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História Winter Flower - Capítulo 6


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que deixam seu favorito e comentam! \(^0^)/ ヾ(^▽^*)

Mais informações, nas “Notas Finais”.

Boa leitura!

AVISO DE CONTEÚDO: Assédio sexual

Capítulo 6 - Capítulo 6


Taehyung e Jungkook não demoraram para entrarem no carro, com o silêncio durando pouco tempo. Taehyung perguntou se ele queria ouvir alguma estação de rádio, mas o rapaz respondeu estar tudo bem, que preferia o silêncio por conta da dor de cabeça.

— Ah, o médico disse o que pode ser essa dor?

— Você não estava mesmo prestando atenção… — Jungkook deu um sorriso.

— Desculpa…

— Tudo bem, você não precisava estar escutando… Enfim, ele acha que eu preciso de óculos. — Jungkook fez uma careta. — Lá se vão os anos que escondi ser nerd.

O príncipe riu.

— Você deve ficar fofo de óculos — comentou Taehyung, não desviando o olhar do caminho nenhum momento, mesmo quando quis saber qual fora a reação do outro ao seu comentário. — Uma pequena confissão: uso óculos para ler.

Jungkook sacudiu os ombros.

— Opa, já tenho minha próxima fofoca: “Extra, extra, príncipe Taehyung usa óculos!”

Taehyung arfou audivelmente, entrando na brincadeira.

— Oh, não! Lá se vai a minha reputação!

— Acabou para você, Alteza. Terá que revelar quais os modelos e cores das suas armações!

— Nunca revelarei!

— Pode deixar! — Jungkook proferiu, levando a palma da sua mão ao peito, acima do coração. — Lutarei com a minha própria vida para descobrir esse seu segredo!

Os dois então se fitaram e começaram a rir. Taehyung não podia acreditar que atropelara uma pessoa, a adrenalina do susto já tinha se dissipado, mas no momento da batida, morrera de medo de ter ferido gravemente o outro rapaz. Agora, as coisas pareciam boas o suficiente para ao menos tentar consertar tudo o que estragara no dia de Jungkook.

— Ah, chegamos… — Taehyung disse, estacionando o carro na primeira vaga disponível que encontrou. Levantou a máscara que estava descansando em seu pescoço e acertou o boné em sua cabeça para garantir esconder todo o cabelo. — Como estão?

— Como se fosse assaltar a loja.

— Ótimo.

Jungkook riu baixinho, vendo o outro lhe piscar um dos olhos antes de sair do carro. Ele fez o mesmo do outro lado e não pode deixar de pensar como o príncipe era divertido, tímido, mas divertido. Era engraçado pensar como antes o imaginara igual ao príncipe herdeiro: extrovertido, extremamente bem-vestido e com uma expressão no rosto de quem sabia ser gostoso. Mas, Taehyung era bem mais casual e distribuía sorrisos para todo lado. Gostava daquilo, se não fosse pela diferença de títulos, provavelmente seriam amigos.

Jungkook parou de pensar em uma futura amizade que não existiria e focou na procura de um celular. Ele logo viu na grande mesa que havia na loja alguns modelos bem novos e caros, então acabou por ir para as prateleiras, encontrando o modelo lançado após o seu, tinha um preço razoável e boas configurações. Ele se virou para avisar a Taehyung, porém já o viu no balcão, com uma caixa não mão.

Hm… — Jungkook se aproximou do príncipe, pigarreando. — Eu… encontrei um modelo bom e barato.

— Que barato, o quê — disparou Taehyung, mostrando a caixa para o outro. — Vê se gosta desse.

O jornalista arregalou os olhos.

— Isso custa seis milhões de wons!

— E?

— E que eu não posso aceitar! — disparou Jungkook, sacudindo a cabeça com veemência. — É muito dinheiro, vossa… — Ele olhou para o vendedor antes de voltar para o príncipe. — Eu não preciso disso… Tae.

Taehyung levantou uma sobrancelha, com uma expressão divertida correndo em seus olhos.

