imaginava que deveria estar uma completa bagunça.

— C-como está Jungkook?

— Está bem, já em casa, então deixei Minjun lá com ele.

O príncipe concordou com a cabeça.

— Isso é bom. Obrigado por protegê-lo.

— Não é um problema, o garoto é um herói — disse Jimin, sorrindo fracamente enquanto tentava levar algum sorriso a Taehyung, porém, o outro nem percebeu sua tentativa de piada.

Taehyung ficou em silêncio, fitando a grande foto do primo que estava em um apoio de pé. Ele sorria e parecia feliz de alguma maneira, agora o príncipe somente via o homem que tentara abusar de uma mulher em um beco e que depois de uma luta, ele matara. O primo não era mais a pessoa de quem se recordava com carinho, mas ainda assim, isso não retirava a sua culpa. Tinha o matado de maneira cruel.

— O que você está pensando? — Jimin o perguntou baixinho.

— Que eu não o conhecia, não de verdade… — explicou Taehyung, engolindo a seco.

Jimin ficou em silêncio, sem saber o que falar, mas por fim resolveu proferir algumas palavras:

— Vocês se viram pela última vez quando eram crianças, é normal as pessoas mudarem.

Taehyung nada disse de início, apenas apertou a mão de Jimin de leve, sem desviar os olhos da fotografia na parede. Passaram-se alguns minutos daquela maneira, deixando que a presença um do outro fosse o necessário.

— Jimin?

— Sim?

— Quando fazemos algo ruim para uma pessoa má… Ainda é ruim?

Jimin franziu a testa, fitando Taehyung por um instante antes de responder com as melhores palavras que encontrou:

— Sim, mas existem fatores que podem aliviar um pouco a situação ruim. Quando machucamos alguém para nos defendermos ou para defendermos alguém que amamos, ainda é ruim, porém não tão ruim quanto deixar que nós mesmos ou a pessoa que amamos sofra.

— Você está falando perante a lei — disse Taehyung. — Quero saber dentro do nosso coração.

Jimin mordeu o lábio inferior.

— Depende de como você se sente por fazer tal coisa.

— E se a gente quiser esquecer o que fez?

Jimin suspirou pesado.

— Tae, do que você está falando? Seu primo… Quer dizer, o Visconde fez algo que você sabe?

Taehyung desviou o olhar da fotografia e fitou Taehyung.

— Eu o matei.

Confusão foi a primeira coisa que passou na fisionomia de Jimin e em seguida dúvida, mas por fim, entendimento. Isso explicava a maneira como Taehyung estava agindo, como estava desolado por um parente que não via há mais de quinze anos. O segurança engoliu a seco, antes de olhar por cima dos ombros. O homem do beco da boate não era uma pessoa qualquer, era o primo de Taehyung.

— Tae…

— Eu o matei.

— Não fale isso — disparou Jimin, voltando a olhar para trás. — Não fale isso aqui.

— Por quê? É a verdade.

— Não importa, você ficará calado — Jimin foi afirmativo, apertando com força a mão de Taehyung. — Ninguém pode saber disso, okay? Nem seu irmão e muito menos seus pais.

Taehyung sacudiu a cabeça em negação.

— Vou me entregar.

— Não! Você não vai! — garantiu Jimin, puxando o ar com força. — Nada disso. Você não fez nada.

— Jimin… — Os olhos de Taehyung estavam confusos. — Eu não posso negar…

— Você não vai negar, pois, ninguém mais além de mim, saberá sobre isso.

Taehyung estava assustado com a reação de Jimin, pois conhecia o outro há muitos anos e nunca pensou que ele fosse alguém que acobertaria um assassinato.

— Não me olha com essa cara. Isso será um segredo nosso agora, okay?

Taehyung concordou, ainda confuso.

— Tae, você tem que me prometer… Se não, eu não poderei ficar protegendo Kookie, pois, terei que te proteger de você mesmo. Por favor, por favor, nunca fale isso para ninguém. Por favor…

— Jimin…

— Se você falar, eu irei te perder! Eu não posso te perder, Tae! — Jimin proferiu de forma desesperada, segurando os ombros do príncipe. — Você não pode abrir mão da sua vida por um merda!