— Pois estou te dando, é um presente — disse o príncipe, entregando a caixa para o vendedor. — Vamos levar — informou. — Ah, aqui vocês recuperam número e dados? O celular do meu amigo quebrou…

— Podemos tentar.

Jungkook então acabou dando suas informações para o homem, pensando em como aquele dia virara de cabeça para baixo. Estava mesmo com um celular que fora lançado há uns dias nas mãos? Um celular que custava meses do seu salário? Céus, não saberia explicar aquele dia nem se quisesse.

Quando o celular terminou de ser configurado, Jungkook percebeu que todos os seus contatos estavam de volta ali. Ele riu sozinho, ainda sem acreditar que realmente ganhara algo tão caro de um príncipe.

— Terminou?

— Sim… Nossa, eu nem sei como agradecer! Isso custa mais de três meses do meu salário, sérião.

Taehyung deu um fraco sorriso.

— Só tome cuidado na hora de atravessar a rua.

— Eu não! Ficarei te procurando para me jogar na frente do seu carro.

Taehyung deixou uma gargalhada gostosa escapar dos seus lábios, antes de indicar o caminho do carro para Jungkook.

— Agora, é hora do café — disse Taehyung. — Mas, já é tarde, então vou te pagar um jantar também.

— Por favor, nada caro! Eu nem tenho roupa para comida cara.

Taehyung riu outra vez.

— Então, vamos de drive-thru.

— Opa, aí vi vantagem.

Outra risada de Taehyung, o que fez Jungkook perceber como era bom fazer o príncipe sorrir.

Eles seguiram de carro até a lanchonete mais próxima da onde estavam. Jungkook optou por somente um hambúrguer e refrigerante, não querendo abusar, Taehyung então foi e pediu tudo o que pareceu apetitoso no menu, além é claro, de um café.

— Você não existe — disse Jungkook, com o pedido no colo enquanto seguiam para longe do estacionamento.

— Não soube? Sou o príncipe do cavalo branco.

— Um que saiu direto dos meus sonhos?

Taehyung olhou para o outro por um instante.

— Talvez.

Taehyung, então, focou em dirigir outra vez. Jungkook deu um sorriso e somente roubou uma batata frita. Naquela altura da noite, já estava morrendo de fome.

— Tem um parque aqui perto — comentou Jungkook displicentemente. — Ele fica aberto à noite, podemos ficar no meu spot favorito.

— E qual seria o seu lugar favorito? Pensei em irmos ao riacho Cheonggyecheon.

— Ah, lá ‘tá cheio de gente esse horário, não é muito legal… — explicou Jungkook. — Vamos no Skypark, lá dá para ver a cidade toda e tem uns cantinhos escondidos.

— E por que você quer ficar em um cantinho escondido?

— Para não roubarem o meu príncipe no cavalo branco.

 Taehyung abriu e fechou a boca, mas nada falou. Jungkook mordeu o lábio inferior e somente voltou a fitar a comida em seu colo, pegando mais batatas fritas para evitar falar qualquer coisa.

— Paro em um estacionamento aqui perto e vamos a pé para o parque.

— Claro…

Essa foi a única conversa que tiveram enquanto Taehyung fazia todo o processo de deixar o carro para então seguirem para o parque elevado.

Ambos dividiram as sacolas de comida e assim foram, subindo os vários degraus laterais até estarem no alto, em cima do antigo viaduto que se tornara um belo parque com mais de vinte quatro mil plantas em toda a sua extensão linear. Por ser noite, todo o local estava coberto de uma luz azul que deixava tudo tão chamativo e belo. Jungkook nunca deixaria de se encantar com o parque, tanto que sempre que tinha um tempo livre, ia para ali e ficava andando e pensando na vida, sentindo-se conectado de alguma maneira com as plantas ali existentes, por mais louco que fosse. Poderia passar horas e horas sentado, olhando a cidade e admirando a beleza de todo o verde projetado e plantado no antigo viaduto. Era sem dúvidas o melhor projeto de revitalização que experimentou nos últimos tempos.

— Nossa, você tem que ver sua carinha — Taehyung comentou, dando uma risada enquanto apontava para um banco.

— Ali não, muito visível… — afirmou Jungkook. — Vamos mais para lá.

Taehyung concordou, somente seguindo o outro pelo caminho que Jungkook indicou. Dessa maneira, foram parar próximo a dois montinhos de uma planta que Taehyung não conhecia, porém, como o outro dissera, era mais discreto e quase sem nenhum movimento local.

— As pessoas ficam atraídas pelas luzes e aqui é mais escuro — comentou Jungkook, sentando-se no banco e passando a manga do casaco para limpar o local que o príncipe sentaria. — A noite também está com uma temperatura agradável, então demos sorte.

O príncipe se sentou ao lado do outro, observando Jungkook colocar entre eles as caixas com a comida e as bebidas. Ele foi tomando o café pelo caminho e agora faltava muito pouco para acabar, mas isso era somente um detalhe que nem sabia o porquê ter percebido. Talvez fosse porque Jungkook era fofo ou talvez pelo fato de se sentir bem um tanto livre pela cidade, sem seguranças atrás chamando atenção e nunca o deixando passar despercebido.

— Você ainda está com dor? — Taehyung perguntou, preocupado.

— Não, não. Estou bem de verdade. O médico me deu uma amostra grátis de um relaxante muscular, então estou bem.

— Isso é bom…

A conversa morreu e cada um olhou para um lado. Era divertido estarem juntos, porém não se conheciam, na verdade, toda a situação era estranha, quando se esquecia a adrenalina e a surpresa.

Hm… eu queria agradecer mais uma vez por cuidar de mim… — Jungkook suspirou pesado. — Você não precisava? Poderia ter chamado a ambulância e esquecer de tudo…

— Não consigo ser assim — confessou Taehyung, voltando a olhar para o outro e dando um sorriso. — Mas, eu estou feliz por você não ter se machucado, eu fiquei muito assustado.

— Eu também fiquei — disse Jungkook, oferecendo batata para o outro. — Coma algo, Vossa Alteza.

— Não precisa ficar me chamando assim, pode me chamar de Tae, como fez na loja.

Jungkook riu baixo.

— Eu só falei daquele jeito para o vendedor não desconfiar de nada.

— Eu sei, mas gostei… Minha família e meu amigo me chamam assim, então está tudo bem.

Jungkook levantou uma sobrancelha.

— Sou o seu amigo?

— Não sei, mas podemos ser… Eu acho. — Taehyung deixou seu sorriso aumentar e Jungkook se perdeu um momento em como o príncipe parecia possuir uma luz própria. Ele era muito belo e quando sorria parecia iluminar o quarteirão. De certa maneira, não se sentia tão no escuro ao lado do príncipe. — Vamos, me fale algo sobre você. Vamos nos conhecer para sermos amigos.

Hm… Falo algo meu e você fala algo seu?

Taehyung riu.

— Claro que não! Você ainda é um jornalista de fofocas. Desculpa, mas eu ainda tenho senso de sobrevivência.

Jungkook riu.

— Justo. — Jungkook mordeu o lábio inferior. — Bem, eu trabalho na revista “Idol!” tem um ano e eu queria muito subir de cargo, mas minhas fofocas fazem sucesso, acredita? O meu editor falou que eu deveria ficar mais um tempo na posição, nisso eu me ferro todo, né? — suspirou frustrado.

— Como assim? Você sofre processos?

— Nem é isso, a revista tem bons advogados e eu uso um pseudônimo, então quando tem processo não vai para mim especificamente…  O problema é o salário. Eu ficando nessa posição baixa, meu salário é um lixo, no final do ano eu ganho um abono, mas mesmo assim… É muito pouco e eu só queria sair da casa da minha mãe de uma vez.

O príncipe concordou com a cabeça.

— Assim, se te ajuda, não é um problema viver com os pais até se estabilizar financeiramente… Olha, eu. Vivo com toda a minha família.

Jungkook jogou uma batata frita no príncipe. Taehyung riu e como ela ficou presa em seu casaco, pegou e comeu.

— Ah, claro… É super igual! Um príncipe no castelo e eu em uma casa na área suburbana. Perfeita a comparação.