Taehyung piscou, confuso.

Jimin levou a mão ao rosto de Taehyung, afagando sua bochecha.

— TaeTae, vou te proteger de tudo, mas você tem que me deixar fazer isso. Esqueça esse homem, esqueça tudo… Você saiu para a boate porque estava chateado por me ver com Nabi, voltou cedo e depois ficou no meu quarto, onde dormiu. Foi isso. isso que aconteceu.

— E-eu me declarei para você.

Jimin deu um sorriso.

— É, teve isso também… — murmurou o segurança. — E eu quis mais do que nunca poder retribuir seus sentimentos românticos… Eu quis muito, TaeTae.

— Eu sei… — Taehyung fungou, abraçando Jimin. — Estou com medo, Jimin.

— Tudo ficará bem, meu bebê — garantiu Jimin. — Não se preocupe, eu cuidarei desse problema.

Taehyung fungou, deixando sua cabeça ficar deitada no ombro de Jimin por um tempo, sentindo os braços do melhor amigo afagando suas costas. Ele não sabia o que faria da sua vida sem Park Jimin nela.

— Tae, eu terei que te pedir algo e sei que é algo horrível…

O jovem príncipe voltou a fitar Jimin, esperando ele falar.

— Eu preciso que você relembre das suas aulas de atuação e pareça um pouco mais calmo. Ele era seu primo, mas vocês não se viam há anos e isso está chamando atenção…

— C-como faço isso?

— Tente focar em algo que o deixe sério. Isso é suficiente — garantiu o segurança. — Sei que você tem um bom coração, TaeTae e que essa… coisa está te marcando, mas você não pode continuar dessa maneira.

Taehyung sabia que o melhor amigo queria o seu bem, mas ainda assim era ruim se concentrar em somente parecer respeitoso e não ser remoído pela culpa. Porém, Jimin tinha razão, então ele pegou o copo que a mãe lhe trouxe — ele estava no banco ao lado —, tomando o restante da água de uma vez. Iria se acalmar e parecer o menos culpado possível.

— Minnie… — chamou o príncipe, deixando que Jimin segurasse em sua mão com carinho. — Você tem nojo de mim?

— Nunca. Nunquinha, okay? — Jimin voltou a levar a mão ao rosto de Taehyung, deixando-a ali. — Eu te amo, Tae.

— Eu também te amo… Obrigado por me ajudar.

— Não me agradeça por isso, você faria o mesmo por mim. — Jimin secou uma lágrima insistente de Taehyung com o polegar. — Sinto muito, TaeTae. Sinto mesmo.

Taehyung desviou o seu rosto para a fotografia do primo sorrindo, a eterna lembrança do que fizera presa naquele sorriso, que foi o último a vê-lo vivo.

— Eu também sinto muito.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 

Após todo o processo com o corpo, eles seguiram para o enterro. Por ser membro da família real, Kim Chungho ficaria no jazigo da família, então foi para lá que seguiram após a cerimônia.

O cemitério já estava preparado para recebê-los e tudo foi tranquilo na medida do possível. Taehyung conseguiu manter a expressão séria e permaneceu ao lado de Jimin — a outra opção era ao lado da mãe e da tia e não aguentaria tal coisa.

Algumas palavras foram proferidas e a terra foi jogada no caixão fechado antes de ser colocado no jazigo de uma vez por todas, como a tradição mandava. Jimin foi respeitoso e prestou atenção em tudo, mas seus olhos somente viam o homem que estava com a pá nas mãos. Ele o conhecia há muito tempo.

Após finalizado o enterro, as pessoas foram falar com a mãe que perdera o filho e foram se despedindo, todas com olhares tristes e sentidos. Taehyung fez como Jimin tinha lhe dito e ficar sério, mas seu rosto logo notou que Jimin estava olhando para o coveiro.

— Está tudo bem? — perguntou em voz baixa, ainda com medo de se deixar ser ouvido.

Jimin o olhou como se somente naquele momento tivesse lembrado que Taehyung estava ali.

Hm… — Jimin pigarreou. — Você poderia esperar aqui um pouquinho? Eu já volto, bebê.