Taehyung riu outra vez.

 — Desculpa, mas é em parte correto. Nossa geração é muito diferente da anterior, Jungkook. Morei na Inglaterra, né? Vi muitas pessoas com aquele sonho de fazer dezoito, se enfiar em uma quitinete, se alimentar mal, se sentir sozinho e depois de uns meses voltar para a casa dos pais. Tudo bem que temos que viver certas experiências, porém tem vezes que não precisamos — explicou Taehyung, suspirando pesado. — A não ser… que você não se dê bem com a sua mãe.

— Ah, eu me dou bem com a minha mãe, ela cuida de mim sozinha desde que meu pai morreu quando eu tinha doze anos. — Jungkook pigarreou. — O problema mesmo é meu padrasto.

— Nossa… Ele é aqueles vilões malvados?

— Por que nós sempre falamos de algo relacionado a Disney mesmo?

— Por que sou um príncipe no cavalo branco? — Taehyung perguntou, com um sorriso ladino.

— ‘Tá mais para um príncipe na BMW — brincou Jungkook, negando com a cabeça. — Na verdade, meu padrasto não é um vilão, pelo contrário… Ele está mais para um príncipe.

— Não entendo então qual o seu problema.

Jungkook remexeu no papel do hambúrguer, pensando se realmente falaria aquilo para um príncipe que acabara de conhecer. Mas, eles provavelmente nunca mais se veriam, certo? Talvez fosse bom desabafar um pouco.

— Minha mãe ficou sozinha desde que papai morreu, mas há um ano ele conheceu esse rapaz, se apaixonou perdidamente e em poucos meses estava casada. Fui cabeça aberta porque tipo, ele é um ano mais velho que eu… — Jungkook suspirou. — Fui aceitando, porém, comecei a pensar que talvez ele estivesse dando em cima de mim? Eu me convenci ser loucura da minha cabeça, mas hoje… Sei lá, acho que ele ‘tá mesmo dando em cima de mim, então quero sair logo da casa da minha mãe antes que dê merda.

— Isso é complicado… Eu não sei bem o que te dizer, Jungkook — Taehyung ponderou. Ele só conseguia imaginar que deveria ser bem complicado. — Você já falou com ele e dizer que está desconfortável?

Hm

Taehyung o fitou, levantando uma sobrancelha.

— Espera… Você não está?!

— Não foi isso o que eu disse!

— Seu sem vergonha!

— Ele é muito bonito, tá?!

— Não interessa! Ele é o marido da sua mãe! — Taehyung fez uma expressão de nojo, colocando o canudo do refrigerante somente para murmurar: — Pensei que héteros faziam esse tipo de coisa…

Jungkook arregalou os olhos.

— O que você disse?

— Disse que ele é o marido da sua mãe.

 Jungkook negou com a cabeça.

— Espera… Você não é hétero?!

Taehyung arregalou os olhos e estapeou a própria cara com certa força. Quanto ele pararia de ser tão bocudo e ingênuo?

— Hey… não escreverei sobre isso, okay? — Jungkook proferiu, sentindo-se levemente culpado. Ele sabia que tudo o que escrevia era fofoca e provocava problemas na vida das pessoas, mas não queria realmente ser aquele tipo de jornalista. — Sei que é difícil de acreditar, mas não vou. Sou bi e nunca tiraria ninguém do armário dessa maneira.

O príncipe o fitou rapidamente e depois desviou o olhar.

— Acho melhor eu ir — afirmou Taehyung. — Está ficando bem tarde e tal…

— Desculpa… Obrigado por hoje, Vossa Alteza. — Jungkook murmurou, se levantando e fazendo uma mesura para o príncipe que continuou sentado. Parecia o certo a ser feito. Taehyung tinha medo de ser amigo dele e não podia julgá-lo. — Vou na frente. Tenha uma boa noite.

Taehyung ficou parado no lugar, sem reação, antes de correr alguns passos até Jungkook, segurando em seu braço.

— Eu… quero ajudar.

— Ajudar? — Jungkook perguntou confuso. — Você já ajudou? Cara, olha o meu celular novo.