Jimin nem esperou a resposta do príncipe, apenas foi em direção ao coveiro, sentindo o seu coração se fechar cada vez mais no peito. Era possível terem se reencontrado daquela maneira? O destino seria cruel assim?

— Wooyoung?

O homem se virou na direção de Jimin, olhando-o de cima a baixo e então dando um fraco sorriso.

— Park Jimin.

— Kim Taehyung.

O segurança quase pulou no lugar ao notar que Taehyung tinha o seguido. Ele fitou o príncipe ainda de olhos arregalados, tentando respirar com calma.

— Vossa Alteza. — O coveiro fez uma longa reverência. — É uma honra conhecê-lo, mesmo em um momento tão triste para o senhor e sua família.

Taehyung somente concordou com a cabeça, deixando que aquela fosse a sua forma de agradecimento aos cumprimentos.

— Vocês se conhecem? — Taehyung quis saber.

— Sim, mas acredito que Jimin não queria se lembrar assim do passado… — Wooyoung disse, com um fraco sorriso.

Jimin sentiu o seu coração se apertar.

— Nos conhecemos… quando ainda éramos crianças — Jimin murmurou. Não era totalmente a verdade, porém parte dele.

O rapaz deu um sorriso de canto, olhando Jimin de cima a baixo outra vez.

— Não tão crianças assim, não é? A vida parece ter sorrido para você, Jimin. Acompanhante do príncipe… Quem diria, não é?

O segurança deu um passo à frente, indo em direção ao coveiro, porém, esse se afastou de imediato.

— Wooyoung…

— Tenho que voltar para o trabalho — disse Wooyoung, reverenciando-se para Taehyung. — Vossa Alteza.

Como vento, Jimin viu Wooyoung se afastar outra vez dele. Ele ficou observando o homem, as lembranças vivas em sua mente, porém, não foi atrás dele, estava cansado demais para brincar daquele jogo, que de certa, era maneira perigoso para si.

— Quem era ele?

Jimin suspirou pesado, negando com a cabeça, ligando o seu braço com o de Taehyung e saindo dali com ele. O carro da Família Real já esperava e ele deixou para pegar o último com Taehyung, um que estaria vazio para além dos dois e assim que entrou no automóvel, fechou a janela do meio do carro, conferindo em seguida se não tinha nenhum áudio conectado ao motorista, assim que percebeu que não havia nada, puderam relaxar no banco de trás.

— Como você se sente, Tae?

— Um pouco melhor… Quer dizer, eu não sei — confessou o príncipe, segurando na mão do melhor amigo. — Fala um pouco do seu amigo, para eu me distrair, por favor.

Jimin suspirou pesado, pensando um pouco antes de resolver contar a verdade.

— Eu o conheci no Centro de Detenção Juvenil — explicou Jimin, sacudindo os ombros. — Dividíamos a cela.

— Oh! Vê-lo deve ter lhe trazido algumas lembranças.

— É, umas não muito boas — disse Jimin, suspirando pesado. — Ele parou lá por roubo a mão armada, a pena dele era maior que a minha.

Taehyung concordou com a cabeça, segurando a mão de Jimin.

— Você não precisa falar, se não quiser…

— Não tem muito o que falar, Tae. Nós só viramos amigos, ou o máximo que uma amizade poderia crescer dentro de um lugar daqueles. Depois de uns meses, fui para o castelo e ele ficou.

— Você o visitou? Depois de estar livre?

Jimin negou com a cabeça. Ele colocou uma pedra na sua história antes do castelo e isso incluía Wooyoung.

— Desculpa — Taehyung murmurou ao perceber que tocou em um assunto delicado.

— Não é sua culpa, bebê — garantiu Jimin, beijando a mão de Taehyung. — Você pode perguntar o que quiser sobre a minha vida, meu anjo. Sou um livro aberto para você.

Taehyung sorriu, antes de se ajeitar até deitar a cabeça no ombro de Jimin. Pela posição, seu resto do corpo sofria, porém, não se importava, pois, estava com o melhor amigo e as coisas pareciam melhores de alguma maneira.

— Eu te amo, Jimin.

— Eu te amo ainda mais — garantiu, afagando o cabelo do príncipe. — Ficará tudo bem.