— Não… Sobre você se mudar. Assim… Ai. — Taehyung riu nervosamente, soltando o braço de Jungkook. — Entendo mais ou menos você querer fugir de algo para não fazer besteira, eu fiz isso…

Jungkook levantou a sobrancelha, juntando alguns pontos sobre a viagem de anos do príncipe para fora do país, mas, ao mesmo tempo, sabia que não podia ter totalmente certeza dos fatos.

— Tudo bem, mas você não precisa ajudar. Tipo, serei real com você, não dá para ficar ajudando todo mundo na vida, cara.

Taehyung riu.

— Posso tentar. Sou o príncipe, afinal de contas, deve ser mais fácil que para maioria, certo?

Jungkook deu um sorriso, sacudindo a cabeça em negação.

— Você é maluco… Enfim, como você vai me ajudar? Espera, terei um quarto no castelo?

— Forçou um pouco, né?

Os dois riram juntos. Jungkook estava muito mais acostumado com toques do que Taehyung, já lhe buscou os ombros, apoiando o seu braço ali. O príncipe ficou surpreso, mas logo se sentiu confortável com a posição.

— Okay, eu sei que forcei…

— Então, você falou que quer subir de cargo, né?

— Isso, se eu subisse de cargo, meu salário aumentaria e seria mais fácil manter um aluguel…

— Uma exclusiva te faria subir de cargo?

— O quê?!

— É, eu retornei e ainda não dei nenhuma entrevista sobre isso. Posso pedir para que seja feita com você. Obviamente, não poderá ter nenhum conteúdo sensacionalista e as perguntas vão precisar passar pela aprovação do nosso marketing e blá, blá, blá, mas… Se entendi bem, você não quer fazer fofoca, certo?

Jungkook sacudiu a cabeça negativamente, com os olhos arregalados. Ele ainda não estava acreditando que realmente estava escutando tal coisa. Uma exclusiva do príncipe? Com ele?!

— Então, podemos fazer. Eu até mostro todos os quadros que pintei, ainda não foram divulgados em nenhum lugar.

— Eu deveria ter sido atropelado antes por você.

— Só se você fosse para a Inglaterra. Tirei minha carteira de motorista lá. — Taehyung riu. — Mas, então… Você topa?

— Que pergunta! Claro que topo! Eu até me ajoelho e beijo seus pés! Ou… faço outra coisa.

— Garoto! Deixa de ser besta. — Taehyung riu, puxando Jungkook pelo punho para que ele voltasse a se sentar. — Me desculpa… eu reagi mal. E-eu não saí do armário para a minha família ainda e… tenho medo. Me desculpa.

Jungkook concordou com a cabeça.

— Entendo, mesmo o nosso reino tendo campanhas LGBTs e o casamento gay sendo aceito, ainda tem uma onda horrorosa de conservadorismo.

— É… Confesso que tenho mais medo do que Namjoon, que é descarado. — Taehyung deu um fraco sorriso. — Queria ser como ele.

— Gostoso você já é.

Aff, cala a boca!

— Sou sincero! Você é incrível da sua maneira, Taehyung. Estou me sentindo muito sortudo por te conhecer. Você não tinha nenhuma obrigação comigo e ainda assim está aqui, me ajudando quando provavelmente nem mereço. — Jungkook tocou no braço do outro, esperando que ele se afastasse, mas Taehyung se manteve no lugar. Ele desceu os dedos e os deixou ali, mão sob mão. — Sério, eu… já te achava incrível por ter se recusado a ir ao exército como todos da família real vão, e seguir o seu sonho de artista, agora… Bem, agora eu te acho perfeito.

Taehyung fitou Jungkook, sentindo seu corpo todo elétrico com o toque do outro e se perguntando se ele sentia o mesmo. Estavam na mesma sintonia? Querendo uma resposta para a agitação, o príncipe resolveu jogar a prudência para o alto, deixando o seu rosto se aproximar do jornalista, mas antes que realmente se encostassem, Jungkook se afastou, dando uma risada estranha na sequência.