— Você nunca vai me deixar, né?

— Depende… — brincou Jimin. — Quando você se casar com Jungkook, terei que te deixar.

Nãooo! Por quê?

— Seu futuro marido ficará com ciúmes de mim.

Taehyung estalou a língua.

— Nada disso, faremos um trisal platônico até você arranjar uma esposa. Aí viramos quadrisal platônico.

— Parece complicado… — Jimin deu uma risada. — Falando em complicado… Você deveria conversar com o seu irmão sobre os meus amigos.

Taehyung franziu a testa, mas o carro parou por já estarem na garagem do castelo, em seguida, foram direto para o quarto do príncipe. Taehyung nem notou, mas a rainha sorriu no corredor para Jimin ao perceber que ele conseguira acalmar o filho.

O príncipe se jogou na cama, amassando o hanbok, mas não se importou. A sua peça era moderna, feita por algum design que não conhecia, a tinha no armário a tempo demais e como a ocasião pedia roupas tradicionais, a usou. Agora, queria retirar aquela camada, pois não se sentia bem mesmo após a conversa com Jimin. Assim, ele não se importou de desfazer o laço da frente, deixando seu peitoral desnudo.

— Você vai gripar assim — murmurou Jimin, sentando-se ao lado do outro na cama e fechando a roupa dele.

— Não me importo. — Taehyung suspirou pesado. — Tira minha roupa, não quero usar isso.

Jimin fitou o príncipe, pensando ser uma brincadeira, mas o olhar de Taehyung era sério e um tanto triste.

— Você quer que eu tire a sua roupa?

— Sim e me fala dos seus amigos aí. Qual a relação deles com o meu irmão?

Jimin mordeu o lábio inferior e se levantou, indo até à janela para garantir estar fechada, depois disso ele aumentou o aquecedor e por último pegou a roupa de moletom que Taehyung costumava usar em “dias preguiçosos”.

— Anda, empregado… — brincou Taehyung, esticando os braços na direção de Jimin.

O segurança nada falou, mas se sentou ao lado da cama, voltando a abrir a parte de cima da roupa de Taehyung com cuidado e o movendo delicadamente para a retirar de baixo do corpo do príncipe. Taehyung tremeu sem o tecido para o proteger, contudo, Jimin logo enfiou o suéter de moletom em seu torso e o príncipe agradeceu baixinho.

Quando a mão de Jimin foi para a calça, Taehyung o parou com um risinho.

— Eu estava brincando — disse Taehyung. — Eu faço isso.

Jimin deixou o outro retirar a própria calça, percebendo que havia encarado tempo demais antes de desviar. Aquele dia estava o enlouquecendo.

— Fale dos seus amigos… Me distraia um pouco.

— Ah, estão virando um quadrisal com o príncipe Namjoon e o duque Seokjin.

Taehyung se jogou na cama, já vestido com roupas confortáveis e fitando Jimin sem entender.

— Como assim?

— É uma longa história, eu só sei de tudo porque Yoongi é emocionado e eu tenho cem por cento de certeza que ele está com crush no seu irmão e no duque.

— Uau… Conta tudo agora!

Ele contou o que sabia sobre o acordo, porém disse que não sabia o porquê do príncipe ter escolhido seus amigos em específico — o que era a verdade. Jimin também falou sobre o loft e sobre o fato de que Hoseok e Yoongi ficavam animados demais para as terças-feiras chegarem o mais rápido possível. Por fim, Jimin deixou Taehyung ver as fotos dos seus amigos e confirmou que aqueles eram o casal que ele encontrou na joalheria.

— Nossa… Eles são gostosos — murmurou Taehyung, passando as imagens na galeria de Jimin para o lado, vendo algumas outras fotografias. — Mas, eu duvido muito do meu irmão entrar em um relacionamento desses, sabe? Ele pode até transar com seus amigos, mas não passa disso.

— Eles não são contratados para sexo — disse Jimin, com um tom sério.

Taehyung levantou o olhar, vendo o rosto sem sorrisos de Jimin e então percebeu que suas palavras foram mal interpretadas.