— Seus seguranças… — Jungkook murmurou, rindo outra vez como se Taehyung estivesse lhe contado uma piada. — Eles estão por aqui… Eu vi dois…

Taehyung ficou preocupado, mas não olhou em volta, também rindo.

— Sério?

— Tenho olhar jornalístico — comentou em tom brincalhão. — Eles chegaram há um tempo, estão longe o suficiente para não ouvirem nossa conversa. Desculpa… Eu também queria…

— Merda, não tenho um minuto de paz.

— Está tudo bem. Não é nosso último encontro, certo? — Jungkook ofereceu, batendo de leve um joelho contra o do príncipe.

— Não, eu ainda tenho que te salvar do seu lindo padrasto.

Jungkook fez uma careta.

— Você não precisava colocar exatamente assim, né?

— Não sou eu que não sei controlar as calças…

— Okay, perdeu de novo o posto de mais gostoso para o seu irmão.

— Hey!

Jungkook riu, sendo acompanhado pelo outro. Ele estava tendo uma excelente tarde e noite, apesar de tudo e mesmo se Taehyung nem ao menos se lembrasse dele na manhã seguinte, ainda seria uma lembrança especial em seu coração.

— Agora, eu realmente tenho que ir… Daqui a pouco meus pais chamam a guarda real atrás de mim e te colocam na prisão.

— Nossa, que absurdo, não fiz nada. — Jungkook se fingiu de ofendido. — Mas, eu entendo. Também tenho que ir… Minha mãe ficará preocupada.

— Posso te dar uma carona.

Nah, não precisa se incomodar.

— Não será incômodo, de verdade. É bom que você me passa seu e-mail de contato para a entrevista.

— Uau… e-mail? Forma estranha de me pedir o meu número, afinal foi você quem comprou meu celular!

— Vamos logo! — Taehyung proferiu rindo enquanto se colocava de pé. Ele colocou as mãos nos bolsos enquanto esperava o outro se levantar também.

— Ai, ai, você é muito mandão.

— Vem com o título.

Jungkook riu alto, seguindo ao lado do outro, ainda com a sacola de fast food na mão. Sobraram dois hambúrgueres e uma porção de batata frita, ele levaria para a sua mãe e padrasto. Tal pensamento o fez ficar silencioso enquanto seguia até o carro do príncipe.

— Eles devem ter ordens de não se aproximar a não ser que eu esteja em perigo.

Hn?

— Os seguranças…

— Ah, sim… Cuidado que sou perigoso.

Taehyung riu com todo o corpo, negando com a cabeça.

— Você é um bebê, quando não está aceitando os flertes do seu padrasto.

— Ai, não fala isso, ‘tá virando gatilho já…

O príncipe riu outra vez.

— Vamos logo, vou te levar na sua casa.

— Um príncipe mesmo…

Taehyung sacudiu a cabeça de forma divertida, esperando o outro se ajeitar no banco antes de seguir com o carro. Era estranho como se sentia bem após aquele dia, tirando o susto inicial de atropelar o outro, havia sido uma ótima experiência conhecê-lo.

— Ah, é nessa próxima rua… Moro perto do parque, por isso falei que poderia ir a pé.

— Não é trabalho, de verdade… — Taehyung sorriu, entrando na rua.

— É só um pouquinho mais à frente… Ali, ali, a casa branca.

Taehyung concordou, estacionando bem na frente da casa. Ele olhou pela janela do carro, dando um sorriso.

— Ela é muito bonita.

— Minha mãe reformou tem uns meses, antes do Eunwoo chegar…

— Ela deve gostar muito dele, né?

Jungkook estalou a língua.

— Pare de me julgar, okay?

— Eu? Longe disso…

O jornalista sorriu negando com a cabeça, antes de se virar para Taehyung enquanto retirava o cinto de segurança.

— Tae… posso te abraçar? Uma despedida?

Taehyung nada disse, somente soltou o seu cinto e abraçou o outro. Jungkook suspirou pesado, sentindo o perfume do príncipe tomar conta dos seus sentidos; ele cheirava a pêssegos.