— Eu não disse isso! Nossa, desculpa — falou o príncipe. — Eu quis dizer que se eles forem ter algo, para fora do emprego, só deve ser sexo.

Jimin concordou.

— Ah, isso eu sei. Se for para o príncipe ter um namorado ou algo assim, será Jin.

Taehyung concordou com a cabeça.

— Joon parece tão feliz quando ‘tá perto de Jin. Ele está super apaixonadinho, é fofo… Ah, isso me faz lembrar algo — disse Taehyung, rolando sobre a barriga até ficar com a cabeça no colo de Jimin. — Você é uma pessoa muito observadora e eu sei quando chegou aqui, descobriu muitos segredos só sendo arisco… Enfim, você tem uma teoria para o fato de que meu pai trata Namjoon de maneira diferente do que trata a mim? Não quero acreditar em “filho favorito”, mas a cada dia que passa, essa é a única coisa que me vem à cabeça.

Hm… Não sei se devo te falar isso, Tae. É bem particular.

Taehyung arregalou os olhos, sentando-se na cama de uma vez.

— Fala, por favor! Qualquer coisa!

Jimin suspirou pesado, esticando as pernas na cama e ponderando como começar a contar aquela história.

— Isso aconteceu no segundo ano que você estava na faculdade. Fiquei muito doente com uma chuva que peguei no treinamento… Para você ter noção, eu tive pneumonia.

— Minnie…

— É, eu fiquei bem mal e Ahri mandou me levarem para o quarto principal. É mole? — Jimin riu baixinho. — Ela mesmo queria cuidar de mim, seu pai não se importou muito, mas quando eles pensavam que eu estava dormindo, às vezes conversavam… Bem, um dia eles estavam brigando porque saiu umas fotos de Namjoon e Seokjin em uma boate. Foi uma daquelas fotos mais sensuais deles, uma que seu irmão ‘tá com a boca no pescoço de Jin.

— Sei qual é… Eles dois sempre foram perseguidos por fotógrafos…

— Então, o rei estava muito irritado com a foto e Ahri falou algo como: “Ele também é o seu filho!” e seu pai respondeu: “Ele é?” — Jimin mordeu o lábio inferior. — Só isso de suspeito que eu já tenha escutado em relação ao príncipe herdeiro.

Taehyung ficou em silêncio, ponderando sobre o assunto, mas não sabia ao certo o que pensar sobre aquilo.

— Posso ter ouvido errado… — Jimin acrescentou. — Como eu disse, estava bem doente…

Taehyung nada disse, somente pegou a mão de Jimin contra a sua, juntando seus dedos com os do segurança. Jimin logo percebeu o olhar triste de volta no rosto do melhor amigo.

— Tae, você pode falar qualquer coisa comigo, sabe disso, não é?

— Desculpa… Eu só voltei a pensar no meu primo — disse Taehyung, com um suspiro pesado. — Ele ia abusar de uma moça, eu só o impedi. Mas agora percebo que ele me reconheceu e e-eu o matei.

Jimin não demorou a voltar a abraçar Taehyung, afagando de leve seu cabelo enquanto pensava sobre aquele assunto. Taehyung tinha força para matar alguém daquela maneira? Ainda mais sem querer?

— Tae, tente focar em outras coisas… — pediu. — Investigarei para você, okay? Talvez outra pessoa possa ter aparecido depois…

— Não é provável, Minnie… Fui eu. E não será investigado, então estou “seguro” — Taehyung proferiu, fazendo aspas com os dedos. — Ele sendo membro da família real o caso será encerrado rapidamente, principalmente pelo local onde ele estava e nas condições do exame toxicológico.

— Eu nem li nada que seu pai mandou, desculpa. Fiquei preocupado com a ligação da sua mãe e vim correndo te ver.

— Papai te mandou o exame dele?

— Sim, sim… — Jimin suspirou pesado. — Ele estava drogado?

— Estava.

— Então, Tae… Talvez não tenha sido só… você sabe. Ele deve ter morrido de overdose.

Taehyung negou com a cabeça.

— O exame disse que foi de traumatismo craniano, não overdose. — Taehyung suspirou pesado. — Eu não quero falar mais sobre isso. Desculpa, eu estou um chato hoje.

— Nunca, TaeTae — Jimin murmurou, puxando o melhor amigo e o beijando na testa com carinho.  — Hey… Sei que você não deveria sair hoje, mas… Talvez eu consiga convencer seus pais a te levar para ver Kookie, o que acha?

Os olhos de Taehyung mudaram no mesmo instante e Jimin acabou sorrindo para a feição fofa do melhor amigo.

— Sério? Você acha que eles deixam?

— Tenho minhas manhãs com a sua mãe.

Aff, ela gosta mais de você do que gosta de mim.

— É porque sou fofo e me pagam para fazer o que ela quer — Jimin brincou, piscando os olhos e fazendo beicinho. — Eu já venho. Seca o cabelo depois do banho, senão você não sai nesse frio.

Taehyung riu baixinho.

— Está bem, papai.

— Realmente, tenho que te levar para Jungkook e apagar esse seu fogo.

Taehyung jogou um dos travesseiros na direção de Jimin e somente escutou a risada como resposta. Ele suspirou pesado, deixando o sorriso morrer em seu rosto enquanto fitava a porta. Estava tentando ser forte, mas era bem mais difícil do que imaginou.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 

Jimin bateu de leve na porta do quarto principal do castelo, logo anunciando que era ele, por isso não demorou para Ahri lhe deixar entrar, com um sorriso no rosto.

— Minnie! Como Tae está? Entre, tem biscoitos feitos pela sua namorada…

Jimin fez uma careta e a rainha riu gostosamente da cena.

— Ela não é minha namorada. Nós nem temos mais nada. Majestade…

— Quem é essa?

Jimin revirou os olhos rindo.

— Ahri-ssi, Eu queria levar TaeTae para ver Jungkook, acho ele irá se animar assim…

Ela fechou um pouco o sorriso, dando a volta na mesa e se sentando no sofá, indicando o outro para Jimin se sentar e ele logo fez o mesmo.

— Quero te fazer umas perguntas antes, Jimin. — Ahri jogou o cabelo para trás displicentemente, pegando um biscoito. — Por que o rapaz está com proteção sua? Tae e você pediram, então concedemos, mas qual o real motivo?

— Ele está sendo assediado pelo padrasto —  Jimin explicou, mesmo sabendo que talvez estivesse fazendo fofoca, porém, ele sabia que Ahri entenderia. — Então, ele precisava sair da casa da mãe dele e agora que está ferido e voltou para lá extremamente vulnerável, eu e Tae ficamos com medo por ele.

— Qual o nome do padrasto?

A nova voz no ambiente fez Jimin ficar surpreso por uns segundo, vendo em seguida o rei saindo do banheiro, com o cabelo todo molhado. Taehyung e ele eram tão parecidos que por vezes Jimin ficava surpreso.

— Eu não acho que Jungkook queira que nada ocorra com ele, principalmente com a mãe grávida, Vossa Majestade…

— Nome, Jimin.

Droga. — Jimin murmurou, ele detestava como vozes com autoridade tinham poder sobre ele. — Kim Eunwoo.

Kangdae foi até um bloco de papel, escreveu o nome dado de qualquer maneira e depois deu um sorriso para Jimin e se inclinou para beijar a esposa.

— Deixa seu filho se divertir um pouco com o namorado.

— Você que tem coração mole para Tae, querido. — Ahri riu. — Vai vestir uma roupa decente, o que Jimin pensará de você?

— Que sou um cinquentão em forma.

Jimin riu, mas parecia algo desesperado.

Hm… E-eu vou indo então. Com licença, Majestades — murmurou, fazendo uma reverência para o casal.

Quando o casal se viu sozinho, Ahri riu.

— Kang, você percebeu que eu nem autorizei nada e ele saiu correndo daqui?

— Para de implicar com o garoto, Ahri.

— Eu te falo que ele não é hétero coisa alguma, você nunca acredita.

O rei revirou os olhos.

— E eu repito: deixa o garoto em paz.

Ahri somente voltou a rir, pegando outro biscoito para comer. Pelo menos tinha dado um sorriso naquele dia.

 

════ •⊰♛⊱• ════

 


Notas Finais


Jung Wooyoung, Ateez.


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