— Não faça essa carinha, eu falei sério quanto a entrevista. Ah, eu preciso do seu contato…

Jungkook sorriu e então cantou o seu número para o príncipe, que guardou em seu celular, em seguida mandando um emoji para Jungkook.

— Pronto, agora temos o número um do outro.

— Uau… Faço parte de um conto de fadas moderno — comentou Jungkook.

— Sim, oficialmente a S barra N, parabéns.

— Chegou o meu momento de brilhar!

Os dois se encararam rindo outra vez. Era fácil conversarem por horas, agora sabiam disso. Eles tinham um senso de humor parecido e por mais que Jungkook fosse um pouco mais ousado que Taehyung, eles se entendiam.

Jungkook então saiu do carro e continuou acenando até que o automóvel do príncipe sumiu de suas vistas, mas o sorriso que o mesmo lhe provocava continuou por muito mais tempo.

Antes de entrar na sua casa, ele suspirou pesado, tentando reunir coragem antes de qualquer coisa. Mas, para o seu alívio, somente viu a sua mãe, com um notebook no colo enquanto estava sentada no sofá, provavelmente trabalhando mais do que suas horas normais de trabalho.

— Oi, filho! Chegou tarde hoje…

— É, muitas fofocas para cobrir — mentiu. Como ele poderia falar tudo o que aconteceu? Parecia absurdo proferir qualquer coisa daquelas.

— Foi seu chefe que te deu carona?

Hm? — Jungkook olhou confuso para a mãe, deixando a sacola em cima da mesa.

— A BMW…

— Oh, não, não… Foi um amigo. — Jungkook pigarreou. — Eu trouxe comida para você e o Eunwoo. É só fast food, mas achei que seria legal…

A mulher largou o notebook, sorrindo para o filho após retirar os óculos.

— Obrigado, Kookie.

Jungkook sorriu de volta, sentindo aquele carinho em seu peito sempre que via um dos sorrisos da sua mãe. Ele nunca poderia fazer nada que magoasse aquela mulher, não quando a amava incondicionalmente e sabia que também era amado pela mãe.

— Agora eu vou tomar um banho, mãe. Já comi bastante, então devo ir direto para cama…

— Está cedo, filho. Tem certeza?

—  Tenho, tive um dia agitado. Preciso de um banho e dormir. Amanhã cedo já tenho mais fofoca pra fazer.

— Ei, você subirá de cargo logo, meu filho. Comecei como estagiária na empresa onde trabalho, hoje sou sócia. Você chegará lá também.

Jungkook concordou com a cabeça, com um grande sorriso no rosto.

— Obrigado mãe, eu… precisava ouvir isso.

— Sempre que precisar, meu pequeno.

A mãe usara o apelido de quando ele era criança e isso somente deixou Jungkook sorridente. Ele então foi para o corredor, pegando uma toalha no quarto antes de seguir para o chuveiro. Quando estava com a mão na maçaneta do banheiro, ouviu uma porta abrindo. Ele olhou de relance e então engoliu a seco ao perceber que Eunwoo estava somente com uma toalha na cintura e com o cabelo molhado, saindo do cômodo.

— Kookie, chegou tarde…

Jungkook sentiu todo o corpo gelar ao notar o homem ali parada e de modo automático ele virou o rosto, para não o ver.

Awn, você é tímido, querido? — o homem a proferiu rindo suave e pelo movimento, estava se aproximando, para desespero de Jungkook. — Fofo.

— E-eu trabalhei até tarde… Tem comida… Eu trouxe… — Jungkook puxou o ar com força. — Vou tomar banho agora.

Jungkook entrou no banheiro o mais rápido que pôde, fechando a porta atrás de si, somente então se deixando respirar mais tranquilo.

Levou alguns minutos para Jungkook se enfiar no chuveiro, deixando a cabeça esfriar enquanto pensava no dia que tivera. Começara estranho, se transformara em maravilhoso e agora estava estranho de novo. Então, para a sua própria tranquilidade, apagaria tudo de ruim e deixar somente o príncipe Kim Taehyung em seus pensamentos.

Ele sorriu. Apagar tudo e deixar só Taehyung, definitivamente era uma boa alternativa.

 

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Notas Finais


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